O papel dos factores cognitivos no nosso comportamento social. A cognição social é uma forma de conhecimento e de relação com o mundo social. Assim, há quatro processos de cognição social: as impressões, as expectativas, as atitudes e as representações sociais. As primeiras impressões são as ideias com que ficamos de determinada pessoa com quem acabamos de travar conhecimento. Neste primeiro contacto, interiorizamos determinadas características/indícios que consideramos mais importantes na caracterização dessa pessoa. As primeiras impressões têm, muitas vezes, um significado errado, contudo, são de carácter bastante persistente. Por outro lado, a produção de impressões é mútua, na medida em que a impressão que o outro tem sobre mim irá afectar o seu comportamento para comigo. As expectativas são modos de categorizar as pessoas através das impressões que temos delas. Da mesma forma que as impressões, também as expectativas são mútuas e alteram o seu comportamento para connosco. No processo de categorização através do qual catalogamos as pessoas consoante as suas características essenciais estão envolvidos os processos de indução e dedução. Pela indução passamos da percepção das características para a categorização delas e pela dedução conseguimos encontrar novas características para a pessoa, tendo em conta a sua categoria social. É pela dedução que formamos expectativas acerca de outrem que são marcadas pelos valores, atitudes, crenças, história pessoal e contexto social. Atitude é uma tendência para responder a um objecto social – situação, pessoa, grupo, acontecimento, de modo favorável ou desfavorável. É uma tomada de posição intencional de alguém acerca de um assunto social. As atitudes são importantes para processarmos a informação a que somos submetidos diariamente. É devido às várias atitudes que se podem tomar face a uma determinado assunto que, para diferentes situações, diferentes pessoas reajam de forma distinta. Explicar o papel das impressões nas relações interpessoais. Ao criarmos contacto com uma pessoa, não recolhemos toda a sua informação, mas antes aquela que se nos afigura mais importante e mais óbvia. Assim, depois de termos as primeiras impressões, vamos proceder à categorização da pessoa em questão, agrupando-a segundo características que achamos pertinentes. Esta atribuição inicial de grupos, influencia vivamente o nosso comportamento seguinte para com essa mesma pessoa porque acaba por nos mostrar, genericamente, o perfil psicológico dela. A categorização permite um comportamento mais adequado à situação em questão e ajuda-nos a poupar tempo nas relações interpessoais. Para a categorização são necessárias 3 avaliações: - A afectiva – Percebemos se gostamos ou não da pessoa, à primeira vista. - A moral – Ponderamos os valores da pessoa e analisamos o seu carácter. - A instrumental – Averiguamos se é competente, capaz e responsável. A primeira impressão é muito emocional e, por isso, tem grande influência no nosso comportamento futuro: se a pessoa me pareceu intriguista, mal formada e mesquinha, o meu comportamento para com ela não será, de certo, tão simpático e aberto como com aquelas pessoas que me pareceram simpáticas, honestas e humildes. Assim, podemos afirmar que a categorização que provém da formação de impressões facilita e orienta o nosso comportamento, fazendo mesmo com que criemos determinadas expectativas em relação à pessoa, que encaixam na sua categoria. Conhecer o efeito das primeiras impressões. As primeiras impressões são extremamente determinantes para o desenrolar de uma relação pessoal, do mesmo modo que permitem a emissão de juízos de valor muitas vezes precipitados. Por outro lado, as primeiras impressões são essencialmente influenciadas pela primeira informação que obtemos da pessoa. Embora possa parecer estranho, as primeiras impressões têm um carácter bastante persuasivo e tendem a manter-se inabaláveis durante muito tempo. Assim, umas das características das primeiras impressões é a sua persistência. Quando analisamos informação, indícios e percepções e criamos uma impressão da pessoa, é muito complicado de alterarmos essa concepção porque tentamos sempre resistir à mudança de opinião e à integração de nova informação. Deste modo, se ficarmos com primeiras impressões