Anorexia nervosa MSc. Roberpaulo Anacleto Anorexia nervosa A anorexia nervosa é entendida como inanição autoinduzida, resultando em marcante perda de peso. Anorexia nervosa Sintomas: - Um dos primeiros sintomas é a perda da noção de sua imagem corporal; -Preocupação excessiva com a alimentação; -Sensação intensa de culpa e uma ansiedade desproporcional por eventualmente ter saído um pouco da dieta. Menstruação irregular, ou não existente; Nas adolescentes, os principais sinais da anorexia são o enfraquecimento, a perda de peso visível e a ausência de menstruação. - Fatores de alerta: • • • • • • • • • • Peso corporal em 85% ou menos do nível normal; Prática excessiva de actividades físicas, mesmo tendo um peso abaixo do normal; Negação quando questionado sobre o distúrbio; Em pessoas do sexo feminino, a ausência de menos três ou menos menstruações por ano. A anorexia pode causar sérios problemas no sistema reprodutor feminino. Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante malformação do esqueleto (pernas, braços curtos em relação ao tronco); Descalcificação dos dentes; Depressão profunda; Tendências suicidas; Obstipação grave; Danos intestinais; Tratamento • Os medicamentos mais recomendados são os anti-depressivos tricíclicos (têm o efeito de ganhar peso). • Os anti-depressivos estão a ser estudados, mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir para a redução do apetite. • É bom realçar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa, o problema é que apesar da fome se recusam a comer. • As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo ou em família, a indicação dependerá do profissional responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz. Bulimia nervosa • É um distúrbio alimentar, onde a pessoa ingere grande quantidade de alimentos e depois eliminam o excesso de calorias através de jejuns prolongados, vômitos auto-induzidos, laxantes, diuréticos ou na prática exagerada e obsessiva de exercícios físicos. Bulimia nervosa Sintomas: Interrupção da menstruação. Interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de estranhos rituais alimentares. Comer em segredo. Obsessão por exercício físico. Depressão. Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos. Vômitos ou uso de drogas para indução de vômito, evacuação ou diurese. Alimentação excessiva sem nítido ganho de peso. Tratamento Em ambos os casos o tratamento é um programa no qual participem o cliente e todos os membros da equipe interdisciplinar, como também deve incluir um contrato estruturado e assinado pelo cliente ao ser admitido na internação. Quando não mais representar risco de vida ao indivíduo, é instituído um programa de modificação do comportamento, sendo instituídas várias modalidades terapêuticas como as terapias individual, familiar, de grupo e medicamentosa. Tratamento psicofarmacológico, a base de antidepressivos, voltados para os sintomas associados a ansiedade e depressão. Fatores de Alerta: • Arranjar desculpas para ir sempre à casa de banho depois das refeições; • Ter grandes variações de humor; • Apresentar um inchaço anormal à volta dos maxilares; • O peso apresentar oscilações normais; • Comer frequentemente grandes quantidades de comida de forma compulsiva; • Utilizar com frequência e em excesso diuréticos e laxantes; • Inexplicável desaparecimento de comida em casa ou no local de residência. Tratamento: • O tratamento para a bulimia envolve aconselhar o paciente a contactar um psicólogo ou outro profissional de saúde e às vezes aconselhá-lo a tomar anti-depressivos, que o pode ajudar a reduzir “episódios” de fingimento, o que vai ajudar o paciente a recuperar da Bulimia. O tratamento não requer permanência hospitalar, embora às vezes seja necessário, mas só em casos mais graves da Bulimia. • O seu tratamento requer semanas ou meses até se observarem resultados significativos. • Nem sempre um só tratamento chega para obter os resultados que quer, por isso em certos casos é necessário fazer-se mais que um tratamento. Desnutrição na Infância • Formas Clínicas: • Desnutrição Grau III – Desnutrição Protéico-Calórica: • Kwashiorkor; • Marasmo; • Kwashiorkor-Marasmático Desnutrição Proteico Energética A DPE apresenta-se como uma variedade de síndromes clínicas, todas caracterizadas pela ingestão dietética inadequada de proteínas e calorias para alcançar as necessidades corporais. Do ponto de vista funcional, há dois compartimentos de proteínas regulados diferentemente no corpo: O compartimento somático, representado por proteínas dos músculos esqueléticos O compartimento visceral, representado pelo armazenamento de proteínas nos órgãos viscerais, principalmente