Mal-Estar Docente ⇨ últimos tempos, investigação em diferentes países do mundo e no Brasil. Preocupação com o professor como pessoa – Articulação vida Pessoal e Profissional ⇨ Antônio Nóvoa. Nível internacional ⇨ literatura psicopedagógica - Estudos dos professores: Esteve ⇨ Universidade de Málaga ⇨Espanha; Neves de Jesus ⇨ Universidade de Algarve; Abraham ⇨ Universidade de Jerusalém. Grupo de Pesquisa Mal-Estar e Bem-Estar na Docência-PUCRS Coordenadores: Professores:Juan Mourino Mosquera e Claus Stobäus. Base do Referencial Teórico ⇨ Psicologia Positiva- Influências do Humanismo Existencial. Áreas de Educação, Psicologia e Saúde ⇨ com atenção temáticas de estresse, burnout. Estudos de Lipp (2001) ⇨ iniciados na década de 80 ⇨ UNICAMP ⇨ Campinas ⇨ Estresse dos professores; Estudos Bianchetti e Machado (2006) ⇨ a partir da última década do século XX ⇨ professores-pesquisadores de Pós-Graduação⇨ Análise dos efeitos das exigências de produção implantadas pela CAPES sobre a saúde desses profissionais. Maioria desses estudos no Brasil ⇨ realizados com professores do ensino presencial, principalmente com professores de Séries Iniciais e do Ensino Médio. Poucos estudos ⇨ Ensino universitário ⇨ Inexistentes ⇨ com professores em EaD. Mal-Estar Docente ⇨ Esteve ( 1994) ⇨ educador espanhol ⇨ É resultado do despreparo do professor, para enfrentar mudanças que exigem uma nova postura profissional; Significa ⇨ “algo não vai bem, mas que não somos capazes de definir o que não funciona e porque”. Esteve (1987) Fatores Primários e Secundários ou Contextuais ou de Segunda Ordem. Fatores Secundários ⇨ exercem influência indireta : Modificações no papel do professor e dos agentes tradicionais de socialização ⇨ aumento das responsabilidades do professor ⇨ professores não têm sabido enfrentar, não dispõem de recursos necessários para o enfrentamento das mudanças. Contestações e contradições da função docente ⇨ desamparo do consenso social, desempenho de papéis contraditórios; Mudança do contexto social ⇨ acúmulo de contradições do sistema ⇨ mal-estar, cansaço, desconcerto, “tensões e desorientações provocadas nos indivíduos, quando obrigados a uma mudança excessiva em um curto espaço de tempo (Tofler, 1972). Modificação do apoio do contexto social, status social do professor; modificação do Idealização da profissão docente ⇨ distância da visão real; Mudanças das instituições educacionais, que levam à necessidade de adaptação de todos à mudança ⇨ também fatores secundários ⇨ provocadores de mal-estar docente. Fatores Primários ou de Primeira Ordem ⇨ incidem diretamente sobre a ação docente. recursos materiais ; condições de trabalho; violência nas instituições escolares; esgotamento docente; e acumulação de exigências sobre o professor. Burnout ⇨“um conceito ampliado de mal-estar, elementos psicofísicos e sociais bastante acentuados”. Mal-Estar e Burnout ⇨ prejudiciais ao trabalho docente, repercussões: professores, alunos, sociedade em geral. Mosquera e Stobäus (1996) ⇨ mal-estar docente “uma doença social que provoca a doença pessoal, causada pela falta de apoio da sociedade aos professores, tanto no terreno dos objetivos de ensino, como nas compensações materiais e no reconhecimento do status que se lhes atribui”. Pesquisa com Professores Universitários ⇨ Rio Grande do Sul ⇨ sentimento de medo ⇨ substituição do professor pelo computador. contendo Pesquisa Qualitativa Entrevista Semi-Estruturada, on-line. Objetivo: compreender e não somente identificar, o sentido e o significado da prática docente para os professores que atuaram no Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância. Estudo de Caso Metodologia de Análise Análise Textual Discursiva ⇨ ferramenta analítica ⇨ Bardin (1977) e Moraes (2007). Coleta dos Dados ⇨ Entrevista Semi-Estruturada, on-line. Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância ⇨ UDESC. 