criodesidratação do sistema nervoso

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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
CRIODESIDRATAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
ANTONIOLLI, Elisa Coppini¹;
[email protected];
PINTO, Bruna Alana¹;
[email protected]
WEBBER, Amanda Ravizoni¹;
[email protected];
DEJAN, William da Silva¹;
[email protected]
FILHO, José Roberto da Silva²
[email protected]
MAHL, Deise Luiza²
[email protected]
OLIVEIRA, Franciele²
[email protected]
PIEROZAN, Morgana Karin²
[email protected]
URIO, Elisandra Andréia²
[email protected]
Discentes do Curso de Medina Veterinária, Nível II 2016/1- Faculdades IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível II 2016/1 - Faculdades IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
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RESUMO: Para a realização da técnica de criodesidratação foi retirado o cérebro de um canino e de um bovino
sem raça definida com idades aproximada de seis e nove meses, respectivamente. Os cérebros dos animais foram
doados pela clínica veterinária de Sananduva e por um frigoríficode Erechim. Para o estudo do material, foi
realizada a técnica de criodesidratação que consiste em uma série de congelamento e descongelamento desses
dois materiais. Com esta técnica foi possível um melhor estudo de peças anatômicas, pois a criodesidratação
consiste em ser uma técnica de conservação mais durável, e mais barata. Foi possível observar que com a
criodesidratação as peças ficam com uma consistência rígida e esbranquiçada, assim melhorando o estudo.
Palavras-chave: cérebro, técnica, preservação.
ABSTRACT: For the accomplishment of this technique was withdrawn of a canine and bovine without race
defined with ages of six and nine months, respectively. . The brains of the animals were donated by clinic de
Sananduva and by the frigorifico by Erechim. For the study of the material, the cryopreservation technique was
performed, consisting of a series of freezing and thawing of these two materials, with this technique it is possible
to better study of anatomical pieces because the cryopreservation consists of being a more durable conservation
technique, And cheapest. It was possible to observe that with the cryopreservation the pieces are with a rigid and
whitish consistency, thus improving the study.
Keywords: Brain, cryopreservation, technique.
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1 INTRODUÇÃO
A anatomia é o ramo da ciência ocupado com a forma, disposição e a estrutura dos
tecidos e órgãos que compõem o organismo (DYCE et al, 2010). Tendo como objetivo o
estudo de peças anatômicas sintéticas e cadavéricas sendo indispensável o manuseio das
mesmas (FREITAS, 2009).
O processo de conservação de cadáveres existe desde o antigo Egito, e desde então as
técnicas para realização deste recurso estão sendo aperfeiçoadas, já que com a conservação de
peças é possível o estudo anatômico dos elementos que constituem os corpos. Objetivou-se,
com a criodesidratação, desenvolver uma técnica alternativa, de desidratação, que ofereça um
custo razoavelmente baixo, de fácil armazenamento e durável, em que se possa reduzir o uso
de formol, e assim diminuir a exposição e toxicidade em relação aos manipuladores, amenizar
o risco oferecido ao ambiente e manter a conservação e preservação de peças anatômicas da
maneira mais próxima do possível, a morfologia e características das peças como são nos
animais vivos (KIMURA & CARVALHO, 2009).
Teixeira (1996) descreveu uma nova técnica de conservação de estruturas anatômicas
através da desidratação de músculos, vísceras ocas e parenquimatosas, onde as estruturas
foram congeladas e descongeladas repetitivamente, até ocorrer a sua desidratação por
completo. Neste trabalho ira ser feito a técnica de criodesidratação no sistema nervoso mais
especificamente no cérebro e cerebelo.
O sistema nervoso é um sistema complexo de comunicação e controle no corpo
animal. Monitora ambiente interna e externa ao animal e dirige atividades para manter o bem
estar do corpo. O sistema nervoso tem duas divisões: Sistema nervoso central: encéfalo e
medula espinhal e o sistema nervoso periférico: nervos (COLVILLE, 2010).
