Hipertensão arterial

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Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
TERESA MESQUITA
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Epidemiologia
 Definição e regulação da pressão arterial
 Definição de hipertensão arterial
 Etiologia
 Hipertensão e risco cardiovascular
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL
Suécia
38%
Canadá
27%
Alemanha
55%
Inglaterra
42%
EUA
28%
~30%
Espanha
47%
Itália
38%
>1 bilião de indivíduos
>7 milhões de mortes/ano
WHO Report 2004; Wolf-Maier K et al. Hypertension 2004.
RISCO DE DESENVOLVER HTA (INÍCIO AOS 65 ANOS DE IDADE)
Risco de Hipertensão (%)
Risco residual de vir a desenvolver hipertensão arterial entre
indivíduos com pressão arterial <140/90 mm Hg
100
80
Homens
Mulheres
60
40
20
0
0
2
4
6
8
10 12 14 16
18 20
Anos
Vasan RS, et al. JAMA. 2002; 287:1003-1010.
CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Canadá
16-17%
Escócia
18%
Suécia
6%
Filnândia
21%
Alemanha
8-23%
Inglaterra
6-10%
EUA
27-29%
Françe
27%
Espanha
5-16%
PA<140/90
35-64 anos
Itália
9-23%
Grande número de doentes não tratados e não controlados
WHO Report 2004; Wolf-Maier K et al. Hypertension 2004.
BENEFÍCIOS DE REDUZIR A PRESSÃO ARTERIAL
Redução Percentual Média
Incidência de AVC
35 – 40%
Enfarte do Miocárdio
20 – 25%
Insuficiência Cardíaca
50%
Na HTA de Grau 1, na presença de outros factores de risco
cardiovascular, uma redução mantida de 12 mm Hg da PAS ao
longo de 10 anos irá prevenir 1 morte por cada 11 doentes
tratados
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Epidemiologia da Hipertensão
 Definição e regulação da pressão arterial
 Definição de hipertensão arterial
 Etiologia
 Hipertensão e risco cardiovascular
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
O QUE É A PRESSÃO ARTERIAL ?
Força exercida sobre as paredes das artérias pelo
sangue circulante
O QUE É A PRESSÃO ARTERIAL ?
• Pressão Arterial Sistólica (PAS)
Pressão exercida pelo sangue no vaso sanguíneo
durante a contracção ventricular
• Pressão Arterial Diastólica (PAD)
Pressão exercida pelo sangue no vaso sanguíneo
durante o relaxamento ventricular
• Medida em mm Hg
VARIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
• Ritmo circadiano
•
•
•
•
Aumenta com o esforço
Aumenta com a idade
Homens > Mulheres
Variações com a posição corporal
decúbito < sentado < ortostatismo
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Pressão Arterial
Regulação
Imediata
Regulação
Tardia
Regulação
Nervosa
Regulação Humoral
• Sistema Simpático
• Sistema Parasimpático
• Hormonas
REGULAÇÃO NERVOSA DA PRESSÃO ARTERIAL
PA 
PA 
Regulação Nervosa
Baroreceptores localizados
nas carótidas
Estimulação
Simpática
Estimulação
Parassimpática
PA 
PA 
REGULAÇÃO NERVOSA DA PRESSÃO ARTERIAL
Sistema Simpático (Adrenalina)
Órgão
Coração
Vasos
Receptores
Efeitos
1
 Frequência Cardíaca
 Volume Sistólico
 Excitabilidade
 Condução
1 >> 2
Vasoconstrição
Rins
1
 Renina
Pulmões
2
Broncodilatação
REGULAÇÃO NERVOSA DA PRESSÃO ARTERIAL
Sistema Parassimpático (Acetilcolina)
Órgão
Coração
Receptores
Efeitos
Colinérgicos
 Frequência Cardíaca
 Volume Sistólico
 Excitabilidade
 Condução
Vasos

Rins

Pulmões
Colinérgicos
Broncoconstrição
REGULAÇÃO HUMORAL DA PRESSÃO ARTERIAL
PA 
PA 
Regulação Humoral
Angiotensina II (Plasma e Tecidos)
Aldosterona (Córtex Suprarenal)
Adrenalina (Medula Suprarenal)
Hormona Antidiurética (Hipófise)
PA 
Bradiquinina (Plasma
e Tecidos)
PA 
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HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Epidemiologia da Hipertensão
