Setor 17 - Farmacologia da dor 17.001 INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO NEONATAL COM CAPSAICINA SOBRE A DOR NEUROPÁTICA INDUZIDA PELA AVULSÃO DO PLEXO BRAQUIAL DE RATO. Rodrigues Filho, R. **; Santos, A. R. S.; Bertelli, J. A.; Calixto, J. B.; Ciências Fisiológicas - CCB, UFSC; Farmacologia, UFSC; Cirurgia Experimental, UNISUL. Objetivo: Resultados obtidos em nosso laboratório demonstraram que a avulsão do plexo braquial do rato induz dor neuropática caracterizada por hiperalgesia e alodinia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a participação de fibras sensíveis a capsaicina no aparecimento destas respostas. Métodos e Resultados: Ratos Wistar neonatos receberam salina (s.c) ou capsaícina (50 mg/kg, s.c.). Com 2 meses foram divididos em grupos controle, falso operado e avulsão (n=8 por grupo). A cirurgia foi realizada no plexo braquial direito, sendo as respostas medidas (20-40 dias após) em ambas as patas posteriores. A hiperalgesia foi avaliada através do aparelho de RandallSelitto (mecânica) e Hargreaves (calor) enquanto a alodinia pelos métodos de von Frey (mecânica) e “spray” de acetona (frio). Resultados: O pré-tratamento com capsaicina não alterou significativamente a hiperalgesia mecânica e sustentada induzida pela avulsão do plexo braquial. Além disso, não houve alteração do limiar nociceptivo para estímulos térmicos dos ratos pré tratados. Entretanto, o pré-tratamento com capsaicina inibiu de forma significativa a alodinia mecânica. A alodinia ao frio em ratos submetidos a avulsão não foi influenciada pela capsaicina. Os ratos pré-tratados dos grupos controle e falso operado apresentaram alodinia significativa ao frio (P<0,05) nas patas ipsi e contralateral. Conclusões: A hiperalgesia mecânica e a alodinia ao frio induzidas pela avulsão do plexo braquial parecem não ser mediadas por fibras sensíveis a capsaícina. Entretanto, a depleção destas fibras reverte a alodinia mecânica. Finalmente, a alodinia ao frio observada nos animais pré-tratados do grupo controle e falso operados sugere a participação de neurônios sensíveis ao frio que não foram destruídos no pré tratamento e agora estão com atividade exacerbada. Apoio Financeiro: CNPq, FINEP, PRONEX 17.002 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANALGÉSICA DO EXTRATO BRUTO HIDROALCOÓLICO DE Plantago australis LAM. Bauermann, L. de F.; Ghedini, P. C. **; Almeida, C. E.; Valnes Magni, D. *; Panassolo, A. M.; Ullerich, G.; Zanin, F. F. *; Fisiologia, UFSM; Fisiologia e Farmacologia, UFSM; Farmacologia, UNIFESP. Objetivo: Estudos realizados por Palmeiro et al. (Acta Farm. Bonaerense 21 (2): 89-92, 2002) demonstraram a ação analgésica do extrato bruto hidroalcoólico (EBH) de Plantago australis por mecanismos de ação periférica. Neste trabalho, objetivou-se verificar também o possível envolvimento de mecanismos centrais neste efeito. Métodos e Resultados: O EBH foi obtido pelo contato do solvente hidroalcoólico (etanol 70%) com a parte aérea pulverizada da planta, sendo em seguida concentrado em evaporador rotatório e liofilizado. O efeito analgésico foi avaliado através do método da placa quente. O experimento foi realizado com grupos de 10 camundongos Swiss adultos machos. Administrou-se, por v.o., o EBH nas doses de 250, 500 e 1000 mg/kg ou água destilada (controle) (0,1 mL/10g) e, como padrão, utilizou-se morfina (5 mg/kg, s.c.). Após essas administrações, durante 90 min, foram realizadas três avaliações, em intervalos de 30 min cada, observando o tempo em que o camundongo permanecia insensível sobre a placa quente (56 ºC). Os resultados obtidos demonstraram que o EBH, nas doses testadas, não demonstrou efeito ao comparar Controle (12,26 ± 2,08s; 11,98 ± 0,97s; 11,90 ± 1,82s), EBH 250 mg/kg (13,68 ± 2,69s; 16,38 ± 4,16s; 15,28 ± 3,03s), EBH 500 mg/kg (8,75 ± 0,63s; 10,07 ± 1,10s; 12,83 ± 1,56s) e EBH 1000 mg/kg (20,86 ± 4,74s; 19,49 ± 3,56s; 18,53 ± 2,54s). A morfina apresentou valores de 55,62 ± 4,38; 50,60 ± 3,25 e 48,82 ± 4,07, respectivamente. Conclusões: Estes resultados sugerem que a possível ação analgésica de Plantago australis não envolve mecanismos centrais. Apoio Financeiro: CNPq 17.003 ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS ACETILÊNICOS DE FURANOS MONO E DISSUBSTITUÍDOS. Araldi, D. *; Gonçales, C. E. P.; Zasso, F. B.; Jung, E. A. C.; Trevisan, M.; Morsch, V. M.; Nogueira, C. W.; Zeni, G.; Bioquímica, UFSM; Química, UFSM. Objetivo: O sistema aromático dos heterocíclicos furanos é comumente encontrado em muitos produtos naturais e moléculas com atividade biológica. Uma vez que dados recentes demonstraram que derivados acetilênicos de furanos mono substituídos apresentam atividade antiinflamatória (Tetrahedron Lett., 42: 8927-8930, 2001), este estudo tem como objetivo avaliar a possível atividade antinociceptiva de derivados acetilênicos de furanos mono e dissubstituídos na nocicepção induzida pela injeção de ácido acético em camundongos. Métodos e Resultados: Foram utilizados camundongos machos (25-35 g. N = 8 por grupo). Os compostos acetilênicos de furanos mono e dissubstituídos foram sintetizados segundo literatura especializada na área em nosso laboratório. Estes