A Independência das Américas

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A Independência das
Américas
As treze colônias inglesas e as colônias
espanholas
A Independência dos Estados
Unidos
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O processo de independência das 13
colônias inglesas foi desencadeado com
o fim da Guerra dos Sete Anos (17561763) entre Inglaterra e França.
Embora vitoriosa, a Inglaterra saiu da
guerra com sua economia abalada
devido às despesas militares.
Para se recuperar, a Inglaterra quis
apertar os laços da dominação colonial
que mantinha sobre as colônias
americanas.
A atitude inglesa provocou a reação da
elite colonial americana, que não
desejava perder a autonomia que
desfrutava. Acostumada com a
negligência britânica em relação às suas
colônias, a classe dominante americana
não aceitou a exploração colonial que
os ingleses quiseram impor.
O espírito de autonomia dos colonos
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O conflito de interesses entre colonos americanos e autoridades britânicas existiu
desde o início da colonização, ainda que de forma branda. As raízes desse conflito
encontram-se no próprio espírito pioneiro que caracterizou a colonização americana.
Fugindo de perseguições religiosas e de dificuldades econômicas, comunidades inteiras
de protestantes emigraram para o Novo Mundo sonhando construir na América uma
nova sociedade.
Assim, o projeto dessas comunidades pioneiras continha em si, necessariamente, a
ideia de uma sociedade independente e autônoma.
No decorrer da colonização, esse espírito foi crescendo, principalmente nas colônias da
região centro-norte.
A dominação inglesa
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Na tentativa de recuperar sua economia, a Inglaterra aprovou uma série de
leis que reforçavam a dominação colonial, o que desagradou a burguesia
americana. Entre essas leis destacam-se:
Lei do Açúcar (1764) – estabelecia a proibição da importação do rum
estrangeiro e cobrava taxas sobre a importação de açúcar que não viesse das
Antilhas britânicas.
Lei do Selo (1765) – cobrava uma taxa sobre os diferentes documentos
comerciais, sobre jornais, livros, anúncios etc.
Lei do Chá (1773) – concedia o monopólio da venda do chá à Companhia
das Índias Orientais. (Episódio da Boston Tea Party).
Leis Intoleráveis (1774) – essas leis determinavam o fechamento do porto
de Boston e autorizavam o governo colonial inglês a julgar e a punir
severamente todos os colonos envolvidos nos distúrbios políticos contra a
Inglaterra.
Primeiro Congresso da Filadélfia
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Com o objetivo de protestar contra
as Leis Intoleráveis foi realizado,
no dia 5 de setembro de 1774, uma
reunião
contando
com
a
participação
dos
principais
representantes das 13 colônias.
Nesse congresso elaborou-se um
documento de protesto, que foi
enviado ao governo inglês.
A Inglaterra, porém, não estava
disposta a fazer concessões. Assim,
o choque entre a burguesia colonial
e a Inglaterra tornou-se inevitável.
Guerra pela Independência
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Teve início com a Batalha de Lexington, em
19 de abril de 1775. Nesse dia, tropas
inglesas comandadas pelo general Gage
tentaram destruir um depósito de armas
controlado pelos rebeldes americanos. O
destacamento inglês encontrou severa
resistência das tropas coloniais semiimprovisadas.
Podemos
dividir
a
guerra
pela
independência norte-americana em duas
grandes etapas:
Primeira etapa (1775-1778) – período em
que os rebeldes norte-americanos lutaram,
praticamente, sozinhos contra as forças
inglesas.
Segunda etapa (1778-1781) – período em
que as tropas americanas contaram com
ajuda financeira e militar de países aliados
como Espanha, Holanda e França, sendo a
participação desta última decisiva para a
vitória das tropas americanas.
Representação da Batalha de Lexington por John Baker (1882)
Segundo Congresso da Filadélfia
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Em maio de 1775 realizou-se uma nova
reunião que conclamou os cidadãos às
armas e nomeou George Washington como
comandante das tropas americanas. No dia 4
de julho de 1776, surgiu a declaração oficial
da independência dos Estados Unidos, cujo
principal redator foi Thomas Jefferson.
A partir desse momento, a guerra
prolongou-se por sete anos de sangrentos
confrontos, que provocaram a morte de
cerca de 70 mil combatentes americanos.
No dia 19 de abril de 1781, o último
exército inglês foi derrotado em Yorktown.
Era o fim da guerra. Mas somente em 1783,
dois anos depois, é que a Inglaterra
reconheceu oficialmente a independências
das treze colônias americanas.
Declaração de Independência dos
Estados Unidos
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Foi inspirada nos ideais iluministas. Defendia a
liberdade individual e o respeito aos direitos
fundamentais do ser humano:
“Todos os homens são criados iguais e são dotados
pelo criador de certos direitos fundamentais, como
a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
Para assegurar tais direitos, são instituídos
governos entre os homens. O justo poder desses
governos deriva do consentimento dos governados.
Todas as vezes que qualquer forma de governo
torna-se destrutiva desses objetivos, é direito do
povo alterá-la ou abolí-la...”
