Valsa n.º 6 PEÇA DE NELSON RODRIGUES LITERATURA 2017 Extraído de Nelson: feminino e masculino, de Irã Salomão. 7 Letras], 2000. Características da obra Achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava. Escreveu "Vestido de Noiva", sua primeira peça. Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário predileto, e suas peças seguiram essa predileção, pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral. Nelson é um originalíssimo realista. Tal como os realistas do século XIX, criticou a sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento. Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal como fizeram os modernos. O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo. O erotismo está muito presente na obra de Nelson Rodrigues. Denunciou a sordidez da sociedade tal como o fez Eça de Queirós em suas obras. Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como "O Primo Basílio", e se desenvolveu grandemente na obra do autor pernambucano. Em síntese, Nelson foi um grande escritor, dramaturgo e cronista, e está imortalizado na literatura brasileira. CRÍTICA Muitos o consideravam louco. O motivo? O relato da sociedade brasileira desmistificada em suas intimidades mais profundas. O dramaturgo fez de suas peças um relato da vida real, “nua e crua”, desnudando as imperfeições dos relacionamentos humanos. O autor tinha a capacidade de mergulhar nas profundezas sombrias e trazê-las a tona de forma brutal num estilo quase que sarcástico como apenas uma pessoa com um forte poder de julgamento e crítica poderia. O retrato cru dessa natureza instintiva do homem que toca o absurdo, ganha um tom irônico, crítico, característico de sua arte quando trazido para o quotidiano mais banal (BOAVISTA, 2012). Teatro Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas Essa divisão teve uma função didática, uma vez que as peças foram agrupadas de acordo com sua temática. As peças psicológicas absorvem elementos míticos e da tragédia carioca, por sua vez, as peças míticas não esquecem o psicológico e afloram a tragédia carioca, que assimilou o mundo psicológico e o mítico das obras anteriores (MAGALDI, 1981, p. 9). Peças psicológicas Nas peças psicológicas o dramaturgo explora a fundo a questão psicológica das personagens. A primeira grande peça rodrigueana foi “Vestido de noiva”, publicada e encenada em 1943, no Rio de Janeiro. Trazia novidades para o universo da dramaturgia brasileira: A linguagem e o diálogo: “Os personagens em cena, pela primeira vez numa peça brasileira, começaram a falar de acordo com a maneira de expressar popular, familiar, com toda a espontaneidade das imperfeições gramaticais e de uma sintaxe defeituosa”. A linguagem simples, imitando o cotidiano, contribuiu muito para o sucesso da peça e abriu espaço para que o país conhecesse as temáticas polêmicas exploradas e apresentadas no texto rodrigueano. Peças psicológicas A mulher sem pecado Vestido de noiva Valsa nº 6 Viúva, porém honesta Anti-Nélson Rodrigues Peças míticas Entre as peças míticas, também denominadas desagradáveis, a família é o mote dos conflitos vividos pelas personagens. Esse ciclo do teatro do dramaturgo teve suas peças reconhecidas como “obras pestilentas, fétidas; capazes por si sós, de produzir o tifo e a malária na plateia” (MAGALDI, 1992, p. 12). Tais peças foram chocantes para a época, uma vez que as famílias teatralizadas se contrapunham ao modelo burguês, expondo a convenção social em que se tornara. Acusado de ser um autor abominável que fez os mais diversos ataques à instituição familiar, Nelson Rodrigues via na família o mote da tragédia, tendo em vista que as relações conflituosas entre seus membros representam o centro de todos os conflitos do ser humano. Segundo o dramaturgo, “a família é o inferno de todos nós” (RODRIGUES, 1997, p. 61). Peças míticas Álbum de família Anjo negro Senhora dos Afogados Doroteia Tragédias Cariocas Por sua vez, a fase das tragédias cariocas teve como cenário o Rio de Janeiro, seus personagens eram representantes da classe média e suburbana carioca. A grande inovação em suas peças, desde “Vestido de noiva”, foi o dinamismo da linguagem incorporado ao da informalidade, do dia a dia, da linguagem do povo. Ao retratar personagens tipicamente brasileiras, em especial resgatar traços da sociedade carioca, o dramaturgo criou uma tragédia brasileira que trazia elementos míticos da tragédia clássica acrescidos de elementos do subúrbio carioca. A partir da ambientação do local, sua literatura se desdobra para o aspecto do universal, pois retrata seres humanos reprimidos. Observa-se a leitura de uma sociedade burguesa, expondo-se