compostos foram administrados por via subcutânea nas doses de 10, 25 e 50 mg/kg usando Tween 80 como veículo. O composto 10 (5-(2-furil)pent-4-in1-ol) inibiu de forma significativa (p<0.05) e dose-dependente as contorções abdominais (CAs) induzidas pela injeção de ácido acético (AAc,1.6%,i.p.) em relação ao controle (75%,maior efeito). Enquanto que o composto 9 (3-(2-furil)prop-2-in-1-ol) apresentou ação antinociceptiva inferior (38%, maior efeito) no mesmo teste. Os furanos dissubstituídos representados pelo composto 1B (4,4’-furil2,5-diilbis (2-metilbut-3-in-2-ol) e o composto 1C (3,3’-furil-2,5-diilbisprop-2-in-2-ol) inibiram de maneira significativa (p<0.05) e dose-dependente as CAs induzidas por AAc em relação ao controle (50 e 57,2%, maior efeito) respectivamente. Conclusões: Estes resultados demonstram que os derivados acetilênicos de furanos mono e dissubstituídos apresentam ação antinociceptiva no modelo de dor utilizado. Estudos estão em andamento visando determinar seus mecanismos de ação antinociceptiva. Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq 17.004 ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA E ANTINOCICEPTIVA DO DISSELENETO DE DIFENILA E DO EBSELEN EM ROEDORES. Araldi, D. *; Gonçales, C. E. P.; Jung, E. A. C.; Zasso, F. B.; Trevisan, M.; Morsch, V. M.; Zeni, G.; Nogueira, C. W.; Bioquímica, UFSM; Química, UFSM. Objetivo: Alguns organocalcogênios apresentam potencial terapêutico (J. Med. Chem. 36: 4250-4254, 1993). De fato, o Ebselen foi desenvolvido originalmente como uma droga antiinflamatória em diversos modelos de inflamação (Gen. Pharmacol. 26: 1153-1169, 1995). Neste trabalho investigamos as propriedades antiinflamatórias do disseleneto de difenila e as propriedades antinociceptivas do disseleneto de difenila e do Ebselen. Métodos e Resultados: Ratos machos e adultos (200-300g) receberam 0.1 mL de carragenina (2% em salina) (Proc. Soc. Exp. Biol. Med. 111: 544-547, 1962) ou ácido araquidônico 1%, intraplantar. Os animais foram pré-tratados, uma hora antes da administração dos pró-inflamatórios, com disseleneto de difenila (10, 25, 50 ou 100 mg/kg) ou veículo (etanol), i.p. O volume do edema da pata foi mensurado por plestimografia antes (0 min) e após a injeção da carragenina (15, 60, 120 e 180 min). Camundongos machos e adultos (25-35g) foram pré-tratados com disseleneto de difenila ou Ebselen (5, 10, 50 ou 100 mg/kg) ou veículo (tween 80 10%), s.c, 30 min antes da administração de ácido acético 1,6% (10mL/kg), i.p. O disseleneto de difenila na maior dose utilizada inibiu 66% e 40%, respectivamente, do edema de pata induzido pela carragenina e ácido araquidônico, comparados ao controle. No teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético, o Ebselen na dose de 100 mg/kg diminuiu em 29% o número de contorções abdominais, sendo que o disseleneto de difenila na mesma dose apresentou uma atividade antinociceptiva superior ao Ebselen inibindo em 70% o número de contorções abdominais induzidas por ácido acético. Conclusões: Com base nesses resultados, podemos concluir que o disseleneto de difenila pode ser usado como uma droga antiinflamatória e agente analgésico, demonstrando ser mais efetivo que o Ebselen, frente aos modelos de dor utilizados. Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq, CAPES 17.005 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINFLAMATÓRIA E ANALGÉSICA DO EXTRATO DA PELE DE BALISTES CAPRISCUS EM CAMUNDONGOS Murcia, N. *; Prato, C. *; Alvarez, J. *; Marti Barros, D.; Muccillo-Baisch, A. L.; Ciências Fisiológicas, FURG. Objetivo: A pesquisa das propriedades farmacológicas de produtos naturais de origem marinha tem proporcionado a descoberta de substâncias ativas com importantes aplicações terapêuticas. Sendo a pele do peixe Balistes capriscus utilizada popularmente na cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil, para tratar de problemas respiratórios, avaliou-se a eficácia antinflamatória do extrato aquoso, obtido a partir da pele do peixe. Métodos e Resultados: Foram confeccionados os extratos: para administração via oral (2 e 4 g de pele torrada e moída foram fervidas durante 15 minutos com 250 ml de água bi-destilada) e via intra-peritoneal (30 g de pele torrada e moída extraídas com 120 ml de água bi-destilada, durante um período de 16 horas Soxhlet). A análise da resposta antinflamatória foi feita através da inibição do edema provocado pela injeção de formalina, na região sub-plantar da pata traseira (camundongos machos, 30-40g). A análise da resposta analgésica foi feita através do teste da placa quente. Os resultados sugerem que o extrato aquoso da pele de Balistes capriscus administrado via intra-peritoneal nas doses de 30 e 60 mg, foi capaz de prevenir o edema, de 0,028±0,002g para 0,008±0,003g e 0,013±0,002g, respectivamente. Também foi capaz de reduzir as respostas relacionadas à reação ao estímulo doloroso (lambidas da pata injetada com formalina) de 12,5±1,2 lambidas para 9,3±1,1 e 4,2±0,9 respectivamente 30 e 60 mg na fase inicial da resposta (5 minutos) e 0,7±0,3 lambidas para 0,6±0,6 e 0,1±0,0 lambidas para a fase tardia (30 minutos). No teste da placa quente (240min de observação), os animais