1 Conjuntura Econômica do Brasil de Dezembro de 2010 Profa. Anita Kon1 Último dado Dado Tend. Anterior PIB pm (1990=100) 2004 III. 10* 6,7 9,2 III 10** 0,5 1,8 Expectativas de mercado (% de 2010 7,61 7,61 crescimento anual) *** 2011 4,50 4,50 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Contas Nacionais Trimestrais. Taxa de crescimento em volume. http://www.ibge.gov.br. (*) Índice do ano/ìndice do ano anterior. (**) Variação em relação ao trimestre anterior. ***(Focus – Relatório de Mercado do Banco Central) No 3O trimestre do ano o Produto Interno Bruto brasileiro se elevou em apenas 0,5% mostrando a desaceleração do crescimento da economia do país no período. Esta desaceleração em relação ao segundo trimestre pode ser explicada pela queda da produção industrial, bem como pela desaceleração do investimento e redução de estoques. Em relação ao mesmo período de 2009, o crescimento foi de 6,8%, sustentado pelo forte crescimento do consumo no varejo nacional. O otimismo dos analistas em relação ao consumo interno também influencia as expectativas o longo prazo e o crescimento econômico brasileiro em 2011 será de 5%, considerando uma continuação da demanda doméstica em aceleração com a incorporação de parcelas das classes D e E à classe C. As expectativas para o último trimestre do ano Este cenário de demanda são de que a produção aumente mais do que a demanda.. Índice do Nível de Atividade (2002=100) Out .10* 3,3 6,7 Out. 10** 0,5 -0,4 Fonte: Banco Central de Brasil, Indicadores de Conjuntura. Mensal. http://www.bcb.gov.br. Índice ano anterior. (**) Variação mensal. (*) Índice do ano/ O nível de atividade da indústria paulista cresceu 0,5% em outubro com ajuste sazonal e decresceu 0,1% sem o ajuste Na comparação com outubro de 2009 houve aumento de 3,3% e no acumulado de 2010, a atividade industrial no estado de São Paulo registrou alta de 11% e,de 10,8% nos últimos 12 meses. O maior destaque ficou com o setor de máquinas e equipamentos (0,3%), que teve crescimento de 0,3% com ajuste e caiu 1,1% sem ajuste. Em relação a outubro de 2009, o setor registrou aumento de 10,7% e de 28,5% no acumulado do ano. Estes resultados correspondem a uma recuperação diante de 2009, quando o Brasil mais sofreu os efeitos da crise internacional deflagrada em outubro de 2008. Existe uma preocupação com o aumento da velocidade das importações, que dificulta o crescimento da indústria doméstica. 1 Professora e pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Assistente de pesquisa Emmanuel Nakamura. 2 Out 10* 8,8 12,0 Out 10** 0,4 0,3 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Pesquisa Mensal de Comercio. http://www.ibge.gov.br. (*) Índice mesmo período do ano anterior. (**) Variação mensal Índice do Volume de Vendas (2003=100) Em outubro, o volume do comércio varejista do país registrou crescimento de 0,4% com ajuste sazonal, enquanto a receita nominal cresceu 1,3%. Estes resultados significam seis meses consecutivos de taxas positivas em volume de vendas e de 10 meses em receita nominal. Sem ajuste sazonal, houve crescimento no volume de vendas de 8,8% em outubro, com relação ao mesmo período de 2009, de 11,1% no acumulado em 2010 e de 10,7% nos últimos 12 meses. Na série com ajuste sazonal, das 10 atividades pesquisadas cinco registraram variações positivas:: Veículos e motos, partes e peças (6,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%); Móveis e eletrodomésticos (2,3%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,7%); Tecidos, vestuário e calçados (1,4) e uma demonstrou estabilidade Material de construção (0,0%). Quatro dos setores tiveram variações negativas; Combustíveis e lubrificantes (- 0,2%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,0%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,0%). Out 10* 2,1 6,6 Out.10 0,4 0,1 ** Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) / Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física. http://www.ibge.gov.br. Média