13.000 professores-alunos ⇨ Séries Iniciais ⇨ Redes Estadual e Municipais. Modalidade a Distância com Encontros Presenciais. Carga Horária ⇨ 3200 horas – 80 % a distância e 20% presencial. Princípios Norteadores do Curso ⇨ relação teoria x prática; aprendizagem significativa, interdisciplinaridade, trabalho coletivo. Prática de Ensino\Estágio Supervisionado ⇨ pesquisa e extensão. Equipe de professores das disciplinas do Curso . Atividades: Produção do Material Impresso ⇨ Cadernos Pedagógicos e Guias de Estudo; Produção Udesc Virtual ; Vídeos; Elaboração das Avaliações da Aprendizagem; Capacitação dos Professores Corretores das Avaliações; Capacitação dos Professores-Tutores; Realização dos Encontros Presenciais com os Alunos do Curso; Realização – Chats, Listas de Discussão. Atendimento aos Estudantes ⇨ Plantão Pedagógico. Equipe de Professores ⇨ Corretores das Avaliações: Correção das Avaliações dos professores-alunos. Equipe de Professores-Supervisores: Acompanhamento aos Professores-Tutores nos Núcleos. Coordenação dos Encontros mensais de avaliação das atividades e de estudos com os Professores- Tutores de sua região. Controle do rendimento dos professores-alunos de sua região. Sistema Tutorial ⇨ Presencial (Núcleos nos Municípios) e a Distância (UDESC Virtual, Telefone, Fax ). Tutoria Presencial ⇨ através dos Professores-Tutores, com atividades nos Núcleos (localizados nos municípios com maior número de professores-alunos matriculados) . Encontros Semanais com os professores-alunos (dois encontros semanais). Tutor ⇨ responsável por um grupo de 25 professores-alunos. Mediadores ⇨ conhecimento ⇨ professores-alunos, professores-alunos e CEAD\UDESC. Aplicação das Avaliações de Aprendizagem. Na Produção do Material AutoInstrucional (Udesc Virtual, Cadernos Pedagógicos, Guias de Estudo, Vídeos, Teleconferência); Pedagógica; Nas TICs; Na Produção das Avaliações da Aprendizagem; Na Produção de Programas para a TV Educativa local; Na Teoria Histórico-Cultural de Vygostki e na Teoria da Atividade de Leontiev (Fundamentos Teóricos do Curso). Em EaD. Cursos, Seminários, Encontros Mensais, Formação Continuada ao final de cada semestre letivo. Da Coordenação Pedagógica; De professores especialistas nos Fundamentos da Educação; Professores da UNED ⇨ Espanha. Sujeitos da pesquisa ⇨ 12 professores ⇨ experiência no ensino superior ⇨ na modalidade presencial. Primeira experiência docente na EaD. Um docente ⇨ sem experiência no ensino superior presencial e a distância. 11 professores ⇨ tempo de atuação na docência presencial superior ⇨ de 01(um) a 25 anos. Geral Identificar os fatores de mal-estar e bem-estar docente, a partir da análise dos relatos dos docentes do Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância. Compreender se os conflitos e tensões que interferem no “animus” dos professores do ensino presencial, provocadores do mal-estar docente, acontecem em menor grau ou inexistem na docência em EaD, ou seja, se a docência na EaD oportuniza, mais do que no ensino presencial, a satisfação e o bem-estar dos professores. Coletar depoimentos dos professores, quanto as suas vivências como docentes na EaD. Identificar conflitos e tensões provocados pelo exercício da profissão, ou por agentes externos. Verificar como os professores se sentiram, tendo que compartilhar a docência com outros profissionais de outras áreas. Identificar se as condições disponibilizadas foram adequadas para o desenvolvimento das atividades docentes no Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância. Quais os fatores que contribuíram para que os docentes do Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância manifestassem sensação de bem-estar ou de mal-estar? Interessou-me saber: O que significou para o professor do ensino presencial ser na EaD um professor coletivo (Belloni)? A prática docente na EaD possibilitou uma intervenção pedagógica consistente, consciente e emancipadora dos professores\educadores? Como o professor