1 Introdução No Brasil, não existem estatísticas precisas a respeito dos geradores e da quantidade de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) gerada diariamente. Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, (PNSB) realizada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-3), mostram que são coletadas diariamente 228.413 toneladas de resíduos no Brasil. Estima-se que 1% desses resíduos corresponda aos de serviços de saúde, 2.300 toneladas diárias, 74% dos municípios brasileiros depositam “lixo hospitalar” a céu aberto, 57% separam os dejetos nos hospitais, e apenas 14% das prefeituras tratam adequadamente os resíduos de serviços de saúde.1 A resolução 283 do CONAMA determina que caberá ao estabelecimento gerador, a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final.2 Devido ao crescimento significativo na incidência da Diabete Melitus (DM) as preocupações por parte dos governantes tem sido notória, há uma incansável busca, no sentido de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos evitando as complicações inerentes à patologia, haja vista, os altos custos relacionados à morbidade, imputada ao portador de DM. De acordo com dados do censo brasileiro de 1988, a prevalência média de diabéticos na população urbana brasileira de 30 a 69 anos é de 7,6% e na mesma faixa, etária um percentual de 7,8% apresentava intolerância à glicose, de forma que entre portadores e pré-diabéticos somavam-se um percentual de 15,4%, em risco elevado de complicações cardiovasculares.3 Em 2003 utilizando a mesma metodologia do censo nacional de Diabetes a Dra. Maria Tereza Torquato juntamente com sua equipe realizou um estudo, que mostrou uma prevalência média de 12,1% em diabetes e um percentual de 7,7% em tolerância diminuída à glicose, fato que aumenta o percentual representativo para 19,8%. A diabete foi classificada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), em 1985 como prioridade nas ações de saúde pública em razão do alto índice de morbidade, foram então implantados programas educativos como a distribuição de insulina e seringas, na tentativa de melhorar a qualidade de vida.3 Enfermeiras ligadas à UNIPAR em 1999, realizaram estudos na cidade de Maringá no Estado do Paraná, demonstrando grande preocupação com o destino final dessas seringas, foi observado que se distribuía uma seringa para cada aplicação como preconiza a legislação da ANVISA (RDC 306) aplicou-se um formulário sobre o descarte caseiro das seringas de insulina, obtiveram como resultado que: 64% encapam a agulha, 17,6%, entortam a agulha e depois encapam, e 5,9% não encapa nem entorta a agulha apenas despreza no lixo, 11,8% depositam em recipientes de plástico como frascos de álcool, querosene, água sanitária ou outros. Um importante aspecto observado é que se percebeu o interesse da população em colaborar nas ações de saúde, o que é um indicador de que, quando existem ações de saúde efetivas e compromissadas com a saúde da população esta se propõe a participar cooperativamente. Foram então feito propostas de ações de intervenções inter-setoriais entre secretaria de Saúde e Secretaria do Meio Ambiente4 Em 1999 foram realizados estudos com 155 trabalhadores da coleta de lixo domiciliar e 31 da coleta de lixo hospitalar de uma companhia de limpeza Urbana do Rio de Janeiro, verificou-se uma prevalecia de 14,2% e 12,9% para trabalhadores de coletas domiciliar e hospitalar, verificou-se então, que não houve diferença estatisticamente significativa, o que pode ser um indicador da inexistência de diferenças entre os tipos de resíduos quanto à exposição ao vírus HBV5 Em São José dos Campos, em 2006, na Universidade Paulista (UNIP), foi realizado um estudo com trinta pacientes usuários de insulina em uma unidade de especialidade de saúde, aplicou-se, assim como nos estudos em Maringá, um formulário com dez perguntas, semi-abertas, inerentes à doença, ao descarte e à orientação recebida pelos pesquisados. Foi observado que o ensino fundamental incompleto predominou sobre o item escolaridade, e predomina a faixa etária acima de 50 anos, a maioria não reutiliza a agulha e seringa, porém uma parte da população ainda utiliza essa pratica, percebeu-se que a participação em grupos nas UBSs ainda é precária6 Obteve-se como resultado: 56% descartam inadequadamente, sendo que, 53% joga no lixo comum e 3% joga no vaso sanitário, o restante 