A Constituição Americana
Significados da Independência
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No plano interno, a independência não significou a liberdade de todos os que
viviam nos Estados Unidos. A escravidão negra, por exemplo, foi mantida, e
sua abolição só ocorreria por meio da Guerra de Secessão (1861-1865).
No plano externo, os Estados Unidos sempre procuraram se apresentar como
defensores da democracia e da liberdade mundial. No entanto, foram
assumindo, na prática, uma política imperialista de dominação, que
representava a negação dos valores que defendiam.
Como primeira nação do continente americano a romper com a dependência
colonial, os Estados Unidos tornaram-se tão fortes que passaram a impor seus
interesses econômicos às demais nações. Agiram bloqueando o autêntico
processo de independência de outras nações, aprisionando-as à sua área de
influência político-econômica.
Independência das colônias
espanholas na América
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Até início do século
XIX, a Espanha detinha
um
vasto
império
colonial no continente
americano. A região sob
o domínio espanhol
dividia-se em quatro
grandes vice-reinos e
quatro capitanias:
Fatores que contribuíram para a
independência
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As contradições internas do sistema colonial
(Pacto Colonial e escravismo) e o avanço do
capitalismo industrial não permitiram que o
domínio espanhol sobre esta vasta região
ultrapassasse o século XIX. Entre os fatores que
contribuíram mais diretamente para a explosão
das lutas de independência nas colônias
espanholas destacam-se: a difusão do
liberalismo, a ambição das elites coloniais
(criollos), o domínio francês sobre a Espanha.
Lutas pela Independência
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A dominação colonial na região começou a ser contestada
de forma mais intensa no decorrer do século XVIII,
quando quase toda a América espanhola se transformou em
palco de sucessivas rebeliões. Na região do Vice-Reino do
Peru, por exemplo, eclodiram duas revoltas lideradas pelos
descendentes dos incas. Tanto a primeira, comandada por
Atahualpa, entre 1742 e 1756, quanto a segunda, chefiada
por Tupac Amaru, em 1780, tinham o objetivo de restaurar
o antigo Império Inca.
Ao longo desse período, vieram à tona muitas outras
revoltas, que de modo geral visavam reduzir ou abolir os
impostos, sem no entanto pretender a separação da
Espanha.
Primeiros Movimentos
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Os primeiros movimentos efetivos de independência na
América espanhola ocorreram, em 1806, na região da
atual Venezuela. Liderada por Francisco Miranda, que
lutou na revolução americana e nos exércitos
napoleônicos, a tentativa, apoiada por ingleses e norteamericanos, acabou derrotada pelas forças espanholas.
Em 1810, seria a vez do México, onde o padre Miguel
Hidalgo liderou uma revolta popular. Fracassado o
movimento, Hidalgo foi preso e executado no ano
seguinte. As lutas pela independência continuariam até
1815, quando os revoltosos foram vencidos. Apenas na
década de 1820 o México conquistaria sua autonomia.
Haiti
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A primeira colônia a se tornar independente na América, depois
das colônias inglesas, foi o Haiti, e constitui um caso raro pelo
fato de o movimento ter sido conduzido por descendentes de
escravos africanos.
Correspondendo à metade francesa da ilha de São Domingos (a
outra metade pertencia à Espanha), o Haiti tinha sido colonizado
pela França, com base na produção de açúcar. Os escravos de
origem africana compunham 90% da população da ilha. As lutas
contra os colonizadores começaram em 1791 e logo a população
negra encontrou seu líder no ex-escravo Toussaint L`Overture
foi preso e enviado para a França, onde morreu em 1803. no ano
seguinte, a luta recomeçou e outro ex-escravo, Jean-Jacques
Dessalines, conseguiu proclamar a independência do Haiti.
Argentina, Paraguai e Uruguai
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À época da colonização espanhola, os atuais
Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia (parte)
formavam o Vice-Reino do Prata, cuja capital
era Buenos Aires. No início do século XIX, a
região do Prata enfrentou um processo de
independência diferente dos demais países. Além
de lutar pela emancipação em relação à Coroa,
Argentina, Paraguai e Uruguai passaram a brigar
entre si para conquistar a hegemonia no
território.
As Províncias Unidas
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Em 1810, os criollos argentinos, querendo transformar
Buenos Aires no principal pólo administrativo e
econômico da região, organizaram um junta
governativa, pela qual o Vice-Reino do Prata deixava de
existir. Em seu lugar foram criadas as Províncias Unidas
do Rio da Prata, com sede em Buenos Aires, de onde
partiriam as ordens para toda a região.
O Paraguai não reconheceu a autoridade da junta
governativa e se rebelou. Liderada por José Gaspar
Francia, uma junta assumiu o poder, em 1811, na
cidade de Assunção e proclamou a independência do
país.
As Províncias Unidas
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Já no território do atual Uruguai, conhecido na época como
Banda Oriental, a luta pela emancipação foi inicialmente
conduzida por José Artigas. Em 1821, contudo, tropas lusobrasileiras invadiram a região, que foi anexada ao Reino de
Portugal, Brasil e Algarves com o nome de Província Cisplatina.