erradas, podemos contar com grande dificuldade de aceitação do outro e pouco provavelmente atingiremos uma relação sadia com ele. Mostrar a importância das expectativas no comportamento. O Efeito de Pigmalião é talvez a teoria mais acertada acerca da auto-realização de profecias. Este fenómeno caracteriza-se pela realização das expectativas que se têm acerca de um determinado assunto ou pessoa. Assim, as consequências advêm do processo de profecia, portanto as expectativas acabam por influenciar em grande escala o comportamento das partes envolvidas. Robert Rosenthal foi um psicólogo conhecido pelo estudo das expectativas dos professores no comportamento deles e dos alunos. Quando conhecem o aluno, os professores emitem juízos de valor e categorizam os alunos consoante as primeiras impressões que têm deles. A partir daí, criam expectativas adequadas à categoria do aluno que se tendem a realizar. A este fenómeno chamamos ‘Efeito de Rosenthal’. Este tem três componentes explicativas: - Se o professor considera que um aluno tem potencial e que apresentará um bom rendimento, ele tê-lo-á. - Se o professor não esperar grande desenvolvimento do aluno, este pouco se esforçará e acabará por ter um rendimento medíocre. - Quando os alunos contrariam as expectativas do professor, são negativamente avaliados por ele. É importante notar que estas componentes não são determinantes. Apenas podemos afirmar que há, efectivamente, uma tendência para professores e alunos reagirem deste modo, e principalmente para alunos com boas expectativas produzirem bons resultados. Posteriormente, foram também feitos trabalhos de pesquisa acerca do papel das expectativas na relação investigador-experiência. Mais uma vez, constatou-se que expectativas positivas em relação ao resultado, favoreciam-no, uma vez que os investigadores se tornavam mais cautelosos, carinhosos e confiantes. Conhecer o conceito de atitude. Uma atitude é uma tendência para responder a um objecto social – situação, pessoa, grupo, acontecimento – de modo favorável ou desfavorável. A atitude não é, portanto, um comportamento, mas uma predisposição, uma tendência relativamente estável para uma pessoa se comportar de determinada maneira. É uma tomada de posição intencional de um indivíduo face a um objecto social. Distinguir as três componentes das atitudes Nas atitudes, podem distinguir-se três componentes: cognitiva, afectiva e comportamental. - Componente cognitiva: constituída pelo conjunto de ideias, de informações, de crenças que se têm sobre um dado objecto social (pessoa, grupo, objecto, situação). É o que consideramos como verdadeiro acerca do objecto. - Componente afectiva: conjunto de valores e emoções, positivas ou negativas, relativamente ao objecto social. Está ligada ao sistema de valores, sendo a sua direcção emocional. - Componente comportamental: conjunto de reacções, de respostas, face ao objecto social. Esta disposição para agir de determinada maneira depende das crenças e dos valores que se têm relativamente ao objecto social. Relacionar atitudes e comportamento. As atitudes não são directamente observáveis: inferem-se dos comportamentos. Também é possível, a partir de um comportamento, inferir a atitude que esteve na sua origem. De igual modo, se conhecermos a atitude de uma pessoa face a uma situação ou acontecimento, podemos prever o seu comportamento. Portanto, as atitudes são o suporte intencional de grande parte dos nossos comportamentos. Explicar os processos de formação e mudança de atitudes. As atitudes não nascem connosco, formam-se e aprendem-se no processo de socialização, no meio social onde estamos inseridos. São vários os agentes sociais responsáveis pela formação das atitudes: os pais e a família, a escola, o grupo de pares e os meios de comunicação. Os parentes mais próximos exercem um papel fundamental na formação das primeiras atitudes nas crianças. São modelos que estas imitam e com as quais se procuram identificar. A educação escolar desempenha um papel central na formação das atitudes. Na adolescência, tem particular relevo o grupo de pares, isto é, os indivíduos com idade aproximada com que os jovens contactam mais frequentemente. Actualmente, os meios de comunicação têm grande importância na formação de novas atitudes ou no reforço