que receberam o extrato via intra-peritoneal suportaram por mais tempo a permanência sobre a placa, de 7,6±1,4 Seg para 19,7±2,0 Seg (máximo em 1 hora). Conclusões: Os resultados obtidos neste estudo indicam que o extrato aquoso da pele do peixe Balistes capriscus contém componentes biologicamente ativos, que poderão vir a ser usados na manipulação do processo inflamatório e nociceptivo. Serão necessários estudos compostos ativos. Apoio Financeiro: FAPERGS, FURG para isolar e caracterizar estes 17.006 DETERMINAÇÃO DO MECANISMO DE AÇÃO DA PROPRIEDADE ANTINOCICEPTIVA DA QUERCETINA. Willain Filho, A. **; Olinger, L. *; Cechinel Filho, V.; de Souza, M. M.; Centro Ciências da Saúde, UNIVALI; Farmacologia e Exp. Animal, UNIVALI; Núcleo de Invest. Químico - farmac., UNIVALI; Química, UNIVALI. Objetivo: Resultados anteriores obtidos em nossos laboratórios demonstraram que a quercetina, um flavonóide presente em muitas plantas exibiu potente efeito antinociceptivo quando testado em vários modelos animais de dor. O presente estudo teve como objetivo a determinação do mecanismo de ação da propriedade antinociceptiva da quercetina. Métodos e Resultados: Foram utilizados camundongos machos Swiss Webster (30g, n= 6-8), submetidos ao modelo de dor induzido pelo ácido acético (AA/0.6%) por 20 min. Neste modelo foram estudados os sistemas adrenérgico, oxidonitrérgico, dopaminérgico opióide e serotonérgico sendo os sistemas glutamatérgico e taquicinérgico avaliados através do modelo da capsaicina, e do glutamato. Os animais foram pré-tratados com antagonistas adrenérgicos 1/prazosin e 2/Yoimbina (0.15mg/Kg), opióde/naloxona (1.0mg/Kg), dopaminérgico/haloperidol (3mg/Kg), oxidonitrérgico Larginina (0.75mg/Kg) e serotonérgico/ PCPA (100mg/kg) 15 min antes da quercetina (10mg/kg e/ou controles positivos (salina e agonistas dos sistemas avaliados) e 30 min antes do AA. Nos modelos do capsaicina e glutamato os animais foram pré tratados com a quercetina 30 minutos antes da indução dolorosa com a capsaicina (1.6 /pata) e glutamato (30 mol /pata). Os resultados foram apresentados como as médias de cada experimento seguido dos seus respectivos EPMs. O efeito analgésico da quercetina não foi revertido pelos tratamentos de: naloxona (3.33± 1.8), L-arginina (4.1± 0.43), haloperidol (4.66± 1.4) e prazosin (1.5± 0.71) quando comparado aos seus respectivos controles Morfina (44.8± 1.6); L-NOARG= 38.6± 4.8; apomorfina( 63.6± 5.4 e fenilefrina (36.8± 0.32 ), mas foi revertido pelo pré-tratamento de yoimbina (31.72± 3.12) e PCPA (32± 4.9). A quercetina também não foi efetiva no modelo da capsaicina (82± 4.56) e glutamato (74.32) quando comparados com os respectivos controles (78.34± 2.8, 69.23± 2.29). Conclusões: Até o momento, os dados obtidos ampliam achados anteriores sobre o efeito analgésico dos flavonóides e sugerem que das vias até aqui estudadas, a quercetina exerce seu efeito antinociceptivo através do sistema adrenérgico, via receptores 2, não tendo influência doa sistemas opióide, dopaminérgico e oxidonitrérgico, serotoninérgico e glutamatérgico. Apoio Financeiro: PIBIC 17.007 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA PREEMPTIVA DA DIPIRONA SÓDICA PELA ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DA EXPRESSÃO DE FOS NA MEDULA ESPINHAL.ESTUDO NUM MODELO EXPERIMENTAL DE DOR PÓSOPERATÓRIA EM RATOS. Pavan de Andrade, M. **; Ashmawi, H. A.; Posso, I.; Anestesiologia, USP; Cirurgia, USP. Objetivo: A analgesia preemptiva é uma estratégia farmacológica que prevê redução da incidência e intensidade de dor pós-operatória (PO) mais expressiva quando um fármaco é administrado prévia, e não posteriormente, à realização de uma incisão cirúrgica.A dipirona sódica é um derivado pirazolônico amplamente empregado em nosso meio para o tratamento da dor PO. Métodos e Resultados: Foram estudados 25 ratos Wistar machos, 280-360g, divididos em 5 grupos (GControle, GDipi100 mg/kg e GDipi200 mg/kg, pré e pós-incisional),administrando-se o analgésico ou solução salina 10 minutos antes ou imediatamente após o fechamento de uma incisão cirúrgica realizada na região plantar da pata posterior direita dos ratos anestesiados com halotano 2%.Os animais foram sacrificados e perfundidos duas horas após a aplicação deste estímulo álgico, realizando-se uma laminectomia, retirada do segmento lombossacral da medula espinhal (ME) e análise imuno-histoquímica para quantificarem-se os neurônios imunorreativos para a proteína Fos (Fos-ir) em todas as lâminas de Rexed da ME. A dipirona pré-incisional, na dose de 200 mg/kg, em relação ao grupo que recebeu 100 mg/kg, associou-se, no rato anestesiado, à redução significativa da contagem de neurônios Fos-ir nas lâminas que interessam à sensibilização central (lâminas V e VI, p=0,009); em relação ao grupo-controle, nesta mesma região laminar, houve tendência à significância (p=0,093).Esta redução não se relacionou, porém, com o momento de administração da dipirona sódica (antes ou após a incisão cirúrgica), não se caracterizando, portanto, eficácia preemptiva deste fármaco nas doses e intervalos estudados. Conclusões: Nosso estudo pode ter sido útil no sentido de delinear, para a dipirona, uma possível associação entre dose-dependência, importância da administração préviamente ao estímulo álgico e interferência sobre a ativação das populações neuronais envolvidas com a sensibilização central. Esta assertiva, porém, tem enfoque exclusivamente imuno-histoquímico. 