todos seus os podres. Além disso, exploram-se conflitos inerentes ao homem, temas desagradáveis que são camuflados por convenções sociais, como a traição tanto por parte de homens quanto de mulheres, desejo pelo marido/esposa do outro, homossexualismo, assassinato, perversões sexuais, e assim por diante. Ao mesmo tempo em que expõe seus personagens, em seus mínimos detalhes, o dramaturgo ironiza situações que seriam trágicas, utilizando-se do grotesco e da comicidade. Tragédias Cariocas I A falecida Perdoa-me por me traíres Os sete gatinhos Boca de ouro Tragédias Cariocas II O beijo no asfalto Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende Toda nudez será castigada A serpente Obras Teatrais de Nelson Rodrigues 7- Valsa nº 6 (1951) Drama, encenado em 06/06/1951, no Teatro Serrador, sob a direção de Henriette Morinau. Personagem - Sônia (menina assassinada) Sinopse - Sônia agoniza enquanto busca compreender o que aconteceu em sua vida. Em confusão, ela indaga quem é Sônia e, logo depois, lembra-se do Dr. Junqueira, que tentara examinar sua garganta. Ela sente muita vergonha disso. Cenas soltas aos poucos compõem uma memória incompleta. Ela recorda de Paulo, no início somente um nome, depois alguém de quem gostava, um homem casado e mais velho. No fim, é representada a sua morte ao piano, o assassino ninguém vê e nem ela mesmo sabe que está morta. Chopin - As 19 Valsas Piano Solo Chopin foi um pianista polaco radicado na França e compositor da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história. Frédéric François Chopin Também chamado Fryderyk Franciszek Chopin Żelazowa Wola, 1 de Março de 18101 — Paris, 17 de Outubro de 1849 Sua técnica refinada e sua elaboração harmônica vêm sendo comparadas historicamente com as de outros gênios da música, como Mozart e Beethoven, assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje. As Valsas Chopin foi um renovador que deu traços novos a gêneros já existentes, chegando, por vezes, a modificá-los. Os contemporâneos do autor não souberam encontrar nas valsas qualquer relação com as valsas de Strauss ou Schubert. Não se procuram, portanto, nestas peças, o caráter dançante. Todos os temas são possíveis nas íntimas e humaníssimas valsas desse músico, desde o amor, cantado na Valsa Nº 3 Op.70, dedicada a sua esposa Constancia, ou a Nº 1 Op. 69, (A do “Adeus”), até a ligeireza da Nº 1 Op.68 ou a melancolia da Nº2 Op.34. A valsa n.º 6 é a exploração da descoberta do amor e sua alegria frívola. Monólogo O monólogo é uma reflexão ou discurso, geralmente curto, que pode ser expresso em voz alta para si mesmo ou para um auditório que não intervirá, principalmente, porque quem realiza não deixará espaço para opiniões. O monólogo é um tipo de recurso utilizado pela maior parte dos gêneros literários, encontrados em contos, novelas, obras de teatro, entre outros. Monólogo No entanto, o monólogo pode consistir em uma conversa que um personagem realiza consigo mesmo ou com um ser inanimado, desprovido de razão, tais como um bicho de estimação, uma foto, uma imagem, entre outros. No monólogo, o personagem projeta suas emoções e pensamentos para fora de si mesmo. O famoso escritor William Shakespeare se destacou especialmente por incluir muitos monólogos em suas obras, por exemplo, em Hamlet, muito destacado aquele que começa com a famosa frase: “Ser ou não ser, eis a questão”. Monólogo E, na Literatura, conhece-se como monólogo a técnica narrativa que consiste em reproduzir em primeira pessoa os pensamentos de um personagem e como provém de sua consciência. Esta forma narrativa se caracteriza principalmente por apresentar uma sintaxe menos desenvolvida, por exemplo, omitindo verbos, conectores, interrupções repentinas ou repetições hesitantes, entre outras opções. Monólogo em Nelson Rodrigues por Sábato Magaldi Aboliu do monólogo as convenções tradicionais e injetando-lhe verdadeira ambição artística. Nelson tinha uma motivação, muito ponderável para isso: com um monólogo, de montagem pouco dispendiosa, estaria propiciando o lançamento como atriz de sua irmã Dulce Rodrigues. Para ele o monólogo não era apenas o momento de tomada de consciência da personagem, seu encontro consigo mesma. Em Valsa nº 6, o monólogo é a peça. Monólogo em Nelson Rodrigues por Sábato Magaldi Em entrevista que concedeu, publicada no Diário Carioca de 6 de agosto de 1951 (dia seguinte à estreia) de Valsa n.