no fígado. O compartimento somático é afetado de maneira mais grave no marasmo, e o compartimento visceral, no kwashiorkor. Desnutrição Protéico-Calórica • Kwashiorkor • Afeta crianças acima de 2 anos (principalmente 2 e 3 • • • • • anos); Carência mais protéica do que energética; Tecido celular subcutâneo preservado; Apatia mental; Lesões de pele (seca, fria, áspera, sem brilho, eritema, descamação, fissuras lineares e flexurais); Grande emagrecimento do tórax e de segmentos proximais e edema dos segmentos distais; Desnutrição Protéico-Calórica • Kwashiorkor • Edema (principal achado); • Alterações dos cabelos: Finos, secos, quebradiços, • • • • “sinal da bandeira”(faixas de coloração clara e escura); Unhas finas, quebradiças, sem brilho; Mucosas: “Língua careca”, retração das gengivas, lábios rachados; Hepatomegalia (esteatose hepática); Hipoalbuminemia Desnutrição Protéico-Calórica • Marasmo • Crianças menores de 1 ano (lactentes); • Deficiência de calorias e de proteínas; • Emagrecimento seco; • Fácies senil; • Perda do tecido celular subcutâneo e muscular; • Cabelos escassos e finos; • Ausência de lesões de pele; • Ausência de esteatose hepática; • Albumina geralmente normal. Desnutrição Protéico-Calórica • Kwashiorkor-Marasmático • Forma mista; • Crianças entre 1 e 2 anos; • Perda de tecido celular subcutâneo; • Edema de extremidades. Desnutrição na Infância • O fígado no kwashiorkor, mas não no marasmo, está aumentado e gorduroso; cirrose sobreposta é rara. • No kwashiorkor (raramente no marasmo) o intestino delgado apresenta uma redução no índice mitótico nas criptas das glândulas, associada à atrofia muscular e perda de vilos e microvilos. Em tais casos, ocorre perda concomitante de enzimas do intestino delgado, manifestada com mais frequência como deficiência de dissacaridase. Logo, bebês com kwashiorkor inicialmente podem não reagir bem a dietas à base de leite. Com tratamento, as alterações na mucosa são reversíveis. Desnutrição na Infância • A medula óssea tanto no kwashiorkor quanto no marasmo pode tornar-se hipoplásica, principalmente como resultado da redução no número de hemácias precursoras. O sangue periférico geralmente revela anemia leve a moderada, o que com frequência tem uma origem multifatorial; deficiências nutricionais de ferro, folato e proteínas, assim como os efeitos supressivos de infecção (anemia de doença crônica) podem contribuir. Dependendo do fator predominante, as hemácias podem ser microcíticas, normocíticas ou macrocíticas. Desnutrição Protéico-Calórica Edema Marasmo Não Kwashiorko Mista Sim Variável Dermatose Não Sim Variável Alt. Cabelo Não Sim Variável Hepatomegalia Não Sim Variável Desnutrição Protéico-Calórica Tratamento (tratamento inicial-estabilização ): 1. Tratar hipoglicemia; 2. Prevenir/tratar hipotermia; 3. Tratar desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e choque séptico; 4. Tratamento dietético; 5. Tratar possíveis infecções; 6. Correção de deficiências de micronutrientes; 7. Anemia muito grave (hematócrito <12%); 8. Estimular vínculo mãe-filho. Caquexia •A DPE é uma complicação comum em pacientes com Aids ou câncer em estágio avançado, e nesses cenários isso é conhecido como caquexia. • A caquexia é uma condição altamente debilitante, caracterizada por perda extrema de peso, fadiga, atrofia muscular, anemia, anorexia e edema. A mortalidade geralmente é consequência da atrofia do diafragma e de outros músculos respiratórios. Agentes caquéticos produzidos pelos tumores incluem: Caquexia • PIF (fator de indução de proteólise), que é um polipeptídio glicosilado excretado na urina de pacientes que perdem peso devido a câncer de pâncreas, mama, cólon e outros tipos. • LMF (fator mobilizador de lipídios), que aumenta a oxidação dos ácidos graxos e as citocinas pró-inflamatórias, como o TNF (originalmente conhecido como caquetina), interleucina-2 (IL-2) e IL-6. TNF e IL-6 acionam uma reação de fase aguda do hospedeiro, aumentando a secreção da proteína C reativa e fibrinogênio e albumina. reduzindo as concentrações plasmáticas de Caquexia •O fator de indução de proteólise (PIF) e as citocinas pró- inflamatórias causam colapso dos músculos esqueléticos via ubiquitina proteossoma, levando à degradação da miosina. • A indução da via ubiquitina-proteossoma envolve a produção de duas ubiquitina-ligases músculo específicas. Caquexia • Dados mais recentes também implicam alterações na membrana miofibrilar do músculo esquelético com perda da distrofina causada por alterações no complexo distrofina-glicoproteína como contribuintes para a atrofia muscular, por meio de um mecanismo similar ao que ocorre em algumas distrofias musculares.