Professor(a) O material desta seção pretende atender suas necessidades diárias e práticas da sala de aula. Ao selecionar o material, considere o Projeto Pedagógico de sua escola. Corte, recorte, monte, copie, cole... Enfim, adapte-o à sua realidade! Cultura islâmica Aqui, um pequeno texto sobre a cultura religiosa islâmica. Leia, com atenção, alguns trechos no site www.islam.org.br/muculmanos_e_cristaos.htm O SIGNIFICADO DE ISLAM: É importante assinalar que o termo "Islam" não é derivado de qualquer nome de pessoa, raça ou localidade em particular. Um muçulmano considera o termo usado por alguns escritores, "maometanismo" , como sendo uma violação ofensiva do verdadeiro espírito dos ensinamentos islâmicos. O Profeta Muhammad não é adorado ou respeitado por ser o fundador do Islam, ou o autor do Livro Sagrado, o Alcorão. O termo "Islam" aparece em mais de um lugar no próprio Alcorão. Ele é derivado da raiz árabe SLM que tem a conotação de "paz" ou "submissão". MONOTEÍSMO ISLÂMICO: O próximo conceito que necessita ser esclarecido é o termo "Allah". Qual o seu significado? Primeiramente deve ser enfatizado que o termo "Allah" , em absoluto, significa um deus tribal, ou árabe, ou até mesmo um deus muçulmano. O termo "Allah" em árabe quer dizer o Deus Universal Único e Verdadeiro de todos. Achar que Allah é diferente de Deus, com letra maiúscula, seria o mesmo que dizer, por exemplo, que a adoração ao Deus dos cristãos franceses é diferente porque eles O chamam de "Dieu". A NATUREZA DO SER HUMANO: O muçulmano não vê a existência humana sobre a terra como uma punição por ter comido do fruto da árvore proibida. Tal acontecimento é respeitado como uma lição para Adão e Eva, antes de eles virem para a terra. O Alcorão ensina que, mesmo antes da criação do primeiro ser humano, já era plano de Deus estabelecer a vida humana e a civilização sobre a terra (al-Bacara 2:30). Portanto o muçulmano não vê o ser humano como totalmente mau ou totalmente bom, mas como responsável. O Alcorão afirma, em diversos lugares, que Deus criou o homem para ser Seu "khalifah", Seu administrador ou vice-gerente na Terra. A RELAÇÃO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE: O Alcorão nos ensina que a raça humana recebeu uma natureza pura, inata, chamada de "fitrah". O conhecimento de Deus e a espiritualidade inata são inerentes à existência humana, mas essa espiritualidade pode nos trair se não for encaminhada para a direção correta. E acreditar em Jesus, mas não aceitar Moisés ou Muhammad, é violar o que Moisés, Jesus e Muhammad significaram. Para um muçulmano acreditar em Muhammad e rejeitar tanto Moisés como Jesus é violar o seu próprio Livro Sagrado. O PAPEL ESPECIAL DE MUHAMMAD: Mas por que os muçulmanos em seu testemunho de fé dizem "Eu testemunho que não há outra divindade além de Deus e que Muhammad é Seu mensageiro"? Isso quer dizer que eles, na verdade, rejeitam os outros profetas? De fato o papel especial desempenhado por Muhammad, como a confirmação e o último de todos os profetas, coloca os muçulmanos na posição, através da qual, honrar Muhammad implica honrar todos aqueles que vieram antes dele também. O muçulmano acredita que Muhammad é um irmão para Jesus, Moisés, Abraão e outros profetas, mas o Alcorão afirma, com todas as letras, que o advento de Muhammad foi predito pelos profetas anteriores a ele, inclusive Moisés e Jesus, que a paz esteja com eles. Mesmo a Bíblia, em sua forma atual, profetiza o advento do Profeta Muhammad (por exemplo, Gênesis 21:13, 18, Deuteronômio 18:18 e 33:1-3, Isaías 11:1-4, 21:13-17, 42:1-13 e outros). JULGAMENTO E SALVAÇÃO: Como podemos nós, humanos, de uma perspectiva islâmica, dominar o "pecado"? O Alcorão ensina que a vida é um teste, que a vida terrena é temporária. O Islam ensina uma pessoa a ser humilde e a saber que nós não alcançamos a salvação por nossa própria conta. A reconciliação do ser humano "pecaminoso" com Deus é uma contingência de três elementos: o mais importante é a Graça, Misericórdia e Generosidade de Deus. Depois são as boas ações e uma crença