das que já existem: a publicidade, as telenovelas, os filmes, são meios poderosos pela influência que exercem sobre o modo como se encara o que acontece no mundo, as relações interpessoais, os gostos e as preferências, a ocupação dos tempos livres, o trabalho, etc. É através da observação, identificação e imitação dos modelos - pais, professores, pares, figuras dos meios de comunicação social, etc. – que se aprendem, que se formam as atitudes. Esta aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem particular prevalência na infância e na adolescência. Tal não significa que depois destas idades as atitudes não possam mudar. Há contudo, uma tendência para a estabilidade das atitudes. Mas apesar da relativa estabilidade das atitudes, estas podem mudar ao longo da vida. Acontecimentos extraordinários, impressionantes, podem resultar em modificações nas nossas atitudes. As experiências vividas por nós podem conduzir à alteração das atitudes. Esclarecer o conceito de dissonância cognitiva. A dissonância cognitiva é um sentimento desagradável que pode ocorrer quando uma pessoa sustenta duas atitudes que se opõem, quando estão presentes duas cognições que não se adequam ou duas componentes de atitude que se contradizem. Por exemplo, a pessoa que defende o cumprimento das obrigações fiscais, mas que se esquiva ao pagamento dos impostos, tende a passar situações angustiantes e inconsistentes. É possível alterar ou, pelo menos, diminuir estas sensações: - Mudando as duas convicções. - Alterando o grau de importância de uma delas, respeitando a que se sobrepõe. - Acrescentando uma outra informação que resolva o conflito. - Negando a relação entre as duas convicções. Quanto mais fracos forem os argumentos para a contradição comportamental que se verifica, maior a dissonância e maior a vontade de mudar o que está a provocar o conflito. As situações de dissonância cognitiva levam-nos a mudar atitudes e pensamentos. Analisar os processos de influência social: normalização, conformismo e obediência. Estando constantemente sob acção externa, o homem interioriza três processos de influência social: - Normalização: Através do processo de socialização, interiorizamos um conjunto vasto de regras e formas de comportamento que variam de cultura para cultura. As normas estruturam as interacções com os outros porque criam um padrão mais ou menos comum de comportamentos. São regras sociais básicas que estabelecem o que as pessoas podem ou não podem fazer em determinadas situações. As normas são uma expressão da influência social porque influenciam o nosso comportamento dentro de uma cultura/sociedade específica. A normalização permite a uniformização de comportamentos dentro desse grupo social, o que nos permite prever o comportamento dos outros e, portanto, sabermos como reagir. As normas são elementos de coesão grupal e facilitam a adaptação ao meio social quando são interiorizadas. Sendo relativamente duráveis no tempo, conseguem criar uma imagem/identidade para cada sociedade e assegurar a sua estabilidade da mesma. - Conformismo: O conformismo resulta do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou as suas atitudes por efeito da pressão do grupo. O conformismo é uma forma de interacção, um processo de influência inerente ao funcionamento dos grupos. Estes são regidos por normas aceites pelos seus membros que devem ser cumpridas por eles. Se um grupo for conformista e acatar as normas, será muito coeso e uniforme. As pessoas conformam-se para serem aceites pelos grupos e para interagirem com outras pessoas. Quem não se conformar, será visto como revolucionário e conflituoso, pelo que a maioria opta por se adaptar e acatar as regras, criando um pensamento grupal, preferindo o consenso à reprovação social. - Obediência: Sinónimo de submissão à autoridade, a obediência acontece quando as pessoas não se sentem responsáveis pelos seus actos porque estes foram ordenados pelos seus superiores. Assim, para os executores da tarefa, o responsável será a figura de autoridade que os instigou ao cumprimento da ordem. Acatando as ordens, quer estejam de acordo com os princípios próprios ou não, as pessoas obedecem e não assumem a responsabilidade inerente ao acto em questão. Aceitam porque não querem sofrer as consequências que advêm