ECONOMIA MONETÁRIA 1.3 - Sistemas Monetários Alternativos Historicamente, vários bens foram usados como moeda: gado, ouro, prata, papéis impressos pelo governo, depósitos à vista nos bancos comerciais etc. Alguns desses exerciam dupla função: eram considerados moeda e mercadoria. Outros exerciam apenas a função de moeda. Este fato distingue sistemas monetários alternativos denominados sistema de moeda mercadoria e sistema de moeda fiduciária. No primeiro caso, o que se considera como moeda é também mercadoria e no segundo caso o que se considera como moeda só tem valor de moeda. 1 ECONOMIA MONETÁRIA 1.3.1 – Sistema ou padrão de moeda mercadoria: o padrão ouro Historicamente, o ouro foi considerado a moeda mercadoria, dadas as suas características físicas e econômicas. O padrão monetário característico desta época denominava-se padrão ouro. No entanto, o manuseio e o transporte do ouro causavam certos inconvenientes e algo mais fácil passou a ser necessário, para superar estas barreiras. O papel moeda possui as qualidades desejadas. No início do processo de transição, o nome do papel moeda e sua equivalência com o ouro foram totalmente arbitrários. 2 ECONOMIA MONETÁRIA Sabe-se que o papel moeda, e não o ouro, que circula como meio de pagamento. Isto ocorre por dois motivos. Primeiro, há uma conversão fixa entre o ouro e o papel moeda. Segundo, o papel moeda é 100% lastreado em ouro, ou seja, para que haja emissão de papel moeda deve haver o equivalente em ouro. Este arranjo institucional possui vantagens e desvantagens. A grande vantagem é a estabilidade de preços. 3 ECONOMIA MONETÁRIA A grande desvantagem é a perda da política monetária como um importante instrumento de política econômica, pois o governo não teria flexibilidade para alterar a oferta monetária. 4 ECONOMIA MONETÁRIA 1.3.2 – Sistema ou padrão fiduciário Moeda fiduciária é uma moeda sem lastro e seu Valor advém de sua condição de moeda e não de sua condição de mercadoria (TEIXEIRA, p. 16, 2002). 5 ECONOMIA MONETÁRIA Historicamente, o papel moeda teve origem nas casas de compensação. Quando alguém ia fazer uma compra, ia às casas de compensação, resgatava seu depósito em ouro e realizava a transação. A pessoa que vendia a mercadoria recebia o ouro e o depositava nas casas de compensação. Aos poucos, o mercado foi facilitando as transações de modo que, ao fazer a compra, o agente transferia o recibo ou certificado de depósito para o credor da transação. Com o tempo, esses certificados passaram a circular livremente, dando origem ao papel moeda. Inicialmente, esses papéis eram 100% lastreados em ouro. 6 ECONOMIA MONETÁRIA “ Com a difusão e aceitação universal do papel moeda, tornou-se raro alguém procurar as casas de compensação ou, posteriormente, a casa da moeda ou o banco central para trocar os papéis pelo ouro. Normalmente, quem aceitava o papel moeda o fazia na certeza de poder usá-lo, sem restrições, na hora de efetuar os seus pagamentos. Isso, naturalmente, é bem diferente de aceitá-lo porque poderia trocá-lo por ouro” (TEIXEIRA, p. 17, 2002). 7 ECONOMIA MONETÁRIA Assim que se percebeu a nova característica do papel moeda, isto é, seu uso como decorrente de sua aceitação geral e não pela sua conversibilidade em ouro, foi possível resolver o problema da queda do nível de preços associada ao padrão ouro. Na verdade, o lastro poderia ser diminuído, mais papel moeda poderia ser emitido e, assim, mais bens e serviços poderiam ser ofertados (com a mesma quantidade de ouro). 8 ECONOMIA MONETÁRIA A redução do lastro em ouro ocorreu lentamente e logo se percebeu que o uso do papel moeda estava muito mais vinculado à sua aceitação do que à sua conversibilidade. O papel moeda, de aceitação geral em cada país, seria produzido a custo praticamente zero. “No caso da moeda brasileira, o lastro foi eliminado por ocasião da introdução do cruzeiro em 1º de novembro de 1942” (TEIXEIRA, p. 17, 2002). 9 ECONOMIA MONETÁRIA Mas, o sistema de moeda fiduciária trazia algumas desvantagens. Como não havia lastro, não havia também limites físicos para a expansão monetária e isto poderia significar desvalorização da moeda e, conseqüentemente, elevação do nível de preços (inflação). Teoricamente, este problema poderia ser solucionado. Se não há limite físico para a expansão monetária, poderia haver uma instituição responsável por zelar pela estabilidade da moeda – o banco central. 10 ECONOMIA MONETÁRIA Outra desvantagem do sistema fiduciário refere-se ao desemprego involuntário. Se a poupança for maior que o investimento, a demanda agregada reduzirá. 11