44% devolve à UBS (Unidade Básica de Saúde), sendo 41 % acondicionados em garrafas PET com e sem a tampa (figura 1), e 3% em sacolas plásticas (figura 2). Figura 1: Exemplo do modelo de recipientes de devolução (garrafas pet) Figura 2: Exemplo do modelo de recipiente de devolução (sacola de supermercado) Figura 3: Protótipo do recipiente para o descarte de agulhas contaminadas (modelo proposto). A alta incidência do DM (Diabete Mellitus), a prevalência significativa do HBV, HCV e do HIV, mostra a necessidade de encontrar uma forma adequada para o descarte do material perfuro cortante gerado em domicílios. Não são raros os estudos que mostram uma freqüência preocupante na exposição a acidentes com materiais perfuro cortantes, por profissionais de saúde, classificados como “acidentes do trabalho.” Até 1994 dentre os casos de AIDS envolvendo profissionais de saúde a maioria ocorreu como resultado da manipulação inadequada de agulhas e instrumentos cortantes.7 Estudo realizado em Fortaleza no Ceará entre 1996 e 1998 demonstrou que relacionado aos procedimentos, o reencapamento da agulha é o de maior relevância entre os acidentes com perfuro cortantes, da unidade de saúde estudada, muito embora essa prática seja uma das mais discutidas entre as precauções padrão, que preconiza o descarte da agulha juntamente com a seringa em recipiente adequado, (constante da RDC 306 da ANVISA) e em treinamentos feitos pela instituição sobre biossegurança.8 O caderno de atenção básica de saúde de 2006 com base em bibliografia internacional considera segura a prática da reutilização limitada do conjunto agulha/seringa por até 8 aplicações, com orientações para que seja reencapada a agulha, e sobre seu acondicionamento em temperatura ambiente ou sob refrigeração (porta ou gaveta da geladeira)9 Quanto aos coletores de lixo urbano, no ano de 2000 foi estudado o teor da carga fisiológica de trabalhadores de uma empresa do Rio de Janeiro, com idade entre 19,7 e 63 anos, massa corporal entre 49,0 e 119,0 kg, estatura entre 160,0cm e 188,0cm, foram contabilizados, 2.212 horas aproximadamente, em tempo total de trabalho (TTT). Os resultados mostram a improbidade da legislação vigente no que diz respeito à classificação do trabalho, do ponto de vista fisiológico, sendo o fato da não incorporação das características individuais dos trabalhadores, responsável por levarem muitos desses indivíduos ao desgaste prematuro, alterando sua qualidade e quantidade de vida, e posterior sobrecarga ao sistema de saúde pública. 10 Em 2007 um novo estudo foi demonstrado que o trabalho dessa classe é excessivamente pesado. “Os dados destacam a necessidade de se desenvolver uma classificação apropriada do trabalho, a ser utilizada em pesquisas sobre saúde do trabalhador e para definir cargas máximas de horas de trabalho em relação à carga de trabalho fisiológica.” 11 Em 1997, pesquisadores estudaram o processo de trabalho e acidentes de trabalho em 29 trabalhadores entre 25 e 56 anos, relatou com maior freqüência a coleta de lixos residenciais, individuais ou coletivos, (latão e sacola) com 20,5%, e foi considerada por eles como atividade de risco pelo acondicionamento adequadamente, as conseqüências são descritas como cortes e/ou ferimentos, devido a presença de objeto perfuro cortante. Considerou-se como principal risco, a falta de treinamento, tornandoos impotente contra acidentes, doenças infecto-contagiosas e melhores condições de trabalho. Do total de acidentes 31,3% apontam para objeto cortante e 13,4% para objeto perfurante totalizando em 44,7% dos acidentes ocorridos.12 De acordo com os autores que estudaram as práticas preventivas e o conhecimento sobre a AIDS entre os coletores de lixo, trabalhadores de três (3) garagens de uma empresa do Rio de Janeiro, ao responder 500 formulários, e mais duas outras empresas com 25 formulários cada, acreditam que a AIDS só é inerente aos grupos de risco, e seu conhecimento é adquirido por meio de comunicação em massa13. Em 2001, foi estudado, aspectos de saúde coletiva e ocupacional associados à gestão dos resíduos sólidos municipais, de acordo com analise os dados demonstram que a exposição a acidentes com agulhas hipodérmicas e eventualmente a microorganismos patogênicos, pode haver a soro conversão para Hepatite B, HIV, entre outras doenças. Concluíram que o lançamento de resíduos sólidos ao meio ambiente de forma indiscriminada é prática rotineira, que a presença de resíduos sólidos municipais em áreas urbanas gera problemas estéticos e de saúde, onde as medidas de controle; dependem de informações e dados epidemiológicos, do desenvolvimento de capacitação técnica, tendo em vista questões ambientais e de saúde, e da conscientização ecológica da população sobre as conseqüências da disposição inadequada dos resíduos de sua responsabilidade. 