Cap. 01 - Crítica de arte

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Crítica de arte
Apresentando um objeto cultural.
Resenha
– Conceito
– Tipos de Resenha
– Importância
– Elaboração
– Movimentos Retóricos
– Conclusão
– Bibliografia Recomendada
– Bibliografia
Conceitos
• É uma síntese descritiva e crítica do conteúdo de uma
obra.
• Parece-se ao resumo crítico, contudo, é mais abrangente:
permite comentários e opiniões, inclui julgamento de
valor, comparações com outras obras da mesma área e
avaliação da relevância da obra com relação às outras do
mesmo gênero.
Tipos de crítica
• Uma críticapode ser puramente informativa, limitando-se
a expor o conteúdo do texto resenhado com a maior
objetividade possível. Nesse caso, confunde-se com o
resumo.
• A resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma
obra (resumo), acompanhada de uma avaliação crítica.
Importância da Resenha
• Na ótica da circulação dos textos, é uma forma de
apresentar à sociedade uma nova produção acadêmica;
• Na perspectiva do receptor, representa aos pesquisadores
e leitores em geral uma economia de tempo e dinheiro
em possíveis leituras desnecessárias;
Importância da Resenha
•Na ótica do produtor experiente, mostra o domínio que ele
tem do conteúdo (autoridade do saber). Na perpesctiva do
resenhista novato, é uma forma de apresentar-se como
participante do debate acadêmico.
•Imprescindível para desenvolver a mentalidade científica,
constituindo-se no primeiro passo para introduzir o
iniciante na pesquisa e na elaboração de trabalhos
monográficos.
Elaboração da crítica
A crítica requer, de quem a elabora, exigências tais
como:
– Competência de leitura;
– Capacidade de juízo crítico para distinguir
claramente o essencial do supérfluo.
– Conhecimento completo da obra;
Elaboração da Crítica
– Independência de juízo para ler, expor e julgar com
isenção de preconceitos, simpatias, ou antipatias
(imparcialidade ≠ objetiviade);
– Correção e urbanidade, respeitando sempre a pessoa
do autor e suas intenções ( a crítica é ao conteúdo do
texto);
– Fidelidade ao pensamento do autor.
Elaboração da Crítica
• Informa sobre um objeto cultural e orienta o leitor a
consumi-lo ou não;
• Descreve o objeto, avaliando seus aspectos mais
significativos;
• Apresenta verbos predominantemente no presente do
indicativo;
• Apresenta linguagem impessoal;
• A linguagem varia de acordo com o público a que o texto
é destinado.
Elaboração da Crítica
– De que trata o objeto?
– De que modo o assunto é abordado?
– E com que objetivos?
– A quem se dirige? O receptor irá achá-lo útil?
– Quem o escreveu?
– Tem o objeto alguma característica especial?
– Que conhecimentos prévios são exigidos para
entendê-lo?
Elaboração da Crítica
– O tratamento dado ao tema é compreensivo?
– O objeto foi mostrado de modo interessante e
agradável?
– As ilustrações foram bem escolhidas?
– O objeto foi bem organizado?
– Que resulta da comparação dessa obra com outras
similares (caso existam) e com outros trabalhos do
mesmo autor/ diretor?
Movimentos Retóricos da Crítica
• Movimento retórico 1: apresentação e avaliação
inicial do objeto.
• Movimento retórico 2: descrição e avaliação do
objeto (comparação com outras obras do autor/
diretor ou de outros especialistas).
• Movimento retórico 3: recomendação final sobre
o objeto.
Movimentos Retóricos da
Crítica
MR1: apresentação e avaliação inicial do objeto.
•
•
•
•
•
•
Define-se o assunto ou tema do livro e/ou
Explicita-se a abordagem utilizada e/ou
Registram-se seus objetivos e/ou
Delimitando leitores potenciais da publicação e/ou
Fornecem-se informações sobre o autor e/ou
Apresenta-se uma avaliação inicial.
Movimentos Retóricos da
Crítica
MR2: Descrição e avaliação de partes do livro.