17.008 ISÔMEROS DO TRAMADOL ADMINISTRADOS PELA VIA PERIDURAL PROLONGAM OS BLOQUEIOS SENSITIVO E MOTOR DA S(-) BUPIVACAÍNA. Antunes, F. **; Sudo, R. T.; Zapata-Sudo, G.; Trachez, M. M.; Faculdade, UFF; Farm. Básica e Clínica - CCS, UFRJ; Farmacologia Básica e Clínica - BL K, UFRJ; Farmacologia Básica e Clínica ICB BLJ, UFRJ. Objetivo: O tramadol é um opióide sintético, análogo da codeína, comercializado como mistura racêmica. O S(+)tramadol é agonista parcial do receptor mu e bloqueia a recaptação neuronal da serotonina. O R(-)tramadol estimula receptores 2-adrenérgicos e bloqueia a recaptação neuronal de noradrenalina. O objetivo deste trabalho foi investigar possível interação entre a S(-)bupivacaína (S(-)bupi) e os isômeros do tramadol no bloqueio sensitivo e motor quando administrados por via peridural. Métodos e Resultados: Ratos Wistar, machos (250-350g) foram anestesiados com pentobarbital (50mg.kg-1 i.p.) e cirurgicamente preparados para introdução de um cateter (PE10, Tygon) no espaço peridural lombar. Dois cm do cateter foi deixado no sentido cefálico e o restante tunelizado, fixado e exteriorizado na região cervical. Após sete dias de recuperação 40µl de solução foram injetadas no cateter cuja composição foi modificada conforme o grupo experimental: Grupo 1 30µl de S(-)bupi (0,5%) + 10µl de solução salina (controle); grupos 2 a 4 - 30µl de S(-)bupi (0,5%) + 10µl de R(-), S(+) ou RS(±) tramadol (50µg.kg-1); grupo 5 - 30µl de S(-)bupi + 10µl de RS(±)tramadol + 20µg de ioimbina; grupo 6 - 30µl de S(-)bupi + 10µl de RS(±)tramadol + 40µg de ioimbina. A duração do bloqueio motor (11,6±1,05 min, n=6, controle) aumentou na presença isômeros R(-) (20±1,82 min, n= 6, P<0,05), S(+) (21,7±2,1 min, n=6, P<0,05) e do racemato (27,5±1,7 min, n=6, P<0,05). Da mesma forma, o bloqueio sensitivo (23,3±1,6 min, n=6, controle) foi aumentado pelos isômeros R(-) (44,1±2 min, n=6, P<0,05), S(+) (35±1,82 min, n=6, P<0,05) e pela RS(±) tramadol (59,2±0,83 min, n=6, P<0,05). O aumento do bloqueio motor provocado pela RS(±) tramadol foi revertido apenas pela dose de 40µg de ioimbina (17,5±1,1 min, n=6, P<0,05), enquanto que, ambas as doses de ioimbina reverteram (P<0,05) o aumento da duração do bloqueio sensitivo (40,8±3,27 min e 29,2±2,71 min, respectivamente). Conclusões: Mistura racêmica e os isômeros do tramadol prolongam a duração dos bloqueios sensitivo e motor induzidos pela administração de S(-)bupi. Parte destes efeitos são explicados pela estimulação de receptores alfa2-adrenérgicos. Apoio Financeiro: FUND.JOSÉ BONIFÁCIO, CNPq, CRISTÁLIA, FAPERJ 17.009 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA, TOXICIDADE AGUDA E ATIVIDADE FARMACOLÓGICA GERAL DO DERIVADO 2-FENIL-1,3 INDANODIONA. Bordalo, F. S. *; de Melo Reis, G. *; dos Santos, É. M. *; Santos, F. R. dos; Netto-Ferreira, J. C.; Gomes, E. M.; Vanderlinde, F. A.; Côrtes, W. da S.; Chagas, G. M.; -, UFRRJ; Ciências Fisiológicas, UFRRJ; Ciências Fisiológicas - IB, UFRRJ; Departamento de Ciências Fisiológicas, UFRRJ; Quimica, UFRRJ. Objetivo: Este trabalho teve como objetivos confirmar a presença de atividade antinociceptiva (FeSBE:139,2002) através do teste da formalina e avaliar atividade farmacológica geral e toxicidade aguda do derivado 2-fenil-1,3-indanodiona (FI). Métodos e Resultados: Foram usados camundongos SW-55 machos pesando entre 20 e 30 g. O FI foi solubilizada em DMSO 20%. No teste da formalina grupos de 8 animais foram tratados com o FI p.o na dose 40mg/kg, com o veículo, salina 0,9%, com controle positivo indometacina 10mg/kg e fentanil 0,3mg/kg via s.c. Após 60 minutos foram injetados na região intraplantar 20l de formalina 3%. O efeito antinociceptivo foi avaliado sobre a fase I (dor neurogênica) e fase II (dor inflamatória), sendo os resultados expressos como média ± erro padrão dos tempos (segundos) de lambedura das patas posteriores de cada grupo experimental. O FI mostrou diferença significativa (p<0,05) tanto na fase I (40,88±4,12) como na fase II (40,71±9,43) se comparado ao controle negativo DMSO 20% (I 95,78±4,79) e II - 89,19±8,61). A estimativa da DL50 aguda (Toxicol: 64,1990) com aplicação de doses até 200mg/kg. Na atividade farmacológica geral avaliamos a presença possíveis ações no SNC nos tempos 0, 5, 10, 15, 30 e 60 minutos, às 4, 8, 24 e 48 horas,4 e 7 dias. A avaliação preliminar de DL50 sugere um valor entre 20mg/kg e 200 mg/kg para machos e acima de 200mg/kg para fêmeas. Em 66,6% dos animais foram observados efeitos estimulantes do sistema nervoso central, nos primeiros 30 minutos. Aos 60 minutos pós-tratamento 90% tiveram efeitos associados à depressão. Conclusões: O ensaio preliminar do teste da formalina confirma os resultados prévios que indicaram atividade antinociceptiva para a FI com indíciosde baixa toxicidade para fêmeas e moderada para machos mostrando ainda propriedades estimulantes e depressoras do SNC. Apoio Financeiro: FAPERJ 17.010 