ponderada das expectativas a curto prazo de renda, desemprego, inflação e intenção de compra, no mês posterior à pesquisa. (*) Índice do ano/ Índice do ano anterior (**) Variação no mês. Indice de Produção Industrial (2002=100) Em outubro de 2010, a produção física industrial cresceu 0,4% livre de influências sazonais e em relação a outubro de 2009, houve avanço de 2,1%, mostrando desaceleração do ritmo de alta frente aos resultados anteriores. Por sua vez, o acumulado nos primeiros 10 meses do ano ficou em 11,8%, mesmo índice da taxa anualizada acumulada nos últimos 12 meses, que manteve a trajetória de crescimento iniciada em outubro d e 2009 e alcançou a taxa mais elevada da série histórica. Entre as categorias de uso, no mês, apenas bens de consumo duráveis registrou alta (2,8%), após ter recuado (–1,0%) em setembro. As demais categorias apresentaram quedas: os bens intermediários e bens de consumo semi e não duráveis tiveram de (–0,1%) e bens de capital de (–0,2%). Segundo o IBGE, nos últimos três meses, bens de capital e bens intermediários acumularam, respectivamente, perdas de 2,8% e de 1,6%, enquanto os bens de consumo semi e não duráveis foi o único a ter registrado alta (1,5%) no mês anterior. 3 Índice Nacional de Expectativas do Consumidor – Geral (**Trimestral) e Mensal (***) Set.10 (**) 2,5 4,0 Nov10(***) -1,3 2,0 Fonte: Federação do Comércio SP e CNI. Trimestral . (*) Índice. Média ponderada das expectativas a CP de renda, desemprego, inflação e intenção de compras no mês posterior à pesquisa. A partir de 2010 o índice passou a ser calculado mensalmente. (**) Índice do ano/ Índice do ano anterior. (***) Variação em relação ao mês anterior. O INEC caiu 0,8% em setembro, na comparação com o mês anterior, embora o indicador tenha registrado 118,3 pontos, o que corresponde a 9 pontos acima da média histórica e 2,5 pontos acima do apurado em setembro de 2009. Em novembro o Inec recuou 1,3% A CNI (Confederação Nacional da Indústria), instituição que mede o índice salientou que o recuo devese às perspectivas do consumidor com relação à inflação, ao desemprego e ao endividamento. Mesmo com a queda, no entanto, o índice permanece elevado, ficando 13% acima da média histórica. Dos indicadores que compõem o índice, três apresentaram aumento na comparação com outubro: as expectativas de renda pessoal (2,9%), situação financeira (0,3%) e compras de bens de maior valor (0,6%), enquanto que diminuiu a confiança nos indicadores relacionados ao emprego (-1,6%) e inflação (-8,5%). O otimismo quanto ao endividamento também decresceu (4%), o que significa que mais pessoas esperam se endividar. Índice de Confiança do Empresário Industrial – Geral – Trimestral (ICEI) Global * Nov.10 62,0 62,8 ▼ Condições atuais Nov.10 55,9 56,8 ▼ Nov.10 65,1 65,9 ▼ Expectativa Fonte: Federação do Comércio SP e CNI. Mensal. (*) O indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam confiança do empresário. O ICEI caiu em Novembro pela terceira vez consecutiva e chega a 62 pontos, correspondendo a 0,8 ponto menor do que o registrado no mês anterior, porém o índice continua acima da média histórica de 59,6. em relação a janeiro, quando o índice registrou o recorde da série com 68,7 pontos, o indicador acumula queda de 6,7 pontos. Segundo a CNI , (Confederação Nacional da Indústria), instituição que mede o índice, os empresários da construção civil (com 63,5 pontos) e da indústria extrativa (com 64,1 pontos) estão mais confiantes do que os da indústria de transformação, cujo indicador registrou 60,6 pontos e recuou 1,4 ponto sobre outubro. Embora o índice de expectativa para os próximos seis meses, tenha caído de 65,9 para 65,1 pontos, ainda demonstra que os empresários permanecem otimistas em relação às condições futuras da economia. Índice Nacional de Preços do Consumidor 4 Ampliado – IPCA (Dezembro de 1993=100) Nov.10 3175,88 3149,74 Variação no mês Nov.10 0,83 0,75 Variação 3 meses