O encéfalo é dividido em quatro porções: cérebro, cerebelo, diencéfalo e tronco
encefálico. Cérebro é a maior porção do encéfalo e constitui a área que recebe e interpreta
informação sensorial, e inicia impulsos nervosos conscientes para os músculos esqueléticos,
logo após o cérebro encontra se o cerebelo que é a segunda maior porção do encéfalo permite
que o corpo tenha movimento coordenado, equilíbrio, postura e reflexos (COLVILLE, 2010).
O presente trabalho teve como objetivo realizar a criodesidratação em peças
anatômicas do sistema nervoso como o cérebro.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização do procedimento de criodesidratação foi utilizado o material retirado
de cão e de um bovino, ambos do sexo masculino e sem raça definida (SDR) o cão tinha idade
de aproximadamente seis meses, pelagem curta, cor preta, que foi submetido à eutanásia, pois
apresentava sintomas de cinomose em grau avançado. O bovino com idade de
aproximadamente nove mêses, pelagem curta, cor preta e branca, destinado ao abate. Em
ambos os animais para a realização da técnica de criodesidratação foi retirado o encéfalo;
cérebro (Figura 1a e 1b), não sendo possível a retirada do cerebelo e do tronco encefálico.
Para a retirada de ambos os órgãos foi utilizado bisturi, faca, cerrote e uma espátula. A
retirada dos materiais foi realizada com o consentimento dos proprietários.
a
b
Figura 1a - Retirada do cérebro de um bovino SRD. Figura 1b- Retirada do cérebro de um
canino SRD. Fonte - ANTONIOLLI E, Sananduva, 2016.
Após serem coletadas, as peças foram lavadas em água corrente para a retirada de
substâncias indesejadas, e logo após foram submetidas à imersão total no formaldeído a 10%
para a sua conservação. O cérebro canino ficou durante 5 dias no formol e o cérebro bovino
por ser uma peça maior, ficou durante 10 dias para que o formol penetrasse totalmente no
órgão.
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Figura 2 - Cérebro canino após o uso do formol Fonte: ANTONIOLLI E, Sananduva, 2016.
Conforme mostra a Figura 2, após a imersão no formol, o processo de congelamento e
descongelamento contínuo das peças foi realizado durante 10 dias no cérebro canino e 15 dias
no cérebro bovino para que ambas as peças anatômicas ficassem totalmente desidratadas.
3 RESULTADOS E ANÁLISE
Pode-se verificar no estudo realizado que o sistema nervoso central é formando pela
medula espinhal e encéfalo, onde foi possível constatar que o encéfalo é formado de lóbulos
conforme a Figura 3.
Figura 3 - Lóbulos de um cerebro canino. Fonte: ANTONIOLLI E, Sananduva, 2016.
O funcionamento do sistema nervoso central ocorre através da comunicação entre
neurônios ou tecidos. Estas comunicações são chamadas de sinapse, nesta comunicação pode
ocorrer bloqueio de transmissão de um neurônio para outro, transformação de um único
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impulso em vários impulsos e integração de vários impulsos de neurônios diferentes
(GUYTON, 2006).
Conforme Guyton (2006), hoje são conhecidas dois tipos de sinapses, a elétrica e a
química. A primeira é mediada por impulsos elétricos, não seguem apenas uma direção e
ocorrem em pouca frequência no sistema nervoso central. Entretanto a sinapse química é
mediada por neurotransmissores que atuam na excitação, inibição ou sensibilização da célula
e a direção dos impulsos é única, sempre do neurônio pré-sináptico para o neurônio póssináptico.
De acordo com Bloom (2006), o sistema nervoso central possui a importante função
de organizar os estímulos externos e internos produzindo as necessidades do corpo frente a
situações do ambiente. O principal órgão que desempenha essa função é o cérebro. A
classificação de sua estrutura pode ser feita de acordo com a característica das informações
processadas, com base na posição anatômica e pela relação geométrica entre os tipos celulares
das camadas do córtex. Sua função é gerar pensamentos abstratos, a memória e a consciência.