• Descreve-se a organização geral do livro e/ou
• Especifica-se o assunto de cada parte e/ou
• Avaliam-se partes específicas do livro
Movimentos Retóricos da
Crítica
MR3: recomendação final sobre o livro
• Recomenda-se o objeto ou
• Recomenda-se o objeto com restrições ou
• Desaconselha-se o objeto.
Conclusão
• A crítica possui grande importância no meio científico,
como
contribuinte
no
desenvolvimento
do
conhecimento. Uma vez que compila informações sobre
bibliografias publicadas emitindo um juízo de valor. O
que vem a auxiliar na escolha da leitura.
• Um dos fatores mais importantes e indispensáveis na
elaboração de uma resenha vem a ser a ética profissional
do crítico.
Exemplo
A história de O Alienista, que se passa no séc. XlX, retrata a
burguesia hipócrita da época, o autor se vale do personagem magnífico
— Dr. Simão Bacamarte — médico que irá desenvolver suas teorias a
respeito do tratamento da loucura, conhecimento adquirido em sua
estadia na Europa.
A ironia de Machado de Assis é notória, quando mostra a hipocrisia
do ser humano que só pensa em seu próprio prestígio.
Dr. Simão Bacamarte, casado com uma apática senhora, consegue da
Câmara de Vereadores de Itaguaí verba para fundar a “Casa de Orates”,
ou “Casa Verde”, um hospício onde o sinistro e empertigado médico
resolve estudar os limites entre a razão e a loucura, convencendo as
autoridades e a população de que estudar este mal era tendência na
Europa. Fica então a cidade à revelia deste homem que resolve, por sua
conta e risco, julgar quais eram os loucos da cidade e quais os sãos.
Vai internando, um a um, os verdadeiramente doentes que até
então eram tratados e cuidados em casa pelos familiares. Aos poucos
Simão Bacamarte, num surto surpreendente, resolve que os honestos
e os justos eram também loucos. Chega ao ponto de internar quase
toda a cidade. Na medida em que vai analisando suas teorias, vai
alterando o tratamento dispensado aos pacientes.
Mas a cidade já está desconfiada do médico insano, assim, a
reação não tarda e uma revolução armada irá contestar o médico que,
acuado, toma resolução inusitada, surpreendente.
Aqui, em O Alienista, o leitor se diverte, ri a valer, mas percebe a
irônica crítica de Machado de Assis à sociedade burguesa daquela
época. Um livro gostoso de ler, uma surpresa a cada página,
personagens atípicos e crédulos da suposta superioridade européia na
medicina da loucura. Tremenda crítica à sociedade que o autor nunca
perdia oportunidade de mostrar patética e hipócrita.
Uma peça realmente fantástica, vale a pena ler.
Bibliografia Recomendada
ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos
de pós-graduação: noções práticas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 144p.
JOHANN, Jorge Renato (coord.). Introdução ao método científico:
conteúdo e forma do conhecimento. 2.ed. Canoas: Ed. ULBRA, 1997.
145p.
REY, Luís. Como redigir trabalhos científicos. São Paulo, Edgard
Blücher, Ed.da USP, 1972.
SÁ, Elisabeth Schneider de (Coord.)...[et.al.]. Manual de normalização de
trabalhos técnicos científicos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1994. 184p.
SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa
bibliográfica. 3 ed. Porto Alegre: Sulinas, 1973.
Bibliografia
CARVALHO, Gisele de. Resenhas acadêmicas: um guia rápido para escritores
de
primeira
viagem.
Disponível
em
http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/arquivo65.htm Acesso em: 07 nov.
2007.
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de
metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1985.
LAMEIRA, Leocadio J. Resenha. Disponível em: <http://wwwusr.inf.ufsm.br/~edklug/metodologiacientifica/art-ens-res.doc. Acesso em: 24
ago. 2004.
A crítica recensória [resenha crítica],
por sua função de recomendação, não
pode eximir-se, senão em casos de
excepcional vilania, de pronunciar um
juízo sobre aquilo que o texto diz.
Umberto Eco
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