Funcionamento da Bolsa de Valores

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRAÇÃO E
CONTÁBEIS.
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Bolsa de Valores
Disciplina: Gestão Financeira I
Professor: Jones Soares
Acadêmicas: Angel Miri e Érica Scarsi
Campus Casca, Novembro de 2015
Histórico da Bolsa de Valores Brasileira
A história das bolsas no mundo começa de maneira mais concreta em 1.487 com a
criação da primeira bolsa de valores do mundo, em Bruges, na Bélgica. Mais tarde, em 1690 é
fundada a Bolsa de Londres e em 1792 foi fundada a Bolsa de Valores de Nova Iorque, atual
maior bolsa de valores do mundo em capitalização das empresas participantes.
A bolsa brasileira atualmente é uma união de duas grandes bolsas do Brasil, a
BOVESPA e a BM&F e outras que formaram estas duas. Para entender sua história, é
importante saber a origem destas bolsas.
Fundada em 1845, a antiga BVRJ, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, por muito
tempo foi a maior bolsa brasileira, mas pouco a pouco perdeu espaço para a Bolsa de Valores
de São Paulo.
A BOVESPA tem sua origem em 1890 com a criação da Bolsa Livre, fundada por
Emílio Rangel Pestana. Logo em 1891 foi fechada por conta da política de Encilhamento e
quatro anos depois reaberta como a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Até a reforma do
mercado de capitais brasileiro em 1965 e 1966, a bolsa era uma entidade vinculada à antiga
secretaria de finanças do estado de São Paulo.
A Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) surgiu em 1917, negociando contratos
agropecuários como café, boi gordo e algodão. Foi por muito tempo a principal bolsa de
negociação de contratos do Brasil.
A partir de 1967 a bolsa passou a ser denominada Bolsa de Valores de São Paulo, os
antigos corretores que trabalhavam individualmente foram substituídos pela figura da corretora,
como representante de operações.
Em 1985 foi criada a Bolsa Mercantil de Futuros (BM&F) que introduziu com sucesso
a negociação de instrumentos financeiros no Brasil, como taxas de juros, índices futuros e
opções de contratos.
Em 1991 a BMSP e a BM&F unificam suas operações sob a sigla já existente da BM&F.
Em 1997 ocorre a última grande fusão, agora com a BBF, Bolsa Brasileira de Futuros, sediada
no Rio de Janeiro.
Em 2000 diversas bolsas brasileiras são incorporadas pela Bolsa de Valores de São
Paulo, inclusive do Rio de Janeiro, o que faz com que a BOVESPA se torne a Bolsa do Brasil.
Em 2008, BOVESPA e BM&F tornam-se companhias de capital aberto após
desmutualizarem seu capital. Em 2009 as operações das duas são unificadas dando origem à
BM&FBOVESPA.
FUNCIONAMENTO DA BOLSA DE VALORES
Bolsa de Valores é o mercado organizado onde se negociam valores mobiliários de
empresas de Capital Aberto, como as ações, além de outros instrumentos financeiros como
Opções e debêntures. Aprenderemos em tópico mais adiante, o que são ações, opções e
debêntures.
Valores Mobiliários – são títulos emitidos pelas sociedades anônimas (S.A.) Como
ações, debêntures, notas promissórias (comercial papers), certificado de recebíveis imobiliários,
quotas de fundos de investimentos em direitos creditórios e outros instrumentos menos usuais,
destinados a captação de recursos.
Empresa de Capital Aberto – é a empresa que através de registro apropriado junto a
CVM, está autorizada a ter valores mobiliários de sua emissão negociados publicamente no
mercado. A principal função de uma bolsa de valores é a de viabilizar operações financeiras
entre investidores e empresas, proporcionando um ambiente transparente e com liquidez,
adequado à realização de negócios com valores mobiliários. Neste sentido, é dever das bolsas,
repassar aos investidores, através de informativos, todas as informações relevantes sobre seus
negócios diários, comunicados de empresas abertas, dados do mercado financeiro e tudo mais
que contribua para a manutenção dessa transparência.
Neste contexto, as bolsas de valores bem estruturadas e definidas por regras claras,
podem beneficiar não apenas aqueles que possuem ações, mas também toda a sociedade.
