Apresentação Isabel Andrews

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A PESQUISA
ANTROPOLÓGICA
ISABEL MILANEZ OSTROWER
CONTEXTO HISTÓRICO
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Séc. XIX: Expansão da indústria e
consolidação da sociedade capitalista
Imperialismo: exploração de novas
colônias.
“Missão civilizadora”: conquista e
dominação exigiam justificativas que
ultrapassavam os interesses
econômicos.
Antropologia evolucionista
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Primeira corrente da Antropologia
Existe uma espécie humana idêntica, mas
que se desenvolve em ritmos desiguais.
As culturas passam por estágios evolutivos
e a civilização europeia seria o auge.
O que importa não é uma prática intensiva,
mas uma compreensão extensa de todas as
culturas.
Antropologia evolucionista
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Explicava as diferenças culturais entre os
grupos humanos como resultado de
diferentes níveis técnicos e econômicos e
não como consequência de predisposições
congênitas, como ditava o determinismo
biológico.
Legado do evolucionismo: antirracismo.
Século XX:
do gabinete ao campo
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O pesquisador deixa seu gabinete para
compartilhar a intimidade dos que devem
ser não só informantes, mas anfitriões que
recebem e ensinam.
As informações obtidas por intermediários
são substituídas pela compreensão por
dentro.
A antropologia se torna uma atividade ao ar
livre.
“Vivendo na aldeia, sem quaisquer responsabilidades
que não a de observar a vida nativa, o etnógrafo vê
costumes, cerimônias, transações etc., muitas e
muitas vezes; obtém exemplos de suas crenças tais
como os nativos realmente as vivem. Então, a carne
e o sangue da vida nativa real preenchem o
esqueleto vazio das construções abstratas. É por
esta razão que o etnógrafo, trabalhando em
condições como estas, é capaz de adicionar algo
essencial ao esboço simplificado da constituição
tribal.” (Malinowski, Os argonautas do Pacífico
Ocidental, 1922)
Boas e Malinowski
os pais fundadores da etnografia
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Boas: critica o evolucionismo e desenvolve
o “particularismo histórico”: cada cultura
segue seus próprios caminhos.
Um costume só tem significado se estiver
relacionado ao contexto social no qual se
inscreve.
Não se pode confiar em investigadores,
apenas “o mergulho na vida nativa” pode
dar conta de uma microssociedade.
Bronislaw Malinowski
(1884-1942)
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Foi o primeiro a conduzir cientificamente
uma experiência etnográfica.
Entre 1915 e 1918 desenvolveu pesquisas
na Ilhas Trobriand (Nova Guiné) procurando
compreender a mentalidade dos nativos.
Cada sociedade encontra soluções distintas
para as mesmas questões e isso deve ser
respeitado e valorizado.
Etnografia nas Ilhas Trobriand
Observação participante
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Longo processo de investigação e
convivência com o grupo estudado.
Substitui as informações superficiais e
questionários inadequados pelo estudo
sistemático das sociedades.
O investigador “mergulha” na vida nativa,
penetra na cultura, desvenda significados,
guiado por suas informações e não por
teorias externas à realidade estudada.
CADERNO DE CAMPO
REGISTRO FOTOGRÁFICO
REGISTRO VIDEOGRÁFICO
ENTREVISTA
Entrevistando
“Nas conversas informais e nas
entrevistas, o ‘nativo’ explica a sua
linguagem, justifica e tenta entender as
suas e as ações dos outros ‘nativos’ ou
mesmo revela segredos mantidos
velados a outros estranhos”.
(Alba Zaluar, 1986)
Princípios metodológicos
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A observação participante não é simples
coleta de dados, mas supõe uma relação
social
É preciso ficar atento a humores, silêncios,
disponibilidade e empatia.
Como não se trata de um trabalho de
investigação policial, vale sinceridade,
respeito, responsabilidade e transparência.
Princípios metodológicos
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Por mais que tente apreender “o ponto
de vista nativo”, o pesquisador é
diferente do grupo pesquisado.
Seu papel de pessoa de fora terá que
ser afirmado e reafirmado.
Não deve enganar os outros, nem a si
próprio.
Além de observador, ele está sempre
sendo observado.
Princípios metodológicos
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Um trabalho de campo se fez
geralmente com um intermediário que
abre as portas.
Este informante-chave passa a ser
colaborador da pesquisa.
Pode até influenciar nas interpretações
do pesquisador.
Princípios metodológicos
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É preciso observar, ouvir, ver, interagir
e fazer uso de todos os sentidos.
É preciso aprender quando perguntar e
quando não perguntar, assim como que
perguntas fazer na hora certa.
Às vezes, os dados podem vir ao
pesquisador sem que ele faça qualquer
esforço para obtê-los.
Princípios metodológicos
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Desenvolver rotina de trabalho.
Não se deve recuar em face de um
cotidiano que se mostra repetitivo.
Observar e anotar sistematicamente –
inclusive o que, a princípio, parece
banal e corriqueiro.
A presença constante contribui para
gerar confiança no grupo estudado.
Princípios metodológicos
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O pesquisador é “cobrado”, sendo
esperada uma “devolução” dos resultados
do seu trabalho.
“Para que serve esta pesquisa?” “Que
benefícios ela trará para o grupo?”
Ao antropólogo não interessa, a priori,
resolver os problemas das pessoas, mas
entender como as pessoas resolvem seus
problemas.
BOA TARDE
OBRIGADA
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