KEEGAN E A CULTURA DA GUERRA SOUZA, Paulo Giovani Correa de*; MONTEIRO, Ubirajara Soares; NETO, Marcello; MOTA, Fabrício da Silva; FILHO, Miguel Ângelo Melo Vieira da Cunha; VIEIRA, Airton Munhoz . Prof. Dra Loren Gill orientadora [email protected] Palavras Chave: Guerra, cultura, teoria militar. Introdução/Objetivos O presente trabalho pretende refletir sobre a interpretação do historiador inglês John Keegan que analise a guerra como sendo um fenômeno de expressão cultural, contrariando a teoria militar clássica representada pela obra Da Guerra de Clausewitz (SILVA, 2003 p.19) para o qual a guerra é colocada sobre uma lógica política bem como a continuação da política por outros meios (CLAUSEWITZ, 2003, p. 24). Esse debate tem fundamental importância para o entendimento da violência generalizada na sociedade atual, assim como os seus possíveis meios de solução. Metodologia Para alcançar o objetivo proposto de levantar novas possibilidades sobre a natureza da guerra pela ótica cultural, o primeiro passo deste estudo foi a adoção de uma pesquisa e levantamento bibliográfio referente ao tema em questão, em seguida, teve continuidade com a leitura, o fichamento e a análise dos textos principais e obras complementares. Posteriormente, foi colocado em discussão no grupo o amplo material levantado, chegando assim aos resultados e conclusões referentes ao tema. Resultados e Discussão Keegan traz para o debate a violência como uma interpretação antes negligenciada pela historiografia militar. Embora não se possa falar em uma originalidade quanto ao pensamento do homem ter uma pré-disposição para a ação violenta, pois Hobbes em 1651 já levantava essa hipótese filosófica (CANTO-SPERBER, 2007, p.708). O autor traz uma série de dados psicológicos, antropológicos e culturais que apontam na direção de que o confronto armado, assim como a forma como ele é efetivado, está ligado de alguma maneira com a cultura das sociedades beligerantes. Sobre a questão política na guerra, Keegan alerta que a grande falha na análise de Clausewitz está em não compreender as culturas envolvidas nas batalhas (2006, p. 29), entretanto, não a descarta completamente dos fatores que possam levar ao confronto bélico. Considerações Finais ou Conclusão O debate teórico militar está em destaque por muitas correntes historiográficas, pelo fato das constantes guerras pelo mundo. Segundo Bouthoul & Carrere (1974, p. 29), desde 1740 há registro de constantes conflitos embora variando quanto à sua localização, temporalidade, duração e forma, porém sem haver um único ano que se possa falar em paz em todo o planeta. Por esse motivo, a análise de Keegan tem relevo, para formular novos parâmetros de interpretação, tendo em vista que a lógica política está em questionamento como único meio de explicação para a origem das guerras. Referências Bibliográficas BOUTHOUL, Gaston & CARRERE, René. O Desafio da Guerra. Rio de Janeiro: Biblioteca do exército, 1974. CANTO-SPERBER, Monique (Org.). Dicionário de Ética e Filosofia Moral. São Leopoldo RS: Editora Unisinos, 2007. CLAUSEWITZ, Carl Von. Da Guerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. KEEGAN, John. Uma História da Guerra. São Paulo: Companhia da Letras, 2006. SILVA, Carlos Eduardo M. Viega da. A Transformação da Guerra na Passagem para o Século XXI. Um Estudo Sobre a Atualidade do Paradigma de Clausewitz. São Carlos SP. Dissertação (Mestrado em Ciência Social) Universidade Federal de São Carlos.