Vejamos como:
Levantamento de Capital para negócios – as empresas precisam de dinheiro para
financiar suas compras, ampliar instalações, gerar capital entre outros investimentos. Para não
usar dinheiro emprestado de bancos, onde os juros são exorbitantes, as empresas emitem ações
e as vendem aos investidores, gerando assim, receita própria. Para compensar, ela paga a estes
investidores, que agora são sócios (acionistas), participação nos lucros (dividendos). Esta é uma
forma das empresas conseguirem dinheiro com baixo custo.
Facilitando o Crescimento de Companhias – Quando uma aquisição e /ou fusão de uma
companhia por outra, é feita através da bolsa, por negociação de ações ou mudança de controle
acionário, por exemplo, gera uma maior transparência na negociação o que permite uma maior
valorização dessas companhias, já que a divulgação das informações deve obedecer a padrões
pré-definidos.
Redistribuição de Renda – Ao permitir que a população em geral adquira ações de
companhias abertas tornando-as sócias de empresas lucrativas, o mercado de capitais propicia
a redução da desigualdade na distribuição da renda de um país.
Aumentando a transparência nas negociações – A demanda cada vez maior de novos
acionistas, as regras cada vez mais rígidas do governo e das bolsas de valores, tem levado as
companhias a melhorar cada vez mais seus padrões de administração e eficiência.
Atuando como Termômetro da Economia – Na bolsa de valores, os preços das ações
oscilam dependendo do que acontece no mercado e tendem a acompanhar o ritmo da economia,
refletindo seus momentos de retração, estabilidade ou crescimento. Uma recessão ou crise
financeira pode levar a uma queda, ou até mesmo, uma quebra do mercado. Desta forma, o
movimento dos preços das ações das companhias pode nos dar um bom indicador das
tendências da economia.
O que é uma ação?
Ações são títulos negociáveis, de renda variável que representam a menor parcela do
capital de uma empresa, ou seja, uma ação nada mais é do que uma fatia de uma empresa. Com
uma ou mais fatias da empresa, você se torna sócio dela, podendo receber parte de seus lucros
e /ou participar das decisões por meio de seu voto nas assembleias.
As debêntures e os Commercial Papers
As debêntures são títulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por sociedades
anônimas, que conferem ao debenturista (detentor do título) um direito de crédito contra a
mesma, de acordo com as características constantes na escritura de emissão (documento legal
que declara as condições sob as quais a debênture foi emitida, tais como: prazo, remuneração,
garantias, periodicidade de pagamento de juros, etc.). Sua finalidade é captar recursos para
financiamento de projetos, reestruturação de passivos ou aumento de capital de giro. Dessa
forma, as Companhias têm, à sua disposição, as facilidades necessárias para captação de
recursos junto ao público, a prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e
resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas necessidades para melhor adequar o
seu fluxo de caixa.
Já os Commercial Papers, também conhecidos como Notas Promissórias, são títulos de
curto prazo emitidos por empresas fechadas e Companhias para captar recursos de capital de
giro. Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo máximo de
180 dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias. Tanto as debêntures quanto as
notas promissórias fazem parte do Mercado de Renda Fixa. Quem investe em debêntures ou
em notas promissórias deve analisar o risco de crédito da emissão, pois se torna credor da
empresa e terá de volta os recursos emprestados, nos prazos, condições e garantias prédeterminados no ato da emissão do título.
Quais os tipos de ações?
As ações se dividem em dois tipos:
Ações Ordinárias Nominativas (ON) – Estas ações proporcionam participação nos
resultados econômicos de uma empresa e conferem a seu titular, o direito a voto em
assembleias, ou seja, o investidor que adquirir ações ordinárias poderá participar dos rumos que
a empresa deseja tomar.
Por outro lado, não dão direito preferenciais a dividendos, cujo conceito você verá mais
adiante.
Ações Preferenciais Nominativas (PN) – Estas ações conferem a seus detentores,
prioridade no recebimento de dividendos e /ou, no caso de dissolução da empresa, no reembolso
do capital investido. Diferente das ações ordinárias, as preferenciais, geralmente não concedem
direito a voto nas decisões da empresa.
Você pode adquirir tanto ON quanto PN ou os dois tipos, dependendo do seu objetivo.
As PN têm maior liquidez (são mais procuradas e de maior facilidade na negociação) por causa
dos dividendos e por isso seu valor comercial é maior.
Como surgem as ações no mercado?