14 Outro grupo de estudos em 2002 entrevistou mulheres residentes na periferia de Salvador, quanto à relação lixo doença as entrevistadas responderam que o lixo pode ser um problema, o qual pode atingir pessoas de ambos os sexos, diferentes faixas etárias, e, sobretudo as crianças. Chegando a um consenso de que o lixo é um problema de responsabilidade do poder público, ainda que também de âmbito individual e comunitário. Concluiu-se que entre outras afirmações “os moradores das áreas periféricas, já destituídas de muitos direitos de cidadania, são os mais prejudicados com a deficiência da coleta pública de lixo.”15 Figura:4 Coletores de lixo reciclável Figura5: Coletor de lixo em zonarural Fonte: Adalberto Leão Bredas (2007) O Centro de Prevenção e Controle de doenças (CDC), relata em suas recomendações para gerenciamento das exposições ocupacionais ao HBV, HCV e HIV, 56 casos documentados, e 138 possíveis de transmissão ocupacional do HIV nos Estados Unidos.16 O Center for Disease Control and Prevention, (CDC) em Atlanta (EUA), relata em 1995 ter obtido como resultados de exposições ocupacionais a fluidos orgânicos, sobretudo as exposições per cutâneas 1000 profissionais de saúde americanos contaminados com o HCV e estima-se que ocorram anualmente 1000 novos casos de HBV.17 Rutala e Mayhall em 1992 relatou não existir evidencia de contaminação por resíduos dos serviços de saúde no setor público ou privado nos EUA.23 Como principal fonte de risco á perfurações cutâneas, é apontado o descarte inadequado de material perfuro cortante, atingindo proporções de 66,7% entre os profissionais de enfermagem, e entre as demais categorias profissionais 81,2% . Portanto os dados sobre o descarte inadequado de materiais perfuro cortantes, sugerem riscos ocupacionais a diferentes grupos profissionais, ainda que não haja o contato direto com o paciente.18 .Em estudos sobre os riscos de acidentes com trabalhadores de enfermagem em 4 hospitais obteve-se como resultado a disparidade entre o número de encaminhamentos ao SE e o número de trabalhadores efetivamente atendidos, o que demonstra a existência de fator de impedimento à avaliação especializada pós exposição, cabe ressaltar ainda que o pequeno numero de notificações dos 4 hospitais estudados, no período de 12 meses, leva à hipótese de subnotificação19. Estima-se que 4% do total de casos de infecção pelo HBV estão sob o risco de ter sido contraída ocupacinalmente o que mostra ser o risco ocupacional á fluidos corpóreos, um importante modo de transmissão, sendo o principal fluido o sangue, uma vez que em um único episódio pode ocorrer a transmissão do HIV e HBV.20 Rutala e Mayhall em 1992 relatou não existir evidencia de contaminação por resíduos dos serviços de saúde no setor público ou privado nos EUA.23 Walli et al mostram que o tratamento prolongado com antiretroviral podem levar a resistência a insulina, o demonstra que todo portador de do HIV em tratamento é potencialmente um usuário de insulina.24 2 JUSTIFICATIVA Há uma impossibilidade de orientação, que possa contemplar a legislação vigente no que diz respeito ao descarte de materiais perfuro cortantes em domicilio, estando diretamente ligada à inexistência de um recipiente seguro e accessível. Usuários de insulina e outros medicamentos injetáveis em domicilio, são responsáveis por grande quantidade de resíduo perfuro cortante, colocando a enfermeira em situação de desconforto ao deparar com a obrigação de orientar um paciente cuja tratamento requeira aplicações hipodérmicas diárias. Esse resíduo coloca em risco de exposição a microrganismos patógenos, coletores de lixo urbano, e catadores de lixo para reciclagem, atividade em que é comum a presença de crianças, colocando suas vidas em risco por um simples acidente com agulha considerando a letalidade dos microorganismos veiculados pelo sangue, com grande probabilidade de estar presente nesse tipo de material. Não sendo bastante importante os riscos