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA E DA TOXICIDADE AGUDA DA ISATINA Reis, G. de M. *; Santos Bordalo, F. *; Pontes, M. C. *; Silva, M. T. da *; Santos, F. R. dos; Silvino, C. L. *; Netto-Ferreira, J. C.; Gomes, E. M.; Vanderlinde, F. A.; Chagas, G. M.; Côrtes, W. da S.; -, UFRRJ; Ciências Fisiológicas, UFRRJ; Ciências Fisiológicas - IB, UFRRJ; Quimica, UFRRJ. Objetivo: A isatina é um derivado indol, cuja distribuição no organismo se apresenta de forma distinta e descontínua no cérebro e outros tecidos(Bioch. Pharm.57:913,1999). O objetivo deste trabalho foi confirmar a presença de atividade antinociceptiva (FeSBE:139,2002) através do teste da formalina e avaliar a toxicidade aguda e atividade farmacológica geral. Métodos e Resultados: No teste da formalina foram utilizados camundongos SW-55 machos pesando entre 20 e 30 g, sendo a isatina solubilizada no veículo DMSO 20%. Grupos de 8 animais foram tratados p.o com a isatina na dose de 10, 40 e 80mg/kg, o veículo salina 0,9%, o controle positivo indometacina 10mg/kg e com fentanil 0,3mg/kg via s.c. Após 60 minutos foram injetados 20l de formalina 3% na região intraplantar da pata posterior direita. O efeito antinociceptivo foi avaliado sobre as fases I (dor neurogênica) e II (dor inflamatória) e os resultados expressos como a média ± erro padrão dos tempos (segundos) de lambedura ou mordedura das patas posteriores dos animais de cada grupo. A isatina mostrou diferença significativa (p<0,05) sobre as duas fases para todas as doses 10 (fase I - 49,88±7,15 e fase II - 141,6±9,56), 20 (fase I - 42,00±3,27 e fase II 34,24±14,35) e 80mg/kg (fase I - 40,5±1,53 e fase II - 51,5±8.97) em comparação ao controle negativo DMSO 20% (fase I - 95,78±4,79 e fase II - 89,19±8.61). Nos testes de atividade farmacologia geral e toxicidade aguda foram avaliadas as ações no SNC e a mortalidade aguda nos tempos 0, 5, 10, 15, 30 e 60 minutos, às 4, 8, 24 e 48 horas,4 e 7 dias. Os resultados mostraram que a DL50 está acima de 200mg/kg e que não houveram sinais de efeitos estimulantes ou depressores. Conclusões: O teste da formalina confirma os resultados prévios que indicaram atividade antinociceptiva para a isatina, com baixa toxicidade e ausência de outros efeitos farmacológicos. Apoio Financeiro: FAPERJ 17.011 AVALIAÇÃO DAS RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DE NOCICEPÇÃO EM DUAS LINHAGENS DE RATOS, LEWIS E SHR, CONTRASTANTES PARA A ANSIEDADE. Vendruscolo, L. F. **; Pamplona, F. A. *; Takahashi, R. N.; Farmacologia, UFSC. Objetivo: Sabe-se que a ansiedade, ao mesmo tempo em que é influenciada por fatores genéticos, pode modular a reatividade à dor. As linhagens isogênicas de ratos Lewis (LEW) e espontaneamente hipertensos (SHR) tem sido propostas como um modelo genético para o estudo da ansiedade por exibirem altos e baixos níveis de ansiedade, respectivamente. Elas também diferem para nocicepção no teste da formalina (Behav Brain Res 129:113-123, 2002), sendo os ratos SHR menos reativos do que ratos LEW, sugerindo que a ansiedade e a nocicepção podem estar correlacionados. Além disso, sabe-se que a ativação de sistemas analgésicos endógenos pode depender do sexo e genótipo além da severidade do estresse. O objetivo do presente estudo foi caracterizar as respostas nociceptivas das linhagens LEW e SHR no teste da placa quente e avaliar a analgesia induzida pelo estresse da natação. Métodos e Resultados: Ratos LEW e SHR de ambos os sexos foram submetidos ao teste da placa quente (52º C ± 0,2). A latência para lambida da pata traseira ou comportamento de fuga foi utilizada como índice de nocicepção. Um dia após avaliar a latência basal, os mesmos animais foram submetidos à 3 min de natação em água à 15º C, secos com papel toalha durante 2 min e então testados novamente na placa quente. Ratos da linhagem SHR machos (25,5s) e fêmeas (22,8s) foram menos sensíveis ao estímulo nociceptivo quando comparados aos ratos da linhagem LEW (machos=12,6s; fêmeas=15,7s; p<0,05). O procedimento de estresse induziu analgesia significante para ratos LEW de ambos os sexos (machos=28,6s; fêmeas=29,2s; p<0,01) e para as fêmeas SHR (39,6s; p<0,01), mas não para ratos SHR machos (24,5s). Conclusões: Estes resultados mostram que ratos SHR são hipoalgésicos quando comparados aos ratos LEW no teste da placa quente, sugerindo uma possível relação entre ansiedade e nocicepção nestes animais. Ratos SHR machos foram insensíveis a analgesia induzida pelo estresse. Assim, a utilização destas linhagens pode constituir importante ferramenta para o estudo da dor/analgesia e da sua relação com aspectos emocionais, facilitando o entendimento dos substratos neurobiológicos envolvidos na dor e ansiedade. Apoio Financeiro: CNPq 17.012 IN VIVO EVALUATION OF DRUG-DELIVERY SYSTEMS FOR TWO AMINOAMIDE LOCAL ANESTHETICS: BUPIVACAINE AND ROPIVACAINE Ribeiro de Araujo, D. **; de Paula, E.; Bioquímica, UNICAMP; Bioquímica - IB, UNICAMP. Objetivo: The development of local anesthetic (LA) formulations in carriers such as liposomes and b-cyclodextrins (b-CD) offer the possibility to control drugdelivery in biological systems, prolonging the anesthetic effect. This study aimed to compare the motor and