se sentiu, tendo que fazer uso das NTICs como ferramentas pedagógicas? A qualificação profissional dos docentes, voltada para o ensino presencial, essencialmente individual, solitária, constituiu obstáculo para que os professores assumissem as novas funções num novo contexto educacional no qual o diálogo, a colaboração e a cooperação são elementos fundantes da prática pedagógica em EaD? Como se sentiu o professor na interação com o aluno distante ? Na EaD, o professor se sentiu amparado e motivado a fazer o novo? Ele teve asseguradas as condições materiais, meios, e estruturas para realização das atividades docentes? A EaD é uma modalidade educativa que devido a sua própria natureza é preditora de bem-estar e satisfação profissional para aqueles professores que vêem a profissão docente como um processo coletivo, de aprendizagem constante, que exige predisposição dele para a inovação, para a transformação continuada de sua prática. A experiência dos professores como ‘docente coletivo’ no Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância foi preditora de bem-estar e satisfação pessoal e profissional, uma vez que oportunizou aos professores desenvolverem uma outra forma de “ser”, “conhecer”, “aprender” e “conviver”, dimensões que se conjugam, para criar e estabelecer uma atmosfera de relações interpessoais harmoniosas e de bem-estar, na qual eles se sentiram amparados e motivados a fazerem o novo, foram sujeitos da ação educativa e tiveram asseguradas as condições materiais, meios, e estruturas adequadas, para realização das atividades docentes. 1. O que pensam os professores sobre a EaD. Possibilidade de, ao lado da educação presencial, democratizar o acesso à educação. EaD ⇨ para todos e em todos os níveis de ensino ⇨ formação inicial e formação continuada ⇨ uso generalizado. EaD ⇨ deve ser utilizada, para atender demandas específicas. Importância do professor para o sucesso dos cursos a distância ⇨ o professor não pode agir com se estivesse ministrando aulas no ensino presencial. Docente ⇨ “absolutamente necessário”, é de vital importância no processo educativo em EaD ⇨ professor que reconheça seu papel como mediador, faciltador, problematizador, desafiador ou intermediador. Ser professor na EaD ⇨ desafio para o qual nem todos os professores estão efetivamente preparados, não por limitações de capacitação, mas pela natureza de suas concepções políticas e filosófico-epistemológicas; Formação de equipes multiprofissionais conhecedoras de suas características, comprometidas com ela; Depende dos materiais autoinstrucionais e plataformas de apoio eficazes ⇨ estudante se sentir amparado e seguro na sua caminhada, poder interagir com os estudantes e professores. Imprescindível ⇨ o comprometimento efetivo dos órgãos públicos das localidades nas quais vivem os estudantes de graduação ⇨ disponibilizar recursos infra-estruturais e mediadores qualificados no que diz respeito aos processos de formação. Necessidade de trabalhar; Proposta de Educação inovadora e em construção; Desafio de trabalhar com o diferente; Vontade de entender e comprovar a eficácia dos estudos a distância na democratização da educação. Alguns professores ⇨ admitiram que não acreditavam muito nas possibilidades da EaD como modalidade possibilitadora de ensino de qualidade, mas a experiência mudou essa visão: “somente fui conhecer, respeitar, admirar e me tornar um entusiasta da EaD depois de passar a trabalhar com ela”. Início do Curso ⇨ algumas dificuldades com relação ao espaço físico para os encontros presenciais, a distribuição dos cadernos pedagógicos; Ambiente de interação intensa entre os professores, entre os professores e os técnicos, entre os professores e professores-tutores; Garantia das condições facilitadoras do trabalho docente; Instalações físicas adequadas, equipamentos, recursos materiais suficientes para à prática docente; Capacitação continuada dos professores e