Nov.10 2,04 1,24 Variação semestral Nov.10 2,09 1,69 Variação no ano Nov.10 5,25 4,38 Nov.10 5,63 5,20 Variação 12 meses Expectativas de mercado (Focus – 2010 5,85 5,84 Relatório de Mercado do Banco 2011 5,21 5,21 Central) (No ano %) Fonte: Instituto Brasileño de Geografía y Estadística/ Sistema Nacional de Índice de Precios al Consumidor. Mensal. http://www.ibge.gov.br/. A variação mensal do IPCA de 0,83% em novembro é a maior desde abril de 2005, pressionada pelos alimentos, com alta em novembro de 2,22%, explicando 0,51%l da inflação, sendo a carne (10%) o item que mais subiu, e também pelos Serviços. O IPCA de novembro pode ter vindo abaixo das expectativas de mercado, porém mesmo assim mostra aceleração da inflação no final de 2010. Os aumentos nas taxas de inflação estão ocorrendo em diversos grupos de preços, com destaque para Alimentação e Serviços cuja variação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 7,38%. Os núcleos do IPCA se aceleraram em novembro e já ficaram de 5,6% no acumulado em 12 meses. As expectativas são de que o aumento crescente de preços deverá permanecer no começo de 2011 Taxa de desocupação (30 dias) - % Nova metodologia. Variação mês anterior ▼ Out.10 6,1 6,2 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/ Pesquisa Mensal de Emprego. A taxa de desocupação ficou estatisticamente estável em relação a setembro (6,2%) e caiu 1,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A população desocupada (1,4 milhão de pessoas) ficou estável em relação a setembro assim como a população ocupada (22,3 milhões) e o número de trabalhadores com carteira assinada (10,3 milhões) cresceu 1,0% no mês e 11,1% no ano. A média de janeiro a outubro da taxa de desocupação, foi estimada em 7,0%, registrando decréscimo de 1,3% em comparação com igual período do ano passado (8,3%). As expectativas são de que nos próximos meses a taxa de3 desocupação terá nova queda, em virtude das festas de fim de ano que estimulam a demanda temporária por trabalhadores. 5 Saldo da Balança Comercial (Milhões de US$). Nov. 10 * 312,00 Nov. 10 ** 14.939,20 1.854,00 23.116,00 (***) Fonte: Departamento Econômico do Banco Central do Brasil (DEPEC). http://www.bcb.gov.br (*) Mensal. (**) Acumulado no ano. (***) Acumulado no mesmo período do ano anterior. O saldo do comércio exterior do país no mês de novembro baixou para apenas US$ 312 milhões, o menor do ano, tendo em vista que as importações brasileiras cresceram mais que o esperado pelo governo. Embora em termos absolutos o maior aumento nos importados tenha sido de matérias-primas e máquinas e equipamentos industriais, estimulado pelo crescimento da produção doméstica, o maior volume proporcionalmente, ocorreu nas importações de combustíveis (76%) e nas de bens de consumo durável, como automóveis, eletrodomésticos e móveis, que aumentaram em média 53% em relação a novembro de 2009. As exportações também cresceram e o Ministério do Desenvolvimento aumentou pela quarta vez a previsão de resultado para exportações em 2010, de US$ 190 bilhões para US$ 198 bilhões, que se deve principalmente às vendas de produtos básicos, como minério de ferro, milho, carnes e soja. Reservas Internacionais Nov.10 285.461 284.930 (milhões de US$) Fonte: Departamento de Reservas de Operações Internacionais do Banco Central de Brasil (DEPIN). *Conceito de liquidez. http://www.bcb.gov.br As reservas internacionais brasileiras cresceram US$ 9,7 bilhões em novembro em relação ao estoque apurado no mês anterior, somando US$ 284,9 bilhões. O Banco Central registrou que no mês, a autoridade monetária comprou liquidamente US$ 7,6 bilhões no mercado interno de câmbio à vista e ocorreu ingresso de US$ 655 milhões da reabertura do bônus Global BRL28. A receita com a remuneração das reservas foi de US$ 404 milhões e as demais operações externas, relativas principalmente a variações de preços e de paridades, contribuíram em US$ 1,1 bilhão para a elevação do estoque.