sensory blockade, in vivo, of liposomal and bCD/complexed bupivacaine (BVC) or ropivacaine (RVC) with their commercially available, plain solutions. Métodos e Resultados: Unilamellar liposomes (LUV, 5mM) composed by egg phosphatidylcholine, cholesterol and alpha-tocopherol (4:3:0.07, mole%) were obtained by extrusion at 0.4mm filters; LA was added after vesicle formation. Inclusion complexes (LA:b-CD) were prepared by shaking equal amounts of LA and b-CD (1:1, mole%) in aqueous solution. LA concentrations used were: 0.125, 0.25 and 0.5%. Male Swiss albino mice were treated by infiltration in the region of the sciatic nerve with plain, liposomal or b-CD-complexed BVC or RVC (0.1mL). Motor blockade and antinociceptive effects (Paw-Pressure Test) were analyzed over the time. The overall motor function was not significantly different among plain, liposomal and complex formulations, for both the LA. Infiltration of BVC:b-CD complex increased the potency (1.7-2.0 fold) and duration of the analgesic effect up to 5 h after treatment, when compared to plain and liposomal BVC (p<0.001). By the other hand, liposomal and b-CD/complexed RVC raised the potency (1.4-1.8 fold) and duration of antinociception (p<0.05) in relation to its plain solution. Conclusões: While none of the formulations were able to modify the motor blockade duration, analgesic effects were raised by treatment with drug-delivery systems. Probably, the low solubility of BVC was improved by complexation in bCD while RVC, with its intermediate aqueous solubility, took advantage of both carriers, increasing their bioavailability, potency and duration of anesthesia. Apoio Financeiro: FAPESP 17.013 EFEITO ANTINOCICEPTIVO DO 3-ETOXIMETIL-5-ETOXICARBONIL-1HFENIL PIRAZOL (PZ) NO TESTE DE CONTORÇÕES ABDOMINAIS INDUZIDAS POR ÁCIDO ACÉTICO EM CAMUNDONGOS. Dutra Sauzem, P. **; Freire Zimmer, M. *; Hübner de Souza, A.; Rubin, M. A.; Mello, C. F. de; Quimica, UFSM; Química, UFSM. Objetivo: o presente estudo teve por finalidade avaliar o possível efeito antinociceptivo do PZ, um pirazolínico inédito sintetizado no Laboratório de Química Orgânica da UFSM, utilizando o teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético em camundongos. Métodos e Resultados: foram utilizados camundongos albinos machos adultos com 30-40 g (n= 9-10 por grupo). O PZ foi dissolvido em solução aquosa de Tween 80 a 5 %, sendo o pH da solução ajustado para 7,4 com NaOH 1M. Os animais foram divididos aleatoriamente em 4 grupos e receberam via subcutânea: PZ (0,15; 0,50 ou 1,50 mmol/kg de peso corporal) ou veículo (Tween 80 a 5%). 30 minutos depois do tratamento, foi administrado ácido acético 0,8% via intraperitonial (10 ml/kg) e após 5 minutos observou-se o número de contorções abdominais apresentadas pelos animais durante 10 minutos. Os dados apresentados a seguir representam o número de contorções abdominais em função do tratamento recebido, e são mostrados como média ± erro padrão da média: Veículo – 23,55 ± 2,15; PZ 0,15 mmol/kg – 26,67 ± 2,61; PZ 0,50 mmol/kg – 24,50 ± 3,93; PZ 1,50 mmol/kg – 10,10 ± 3,67. Os resultados mostraram que o PZ, na dose de 1,50 mmol/kg, reduz o número de contorções abdominais induzidas por ácido acético quando comparado aos animais que receberam veículo F (3,32) =5,982; p < 0,002 (ANOVA de uma via). Conclusões: a análise estatística dos resultados obtidos mostrou que o PZ, na dose de 1,50 mmol/kg, apresenta ação antinociceptiva no teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético. Apoio Financeiro: CNPq, PADCT, UFSM, FAPERGS 17.014 IOIMBINA INTRATECAL PREVINE A ANTINOCI-CEPÇÃO INDUZIDA PELO 5-HIDRÓXI–3–FENIL–5–TRI-CLOROMETIL-1H-PIRAZOLCARBOXIAMIDA (FPCA). Fighera, M. R. *; Flores, A. E. **; Souza, F. R. de *; Godoy, M. C. **; Redin de Oliveira, M. **; Bonacorso, H. G.; Mello, C. F. de; NUQUIMHE, UFSM; Química, UFSM. Objetivo: Investigar o possível envolvimento de receptores noradrenérgicos espinhais na antinocicepção induzida pela pirazolina inédita, a 5-hidróxi-3-fenil5-triclorometil-1H–pirazolcarboxiamida (FPCA), pelo teste de contorções abdominais. Métodos e Resultados: Camundongos machos adultos (n=8 por grupo) foram injetados com iombina (3 g/ 5l, i.t.), prazosin (0,3 ou 1 nmol/ 5 l, i.t.) ou o veículo correspondente (salina 0,9% ou DMSO 0,3%). Imediatamente após, os animais foram injetados com MPCA (500 mg/kg) ou veículo (Tween 80 5%, 10 ml/kg, s.c.). Após 20 min, os animais foram injetados (i.p.) com ácido acético (0,8%; 10 ml/kg) e colocados em um campo aberto medindo 25x14x12 cm dividido em 15 áreas iguais e contados o número de contorções e cruzamentos por 10 min. A pré-administração intratecal de ioimbina (antagonista 2-adrenérgico) na dose de 3 g/5 l, mas não de prazosin (antagonista 1-adrenérgico), preveniu a antinocicepção induzida pelo FPCA [F(2;51)=5,18; p=0,003; ANOVA de duas vias]. O FPCA não alterou a atividade motora dos camundongos no teste do campo aberto. Conclusões: Os resultados sugerem que o FPCA induz comportamento antinociceptivo no teste das contorções abdominais, e esse efeito envolve a ativação de receptores 2noradrenérgicos espinhais. Apoio Financeiro: CNPq, PADCT, FAPERGS 17.015 AVALIAÇÃO DA PROPRIEDADE