As ações surgem no mercado quando empresas decidem abrir seu capital na bolsa de
valores. Que se dividem em dois tipos:
Mercado Primário – Mercado Primário refere-se ao mercado no qual
Ocorre compra e venda de ações pela primeira vez, ou seja, a empresa emite novas ações
seja no momento da abertura de capital, seja no lançamento de um novo lote de ações, para
captar recursos no mercado. É como comprar um imóvel direto de uma construtora.
Mercado Secundário – Mercado Secundário é o mercado em que os investidores ou
acionistas negociam ações de sua titularidade, ou seja, é o mercado em que é possível comprar
e vender ações já emitidas e em circulação. É como comprar um imóvel de outro morador.
Portanto, a diferença entre mercado primário e mercado secundário é que, no primário,
quem vende é a empresa, usando estes recursos para se financiar e no mercado secundário,
quem vende é o acionista ou investidor, se desfazendo da ação para se capitalizar.
Índices de ações
Os índices de ações são indicadores que revelam a movimentação de uma bolsa de
valores. Estes índices englobam o valor médio em moeda corrente de determinado grupo de
ações, consideradas mais representativas no movimento total do mercado ou de empresas
atuantes em determinados setores da economia.
No caso da BM&FBOVESPA, o índice principal utilizado é o IBOVESPA hoje, o mais
importante indicador de desempenho do mercado de ações brasileiro. Ele é formado por uma
carteira que representa mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro, negociados
no mercado à vista.
Formas de negociação
Na BM&FBOVESPA, existem quatro formas de negociação de ações que veremos a
seguir:
a) Mercado à vista – É a operação padrão de compra e venda de uma determinada
quantidade de ações. Depois de realizado o negócio, o comprador efetua o pagamento e o
vendedor efetua a entrega das ações objeto da transação. Esta operação ocorre no terceiro dia
útil após a realização do negócio (D+3).
Os preços são formados pelo pregão, dinâmica de oferta e procura de cada papel e todo
o seu funcionamento, será analisado no módulo 2 deste programa.
b) Mercado a termo – É a operação realizada através de contratos de compra ou venda
de determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em um prazo
determinado. Este prazo é definido pelo investidor, respeitando-se o prazo mínimo de 16 dias
e máximo de 999 dias. Neste caso, o preço será o valor da ação acrescido de uma parcela
correspondente aos juros do período. É requerido um depósito de garantia, uma vez que há o
recebimento do dinheiro à vista.
c) Mercado de opções – É a operação realizada através de contratos que garantem o
direito de compra ou venda, de uma determinada ação, dentro de um prazo estipulado, a um
valor prefixado. Esta operação é regida por uma promessa de direito de compra que poderá ser
exercido dentro do prazo estipulado.
d) Mercado futuro de ações – São contratos de compra ou venda de ações, com um
preço acordado pelas partes, para liquidação em uma data futura específica, previamente
acertada. Espera-se que o preço futuro da ação seja equivalente ao preço à vista, acrescido das
taxas de juros correspondentes entre a data da negociação e a efetiva liquidação do contrato.
Funcionamento da Bolsa de Valores
Como em qualquer outro negócio em que se investe dinheiro, não pode ser feito sem
antes saber como ele funciona. Imagina você, investir em um imóvel, sem antes saber quais os
custos com cartório, o que é preciso para registrar, levantar certidões negativas para verificar
se não há ônus sobre o imóvel, levantar informações sobre o antigo proprietário, entre outros.
Como adquirir ações?
Você não poderá investir diretamente na Bolsa de Valores, comprando ações de outro
investidor ou de uma empresa. Para que isto ocorra, você deve procurar um intermediário
financeiro que normalmente, são as Corretoras de Valores. No entanto, estes não são os únicos
a intermediar negócios na Bolsa. Você poderá investir também, através de Fundos de
Investimentos em Ações, administrados por um banco, ou ainda, investir através de um Clube
de Investimentos.
Corretoras de Valores
Corretoras de Valores são instituições financeiras, credenciadas pelo Banco Central e
pela CVM, que estão autorizadas a comprar e vender ações para você. As corretoras são
responsáveis por receber suas ordens de compra ou venda e repassá-las ao mercado.
Estas corretoras dispõem de profissionais voltados à análise de mercado, de setores
específicos e de companhias que poderão auxiliá-lo sobre o momento certo de comprar ou
vender determinadas ações para obter melhores resultados. Muitas corretoras disponibilizam
um sistema on-line para esclarecimentos de dúvidas e orientação para investimentos.