sociais advindo dessa lacuna na orientação ao cliente, têm aproximadamente 1,5 milhão de polímeros, metais pesados, e microorganismos patógenos, disponibilizados na natureza diariamente. Outro fator de magnitude soberana é o fato de o portador de HIV usuário de antiretroviral, devido á toxidade da droga, ser potencialmente usuário de insulina. Fatores como: crianças carentes que necessitam da convivência com o lixo, coletores de lixo, “descriminados e desprotegidos pela própria atividade laboral”, e a preservação do meio ambiente podem constituir justificativa suficiente para que se torne parte da legislação brasileira a distribuição gratuita de um recipiente seguro para o descarte do resíduo perfuro cortante gerado em domicilio. Razões estas que motivaram o projeto de um recipiente simples, seguro, de baixo custo e construído de maneira ecologicamente correta, a partir de PET reciclado, visando à preservação do meio ambiente. 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Este estudo teve como objetivo analisar trabalhos relativos a acidente com materiais perfuro cortantes em coletores de lixo urbano, em profissionais de saúde e identificar as causas mais freqüentes, verificar a legislação vigente, a maneira hoje utilizada para o descarte residencial e encontrar subsídios para medidas e intervenções. 3.2 Objetivo específico Identificar a existência da probabilidade de soro conversão através da exposição a fluidos corpóreos para o HBV, HCV e HIV Analisar a incidência de acidentes com materiais perfuro cortantes a partir da freqüência das causas Avaliar o conhecimento das populações estuda sobre os riscos de contaminação por doenças veiculadas pelo sangue por meio de acidente com materiais perfuro cortante Encontrar uma maneira segura, de fácil manuseio, baixo custo e ecologicamente correta para o descarte domiciliar e recapitação do resíduo perfuro cortante 4 MÉTODO A metodologia utilizada neste trabalho é de caráter descritiva, qualitativa e exploratória por atender da melhor forma aos objetivos propostos 21-22 O levantamento bibliográfico foi realizado a partir de pesquisas nas bases de dados Medline e Lilacs, websites pertinentes ao projeto proposto, acerca do descarte de materiais perfuro cortante em domicílio, dos coletores de lixo domestico e dos profissionais de saúde, e acidentados com materiais perfuro cortantes. Para o projeto do recipiente (anexo A) foi realizado um estudo sobre os materiais que melhor atendesse ás necessidades particulares do domicilio, como: Impermeabilidade, para que não coloquem em risco as populações residentes em moradias sensíveis á umidades como as utilizadas em áreas de populações carentes. Ser composta por uma trava de segurança para proteção de crianças, pois não tem a consciência formada quanto ao risco de contaminação. Ser de fácil manuseio, por ser essa população um percentual representativo com escolaridade de nível fundamental incompleto, Seguir o cumprimento das normas da ANVISA, Ter uma capacidade total compatível com a quantidade de materiais recebidas para no mínimo 30 dias, Constutir um kit contendo uma caixa e 30 lacres para uma dose diária e duas caixas e 60 lacres para uso de duas doses diárias, A matéria prima mais indicada embora não seja exatamente a de menor custo é a mais indicada ecologicamente, foi eleito para essa construção o PTE reciclado. Concluído esta fase do estudo foi construído um relatório técnico, descritivo e dado entrada no INPI. Foram recebidos apoios da PREFEITURA local, do SEBRAE e do CECOMPI. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode-se perceber, com clareza por meio da rica literatura que a legislação ha muito tenta adequar-se ás necessidades particulares do tema, porem, referente aos resíduos de serviços de saúde, ao mesmo tempo em que se criou uma resolução (CONAMA 283) delegando aos, as responsabilidades de sobre esse ato, até sua destinação final, para aqueles gerados em domicílios não é identificado o responsável, sendo o mais próximo ou mais provável a própria Federação, por caber a ela a distribuição gratuita dos materiais, os quais se tornarão resíduos, perfurantes, cortantes e contaminados dia após dia. Percebeu-se também por meio da legislação, (RDC 306) Resolução da diretoria colegiada que preconiza a disponibilização do conjunto agulha e seringa juntos sendo proibido seu reencape ao mesmo tempo em que é