º 6, Nelson contou como nasceu a ideia do monólogo: “Achei, sempre, que um dos problemas práticos do teatro é o do excesso de personagens. Entendo, no caso, por excesso, mais de uma. Pensei, por isso, há muito tempo, na possibilidade de tal simplificação e despojamento, que o espetáculo se concentrasse num único intérprete. Um intérprete múltiplo, síntese não só da parte humana como do próprio décor e dos outros valores da encenação. Uma pessoa individuada — substancialmente ela própria — e ao mesmo tempo uma cidade inteira, nos seus ambientes, sua feição psicológica e humana. Um ideal de pureza e teatralidade absolutas.” Monólogo em Nelson Rodrigues por Sábato Magaldi Quanto ao impulso criador dessa peça, originou-se da grande simpatia que ele teve em toda a vida pelo adolescente, como elemento e valor teatral: “A juventude, sobretudo na fronteira entre a meninice e a adolescência, é de integral tragicidade. Nunca uma criatura é tão trágica como nessa fase de transição.” Monólogo em Nelson Rodrigues por Sábato Magaldi Mas a simplicidade aparente de um monólogo é enganosa, pois resultou em uma peça dificílima de se pôr em prática. Sobre o título e a participação da música de Ch´pin, Nelson afirmou: “Diariamente eu lanchava na Alvadia. A partir de certo momento e durante cerca de uma semana, passei a sentir uma euforia completa, um inexplicável bem-estar físico. Surpreso, procurei explicar-me o fenômeno, até que seis ou sete dias depois descobri que a satisfação, a felicidade, cuja origem desconhecia, eram provocadas pela música de Chopin, fundo sonoro do filme À Noite Sonhamos, na ocasião exibido no Império. Creio ter nascido aí o desejo de transpor a experiência pessoal para o palco, atingir no teatro resultado semelhante: o espectador, sem saber como e por que, sentiria profunda tensão e prazer estéticus, mesmo sem compreender a peça, nos elementos de lucidez e consciência.” Monólogo em Nelson Rodrigues por Sábato Magaldi A preocupação com o envolvimento do público, independentemente do domínio racional do texto, justificava-se: Diz Nelson Rodrigues “Valsa n.º 6 é menos parecida com outro monólogo do que uma máquina de escrever com uma de costura. Coloquei uma morta em cena porque não vejo obrigação para que uma personagem seja viva. Para o efeito dramático, essa premissa não quer dizer nada.” Aí estava o nó da questão: uma morta em cena, monologando como se estivesse viva. No programa do espetáculo, levado às segundas-feiras, no Teatro Serrador do Rio, o dramaturgo informava: “Uma jovem de 15 anos, que já morreu, tenta lembrar-se do que aconteceu.” Ousei discordar da colocação de Nelson, menos por bizantinismo crítico do que por acreditar que a obra de arte muitas vezes escapa dos intentos expressos pelo autor, adquirindo uma independência que se liga muito mais aos seus motivos secretos, fora do plano consciente. Monólogo em Nelson Rodrigues por Sábato Magaldi Para Nelson, Sônia, a protagonista de Valsa n.º 6, surgia morta no palco, e não seria necessário invocar uma crença espiritualista para o crédito da experiência cênica. Mecanismos interiores devem ter agido para que o dramaturgo pretendesse impor uma concepção nada ortodoxa, evitando, ao mesmo tempo, parecer repetitivo. Porque, na verdade, o tempo real de Valsa n.0 6 é muito semelhante ao de Vestido de Noiva. Cria-se a trama dessa peça a partir do acidente, até a morte de Alaíde. Durante toda a ação, ela não sai do estado de choque. No monólogo, a ação se passa entre o golpe assassino sofrido por Sônia e a sua morte. A heroína também não sai do estado de choque e, no delírio, recompõe o mundo à volta. Aqui, a realidade se reduz à presença do piano branco em cena, e a protagonista vive os planos da alucinação e da memória. Coro Termo que provém do grego chorós, que, na Grécia antiga, designava um grupo de dançarinos e cantores usando máscaras que participavam ativamente nas festividades religiosas e nas representações teatrais. Na tragédia clássica, o coro é uma personagem coletiva que tem a missão de cantar partes significativas do drama. O coro era composto pelos narradores da história que, através de representação, canções e danças, relatavam as façanhas do personagem. Era o intermediário entre o ator e a plateia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de pronunciar também a conclusão da peça. De início, o texto do coro constituía a parte principal do drama, ao qual se interpolavam monólogos e diálogos. Com o desenvolvimento da tragédia, o coro fixou-se como uma parte secundária do texto dramática, geralmente reservada ao comentário público. Coro De início, o texto do coro constituía a parte principal do drama, ao qual se interpolavam monólogos e diálogos. Com o desenvolvimento da tragédia, o coro fixou-se como uma parte secundária do texto dramática, geralmente reservada ao comentário público. Com o desenvolvimento do drama, o coro