1 Mesa-Redonda: Avaliação do Doutorando DATA: 19/05/2012 HORÁRIO: 08:15 Sala 60 - FAMED COORDENAÇÃO: Prof. Clécio Homrich (UFRGS) CONVIDADOS: Prof. Émerson Rodrigues (UCS) Profª. Maria Helena Itaqui Lopes (PUCRS) Acad. Luciano Trombini (UNISC) Professora Maria Helena, da PUCRS, iniciou a apresentação falando dos pressupostos da avaliação do doutorando. Falou que as atividades de ensino precisam ser planejadas e coerentes com a avaliação, e que essa não pode ser pensada como um apêndice, e sim como uma parte essencial do processo de ensino. Não é qualquer dado da realidade que deve interessar aos avaliados, mas dados relevantes do objeto de avaliação (indicadores, sinais...). É necessário: um professor preparado, responsável e comprometido. Há vários modelos distintos de internato. Requisitos: última fase do curso de Graduação em Medicina, sem disciplinas acadêmicas e práticas sistemáticas, contínuas e com supervisão do docente. Devem ser, no mínimo, 2900 horas, que correspondem a 35% do período do curso. Internato: Objetivos: 1) Adquirir e desenvolver técnicas e habilidades; ampliar e integrar os conhecimentos e atitudes; encaminhar corretamente os problemas de saúde, realizar interação escola comunidade; desenvolver a consciência das limitações, responsabilidades e deveres éticos do médico; compreender a necessidade do aprimoramento científico = FORMAÇÃO DE UM BOM MÉDICO. 2) Atender às diretrizes curriculares: seguir as especificações 3) Visibilidade externa: oportunidade para experiências em outras universidades, outros hospitais, aqui e em outros países, para agregar conhecimento. 4) Critérios de avaliação: O objetivo das faculdades de medicina é formar médicos competentes: saber agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiado em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Competência médica > memorização - Complexas operações mentais: relações entre conhecimentos, interpretações, interferências, criatividade - Habilidades motoras necessárias - Habilidades atitudinais Avaliação do internato Formação do aluno envolve: - Avaliação cognitiva, habilidades, atitudes afetivas. MODELO DE COMPETÊNCIA: PIRÂMIDE DE MILLER Sabe > Sabe como > Mostra como> Faz Formas de avaliação: Acompanhamento atividades diárias (fichas, check-list) Prova Objetiva - satisfazem a objetividade - possibilitam maior cobertura da matéria Prova Oral - contato direto com o aluno - pode ter mais de um avaliador - aluno pode discutir a resposta - avalia profundidade e extensão dos conhecimentos - avalia expressão oral Prova de Habilidades - Método de OSCE (maior qualidade e fidedignidade): combinação de várias formas de avaliação, utilizando o melhor de cada método, sendo usado em muitos países. É um exame de habilidades em que são usados matérias de pacientes reais/simulados, vídeos, fotografias... Conclusão: busca da aprovação e da formação de bons profissionais, conjugando diferentes formas avaliativas, buscando equilíbrio entre as capacidades do aluno. Professor Emerson, da UCS: A avaliação do doutorando e as Diretrizes Curriculares Nacionais As diretrizes pretendem formar um médico generalista, capaz de atender a todos; humanista, se possível for; reflexivo e crítico em relação à situação e às condições de trabalho do SUS. Quem é o doutorando? Para avaliá-lo deve-se conhecer todo o contexto. O professor Émerson acredita que a forma de avaliação para a residência pode influenciar o internato do aluno. O avaliador deve perceber que o aluno enxerga a medicina como uma maratona. Novas valências do século XXI: 2 1) Trabalho em equipe: saúde não é feita só pelo médico. Saneamento básico também reduz a mortalidade infantil, por exemplo. É preciso integrar os médicos, as enfermeiras, as nutricionistas, as fisioterapeutas... 2) Liderança: médico que trabalha numa UBS tem que ser um líder para resolver os problemas da equipe 3) Noções de gestões de sistema de saúde: é fundamental, porque hoje 70% das pessoas dependem do SUS. 4) Capaz de aprender sozinho: saber o que é bom e ruim, sem um professor como tutor. 5) Capaz de incorporar tecnologia de maneira crítica 6) Visão do paciente ao invés da doença 7) Comunicação/capacidade em educar: saber orientar pacientes e familiares quanto às formas de tratamento, por exemplo: as administrações de insulina para evitar que o paciente descompense com recorrência. Acadêmico do 9º semestre da UNISC, Luciano Trombini, comenta a importância do tema e a relevância do internato na formação médica. EDUCAÇÃO MÉDICA: Que médicos as universidades tem que formar? INTERNATO MÉDICO: Compara o internato com a adolescência do médico, na qual existem algumas responsabilidades como ver o paciente, conferir os exames e anotar a evolução; no entanto, ainda depende do preceptor, precisando de orientação a respeito das condutas a serem tomadas. - Método de excelência de ensino: permite a familiarização com a futura carreira. - Aprendizagem baseada na prática - Integração teórico-prática - Ensino supervisionado (segurança para o interno, para o paciente e para o sistema) - Atividades de extensão e assistência (estudante de medicina como agente de saúde) - Momento de consolidação do aprendizado (o que aprender no internato vai ser levado para sua vida profissional) ENSINO MÉDICO: Mudanças: - Produção científica/tecnológica - Avanços no conhecimento médico - SUPERESPECIALIZAÇÃO - Necessidade de expandir o processo de formação (6 anos já não são mais suficientes) - RESIDÊNCIA MÉDICA Hoje o internato não prepara mais para atuação profissional, e sim para a residência médica. Por isso a avaliação do doutorando acaba se modificando conforme as exigências da prova de residência. O acesso do interno a algumas informações acabam sendo limitadas por haver uma separação entre internos e residentes. A residência médica deixou de ser uma especialização e passou a ser um requisito básico. AVALIAÇÃO: - Etapa determinante na qualidade do ensino (se o interno está apto ou não para exercer as funções de médico) Os acadêmicos são culpados pela imaturidade ou são as escolas médicas que estão se eximindo da responsabilidade pelos profissionais que estão formando? O processo de avaliação exige comprometimento do aluno (busca pelo conhecimento) e docente, que é difícil, trabalhoso, exige planejamento e execução. - Objetivos da aprendizagem, se cumpridos, tornam o interno apto. - Aspectos avaliativos: Avaliação cognitiva: conhecimento teórico e essencial e indispensável; continuidade do estudo, que é mensurado a partir de avaliações objetivas; discussões de casos à beira do leito, avaliando o conhecimento aplicado na prática e as avaliações subjetivas, como provas orais (viés individual – timidez). Avaliação psicomotora: Avalia habilidades práticas essenciais (é preciso dar oportunidades ao doutorando para praticar e, assim, ser avaliado). Diferenças individuais devem ser consideradas (facilidades para aprendizagem prática). Avaliação afetiva: durante o curso, os anseios altruístas acabam sendo deixados de lado. Importância: relação médico-paciente, é um aspecto que envolve muita subjetividade: valores individuais do avaliador e do aluno, muitas vezes o aluno “esconde” aspectos cognitivos do aprendizado através de um relacionamento amigável com os pacientes. Considerações: Avaliar é essencial e é uma forma de garantia de qualidade, sendo, dessa maneira, difícil, pois requer comprometimento docente discente.