da desobediência. Enunciar os factores que influenciam a obediência. Os factores que favorecem o comportamento obediente podem ser: - a proximidade com a figura de autoridade, pois quanto mais próxima estiver a figura de autoridade, maior é a obediência: as pessoas sentem-se mais intimidadas e obedecem mais. - a legitimidade da figura de autoridade, pois quanto mais reconhecida for a autoridade, maior é a obediência. Se o estatuto de quem dá as ordens for reconhecidamente mais elevado, mais elevado é o nível de obediência. - a proximidade da vitima - a pressão do grupo, pois a essência da obediência é que uma pessoa passa a ver-se como o instrumento para executar os desejos de outra pessoa e, portanto, não se considera responsável pelas suas acções. Relacionar inconformismo e inovação. A história da humanidade testemunha que a mudança a todos os níveis foi desencadeada por concepções, atitudes e comportamentos que não respeitaram o que socialmente estava estabelecido como correcto e desejável. Por exemplo, nas grandes revoluções científicas, foi o inconformismo dos tais cientistas que transformou o modo como os seres humanos se concebem. O inconformismo consiste na adopção de concepções, atitudes e comportamentos que não respondem às expectativas do grupo. As pessoas que adoptam atitudes inconformistas são, frequentemente, objecto de crítica social. O desvio, a dissidência, são encarados como desagregadores da ordem social e são tão mais criticados e reprimidos quanto mais importante for, para o grupo social, a norma não respeitada. Assumidos por minorias, os comportamentos inconformistas, geradores de inovação, acabam muitas vezes por serem integrados pelo sistema social. A mudança social encontra neste processo a sua origem. Compreender os processos de influência no comportamento. Os processos de influência social têm a capacidade de alterar o nosso comportamento. Quanto à normalização, não é difícil compreender o porquê: ao estarmos inseridos numa dada cultura, regida por um conjunto de regras específicas, nós, cidadãos, ficamos obrigados a respeitá-las. Portanto, o nosso comportamento vai acontecer segundo essas mesmas normas. É natural que, se não tivéssemos que pagar impostos, não os pagaríamos, mas, como é uma regra que se nos impõe, cumprimo-la. Na sociedade, há normas implícitas e normas explícitas. As normas explícitas são aquelas suportadas por leis, que têm uma vertente jurídica. Já a implícitas são aquelas que não tendo um suporte escrito prático, são respeitadas por senso comum e por dever cívico. Por exemplo, não roubar é uma norma explícita, mas devolver o que encontramos no chão e sabemos ser doutra pessoa já é uma questão de coerência social, ou seja, uma norma implícita. As pessoas conformam-se para serem aceites pelos grupos e para interagirem com outras pessoas. Quem não se conformar, será visto como revolucionário e conflituoso. Deste modo, os conformistas adoptam um comportamento de aceitação, enquanto que os inconformistas têm que se mostrar activos, opinativos e argumentativos para fazerem valer as suas opiniões. O conformismo impede também a inovação, o cumprimento de vontade própria. Há dois tipos de conformistas: os passivos, que adoptam um comportamento de falta de interesse, de responsabilidade, de mudança e de coragem e os activos que, aceitando as normas sociais, tentam, de forma ordenada e civilizada caminhar para alguma mudança não drástica. Estes últimos têm consciência que o conformismo permite a coesão do grupo. Do mesmo modo, há dois tipos de inconformistas: os que só pretendem contrariar e chamar a atenção e os que querem fazer valer os seus ideais para encaminharem a sociedade noutra direcção. As mudanças sociais, normalmente, ocorrem quando um inconformista do último tipo assume o poder. A obediência tem alguns efeitos similares aos do conformismo no comportamento. Ao obedecer cegamente às ordens que recebe, a pessoa perde o seu sentido crítico, opinião, vontade própria e contraria, muitas vezes, os seus princípios básicos. O símbolo da autoridade comporta-se como o próprio cérebro do mandatário que perde a identidade e responsabilidade, mas que, pelo menos, não é rejeitado pelo grupo. Esta característica torna-se crucial na vida dele. 14. Analisar os factores que influenciam