constante do caderno de saúde do ministério da saúde de 2006 baseado em literaturas internacionais a indicação da reutilização das agulhas de insulina por até 8 aplicações, a RDC 306, proíbe o reencape da agulha aos profissionais teoricamente com perfeita acuidade visual e sensibilidade tática de extremidades. Sabendo que o portador de DM reduz progressivamente a acuidade visual e sensibilidade tática, por outro lado com a reutilização sugerida pelo Ministério da Saúde o procedimento torna-se necessário. Apesar de o DM ser considerado pela OMS como prioridade nas ações de saúde para melhoria da qualidade de vida, não existe ações de controle sobre os materiais perfuro cortantes utilizados por essa população, a qual representa 1,5 milhões de usuários aproximadamente hoje no Brasil. Desde 1999 já encontramos relatos referentes às preocupações com descarte caseiro, a literatura mostra que mudou a legislação, porém não as práticas, pois em 2004 entra em vigor a RDC 306 e dois anos após, em 2006, em estudos realizados na Unip não se encontrou ações efetivas de saúde no tocante ao cumprimento dessa legislação. Foi verificado que os trabalhadores em empresas coletoras de lixo são expostos a riscos de acidentes com perfuro cortantes, e a carga de trabalho, é excessivamente pesada. Algumas empresas não têm horários específicos para refeição descumprindo a consolidação das leis do trabalho. A literatura mostra a prevalência significativa do HBV, HCV e do HIV por acidentes com materiais perfuro cortantes.”considerados acidentes do trabalho” apesar da letalidade. Quanto a conhecimento sobre contaminação das doenças veiculadas pelo sangue apesar de sua obrigatoriedade por parte das empresas, os funcionários relatam adquirir seu conhecimento por meio de comunicação em massa. Alguns autores relatam a contaminação por HBV, HCV, e HIV mesmo em paises ricos. O centro de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta 1995 (EUA) mostra uma incidência alarmante. Rutala e Mayhall em 1992 relataram não existir evidencia de contaminação por resíduos dos serviços de saúde. 6 CONCLUSÃO Conclui-se que a pesquisa atingiu seus objetivos uma vez que encontraram na literatura subsídios suficientes para comprovar a soro conversão para HBV, HCV, HIV a partir de um único episodio de exposição a fluidos corpóreos principalmente o sangue. Mostrou também que a incidência de acidentes com materiais perfuro cortantes em profissionais de saúde e em trabalhadores da coleta de lixo urbano são preocupantes, mostrou ainda o desconhecimento dos trabalhadores em empresas coletoras de lixo urbano e classes desprivilegiadas sobre o risco de contaminação de doenças veiculadas pelo sangue por meio de acidentes com materiais perfuro cortantes sobre tudo o risco da transmissão da AIDS. Por meio da pesquisa pode se demonstrar que é possível adotar uma maneira segura para a proteção da sociedade e a preservação do meio ambiente, focada na recaptação dos materiais utilizados em medicamentos injetáveis nos domicílios. Desta forma, sugere-se ás secretarias de saúde e ao ministério da saúde, um olhar cuidadoso para uma resolução definitiva desta polêmica, adotando como parte da legislação brasileira a distribuição de um recipiente seguro para armazenamento dos materiais por elas distribuídos gratuitamente, garantindo efetividade do projeto de recaptação, vinculado a entrega de novos materiais e medicamentos à devolução dos materiais utilizados anteriormente. Porem o sucesso deste projeto depende da divulgação em massa por meio dos canais de comunicação mais abrangentes, pois a população pertencente a classes sociais média e alta é igualmente atingida pela falta de opção para o descarte e orientação adequada para os mesmos, ainda que haja a proteção pessoal os materiais acabam por ser descartados em lixo comum colocando em risco aqueles que irão manuseá-los, de modo que a informação na mídia elevara a consciência social e ecológica fazendo que antes de descartar um material perigoso em lixo comum consiga pensar no risco imputado a outros. Referencias 1- GARCIA, Leila Posenato; ZANETTI-RAMOS, Betina Giehl. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão de biossegurança. Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, 2004 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2004000300011&lng=pt&nrm=iso>. 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