Delegação/autonomia Cada vez mais, a administração precisa acreditar na capacidade e na responsabilidade das pessoas e atribuir-lhes um grau efetivo de autonomia para tomar as decisões requeridas para realizar suas tarefas e obter resultados. Isto não significa apenas fixar os graus de autoridade de acordo com os níveis hierárquicos. Delegar significa em primeiro lugar acreditar nas pessoas, que é mais uma questão de convicção do que de organização. Em segundo lugar exige o entendimento claro das características de cada tarefa, sua contribuição aos resultados empresariais e os requisitos de autonomia que requerem para serem adequadamente realizadas. Como exigir do vendedor um comportamento proativo para criar e manter clientes satisfeitos se a cada ação ou decisão junto aos clientes ele depende de análises e decisões demoradas de seu chefe? Como exigir resultados dele? E como, dessa forma, criar oportunidades para seu desenvolvimento e realização pessoal? Hoje, com os instrumentos de gestão de que a administração dispõe, não é difícil estabelecer níveis adequados de autonomia, mantendo as ações individuais integradas com os objetivos empresariais. Basta acreditar que a delegação é um instrumento importante e confiar nas pessoas. Definição conjunta de objetivos, papéis e responsabilidades A prática vem demonstrando que quanto mais o indivíduo estiver envolvido na definição de seus objetivos, papéis e responsabilidades, maior é a probabilidade de assumi-los. A prática tem revelado, porém, que esse não é o procedimento corrente na maioria das empresas brasileiras. Ainda entregamos as definições prontas para as pessoas e esperamos que elas executem as tarefas na qualidade requerida. A primeira limitação deste procedimento - supondo que as definições estejam claras e sejam completas - é o entendimento claro dos objetivos, papéis e responsabilidades pelas pessoas que irão responder por eles, pois nem sempre a comunicação é adequada. A segunda limitação, e a mais grave, é conseguir das pessoas a concordância e o comportamento adequado a seus papéis e responsabilidades. Cada vez mais as pessoas estão exigindo sua participação na definição de suas tarefas. E elas têm contribuições importantes a dar já que são elas que estão envolvidas na execução das tarefas e conhecem suas exigências e requisitos. Avaliação de desempenho Este é um dos mais fundamentais instrumentos para avaliar a qualidade dos resultados obtidos pelas pessoas na execução de suas tarefas. Permite reconhecer e recompensar de forma justa a contribuição do desempenho dos colaboradores aos resultados empresariais. Permite também identificar os principais motivos dos resultados abaixo dos esperados e traçar com clareza as ações corretivas. A avaliação de desempenho é um momento importante na relação entre chefes e subordinados, lideres e liderados. Permite o consenso sobre as dificuldades e necessidades; é uma ótima oportunidade para reafirmar os valores e objetivos; é também uma excelente oportunidade para a orientação e para a aprendizagem. A avaliação de desempenho é um mecanismo poderoso para desenvolver a equipe através de estímulos a sua iniciativa, a pensar e expor suas próprias idéias, a buscar oportunidades e a criar desafios. A oportunidade e o estimulo para executar a tarefa são bons princípios para desenvolver nas pessoas uma predisposição positiva de aceitar e desempenhar seus papéis e responsabilidades e desenvolver nelas a capacidade de integrar as exigências empresariais com seus objetivos individuais. Esta postura não é fácil de ser praticada e exige tempo e paciência. São muitos, contudo, os exemplos práticos de pessoas com baixo desempenho que mostraram resultados significativos quando foram estimuladas a fazer o trabalho e tiveram a liberdade de exercitar determinado papel, sem a ameaça de serem presas ou condenadas à morte no caso de ocorrerem falhas. Na prática, a avaliação de desempenho é ainda um processo "burocrático” executado pela área de recursos humanos junto aos chefes que avaliam unilateralmente seus subordinados e serve basicamente para decisões sobre salários. Em vez de estimular o desempenho, estes processos punem os erros ou dão prêmios nem sempre merecidos. Participação nos resultados A participação nos resultados significa compartilhar de forma justa com as pessoas que integram a equipe empresarial os resultados e os "não.resultados". Principalmente por causa destes últimos, os sistemas de participação nos resultados não são instrumentos simples de serem praticados. O fato de serem complexos não quer dizer, porém, que sejam impraticáveis; quer dizer que há um conjunto de pré-requisitos para que sejam eficazes. Eles não podem ser encarados como a "solução mágica" para todos os problemas comportamentais da empresa, como tem acontecido em vários casos práticos. Eles implicam um enfoque voltado aos resultados e não às tarefas; exigem a definição clara de papéis, responsabilidades com a autonomia correspondente; requerem também a existência de parâmetros claros de desempenho; dependem de instrumentos adequados de planejamento e avaliação de resultados. Tomando-se esses cuidados, os sistemas de participação de resultados constituem um instrumento poderoso para estimular a equipe empresarial a assumir seus papéis e responsabilidades e contribuir de forma significativa para os resultados empresariais.