a atracção interpessoal. Os factores que influenciam a atracção podem ser: - Proximidade: a proximidade geográfica é um factor poderoso na medida em que são as pessoas mais próximas aquelas por quem poderemos sentir-nos mais atraídas. - Familiaridade: relaciona-se, também, com a proximidade; a atracção relativamente a uma pessoa pode aumentar se estivermos frequentemente com ela. São as pessoas com quem lidamos com mais frequência que nos são mais acessíveis e, portanto, susceptíveis de nos atraírem mais. - Atracção física: constata-se que as pessoas fisicamente mais bonitas – por relação com o padrão cultural de beleza – são mais populares, causam melhores impressões iniciais. Há, inclusive, uma associação de beleza com a atracção e também a modos de ser positivos. Este estereotipo esta muito presente nas relações sociais, afectando-as fortemente. - Semelhanças interpessoais: sentimo-nos atraídos por pessoas que têm sentimentos, comportamentos, atitudes, opiniões, interesses e valores semelhantes aos nossos. As pessoas que têm afinidade aproximam-se. - Qualidades positivas: gostamos mais das pessoas que apresentam características que consideramos agradáveis do que com características que consideramos desagradáveis. - Complementaridade: as semelhanças interindividuais são um factor de aproximação, no desenvolvimento de uma relação, as pessoas são atraídas por características que elas não possuem; são as assimetrias das características que tornam o outro atraente, na medida em que se complementam. - Reciprocidade: gostamos das pessoas que nos apreciam, que gostam de nós: simpatizamos mais com quem simpatiza connosco. Esse reconhecimento leva a que reajamos com mais calor e afecto, o que desencadeia, por sua vez, mais simpatia. As apreciações positivas dos outros têm um efeito muito forte na atracção que os outros exercem sobre nós. A reciprocidade facilita o estabelecimento de relações significativas e de confiança. 16. Conhecer as teorias de Freud, Lorenz, Dollard e Bandura. - Concepção de Freud: a agressividade faz parte no nosso organismo. A nossa vida psíquica, o nosso desenvolvimento seriam orientadas por pulsões. O fundador da psicanálise distingue dois grandes tipos de pulsões: a pulsão de vida, Eros, e a pulsão de morte, Thánatos. A agressividade teria, assim, uma origem biológica, seria uma energia que tem de ser descarregada. - Concepção de Lorenz: a agressão é inerente a todos os organismos, a energia agressiva faz parte integrante da natureza humana. Seria um impulso específico que, face a um dado contexto, conduziria á agressão. A agressividade era encarada como um comportamento inscrito geneticamente sob a forma de um programa que era desencadeado em determinadas situações face a estímulos adequados. Teria um valor de sobrevivência para a espécie humana, sendo fundamental para a sua preservação. Diferentemente dos outros animais, o ser humano não possuía mecanismos reguladores eficazes no controlo da agressividade. - Concepção de Dollard: a agressão e explicada pelo facto de um sujeito ter sido frustrado, isto é, existiria uma ligação inata entre um estímulo – a frustração – e o comportamento de agressão. A agressão funcionaria como um meio de afastar tudo o que impedisse o sujeito de atingir os seus objectivos. - Concepção de Bandura: defende que o comportamento agressivo resulta de um processo de aprendizagem que se baseia na observação e na imitação de comportamentos agressivos. 15. Distinguir tipos de agressão – Escolha múltipla O esquema seguinte explica, sinteticamente, os tipos de agressão. 17. Analisar criticamente estas teorias. As concepções acerca da origem da agressão dividem-se entre aquelas que a consideram um comportamento inato à nossa condição de animal (origem orgânica) e as que a consideram um comportamento apreendido da sociedade (origem intelectual). Há efectivamente no Homem algumas características fisiológicas direccionadas para a agressão, como as glândulas supra-renais, o sistema nervoso simpático, o hipotálamo e algumas partes do sistema límbico. No entanto, a existência destas estruturas não é sinónimo de total programação para a agressão. Apesar de haver tais componentes biológicas e bioquímicas que permitem a agressividade, o ser humano é flexível e possui plasticidade cerebral, podendo, por isso, mudar os seus comportamentos e não ceder à animalidade. Por isso, é impossível negar a influência do contexto social, da aprendizagem, do processo de socialização, das experiências vividas e do carácter da pessoa na estimulação ou inibição da agressão em dadas situações. Só assim seria possível que duas pessoas na mesma situação possa ter comportamentos totalmente díspares no que respeita à agressão. 