ANTINOCICEPTIVA DE SUBSTÂNCIAS ENANTIOPURAS. Bertol, D. *; Pezzi, D. *; Gomes, G. *; Queiroz, N. **; Nascimento, M. da G.; de Souza, M. M.; Química Orgânica e Inorgânica, UFSC; CCS, UNIVALI; Farmacologia e Exp. Animal, UNIVALI. Objetivo: A síntese de substâncias enantiopuras é um dos objetivos da indústria famacêutica na obtenção de novos fármacos evitando problemas como os ocorridos com a talidomida na década de 60. OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho foi o de obter esteres, ácidos e amidas enantiomericamente puras e avaliar as possíveis propriedades analgésicas em um modelo animal de dor. Métodos e Resultados: Os compostos obtidos : C3-6,C16, C27-34 foram avaliados através do modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético (AC /0.6%, 0.15ml/Kg). Foram utilizados camundongos Swis Webster machos (25-35 g) de 2 a 3 meses de idade. Os animais foram pré tratados com os compostos (3 - 60mg/Kg, i.p.) e/ou salina (0.1ml/peso, i.p. ) ácido acetil salicílico (AAS/10mg/Kg, i.p. ) e 60 minutos após foi administrado o ácido acético (0.1ml/peso, i.p.), sendo contados por 20 min o número de contorções de forma cumulativa. Quando comparado com o grupo controle (S=48±.4.9), os compostos C27 e C28 foram inativos. Entretanto, os demais compostos produziram a redução das contorções abdominais de forma dose dependente (C3= 15±2.1, C4= 8.2±.78, C5=12.6±2.7, C6=4.8±.64, C16=3.1±.89, C29=14.3±3.2, C30= 4.2±.57, C31= 18±.74, C32=12.4±2.8, C33= 18.6±.69 e C34= 8.14±.2.8). Os compostos C6, C29 e C32 foram os mais potentes com as DI50s (mol/Kg) inferiores a 8.95, 23.4 e 18.8 respectivamente quando comparado com o AAS 133,1(73-243.3). Conclusões: Os resultados nos permitem concluir que os compostos ácidos, esteres e amidas obtidos são eficazes na redução da resposta dolorosa induzida pelo ácido acético. Apoio Financeiro: CNPq, UNIVALI, FUNCITEC-SC 17.016 COMPARAÇÃO DA ANALGESIA INDUZIDA PELA COCAÍNA EM RATOS DAS LINHAGENS WISTAR E SHR NO TESTE DA PLACA QUENTE E “TAILFLICK”. Pamplona, F. A. *; Vendruscolo, L. F. **; Takahashi, R. N.; Farmacologia, UFSC. Objetivo: A dor é uma experiência subjetiva e está relacionada a fatores psicológicos, sexuais e genéticos. Sua intensidade pode ser modulada por drogas de ação central, como a cocaína, cujos efeitos analgésicos também podem variar entre indivíduos. Por estes motivos, estudos utilizando ratos de distintas linhagens são úteis para a avaliação da influência de fatores genéticos sobre a nocicepção e analgesia. O objetivo do presente estudo foi o de avaliar a reatividade a estímulos nociceptivos em ratos das linhagens Wistar (WIS) e espontaneamente hipertensos (SHR) e verificar os efeitos da cocaína sobre estas respostas. Métodos e Resultados: Foram utilizados ratos WIS e da linhagem isogênica SHR de ambos os sexos. Estes animais foram injetados com cocaína (20 mg/Kg, i.p.) ou solução fisiológica e foram submetidos ao teste da placa quente (52,2 ± 0,2 ºC) ou ao “tail-flick”. A latência para a nocicepção foi avaliada nos tempos 0 (basal), 5, 15 e 30 min após o tratamento. No teste da placa quente, ratos SHR de ambos os sexos apresentaram uma maior latência basal à nocicepção em comparação a ratos WIS (p<0,01). Para a linhagem WIS, a cocaína induziu analgesia somente para ratos machos, 5 min após sua administração (p<0,05). Para a linhagem SHR, o efeito analgésico da cocaína foi observado para ambos os sexos nos tempos de 5 e 15 min (p<0,01), enquanto que aos 30 min este efeito foi observado somente para os machos (p<0,01). No “tail-flick”, assim como no teste da placa quente, os ratos SHR apresentaram uma maior latência basal à nocicepção em comparação aos ratos WIS (p<0,01). O tratamento com cocaína, neste modelo, não induziu analgesia para nenhum dos grupos nos tempos analisados. Conclusões: Estes resultados sugerem que ratos SHR são hipoalgésicos comparados aos ratos WIS. Além disso, os ratos SHR foram mais sensíveis aos efeitos analgésicos da cocaína, evidenciando que fatores genéticos podem influenciar na reatividade nociceptiva, bem como, na sensibilidade aos efeitos analgésicos induzidos por drogas psicoestimulantes. Apoio Financeiro: CNPq 17.017 ADMINISTRAÇÃO INTRATECAL DO COMPOSTO PIRAZOLÍNICO 2-(5TRICLOROMETIL-3-FENIL-5-HIDROXI-4,5-DIIDRO-1H-PIRAZOL-1-IL)-4FENILTIAZOL (B50) CAUSA ANTINOCICEPÇÃO EM CAMUNDONGOS. De Souza, A. H. **; Prokopp, C. R. **; Berlese, D. **; Sinhorin, V. D. G. **; Mello, C. F. de; Bioquímica, UFSM; Quimica, UFSM; Química, UFSM. Objetivo: Derivados pirazolínicos tem sido usado por seus efeitos analgésicos e antiinflamatórios, porém há grande interesse em novas pesquisas com drogas analgésicas que apresentem menores efeitos colaterais. O estudo tem por objetivo avaliar o potencial antinociceptivo de um derivado pirazolínico inédito no teste das contorções abdominais provocadas por ácido acético 0.8%. Métodos e Resultados: Foram utilizados camundongos albinos, machos, adultos. Os animais receberam: salina, tween 5% (veículo) ou B50 nas doses de (7,0 21,63 mcg /injeção), 20 minutos após os animais receberam injeção i.p. de ácido acético 0.8% (10ml/kg). Após 5 minutos os animais foram colocados em caixas separadas (28x18x12 