perde a sua configuração e importância original, abandonando a representação de uma personagem coletiva. A parte coral pode então ser executada por um só cantor. Pelo seu carácter repetitivo, o coro aproxima-se da função do refrão. Coro A função original do coro da tragédia grega não se perde nesta concepção: ele funciona sempre como um espectador ideal que se responsabiliza pelo equilíbrio das emoções e pela moderação dos discursos. Na tragédia clássica, existe um elo de ligação muito forte entre o drama e o coro. De fato, crê-se que a tragédia tenha surgido em virtude das atuações quer líricas quer religiosas de um coro composto por dançarinos mascarados que cantavam. A Comédia Nova e a Comédia Antiga possuem muitas diferenças. Coro Ou seja, o coro tinha várias funções no teatro grego: é uma personagem da peça; fornece conselhos, exprime opiniões, coloca questões, e por vezes toma parte ativa na ação. Ao coro competia também criticar valores de ordem social e moral e, por outro lado, tinha ainda o papel de espectador ideal ou voz da opinião pública. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete Psiu! É do fundo escuro que vem, como um murmúrio, o pedido de silêncio. Os últimos alaridos do público se dissipam. Uma luz revela para a vida o único nome de mulher que restou entre os trêmulos dentes: Sônia! Um grito preso escapa de um corpo que aos poucos renasce para a tensão iminente, à espera daquela gota que faz o açude sangrar. São os primeiros movimentos de a Valsa nº 6, único monólogo escrito pelo dramaturgo fundador do moderno teatro brasileiro. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete As recomendações dramatúrgicas de Nelson Rodrigues, para a Valsa escrita sob medida às aspirações teatrais debutantes de sua irmã Dulce Rodrigues, encontram um ambiente altamente psicológico. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete A começar pelo próprio nome da personagem (que se origina a partir do russo Sonja, que por sua vez é uma variação diminutiva de Sofia. A raiz etimológica deste nome provém do termo grego sophia, que significa literalmente "sabedoria" ou "sabedoria divina".). Tal nome é indagado pela atriz numa busca que a revela sempre como o outro: às vezes menina, outras moça, outras mulher. Há incômodos: Quem é Sônia? O invasivo doutor (o assassino) doutor que examina as amígdalas de Sônia, constata o seu desequilíbrio mental e, aos acordes da Valsa executados pela menina, a confusão, os lampejos de lembranças, e o prenome Paulo - o homem casado com quem a adolescente de 15 anos se envolve em um caso de amor e ódio que obedece às variações ambíguas de seu humor. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete O piano branco é o único objeto que compõe o cenário na dramaturgia. A personagem vagueia em peripécias infantis, em suas andanças pelos labirintos da história. Por seu rosto passam os estados emocionais das fisionomias que compõem a personalidade fragmentada e delirante de Sônia, em suas memórias de fantasia e sonambulismo refletidas em seu toque ao piano. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete O ritmo da narrativa é intensificado pela trilha de sons desalentadores e intermitentes cuidadosamente preparados com diversos trechos da Valsa nº 6 de Chopin. A melodia alegre do compositor polonês ganha tons melancólicos. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete No moinho de mundos que A Valsa de Nelson Rodrigues apresenta ao público qualquer anseio a um suspiro de alívio é reduzido a pó. Não se procurem nela o desvendar de um crime ou o revelar do amor. Os risos contidos e as sobrancelhas perplexas na expressão da plateia são expressões sinceras no limiar entre flashes de entendimento e muros de ignorância às diferentes vibrações da personagem, que, no perigoso rito de passagem para o universo adulto. Sentir e deixar-se conduzir nessa Valsa é aprender, a cada respiração, o momento exato de dar o próximo passo. E, como um punhal de prata, de penetração macia e indolor, herdar um feixe de luz no sopro de uma palavra fugaz. Estrutura da peça: Ideias a partir do texto de Luís Osete A originalidade da Valsa está em restituir ao dramaturgo, que viveu entre os anos de 1912 e 1980, uma compreensão atual das pequenas delicadezas impressas no universo freudiano do subconsciente e inconsciente. É uma história contada através do corpo e da ilogicidade das falas e sua relação com a dinâmica cênico-espacial. É por isso que os versos desse poema dramático de Nelson se assentam em uma dinâmica cênico-corpo-espacial mais afeita aos impulsos libertários do autor do que às suas imperiosas indicações cênicas.