 Definição e regulação da pressão arterial
 Definição de hipertensão arterial
 Etiologia
 Hipertensão e risco cardiovascular
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
ETIOLOGIA DA HTA - PRIMÁRIA
• Mais frequente (80-90% dos casos)
• Associada a
– Factores genéticos
– Factores ambientais
•
•
•
•
Obesidade
Alcoolismo
Ingestão de sal
Stress
– Mecanismos Humorais
– Resistência à Insulina
ETIOLOGIA DA HTA - SECUNDÁRIA
• HTA Secundária < 5-10 % dos casos de HTA
• Doença parenquimatosa renal
• HTA renovascular:
• 75% aterosclerótica
• 25% displasia fibromuscular
•
•
•
•
•
Feocromocitoma
Aldosteronismo primário
Síndrome de Cushing
Coartação da aorta
HTA induzida por fármacos
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HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Epidemiologia da Hipertensão
 Definição e regulação da pressão arterial
 Definição de hipertensão arterial
 Etiologia
 Hipertensão e risco cardiovascular
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
DEFINIÇÃO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL
Pressão Arterial
Sistólica
Diastólica
Óptima
< 120
< 80
Normal
120 – 129
80 – 84
Normal Elevada
130 – 139
85 – 89
Hipertensão Grau I (Ligeira)
140 – 159
90 – 99
Hipertensão Grau II (Moderada)
160 – 179
100 – 109
Hipertensão Grau III (Grave)
≥ 180
≥ 110
Hipertensão Sistólica Isolada
≥ 140
< 90
1. Caso as pressões sistólica e diastólica caiam em diferentes categorias, deve ser considerada a mais grave.
2. A HTA sistólica isolada pode ser também classificada nos graus I, II e III de acordo com a pressão sistólica
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
DEFINIÇÃO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL
“Hypertension should be defined in terms of a blood
pressure level above which investigation and treatment
do more good than harm”
A definição numérica de HTA deve ser
flexível e adaptada ao risco cardiovascular
de cada doente
Evans JG, Rose G. Hypertension. Br Med Bull 1971;278:37-42
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Epidemiologia da Hipertensão
 Definição e regulação da pressão arterial
 Definição de hipertensão arterial
 Etiologia
 Hipertensão e risco cardiovascular
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO
Normal
Normal Elevada
Grau I
Grau II
Grau III
PAS 120-129
PAD 80-84
PAS 130-139
PAD 85-89
PAS 140-159
PAD 90-99
PAS 160-179
PAD 100-109
PAS ≥ 180
PAD ≥ 110
Risco igual
à média
Risco igual
à média
Risco adicional
baixo
Risco adicional
moderado
Risco adicional
elevado
1-2 Factores de
Risco
Risco adicional
baixo
Risco adicional
baixo
Risco adicional
moderado
Risco adicional
moderado
Risco adicional
muito elevado
≥ 3 FR ou
Diabetes ou
LOA
Risco adicional
moderado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
muito elevado
Condições
clínicas
associadas
Risco adicional
elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Sem Factores
de Risco (FR)
LOA = Lesão de órgãos alvo
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
FACTORES DE RISCO
• Níveis de pressão arterial Sistólica e Diastólica
• Idade (♂ > 55 anos, ♀ > 65 anos)
• Hábitos tabágicos
• Dislipidemia
Colesterol total > 250 mg/dl
Colesterol LDL > 155 mg/dl
Colesterol HDL < 40 mg/dl (♂) ou < 48 mg/dl (♀)
• História familiar de doença cardiovascular prematura ♂ < 55 anos
♀ < 65 anos
• Obesidade abdominal – Circunferência abdominal
♂ ≥ 102 cm
♀ ≥ 88 cm
• Proteína C Reactiva ≥ 1 mg/dl
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
LESÃO DOS ÓRGÃOS ALVO
• Hipertrofia ventricular esquerda
ECG – critérios Sokolow-Lyon (S V1 + R V5-6 > 38 mm)