Fundos de Investimentos em Ações
Fundos de Investimentos em Ações estão cada vez mais populares. Primeiro pela
abertura da Bolsa de Valores ao brasileiro comum e segundo, pela facilidade em realizar uma
aplicação em um fundo de investimento. Esta, na verdade, é a forma mais fácil de iniciar um
contato com a bolsa de valores. Basta ter uma conta em um banco que ofereça este tipo de
aplicação e um pequeno valor para iniciar sua aplicação. Você pode fazê-la através de seu
Home Banking ou pedir ao seu gerente que o faça.
Estes fundos são administrados por um banco ou corretora que, pela emissão de títulos
de investimento próprio, o “Certificado de Investimento”, denominado em quotas, concentra
capital de inúmeros investidores para aplicação em carteira diversificada, em carteira composta
por ações de uma única empresa ou segmento de mercado.
Horários de negociação
Pregão Regular: das 10:00h às 17:00h
Ater-Market: das 17:45h às 19:00h
Horário de Verão:
Pregão Regular: das 11:00h às 18:00h
Ater-Market: das 18:45h às 19:30h
Regulamentação
Papel da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – Sua principal função é cuidar
para que investidores tenham acesso a informações que confirmem a boa qualidade das
empresas abertas e dos fundos de investimentos. Ou seja, cuida para que o mercado seja
transparente e todos tenham acesso a informações de maneira uniforme, evitando assim, o uso
de informações privilegiadas que vão beneficiar alguns investidores em detrimento de outros.
A CVM não se restringe apenas a cuidar da transparência e idoneidade do mercado.
Entre outras funções estão:
• Registrar as companhias abertas
• Registrar a distribuição de valores mobiliários;
• Credenciar auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários;
• Cuidar da organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;
• Fiscalizar a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
• Administrar carteiras e a custódia de valores mobiliários;
• Suspender ou cancelar registros, credenciamentos ou autorizações;
• Suspender a emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar
recesso de bolsa de valores.
Fórmula para cálculo:
Gráfico:
Questões:
1- As bolsas de valores, mesmo que constituídas como associações civis ou sociedades
anônimas, funcionam sob a supervisão e fiscalização da CVM.
C. Certo
E. Errado
2- O segmento de listagem da BM&FBovespa denominado Novo Mercado é destinado à
negociação de ações de companhias que tenham:
A. comprometimento voluntário de práticas de governança corporativa além do que é exigido
pela legislação.
B. conselho de administração formado integralmente por membros independentes.
C. registro para negociação simultânea de ADR na Bolsa de Valores de Nova York.
D. previsão estatutária de distribuição mínima de dividendos correspondente a 50% do lucro
anual.
E. capital social representado em maior parte por ações ordinárias.
3- O mercado financeiro pode ser classificado como primário ou secundário, dependendo
do momento da negociação do título no mercado. O lançamento de um novo ativo
financeiro ocorre no mercado primário. No mercado secundário ocorrem as:
A. vendas de títulos públicos que são negociados por meio da Bovespa.
B. transações financeiras envolvendo o mercado monetário internacional
C. compras de títulos privados, derivativos, opções que estão sendo oferecidos ao mercado
financeiro.
D. negociações posteriores, em Bolsa de Valores ou em Mercado de Balcão, envolvendo
compras e vendas de títulos já lançados entre investidores.
E. negociações de títulos de crédito como cheques, notas promissórias e DOC, realizadas por
meio da Bolsa de Valores e do Mercado de Balcão.
4- O mercado de capitais pode atuar positivamente para o crescimento econômico. Para
que esse mercado cumpra seu papel, dentre as condições necessárias, é correto mencionar:
A) assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores
mobiliários, o que constitui uma função da Comissão de Valores Mobiliários.
B) fiscalizar e inspecionar as companhias abertas, o que constitui uma função do Banco Central
do Brasil.
C) fiscalizar permanentemente as atividades e os ser- viços do mercado de valores mobiliários,
o que constitui uma função da Superintendência de Seguros Privados.
D) apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de valores mobiliários, o que constitui uma
função do Tesouro Nacional.
E) prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, inclusive com a suspensão da
negociação de determinado valor mobiliário, o que constitui função do Conselho Monetário
Nacional.
Referencias:
http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/conhecimentos-bancarios-bolsas-devalores/365032
Disponível em: http://www.renatrader.com.br/como-funciona-a-bolsa-de-valores.html
A
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Oculta
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Disponível
http://upf.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788534613842/pages/1
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