18. Conhecer os factores que induzem à agressão. 19. Caracterizar a relação de amizade. Uma relação de amizade é uma relação pessoal, informal, voluntaria, positiva, de confiança e lealdade, de longa duração, que facilita os objectivos que os envolvidos querem atingir. Envolve atracção pessoal e implica reciprocidade. As relações de amizade correspondem a um importante suporte psicológico, a sua ruptura é um factor de grande perturbação. O significado de uma ruptura não é sempre o mesmo porque as amizades são diferentes umas das outras e variam de importância ao longo da vida. 20. Enunciar os factores que determinam as amizades. O Homem tende a fazer amizades com os outros avaliando primeiro todo um conjunto de factores que passam por: - Idade: Apesar de serem necessárias relações de amizade em qualquer faixa etária, estas são demonstradas e encaradas de forma totalmente distinta. Na infância, são grandes orientadoras do desenvolvimento cognitivo e socioafectivo, tendo um importante papel da construção da autonomia das crianças. Introduzem-se nas crianças os valores da lealdade, cooperação, afeição e segurança. Na adolescência, os amigos assumem um papel importantíssimo no processo de socialização e afirmação do indivíduo. As amizades assumem o maior grau de importância e funcionam como centro de apoio numa fase complicada da construção do indivíduo. Na fase adulta, os amigos não são tão relevantes como na adolescência. A não ser que já advenham de outras fases da vida, não é comum haver muita intimidade. São relações estruturadas e ocupam um lugar muito mais periférico do que a família que, entretanto, se forma. - Género: Os homens e as mulheres têm formas diferentes de encarar a amizade. As mulheres são muito mais confidentes, íntimas e cúmplices do que a maioria dos homens. - Contexto Social: As amizades variam no espaço e no tempo e o significado que lhes atribuímos variam com o tempo e com a cultura em que nos inserimos. - Características individuais: normalmente, as pessoas tendem a procurar amigos que os entendam, que percebam as suas características psicológicas e que se enquadrem nelas. 21. Reconhecer o papel das amizades no desenvolvimento e equilíbrio da pessoa. As amizades têm grande influência a nível do crescimento e individuação do ser humano. As crianças estabelecem as primeiras relações de amizade na creche e é a partir daí que começam a interiorizar os conceitos de união, cooperação, inter-ajuda e que começam a aprender as primeiras formas de defesa social. Os amigos, nesta fase, têm grande importância no desenvolvimento da criança e na estimulação da sua autonomia. Uma criança com amigos torna-se sociável, extrovertida e feliz. À medida que crescem, os amigos vão adquirindo cada vez mais importância no equilíbrio do indivíduo. Na idade jovem, são a relação mais importante. Há uma enorme necessidade de amizades que funcionam como porto de abrigo, fonte de confidências, compreensão e diversão. É com os amigos que os jovens mais gostam de estar porque é com eles que se identificam e é com eles que se conseguem encontrar enquanto pessoas e passar pelas situações que lhes conferirão a maturidade necessária à idade adulta. Um jovem sem amigos será um adulto frustrado, com imensas dificuldades nas relações interpessoais e comportar-se-á como um incompreendido. Normalmente, ou se fecha e se torna um adulto reservado, ou se esconde atrás da sua insegurança comportando-se imaturamente, com laivos infantis e de desinteresse pelas regras e pelos outros. Na fase adulta, os amigos perdem parte da sua importância porque tendemos a refugiarmo-nos mais na família que criamos recentemente. No entanto, é importante manter relações de amizade, seja com amigos de longa data, seja com amigos do trabalho ou do infantário do filho. Isto porque a vida familiar e a vida laboral têm sempre os seus problemas e os adultos também precisam de um confidente que não o companheiro e de diversão que não seja em família. Quando chegam os problemas no lar, na intimidade ou no emprego, é importante ter pessoas com quem desabafar e com quem arranjar força e soluções para os resolver. Da mesma forma que nas outras faixas etárias, a falta de amigos leva à introversão do indivíduo, à depressão e, muitas vezes, à arrogância e afastamento dos outros como meio de protecção. Assim, é essencial manter relações de amizade durante toda a vida de modo a que possamos crescer em harmonia, equilíbrio e interacção com os outros. 