cm) divididas em 15 áreas iguais. O número de contorções abdominais e a atividade locomotora foram contadas cumulativamente por 10 minutos. A análise estatística revelou que o B50 mostrou um potente efeito antinociceptivo nas doses de 21 (12,0 + 2,6) e 63 (12,7 + 4,98) mcg, diminuindo significativamente o número de contorções abdominais comparado com o grupo controle salina (27,42 + 3,46), tween (35,14 ± 1,6) não alterando a atividade locomotora espontânea dos animais. Conclusões: A administração intratecal de B50 diminui o número de contorções abdominais, sugerindo um efeito antinociceptivo. Novas pesquisas são necessárias para utilização deste composto na clínica. Apoio Financeiro: UFSM, PIBIC, CNPq, FAPERGS, CAPES 17.018 AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DE UM DERIVADO PIRAZOLÍNICO INÉDITO (B50) EM CAMUNDONGOS. De Souza, A. H. **; Prokopp, C. R. **; Berleze, D. B. **; Sinhorin, V. D. G. **; Mello, C. F. de; Quimica, UFSM; Química, UFSM. Objetivo: Os derivados pirazolínicos são compostos sintéticos, e têm sido muito estudados em virtude de suas propriedades antinociceptivas e antiinflamatórias. O B50 {2-(5-Triclorometil-3-fenil-5-hidroxi-4,5-diidro-1H-pirazol-1-il)-4feniltiazol} é um derivado pirazolínico inédito, sintetizado neste departamento. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito antinociceptivo do B50 assim como o efeito sobre a atividade locomotora espontânea e forçada em camundongos. Métodos e Resultados: Foram utilizados camundongos albinos, machos, adultos, (n=9), pesando entre 30-40g. Os animais receberam: B50 0,8; 2,3; e 8,0 mmol/kg via subcutânea (s.c.), ou tween 5% (controle). Após 15 minutos os animais foram colocados no rotarod, para avaliar a atividade locomotora forçada, e observados durante 4 min. Imediatamente após, receberam uma injeção intraperitoneal (i.p.) de ácido acético a 0,8% (10ml/kg) para avaliar o efeito antinociceptivo. Após 5 minutos os animais foram colocados em caixas separadas (28x18x12 cm) divididas em 15 áreas iguais. O número de contorções abdominais e a atividade locomotora foram contadas cumulativamente por 10 minutos. A análise estatística revelou que o B50 mostrou um potente efeito antinociceptivo nas doses de 2,3 (14,0±3,9) e 8,0 (9,8±2,9) mmol/kg, diminuindo significativamente o número de contorções abdominais quando comparado com o grupo controle (28,3±5,5) ANOVA p<0,05. Não houve alteração na atividade locomotora espontânea e forçada nos animais, ANOVA p>0,05. Conclusões: O B50 nas doses de 2,3 e 8,0 mmol/kg diminui o número de contorções abdominais, sugerindo um efeito antinociceptivo, não provocando alterações nas atividades locomotora espontânea e forçada dos animais. Novas pesquisas são necessárias para utilização deste composto na clínica. Apoio Financeiro: CAPES, UFSM, CNPq, PIBIC, FAPERGS 17.019 O EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA MICROINJEÇÃO DE DAGO NA HABENULA DE RATOS FÊMEAS É SENSÍVEL AO CICLO ESTRAL Batista, P. A. **; Terenzi, M. G.; Ciências Fisiológicas, UFSC; Ciências Fisiológicas - CCB, UFSC. Objetivo: A habênula é uma região diencefálica envolvida no processamento nociceptivo e a sua estimulação induz antinocicepção em ratos. Esta região também participa do controle do ciclo estral. Neste trabalho, investigamos se a microinjeção de DAGO (agonista opióide mu) na habênula de ratas produz antinocicepção sensível ao ciclo estral. Métodos e Resultados: Ratas Wistar (180-220g) foram anestesiadas com Thionembutal (35mg/Kg ip) e Xilazina (10mg/Kg im) e submetidas a cirurgia estereotáxica para implantação de cânula-guia na habênula. Foram usados 5 animais por fase do ciclo estral. Para identificar qual fase do ciclo estral em que o animal se encontrava, foram feitos esfregaços vaginais todos os dias pela manhã. DAGO (1µg/0,5µL n=20) ou salina (0,5µL n=20) foram microinjetados na habênula. Cinco minutos depois, o animal foi injetado sc na pata posterior direita com 0,05mL de solução de formalina 2,5%. O registro das reações comportamentais foi feito durante 60min de observação. O índice de dor foi calculado como descrito por Coderre e cols. (Pain 54:43-50, 1993). Teste de Kruskal-Wallis seguido de Mann-Whitney foram usados para análise estatística. O efeito nociceptivo da formalina foi menor na fase de Diestro II (1,240,04, média epm) comparado às outras fases do ciclo (Diestro I 1,710,03, Proestro 1,670,04, Estro 1,640,05) nos últimos 20min de observação (p<0,05). Durante a interfase da resposta a formalina (5-12min), houve uma tendência dos animais em Diestro II de apresentarem uma fase de inibição mais intensa. A microinjeção de DAGO na habênula teve efeito antinociceptivo no início da resposta à formalina. Os animais em Estro foram os mais sensíveis ao DAGO (0,380,14) comparado às outras fases do ciclo (Diestro I 0,950,11, Proestro 1,530,09, Diestro II 1,360,51) entre 13 a 20min após formalina (p<0,05). Conclusões: Os altos níveis de hormônios gonadais femininos (nas fases de Proestro e Estro) causam maior sensibilidade ao efeito nocivo da formalina porém, também aumentam a sensibilidade ao efeito antinociceptivo do DAGO na habênula. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq