Assumindo papéis e responsabilidades-parte 1

Propaganda
ASSUMINDO PAPÉIS E RESPONSABILIDADES
(Parte 1/4)
Nas empresas há um conjunto de papéis atribuídos aos indivíduos que integram
sua equipe. Cada um desses papéis tem características próprias, exige
habilidades, conhecimentos e experiências diferentes, e pressupõe determinado
padrão de comportamento.
Quando se diz que o vendedor deve ter uma postura proativa, presume-se que
para bem desempenhar seu papel, não pode ficar esperando o cliente telefonar
para fazer reclamações ou para solicitar sua visita, que só tome conhecimento dos
atrasos das encomendas quando a produção avisar que não foi possível fabricar
os produtos no prazo. Ele deve tomar a iniciativa de toda as ações necessárias à
satisfação dos clientes e se antecipar aos problemas.
Quando a administração compartilha a tarefa empresarial entre as pessoas que
integram a organização, ela atribui a cada uma delas um grau de autonomia para
que execute a parte que lhe cabe e espera que assuma os papéis e
responsabilidades inerentes a suas tarefas. Na prática, porém, isto não ocorre
“naturalmente”. Além de integrar e de motivar as pessoas, é preciso incentivá-las a
assumir efetivamente seus papéis e suas responsabilidades, a usar a autonomia
que lhes é atribuída, e desenvolver um comportamento proativo na realização da
tarefa empresarial.
Os esforços de ativação nas empresas são baseados na relação entre pessoas e
dependem fundamentalmente da capacidade de umas em influenciar o
comportamento de outras para a realização das atividades requeridas à
consecução dos objetivos empresariais. A administração dispõe hoje de um
conjunto de instrumentos para influenciar o comportamento das pessoas no
sentido de conseguir que assumam seus papéis e responsabilidades e que ajam
de forma proativa na consecução dos objetivos empresariais. Vamos examinar os
principais e analisar como vêm sendo utilizados na prática das empresas
brasileiras.
Filosofia e visão de futuro
A identificação com as “causas” é um dos principais estímulos para mobilizar
pessoas. É ela que torna o trabalho prazeroso, que traz significado para o trabalho
como parte integrante e importante do projeto de vida das pessoas, sejam elas
empreendedores ou colaboradores, líderes ou liderados.
A Filosofia Empresarial e a Visão de Futuro são os principais instrumentos para
explicitar as 1lcausasll nas empresas. Por isso, são tratados aqui de forma
conjunta. Eles apenas são diferentes no horizonte de tempo. A Filosofia tem um
caráter permanente, enquanto a Visão de Futuro reflete posições que a empresa
vai definindo e atingindo ao longo de sua história.
No Brasil ainda não aprendemos a dar o devido valor à esses instrumentos. Só
mais recentemente, depois de terem comprovado que o esforço de reagir às
pressões ambientais internas e externas através de ações de curto prazo não foi
suficiente para manter e melhorar seus resultados, é que as empresas brasileiras
estão se dando conta de que, além da sobrevivência, é preciso também pensar no
crescimento e continuidade. Por isso estão preocupadas agoira em fixar com
clareza seus objetivos e visões de futuro e implementar ações para realizá-los.
Ainda não é, contudo, a maioria das empresas que pensa assim.
Estilo gerencial
A forma pela qual as relações de influência acontecem na empresa é um
importante instrumento para ativar as pessoas a assumir seus papéis e
responsabilidades e contribuir efetivamente para os resultados empresariais. Já
examinamos no início deste capítulo as relações de influência baseadas na
autoridade, poder e liderança.
O estilo gerencial reflete um padrão habitual de comportamento de gerente em
relação aos subordinados em determinada situação. Este estilo é aquele
percebido pelos subordinados, não aquele que o gerente diz ou pensa que pratica.
Já vimos que não há um estilo único, universal nem melhor de liderança, que o
processo de liderança envolve pessoas (líderes e liderados) com características
próprias, que está inserido em determinada situação e que tudo isso exige estilos
específicos. De fato, as instituições empresariais constituem um campo fértil de
situações diversificadas em sua natureza e complexidade e, consequentemente, a
imensa gama de relações obedece padrões diferenciados de liderança.
Aos poucos, as empresas estão percebendo que a existência de um estilo
gerencial conscientemente explícito e efetivamente praticado é um instrumento
fundamental para mobilizar as pessoas para a tarefa empresarial, assegurando a
realização dos resultados empresariais e individuais. Na prática, porém, a maioria
das empresas não tem uma opção clara pelo estilo gerencial a ser adotado e essa
questão fica restrita às discussões conceituais sobre as vantagens e
desvantagens dos diferentes estilos nos cursos de "desenvolvimento de chefia".
Download