Ecocardiograma
• Espessamento da íntima ou presença de placas ateroscleróticas
nas carótidas (Eco-Doppler)
• Fundoscopia com hemorragia, exsudados na retina e edema da
papila
• Cérebro – AVC lacunar
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
LESÃO DOS ÓRGÃOS ALVO
• Aumento ligeiro da creatinina
♂ 1.3 – 1.5 mg/dl
♀ 1.2 – 1.4 mg/dl
• Microalbuminúria
30-300 mg/24h
Rácio Albumina/Creatinina
♂ ≥ 2.5 mg/mmol
♀ ≥ 3.5 mg/mmol
• Hiperuricémia
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS
• Doença Cerebrovascular
AVC isquémico
Hemorragia cerebral
Acidente isquémico transitório
• Doença Cardíaca
Enfarte do miocárdio
Angina
Revascularização coronária
Insuficiência cardíaca
• Doença Renal
Nefropatia diabética
Insuficiência renal (Creatinina ♂ > 1.5 mg/dl, ♀ > 1.4 mg/dl)
Proteinúria > 300 mg/24 h
• Doença vascular periférica
• Retinopatia avançada (hemorragia ou exsudados, edema papilar)
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO – EXEMPLO
♀, 68 anos
PA 145/85 mm Hg
Colesterol LDL 180 mg/dl,
Normal
Normal Elevada
Grau I
Grau II
Grau III
PAS 120-129
PAD 80-84
PAS 130-139
PAD 85-89
PAS 140-159
PAD 90-99
PAS 160-179
PAD 100-109
PAS ≥ 180
PAD ≥ 110
Risco igual
à média
Risco igual
à média
Risco adicional
baixo
Risco adicional
moderado
Risco adicional
elevado
1-2 Factores de
Risco
Risco adicional
baixo
Risco adicional
baixo
Risco adicional
moderado
Risco adicional
moderado
Risco adicional
muito elevado
≥ 3 FR ou
Diabetes ou
LOA
Risco adicional
moderado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
muito elevado
Condições
clínicas
associadas
Risco adicional
elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Sem Factores
de Risco (FR)
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO – EXEMPLO
♂, 55 anos
PA 160/95 mm Hg
Diabetes Mellitus, Doença Vascular Periférica
Normal
Normal Elevada
Grau I
Grau II
Grau III
PAS 120-129
PAD 80-84
PAS 130-139
PAD 85-89
PAS 140-159
PAD 90-99
PAS 160-179
PAD 100-109
PAS ≥ 180
PAD ≥ 110
Risco igual
à média
Risco igual
à média
Risco adicional
baixo
Risco adicional
moderado
Risco adicional
elevado
1-2 Factores de
Risco
Risco adicional
baixo
Risco adicional
baixo
Risco adicional
moderado
Risco adicional
moderado
Risco adicional
muito elevado
≥ 3 FR ou
Diabetes ou
LOA
Risco adicional
moderado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
elevado
Risco adicional
muito elevado
Condições
clínicas
associadas
Risco adicional
elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Risco adicional
muito elevado
Sem Factores
de Risco (FR)
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Medição da pressão arterial
 História pessoal e familiar
 Exame objectivo
 Exames complementares de diagnóstico
 Abordagem Terapêutica
OBJECTIVOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DA HTA
• Estabelecer os níveis de pressão arterial
• Identificar causas secundárias de hipertensão
• Avaliar o risco cardiovascular global:
 Factores de risco
 Avaliar a presença de lesão dos órgãos alvo
 Avaliar a presença de doenças concomitantes
OBJECTIVOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DA HTA
• Estabelecer os níveis de pressão arterial
• Identificar causas secundárias de hipertensão
Medições
repetidas
da PA
• Avaliar o risco cardiovascular global:
 Factores de risco
 Avaliar a presença de lesão dos órgãos alvo
 Avaliar a presença de doenças concomitantes
História clínica
Exames complementares de diagnóstico
MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
• O diagnóstico de HTA deve basear-se em várias medições,
realizadas em ocasiões separadas.
• Formas de medição
– Na Consulta (médico ou enfermeiro)
– Em Ambulatório, pelo doente
– Monitorização Ambulatória 24h (MAPA)
MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL - CONSULTA
• Antes da medição da PA, o doente deve estar sentado alguns
minutos numa sala calma.
• Efectuar pelo menos 2 medições, espaçadas de 1-2 minutos
(medições adicionais se as duas primeiras forem muito diferentes)
• A braçadeira padrão (12-13 cm de largura e 35 cm de comprimento) pode
ser utilizada na maioria dos casos (mas devem existir modelos maiores e
menores, para doentes obesos ou muito magros).
• Colocar o insuflador ao nível do coração do doente.
MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL - CONSULTA
• Utilizar os sons I e V (aparecimento e desaparecimento) de Korotkoff
para identificar a PAS e PAD
• Na primeira visita, medir a PA em ambos os braços (possíveis
diferenças por doença arterial periférica)
• Medir PA após 1 e 5 minutos de ortostatismo em doentes idosos,
diabéticos (para exclusão de hipotensão ortostática)
MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL - CONSULTA
• Insuflador ao nível do
coração do doente
• Se o diâmetro do braço
for > 33 cm deve ser
utilizada uma braçadeira
maior
• O estetoscópio deve ser
colocado sobre a artéria
braquial (e não por baixo
da braçadeira)
• Doente relaxado
• Braço apoiado
• Retirar vestuário que
“garrote” o braço
•
•
•
•
A coluna de mercúrio deve estar na posição vertical
Insuflar até eliminar o puslo. Desinsuflar 2 a 3 mm por segundo
O primeiros som audível constitui a pressão arterial sistólica
O último som audível constitui a pressão arterial diastólica
MEDIÇÃO AMBULATÓRIA DA PA – MAPA
• Permite avaliar evolução da pressão arterial ao longo de 24 horas
• Útil para:
– Esclarecer “hipertensão da bata branca”
– Avaliar o efeito terapêutico dos fármacos
– Esclarecer discrepâncias marcadas entre as medições
ambulatórias (efectuadas pelo doente) e na consulta ou variações
importantes nas medições efectuadas na consulta
• Correlação comprovada com lesão dos
órgãos alvo (melhor do que as medições
no consultório)
MEDIÇÃO AMBULATÓRIA – DOENTE
• Permite:
– Avaliar a PA “na vida real” (≈ MAPA)
– Excluir “efeito da bata branca”
– Aumentar a adesão ao tratamento dos doentes
• Desaconselhada se:
– Provoca ansiedade ao doente
– Leva o doente a medicar-se por iniciativa própria ou a alterar
a prescrição médica.
MEDIÇÃO AMBULATÓRIA – DOENTE
• Recomendar apenas a utilização de aparelhos validados:
– Desaconselhados aparelhos
de medição no pulso
– Aparelhos semi-automáticos mais
práticos e com menor risco de erros
na medição
MEDIÇÃO AMBULATÓRIA – DOENTE
• Recomendar que as medições sejam efectuadas:
– Após alguns minutos de repouso
– Na posição de sentado
• Explicar que existem variações normais durante o dia da PA (e que
portanto as medições não serão sempre iguais)
• Evitar pedir demasiadas medições
• Obter algumas medições antes das tomas de medicamentos (para
avaliar duração do tratamento)
• Explicar necessidade de registo das medições
DIFERENÇAS NA MEDIÇÃO DA PA
Limites de Pressão Arterial (mm Hg) sugestivos de
HTA para os diferentes métodos de medição
Pressão Arterial
Sistólica
Pressão Arterial
Diastólica
Consulta
140
90
MAPA
125
80
Casa (auto-medição)
135
85
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Medição da pressão arterial
 História pessoal e familiar
 Exame objectivo
 Exames complementares de diagnóstico
 Abordagem Terapêutica
AVALIAÇÃO DA HTA – HISTÓRIA CLÍNICA
A história pessoal e familiar deve incluir as seguintes informações:
• Duração da HTA e níveis prévios de PA
• Sintomas sugestivos de causas secundárias de HTA:
• História familiar de doença renal (rim poliquístico)
• Doenças renais, infecções das vias urinárias, hematúria,
abuso de analgésicos (doença renal parenquimatosa)
• Fármacos: contraceptivos orais, gotas nasais, cocaína,
anfetaminas, esteróides, AINEs, eritropoietina, ciclosporina)
• Episódios de suor, cefaleias, ansiedade, palpitações
(feocromocitoma)
• Episódios de fraqueza muscular e tetania (aldosteronismo)
AVALIAÇÃO DA HTA – HISTÓRIA CLÍNICA
A história pessoal e familiar deve incluir as seguintes informações:
• Factores de risco cardiovascular:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
História pessoal e familiar de Hipertensão arterial
História pessoal e familiar de Doenças Cardiovasculares
História pessoal e familiar de Dislipidemia
História pessoal e familiar de Diabetes
Hábitos tabágicos
Hábitos alimentares
Obesidade
Actividade física
Personalidade
AVALIAÇÃO DA HTA – HISTÓRIA CLÍNICA
A história pessoal e familiar deve incluir as seguintes informações:
• Sintomas de lesão de órgãos:
• SNC e olhos: cefaleias, vertigens, redução da acuidade visual,
deficits motores ou sensitivos, acidentes isquémicos
transitórios.
• Coração: angina, dispneia, ortopneia, edemas dos membros
inferiores, dispneia paroxística nocturna, palpitações
• Rins: sede, poliúria, noctúria, hematúria
• Artérias periféricas: extremidades frias, claudicação
intermitente
• Terapêutica anti-hipertensiva prévia
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Medição da pressão arterial
 História pessoal e familiar
 Exame objectivo
 Exames complementares de diagnóstico
 Abordagem Terapêutica
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAME OBJECTIVO
Sinais sugestivos de Hipertensão Secundária:
• Morfotipos sugestivos (D. Cushing)
• Sinais cutâneos de neurofibromatose (Feocromocitoma)
• Palpação de rins de dimensões aumentadas (Rins poliquísticos)
• Auscultação de sopros abdominais (Renovascular/ Coartação aorta)
• Redução e atraso dos pulsos femurais (coartação aorta)
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAME OBJECTIVO
Sinais sugestivos de Lesão de Órgãos Alvo:
• SNC: sopros carotídeos, deficits motores ou sensitivos
• Retina: alterações na fundoscopia
• Coração: localização e características do choque da ponta,
alterações do ritmo e galope ventricular (auscultação
cardíaca), fervores crepitantes (auscultação pulmonar),
edemas dos membros inferiores
• Artérias periféricas: ausência, redução ou assimetria dos
pulsos, extremidades frias, lesões isquémicas da pele
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAME OBJECTIVO
Retinopatia grau 2
Cruzamentos arterio-venosos
(seta amarela)
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAME OBJECTIVO
Retinopatia grau 3
Hemorragias em forma de chama
(seta amarela)
Exsudados algodonosos
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAME OBJECTIVO
Retinopatia grau 4
Edema da papila (seta amarela)
Exsudado (seta branca)
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HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Medição da pressão arterial
 História pessoal e familiar
 Exame objectivo
 Exames complementares de diagnóstico
 Abordagem Terapêutica
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAMES DIAGNÓSTICOS
Exames de Rotina:
•
•
•
•
•
•
•
Glucose plasmática (em jejum)
Perfil lipídico (Colesterol total, HDL e Trigliceridos)
Ácido úrico
Função renal (creatinina, ureia)
Ionograma
Hemograma
Urina II
• Electrocardiograma 12 derivações
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAMES DIAGNÓSTICOS
Outros exames recomendados:
• Ecocardiograma (avaliação função VE e hipertrofia VE)
• Eco-Doppler das carótidas (e membros inferiores)
• Proteína C Reactiva
• Prova de Tolerância Oral à Glicose (se Glicemia > 110
mg/dl)
• Microalbuminúria (essencial nos diabéticos)
• Proteinúria quantitativa (se Urina II positiva)
• Fundoscopia (na HTA grave)
AVALIAÇÃO DA HTA – EXAMES DIAGNÓSTICOS
Avaliação mais avançada:
• HTA complicada: avaliação de lesão de órgãos alvo
• HTA secundária:
• Medição da renina, aldosterona, corticoisteroides,
catecolaminas
• Ecografia renal e das supra-renais
• Arteriografia renal
• TC abdominal
• RMN cerebral
• …
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HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
 Objectivos da Terapêutica
 Alterações do estilo de vida
 Terapêutica farmacológica
 Terapêutica em situações especiais
TERAPÊUTICA DA HTA – OBJECTIVOS
Reduzir o risco cardiovascular, através da redução da pressão
arterial para valores alvo específicos:
• Para atingir este objectivo são habitualmente necessárias
alterações no estilo de vida e mais do que uma classe
farmacológica
• O alvo da PAS é habitualmente mais difícil de atingir. No
entanto, o controlo da PAS é tão ou mais importante do
que controlar a PAD.
TERAPÊUTICA DA HTA – OBJECTIVOS
Valores alvo para o tratamento da HTA
Alvo de PAS e PAD
(mm Hg)
Hipertensão Sistólica Isolada
<140
Hipertensão Sistólica/Diastólica
• PA Sistólica
• PA Diastólica
<140
<90
Diabetes
• Sistólica
• Diastólica
<130
<80
Doença renal crónica
• Sistólica
• Diastólica
<130
<80
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HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
 Objectivos da Terapêutica
 Alterações do estilo de vida
 Terapêutica farmacológica
 Terapêutica em situações especiais
ALTERAÇÕES DO ESTILO DE VIDA
Recomendações para:
– Prevenção da HTA em doentes normotensos
– Tratamento da HTA
1. Restrição do consumo de sal (< 2300 mg/dia)
2. Dieta saudável
•
•
•
•
Rica em frutos frescos e vegetais
Rica em fibras
Rica em cereais integrais e proteínas de fontes vegetais
Pobre em gorduras saturadas e colesterol
ALTERAÇÕES DO ESTILO DE VIDA
Recomendações para:
– Prevenção da HTA em doentes normotensos
– Tratamento da HTA
3. Actividade física regular (30-60 minutos de actividade cardiorespiratória
de intensidade moderada, 4-7 dias/semana)
4. Restrição do consumo de álcool
•
•
•
≤ 2 bebidas padrão/dia e
♂< 14 bebidas/semana
♀ < 9 bebidas/semana
5. Ambiente livre de tabaco
ALTERAÇÕES DO ESTILO DE VIDA
Recomendações para:
– Prevenção da HTA em doentes normotensos
– Tratamento da HTA
6. Atingir e manter peso ideal (IMC 18.5-24.9 kg/m2)
7. Perda de peso nos obeso (IMC > 25 kg/m2)
8. Perímetro abdominal
•
•
♂< 102 cm
♀ < 88 cm
IMPACTO DAS ALTERAÇÕES DO ESTILO DE VIDA
Impacto sobre a Pressão Arterial Sistólica e Diastólica
Intervenção
Quantidade
PAS/PAD
1.8 g ou 78 mmol/d
-5.1 / -2.7
Perda de Peso
por kg perdido
-1.1 / -0.9
Consumo álcool
- 3.6 bebidas/dia
-3.9 / -2.4
Exercício aeróbio
120-150 min/semana
-4.9 / -3.7
Hipertensos
Normontensos
-11.4 / -5.5
-3.6 / -1.8
Reduzir sal
Padrão de dieta
Applying the 2005 Canadian Hypertension Education Program recommendations: 3. Lifestyle modifications to
prevent and treat hypertension Padwal R. et al. CMAJ ・ SEPT. 27, 2005; 173 (7) 749-751
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
 Objectivos da Terapêutica
 Alterações do estilo de vida
 Terapêutica farmacológica
 Terapêutica em situações especiais
TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA HTA
A decisão de iniciar terapêutica farmacológica depende:
• Do risco cardiovascular global
• Dos valores de Pressão Arterial Sistólica e Diastólica
QUANDO INICIAR TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
PA Normal Elevada
PAS 130-139 ou PAD 85-89 mmHg
(várias medições)
Avaliar outros factores de risco (lesão órgãos alvo, diabetes,
condições clínicas associadas)
Iniciar medidas para correcção do estilo de vida e correcção
de outros factores de risco
Estratificar o risco
Muito Elevado
Elevado
Moderado
Baixo
Iniciar
Terapêutica
Iniciar
Terapêutica
Monitorizar PA

ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
QUANDO INICIAR TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
HTA Grau 1 ou 2
PAS 140-179 ou PAD 90-109 mmHg
(várias medições)
Avaliar outros factores de risco (lesão orgãos alvo, diabetes,
condições clínicas associadas)
Iniciar medidas para correcção do estilo de vida e correcção
de outros factores de risco
Estratificar o risco
Muito Elevado
Elevado
Moderado
Baixo
Iniciar
Terapêutica
Iniciar
Terapêutica
Monitorizar PA
3 meses
Monitorizar PA
3-12 meses
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
QUANDO INICIAR TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
HTA Grau 1 ou 2
PAS 140-179 ou PAD 90-109 mmHg
(várias medições)
Muito Elevado
Elevado
Moderado
Baixo
Iniciar
Terapêutica
Iniciar
Terapêutica
Monitorizar PA
3 meses
Monitorizar PA
3-12 meses
Iniciar terapêutica se
PA ≥ 140/90 mm Hg
Considerar início de
terapêutica se
PAS ≥ 140-159 mm Hg
PAD ≥ 90-99 mm Hg
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
QUANDO INICIAR TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
HTA Grau 3
PAS ≥ 180 ou PAD ≥ 110 mmHg
(várias medições em poucos dias)
Iniciar terapêutica de
imediato
Avaliar outros factores de risco (lesão orgãos alvo, diabetes,
condições clínicas associadas)
Associar medidas para correcção do estilo de vida e
correcção de outros factores de risco
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
CLASSES DE ANTI-HIPERTENSORES
Fármacos de acção
central
-Bloqueantes
Antagonistas Ca2+
Diuréticos
Inibdores ECA
ARA II
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA
Com que fármaco começar o tratamento da Hipertensão ?
2003
Guidelines da SEC/SEH (Europa)
European Society of Hypertension – European Society of
Cardiology guidelines for the management of arterial hypertension
2003
Guidelines do NHI – NHLBI (Estados Unidos)
VII Report of the Joint National Committee on Prevention,
Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure
2006
Guidelines do NICE (Reino Unido)
Managment of hypertension in adults in primary care – National
Institute for Health and Clinical Excellence
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA – Guidelines Europeias
De acordo com:
• Nível de PA
• Lesão órgãos alvo e factores de risco
Escolher entre
2 fármacos em dose
reduzida
1 fármaco em dose
reduzida
Se a PA não for atingida
O mesmo fármaco
em dose máxima
Outro fármaco em
dose reduzida
Os mesmos em
doses máximas
Acrescentar 3º
fármaco
Se a PA não for atingida
Associação de 2
ou 3 fármacos
Monoterapia em
dose máxima
Associação de 3 fármacos
em doses eficazes
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA – Guidelines Europeias
Que fármaco ?
• Os principais benefícios da terapêutica anti-hipertensiva são
devidos à redução da PA per se.
• Os fármacos não são iguais em termos de eventos
adversos
• Todas as principais classes farmacológicas (diuréticos,
beta-bloqueantes, ACC, iECA, ARA II) são adequados para o
início e manutenção da terapêutica.
• A maioria dos doentes necessitará de mais de uma classe
farmacológica
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA – Guidelines Europeias
Que fármaco ?
