Há alguns dias, em outra semana Lá em Campo Mourão A sabedoria veio à paisana De chapéu e chimarrão Na visita me questiona O que acha do raciocínio? Ouvi atento como funciona E em poema, patrocínio Abordagem sobre a criminalidade e redução da maioridade penal; Porque nos crimes a tenra idade É sempre um debate atual. Responder antes dos dezoito Por um crime praticado Pra uns, argumento afoito Para outros, justificado Sem dinheiro e educação Sempre à margem da sociedade Injusta seria a tipificação Com os infratores uma impiedade De boa-fé discutem os defensores Sem nunca precluir Por isso apresento aos senhores O argumento a seguir A questão etária é importante Mas o mundo está diferente 1 Para a maturidade do meliante A idade é mais um elo na corrente Cultura e conhecimento Também delimitam o cognoscente Importa muito o discernimento Seja ele adulto ou adolescente Hoje tudo é mais evoluído Ciência e Internet, a rede mundial Há muito jovem instruído Não há fronteiras na rede social O crime, uma ação pessoal Também reflete essa evolução Se é uma atividade mental Estudar o cérebro é a solução Ao longo da humanidade Nunca se discutiu amiúde Devemos sair da ingenuidade E pesquisar com amplitude Não confunda com Lombroso Autor de “O homem delinquente” Um livro deveras tenebroso Já superado e incongruente Desejava mostrar a essência Mas não ia além do preconceito Pois julgava que a aparência Revelava a alma do sujeito 2 Depois desta ideia superada O sistema criminal punitivo Iniciou uma busca desesperada De recuperar e ser educativo O que vemos hodiernamente Predomina no sistema penal Algo imposto gradativamente Que não foca o aspecto mental O crime é uma expressão da mente Seja por “volutas”, ou pela doença Toda a ação do delinquente É do cérebro uma sentença Se homem age normal É a mente que impulsiona Para o bem ou para o mal É o cérebro que leciona Mas se o cérebro não é bem feito Inocente é o rapaz A medicina dá o conceito E o chamamos de incapaz Devemos olhar com firmeza Se o cérebro é saudável Para auferirmos com certeza Se o indivíduo imputável Se penso, logo existo 3 Quem não domina seu pensar Deve ser bem quisto Mas incapaz de professar Mas há homens no enredo Que pensam de maneira normal Mas que escondem um segredo Na estrutura cerebral Um novo tipo de raciocínio Vem a ciência prosperar Pois nem todos assassínios Nós podemos recuperar Partir do pressuposto: “Não doentes mentais” Vai nos trazer o desgosto Pois não são todos iguais Pois muitos são os pensares De cérebros com higidez Mas ideias não salutares Devem ser vistas com rigidez Nem todos os seres são iguais Mesmo que ainda conscientes Menores que maltratam animais Podem ter problemas inerentes Doutora Ana Beatriz Barbosa Psiquiatra expoente Escreveu uma obra valorosa 4 Cujo tema é pertinente Mentes Perigosas: O Psicopata mora ao lado Pessoas geniosas Que portam um mal velado A psiquiatria nos leciona O que vem ser psicopatia Como seu cérebro funciona A falsa empatia Não possui remorso e arrependimento Parece ter prazer em fazer o mal Sua mente tem pleno discernimento Como devolvê-lo ao meio social? Estes seres não tem idade Nem apego emocional Possuem uma maldade Que não se cura em hospital Infelizmente é insensata A fé e a esperança Na cura de um psicopata Que é mal desde criança Caráter, de origem helênica Significa marca gravada A maldade psicogênica No cérebro está sulcada 5 Não decorre do convívio social A psicopatia do delinquente Os médicos dizem que é cerebral Devemos ter isso bem ciente Deve portanto o direito Buscar mais que a idade Analisar friamente o sujeito Averiguar sua incolumidade Não se trata somente de entender E do entendimento se determinar É a maldade inata compreender Para um psicopata se sentenciar Ele sabe o bem e o mal O errado e o certo Entende o direito penal Pois é muito esperto Só com o real diagnóstico Poderemos ter a dimensão Aplicarmos o prognóstico Aos que agem com perversão É para este o horizonte Que o direito deve se voltar Tentar cruzar a ponte E com a medicina fomentar Somar sempre à idade A capacidade e sapiência 6 E além da aparente sanidade O cérebro em sua essência Como mais um lado do prisma A idade deve ser vista Para não incorrer em sofisma Nem ser falso moralista É filosofia e religiosidade Prejudiciais ao aspecto penal Porque mascaram a realidade Com a vã esperança fraternal Este é apenas um testemunho Uma crítica ao sistema Uma ideia escrita à punho Convertido em poema Portanto o texto original Escrito em prosa à priori É deste amigo genial Doutor Rubens Sartori Um gigante promotor Ad causam et honori 7