técnicos; Trabalho em equipe, coletivo e cooperativo. Importância para o crescimento pessoal e profissional; Aprendizagem continuada com os outros colegas professores, com os alunos e com os técnicos; Quebra de paradigma com o trabalho coletivo e cooperativo ⇨ modelo presencial tradicional o professor trabalha de forma isolada e individual; Aprender a trabalhar com as diferenças; Formação de uma nova consciência; “Trabalhar em equipe, pensar em equipe, escrever em equipe, ministrar aulas em equipe, compuseram um conjunto de fatores que me fez negociar todo o tempo, posicionamentos teóricos e epistemológicos, me desafiou a construir outras formas de lidar com o ser humano e me fez amadurecer no sentido de aprender a me filiar a idéias e não a pessoas.” Alegria, prazer, satisfação, orgulho, valorização profissional, espírito de grupo, respeito, solidariedade, admiração. Alegria ⇨ percepção do interesse dos professores-alunos, do progresso fantástico deles; por estar contribuindo para o crescimento deles, sentir a gratidão dos professores-alunos pela oportunidade única que estavam tendo na vida; Orgulho ⇨ a cada material novo produzido e impresso; “ao chegar nas cidades e ver a auto-estima elevada de todos diante da Universidade”; Satisfação ⇨ trabalhar em um projeto novo e em construção, perceber a importância social de um projeto que estava realizando o sonho de milhares de pessoas; Este estudo preliminar indica, pois, que a EaD, por sua natureza, é preditora de bem-estar docente, por propiciar ao professor a possibilidade de exercer a profissão de modo a concretizar seus objetivos e valores, com prazer e satisfação. O professor que atuou no Curso de Pedagogia a Distância da UDESC, mesmo diante de problemas, teve energia suficiente, para desenvolver o seu trabalho, tomou consciência do que ele representava para o professor-aluno, consciência de que sua maior recompensa era seu próprio crescimento e a sua própria transformação. Foi um docente que gostou e viu sentido no que fez, sentiu prazer e satisfação no trabalho coletivo e cooperativo,foi sujeito da ação educativa, emocionou-se com seu trabalho e colheu alegrias. Mesmo distante, interagiu positivamente, com os professoresalunos. Mostrou competência profissional e vontade de fazer o novo, revelando assim, que tendo as condições adequadas para o trabalho e valorizado pela sua capacidade, ele age positivamente a mudanças. Falas dos professores foram também indicativas da importância que a EaD teve para a formação do professor, contribuindo para ser um outro profissional também na educação presencial. A prática docente em EaD foi portanto, extremamente significativa para os professores, teve efeitos positivos para sua vida profissional e pessoal, elevou a auto-estima e auto-conceito do professor. Crescimento profissional, respeito, valorização pessoal e profissional, o “construir juntos”, trabalhar coletiva e cooperativamente, experimentar uma nova forma de diálogo, de interação, o ensinar/aprender constante, a motivação dos alunos, oportunidade de capacitação continuada do professor, o espírito de grupo, solidariedade, admiração, a interação com alunos de culturas diferentes e singulares, os momentos presenciais significativos com os estudantes e os tutores, a percepção do interesse e do progresso dos estudantes, a percepção da sua constituição como docente da EaD: ⇨São sentimentos manifestados pelos professores e que indicam o prazer, a alegria, a satisfação, o bem-estar propiciado pela prática docente na Educação a Distância. “Os anos da docência na EaD foram os melhores anos de minha vida de professor. Posso dizer que o tempo de professor no Centro de Educação a Distância – CEAD/UDESC, me formou, de fato, professor. Sou um professor muito mais bem preparado depois do CEAD”. Enfim, são falas como esta que manifestam bemestar e satisfação no exercício da docência em EaD que me estimulam a continuar pesquisando.