• Entre os factores que podem influenciar a escolha da
terapêutica farmacológica, contam-se:
 Experiência prévia do doente com fármacos anti-hipertensores
 Custo dos fármacos
 Perfil de risco, presença de lesão dos órgãos alvo, doença
cardiovascular ou renal ou diabetes
 Preferência do doente
ESH/ESC Guidelines on the management of arterial hypertension 2003
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA – Guidelines EUA
Modificação do Estilo de Vida
Alvo de PA não atingido (<140/90 mm Hg)
(<130/80 mm Hg para os diabéticos ou doença renal crónica)
Início de Terapêutica Farmacológica
Sem indicações
específicas
Com indicações
específicas
Hipertensão Grau 1
Hipertensão Grau 2
Fármacos para as Indicações
(PAS 140–159 ou PAD 90–99
mmHg)
Diurético Tiazidico para a maioria.
A considerar iECA, ARAII, -Bloq,
ACC ou associações
(PAS >160 ou PAD >100 mm Hg)
Associação de 2 fármacos para a
maioria (Tiazida + iECA, ou ARAII, ou
-Bloq ou ACC)
Outros anti-hipertensores (diureticos,
iECA, ARA II, -Bloq, ACC)
de acordo com o necessário.
Alvo de PA não atingido
Optimizar as doses ou adicionar novos fármacos até
atingir a PA alvo
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA – Guidelines Reino Unido
Passo 1
Passo 2
Passo 3
Idade < 55 anos
≥ 55 anos ou raça
negra (qualquer idade)
iECA
ACC ou Tiazida
iECA + ACC
ou
iECA + Tiazida
iECA + ACC + Tiazida
Associar:
Passo 4
•
•
•
Mais Diurético ou
Alfa-Bloqueante ou
Beta-bloqueante
BHS IV, 2004 and Update of the NICE Hypertension Guideline, 2006, www.nice.org.uk/CG034NICEguideline
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 Introdução
 Avaliação Diagnóstica
 Abordagem Terapêutica
 Objectivos da Terapêutica
 Alterações do estilo de vida
 Terapêutica farmacológica
 Terapêutica em situações especiais
TERAPÊUTICA – INDICAÇÕES ESPECÍFICAS
Classe
-Bloq.
iECA
ARA II
Indicações Formais
Indicações Possíveis
• Hipertrofia Benigna
da Próstata
Precauções
Contraindicações
• Hipotensão
postural
• Insuficiência
Cardíaca
• Incontinência
urinária
• ICC
• Disfunção VE, após
enfarte do miocárdio
• Doença CV
estabelecida
• Nefropatia diabética
tipo I
• Prevenção 2ª AVC
• Doença renal crónica
• Nefropatia diabética
tipo II
• Doença renal com
proteinúria
• Insuficiência renal
• Hipercaliemia
• Gravidez
• Doença
renovascular
• Intolerância aos
iECA
• Nefropatia diabética
tipo II
• HTA com HVE
• Disfunção VE após
EAM
• Intolerância a outros
fármacos
• Doença renal com
proteinúria
• ICC
• Insuficiência renal
• Doença arterial
periférica
• Gravidez
• Doença
renovascular
TERAPÊUTICA – INDICAÇÕES ESPECÍFICAS
Indicações Formais
Classe
-Bloq.
ACC
(Dihidrop)
ACC
(bradic)
Diuréticos
Tiazidas
Indicações
Possíveis
Contraindicações
Precauções
• Enfarte do miocárdio
• Angina
• Insuficiência cardíaca
-
• Insuficiência Cardíaca
• Doença Arterial Periférica
• Diabetes (excepto se dça
coronária)
• Asma
• DPOC
• Bloqueio AV
• Idosos
• HTA sistólica isolada
• Angina
-
-
• Angina
• Idosos
• Associação a betabloqueantes
• Bloqueio AV
• Insuficiência
cardíaca
•
•
•
•
-
-
• Gota
Idosos
HTA sistólica isolada
ICC
Prevenção
secundária AVC
TERAPÊUTICA – INDICAÇÕES ESPECÍFICAS
Fármaco Recomendado
Diuréticos -bloq iECA ARAII ACC
ICC

Após EAM








Diabetes






Prevenção 2ªAVC




Risco coronário  
Doença renal crónica
Antag.
Aldost.


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