As lutas pela emancipação recomeçaram em 1825. Disputado
pelo Brasil e pela Argentina, a independência do Uruguai viria
apenas em 1828, graças à intermediação inglesa.
A Argentina, por sua vez, teve a independência declarada em
1816 no Congresso de Tucumã e passou a chamar-se República
das Províncias Unidas do Rio da Prata, nome posteriormente
mudado para República Argentina.
Bolívia, Peru, Chile, Venezuela,
Colômbia, Equador e Panamá
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Nos outros vice-reinos da América do Sul, as lutas se repetiriam
sob a liderança de vários militares e também políticos, que se
empenharam para promover a independência de todas as colônias
do continente.
Dois representantes da aristocracia criolla, o venezuelano Simón
Bolívar e o argentino José de San Martín, desempenharam
importante papel nesse processo.
Partindo de pontos diferentes, Bolívar (do norte) e San Martín (do
sul) levaram seus exércitos até o Vice-Reino do Peru (atuais Peru,
Chile e Bolívia (parte)), onde as principais forças espanholas
estavam concentradas.
San Martín e seu Exército dos Andes saíram da Argentina, em
1817, atravessaram a cordilheira e apoiaram os chilenos, liderados
por Bernardo O`Higgings, na luta contra os espanhóis. Em 1818, o
Chile proclamou sua independência, e O`Higgings assumiu o
governo do país.
Bolívia, Peru, Chile, Venezuela,
Colômbia, Equador e Panamá
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Do Chile, as forças de San Martín seguiram por terra e por mar
em direção ao Peru, contando com o almirante inglês lorde
Cochrane no comando da marinha chilena. A cidade de Lima foi
cercada e o vice-rei espanhol obrigado a bater em retirada. Em
1821, San Martín proclamava a independência do Peru.
Bolívar, por sua vez, se tornou o líder da libertação da GrãColombia, que reunia terras do Vice-Reino de Nova Granada e
da Capitania Geral da Venezuela. O processo de independência
completou-se em 1819.
Apesar dos esforços de Bolívar para manter a união da GrãColombia, ela acabou se dividindo em quatro países: Venezuela,
Equador, Colômbia e Panamá.
Bolívia, Peru, Chile, Venezuela,
Colômbia, Equador e Panamá
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Bolívar e San Martín se reuniram, em 25 de julho de 1822, no
Encontro de Guaiaquil (atual Equador). Porém, longe de
chegarem a um acordo quanto ao futuro político das regiões que
ambos ajudaram a libertar, ficou claro que havia profundas
divergências entre eles.
San Martín, federalista e defensor da ideia de uma América do
Sul composta de nações independentes, acreditava que os novos
países deveriam ser controlados por príncipes europeus,
convidados a assumir o governo.
Já Bolívar esperava que os novos países se organizassem numa
República, mantendo-se unidos numa grande federação sob um
governo único.
Bolívia, Peru, Chile, Venezuela,
Colômbia, Equador e Panamá
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Simón Bolívar
San Martín
As divergências levaram San
Martín a se afastar do
movimento
libertador.
Bolívar assumiu a liderança
isolada dos movimentos
emancipadores. Em julho de
1823, à frente de um grande
exército, ocupou a cidade de
Lima, ainda um forte reduto
espanhol. De lá enviou
tropas para derrotar os
espanhóis no território da
atual
Bolívia,
cuja
independência
foi
proclamada em 1825.
México
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Os primeiros esforços pela emancipação mexicana foram
considerados radicais pelos criollos. A partir de 1820, as lutas
seriam retomadas sob a liderança dos conservadores.
Em 1821, foi assinado o Plano de Iguala, que declarava o México
separado da Espanha, mas ainda reconhecia fidelidade ao rei
espanhol, Fernando VII. O controle do governo mexicano
coube ao general Agustín Itúrbide, leal servidor do rei da
Espanha. Dois anos depois, em 1823, como resultado de seu
discurso inflamado em defesa da diminuição do poder da Igreja e
dos proprietários de terras e contra a escravidão, Itúrbide ganhou
a confiança da população e proclamou-se imperador. Mas seu
reinado durou pouco: uma rebelião conduzida por criollos
liberais forçou Itúrbide a abdicar, e a República foi proclamada
em 1824.
Apoiadores do processo
emancipacionista
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Inglaterra – entre os países europeus, somente a
Inglaterra foi favorável às emancipações latinoamericanas, pois desenvolvia a industrialização e tinha
interesses em conquistar mercados nessa região.
Estados Unidos – no início do século XIX, revelaram
suas pretensões de ter o continente americano sob sua
influência política e econômica. Em 1823 lançaram a
Doutrina Monroe que proibia qualquer país europeu de
estabelecer colônias na América ou intervir em suas
questões internas. Seu lema era “a América para os
americanos”.
Significados da Independência
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Os países latino-americanos se tornaram
verdadeiramente independentes?
Substituição das antigas metrópoles;
Modelo econômico baseado na produção de
matérias-primas visando o mercado externo;
Governos conservadores e Caudilhismo;
Diferenças sociais.
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