correta. OS ASPECTOS APLICADOS: Os cinco pilares do Islam (o testemunho, as cinco preces diárias, o jejum, a caridade, peregrinação) são apresentados por muitos escritores como questão de ritual formal. Na verdade, são lições políticas sociais que ensinam o muçulmano. O que pode parecer como compartimentos separados da vida não existe para muçulmano. Um muçulmano não diz "Isto é um negócio e aquilo é moral". Moral, espiritual, econômico, social governamental estão interrelacionados porque tudo, inclusive César, pertence a Deus e a Deus tão somente. ATIVIDADES a e o e O que achou do texto? Então, que tal, agora, pesquisar um pouco e responder algumas perguntas? Vamos lá? 1- Quais os cinco pilares do Islamismo? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Qual papel o texto atribui a Maomé (Muhammad)? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- A partir da leitura do texto, é possível estabelecer afinidades entre o Islamismo e o Cristianismo? Caso seja, apresente duas dessas afinidades. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Vamos ler outro texto? Este foi escrito por um muçulmano criticando a postura dos terroristas islâmicos fundamentalistas. É muito interessante! Vamos ver alguns trechos do site no qual ele se encontra hospedado (www.islam.org.br/muculmanos_e_cristaos.htm): Muçulmanos, cidadãos do mundo Hicham Ben Abdallah El Alaoui* O mundo mudou depois dos atentados de 11 de setembro. Se os culpados ainda não tiverem sido identificados com segurança, muito provavelmente fazem parte de uma rede transnacional de fundamentalistas islâmicos. Que essa rede seja dirigida pela figura quase mítica de Osama bin Laden ou por qualquer outro, esses atentados nos obrigam a examinar suas conseqüências globais para os países árabes-muçulmanos e para o mundo. Os odiosos ataques alimentam-se, no mundo árabe-muçulmano, da raiva e da humilhação dos povos abandonados por uma ordem mundial que os marginaliza. A existência de uma rede capaz de tamanha violência em nome do Islã obriga-nos – a nós, muçulmanos – a esclarecer a nossa posição em relação ao “fundamentalismo islâmico”. Em parte o Ocidente é responsável, mas não podemos nos esquivar de nossa própria responsabilidade. Refiro-me à escalada de um islamismo política e socialmente totalitário, organizado com base em grupos armados, que fazem uma interpretação unilateral dos textos sagrados. Elites distantes do povo A maioria dos muçulmanos quer viver sua religião em paz, lado a lado com seus vizinhos de confissões diferentes, usufruindo das novas possibilidades que lhes oferece o mundo contemporâneo. Não procuram, de forma alguma, obrigar os cidadãos de um país – muçulmanos ou não-muçulmanos – a adotar um modo de vida único. Assim como não pretendem travar uma guerra contra o mundo para propagar sua religião. Essas tensões entre um modo aberto e um modo totalitário de viver sua religião não dizem respeito exclusivamente aos muçulmanos. Nos Estados Unidos existe uma corrente de fundamentalistas cristãos que usa uma linguagem digna de Osama bin Laden. Em nome das reivindicações religiosas de um “Grande Israel” os colonos judeus extremistas também estão dispostos a levar o mundo à guerra. A influência dos movimentos islâmicos radicais sobre as massas deserdadas das sociedades muçulmanas tem por efeito isolar ainda mais as elites muçulmanas cosmopolitas. Elites que vivem confortavelmente, sob regimes que continuam a tolerar as desigualdades e a pobreza maciça. Regimes que começaram por se utilizar dos movimentos fundamentalistas como contra-peso, para reprimir outras formas de oposição. Um desafio aos muçulmanos O sucesso dos fundamentalistas prova que os muçulmanos amantes da liberdade não souberam defender sua causa com eloqüência suficiente, assim como mostra a urgência do trabalho por ser feito. Na modernidade de um mundo multi-étnico, multi-cultural e multi-confessional, cada muçulmano tem por obrigação defender com fervor um Islã tolerante. Isso significa que também devemos defender a justiça social, as instituições políticas