22. Distinguir estereótipo de preconceito – Escolha múltipla Estereótipo é o conjunto de crenças que dá uma imagem simplificada das características de um grupo ou dos membros dele. São crenças a propósito de características, atributos e comportamentos dos membros de determinados grupos, são formas rígidas e esquemáticas de pensar que resultam dos processos de simplificação e que se generalizam a todos os membros do grupo. «Os brasileiros são alegres», «As mulheres têm um sexto sentido apurado», «Os indianos são inteligentes». Preconceito é a atitude que envolve um pré-juízo, pré-julgamento, na maior parte das vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos. Embora o preconceito também esteja assente na categorização social, difere do estereótipo porque para além de atribuir as características ao grupo, ainda as avalia, emitindo, na maior parte dos casos, juízos negativos a esse respeito. No entanto, é possível relacionar os dois conceitos na medida em que o estereótipo fornece os elementos cognitivos de um grupo e o preconceito lhes acrescenta a componente afectiva, crítica, valorativa. 23. Explicar as funções dos estereótipos – Escolha múltipla Os estereótipos têm uma função sociocognitiva, uma vez que o categorizar a realidade social permite-nos encarar eficazmente o mundo em que nos encontramos inseridos, definindo o que esta bem e o que esta mal, o que é justo e injusto. Uma outra função dos estereótipos é de ordem socioafectiva, que se relaciona com o sentimento de identidade social. Efectivamente, reconhecemonos enquanto pertencentes a grupos com os quais nos identificamos. Parte do que somos relaciona-se com o facto de pertencermos a determinados grupos sócias, o que nos leva a distinguirmo-nos dos outros que pertencem a outros grupos: desenvolvemos o sentimento de “nos” por oposição aos “outros”. Permite a um grupo definir-se, positiva ou negativamente, por relação a um outro. Os estereótipos, ao caracterizarem o grupo dos “ outros”, reforçam a identidade do nosso grupo. Ao desenvolver uma imagem negativa em dos outros grupos, os estereótipos contribuem para reforçar a identidade positiva do grupo a que pertence. Talvez devido a esta função se explique por que razão é que os estereótipos que se partilham depreciem os grupos a que não pertence. 24. Relacionar preconceitos e discriminação – Escolha múltipla O preconceito é uma atitude que envolve um pré-juízo, um pré-julgamento, na maior parte das vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos sociais. O nosso comportamento pode reflectir-se numa opinião que verbaliza um desejo. O preconceito pode reflectir-se num comportamento mais activo concretizando actos de discriminação. A discriminação designa o comportamento dirigido aos indivíduos vidados pelo preconceito. Na base da discriminação está o preconceito, que sendo uma atitude sem fundamento, injustificado, dirigida a grupos e aos seus membros, geralmente desfavorável, pode conduzir á discriminação. Contudo, não se pode confundir discriminação com preconceito: enquanto este é uma atitude, a discriminação é o comportamento que decorre do preconceito. Então, o tipo de discriminação esta ligado ao preconceito que lhe esta subjacente. 25. Relacionar discriminação e auto-estima – Escolha múltipla A discriminação social tem graves influências na auto-estima dos afectados. Estudos revelam que os grupos discriminados frequentemente acabam por partilhar juízos negativos sobre si próprios. Assim, ao serem vítimas de preconceitos, as pessoas tendem a interiorizar as razões da discriminação e a concordar com elas, perdendo auto-estima e amor-próprio em prol da opinião depreciativa comum.