democráticas e as relações internacionais que respeitem a dignidade e a soberania de todas as nações. Esses compromissos exigem muita coragem política. Sem a qual não conseguiremos impedir que o Islã caia nas mãos de assassinos, que o deturpam. Nada existe de contraditório em ser, ao mesmo tempo, muçulmano, defensor dos oprimidos, dos palestinos, e cidadão do mundo moderno. Devemos lutar por essas idéias em nossos respectivos círculos sociais e aceitar o desafio. Os acontecimentos de 11 de setembro vieram lembrar-nos da urgência dessa tarefa. Foi a nós, muçulmanos, que os autores dos ataques lançaram um desafio. Temos que enfrentá-lo. Os perigos que decorrem desses acontecimentos são extremamente graves. Não se trata de uma ação terrorista comum, como as que são perpetradas pelo IRA, pelo ETA ou pelos palestinos, durante a década de 70, por exemplo – ou mesmo como os recentes “atentados-suicidas” no Oriente Médio. Essas ações tinham por objetivo chamar a atenção para uma ofensa, ou vingar uma ação específica. Constituem sempre um apelo à reparação de algo que é entendido como uma injustiça. E a responsabilidade por elas é reivindicada para lhes dar um sentido político. Uma insurreição geral dos muçulmanos Os atentados de 11 de setembro não estão vinculados a qualquer situação precisa. Não têm por objetivo principal compensar um erro específico. Inscrevem-se numa estratégia apoiada em uma convicção religiosa cujo objetivo é empreender uma guerra global contra o “Ocidente”, levando um “mundo muçulmano” à vitória. O grupúsculo responsável pelos ataques sabe que não irá desfechar esse tipo de conflito a menos que consiga provocar, entre uma parcela considerável de muçulmanos, a raiva e a determinação absolutas que motivam os poucos milhares de membros do seu movimento. Daí, a recusa, lógica, em reivindicar os atentados. A finalidade é provocar um conflito mais amplo. Os autores dos ataques querem que seja difícil saber exatamente a quem condenar e a quem contraatacar; que seja difícil evitar represálias contra um amplo conjunto de alvos muçulmanos, na esperança de que essas represálias cegas aticem a raiva de todos os muçulmanos. Conseguiriam, então, provocar o mais cego dos contra-ataques, cujas vítimas seriam os muçulmanos. Se conseguirem esse objetivo, terão vencido uma batalha decisiva e irão se preparar para levar adiante, de forma ainda mais forte, a batalha seguinte. A insurreição generalizada do mundo muçulmano – sua única esperança de vitória – ficará mais perto. Obs.: Esse texto é parte do artigo de mesmo nome publicado no Jornal Le Monde Diplomatique, edição de outubro de 2001. Que tal mais três perguntinhas? 1- Quais os objetivos imediatos dos grupos terroristas, como o que realizou o atentado ao WTC? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Que crítica o autor faz às elites islâmicas, como é o caso de seu primo, o rei do Marrocos? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Quais princípios o autor afirma que os islâmicos devem defender? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Proponha uma investigação sobre a cultura islâmica a partir de levantamento de material na Internet. Se puder levar um praticante do islamismo à escola para falar aos alunos, seria bem interessante. Pode-se fazer um trabalho mais amplo, em grupos, comparando três ou quatro grandes religiões do ponto de vista cultural. Vamos ver algumas notícias de jornais e revistas? Bem, que tal você procurar em alguns jornais e revistas importantes? Em seus sites existe sempre uma chamada para procurar reportagens por assunto. Basta colocar a palavra que gostaria de buscar e clicar em ok!! Vamos dar uma olhadinha? www.oglobo.com.br www.vejaonline.com.br www.odia.com.br www.epoca.com.br www.uol.com.br/fsp/ www.jornaisdehoje.com.br E ainda tem mais! Que tal alguns Estudos Interativos sobre o Tema? Tipos de Conflitos /salaaula/estudosp/geografia/274_tipos_conflitos/ Conflito entre Árabes e Israelenses /salaaula/estudos/geografia/134_oriente_medio/ www.estadao.com.br www.istoe.com.br www.jb.com.br