A principal célula do sistema nervoso é o neurônio que é considerado a unidade básica
da estrutura tanto do cérebro quanto do sistema nervoso. É formado por um corpo celular de
onde partem os prolongamentos e que acomoda o núcleo do neurônio; dendritos,
prolongamentos numerosos responsáveis por receber os estímulos do ambiente, células
epiteliais sensoriais e outros neurônios; e axônio, um prolongamento único condutor dos
impulsos nervosos a outras células, como as musculares, glandulares ou mesmo outros
neurônios (LEVADA, 1996).
Pelo cérebro ser órgão mais complexo do nosso corpo, cheio de neurônios e lobos
importanstissimo para o seu funcionamento a técnica de criopreservaçãoo tem que ser feita
com muito cuidado para que o resultado final seja o desejado. Segundo Hinner (1947) a
criodesitratação é uma técnica antiga que utiliza seções de congelamento e descongelamento
para obter peças anatômicas conservadas sem odor, leves e de fácil utilização em laboratórios
de anatomia. A técnica é baseada no princípio de que o congelamento lento da água no
interior da célula, causa sua expansão e forma cristais de gelo grandes o suficiente para
romper a membrana plasmática celular. Através de repetições do procedimento um número
maior de rupturas acontece na parede celular, facilitando a liberação de água do tecido.
Essas rupturas, segundo Teixeira (1996), causam retração tecidual. Nas vísceras ocas
de Kremer (2011) a retração tecidual foi minimizada através da adição de algodão no interior
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das cavidades víscerais, uma vez que o algodão impediu a perda do volume do órgão por
retração. Nos cérebros não foi possível aplicar a adição de algodão, mas não houve uma
retração tecidual significativas nas peças. Conforme mostra Figura 4.
Figura 4 - Cérebro bovino após a criodesidratação. Fonte - ANTONIOLLI E,
Sananduva, 2016.
Concordando com Teixeira (1966) e Kremer (2011) que realizaram a técnica de
criodesidratação em vísceras ocas, notou se as vantagens em parcial eliminação do uso de
fixadores nocivos á saúde, facilidade no acondicionamento da peça, não havendo necessidade
de guardar a peça em caixas ou tanques com fixadores, a redução do peso, pois em anatomia
comparada alguns animais possuem grande porte e é de difícil deslocamento e transporte,
pouco gasto com conservantes para preparar e manter as peças e permite o manuseio e
explorações mesmo depois de desidratadas. Conforme mostra a figura 5.
Figura 5: Cerebro canino após a criopreservação. Fonte- ANTONIOLLI E, Sananduva, 2016.
O resultado final foi como o esperado e o cérebro de ambos os animais ficaram com o
aspecto branco e com a sua consistência rígida como o resultado esperado da técnica.
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4 CONCLUSÃO:
A realização deste trabalho possibilitou aperfeiçoar o conhecimento sobre o sistema
nervoso, e como esse complexo sistema é indispensável para o funcionamento de todos os
outros sistemas.
Notou-se também a importância da técnica de criodesidratação para uma forma de
conservação mais durável, mais barata, de fácil armazenamento e que possa diminuir o uso do
formol, para que diminua o risco de intoxicação com o mesmo.
Durante a aplicação da técnica, com congelamento e descongelamento, notou-se que
as peças se tornaram rígidas e com um aspecto esbranquiçado já que durante o processo as
peças perderam uma quantidade alta de água.
Dentro do estudo, foi observado que a técnica de criodesidratação prevalece sobre as
outras técnicas, pois como foi dito acima é mais barata e com uma conservação mais durável,
assim melhorando o seu aspecto para o estudo.
5 REFERÊNCIAS
HINER, R. L.; HANKINS, O. L. Temperatures of freezing affects tenderness of Beff. Food Ind., v.
19, p.1078, 1947.
KREMER, R., SCHUBERT, J. M. e BONFÍGLIO, N. S. Criodesidratação de vísceras do canal
alimentar no preparo de peças anatômicas para estudo veterinário. PUBVET, Londrina, V. 5, N. 13,
Ed. 160, Art. 1081, 2011.
TEIXEIRA-FILHO. A técnica de criodesidratação aplicada em órgãos cavitários e parenquimatosos.
Braz. J. morphol., n.2, p.177-180, 1996.
DYCE, K.M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de anatomia veterinária. 4. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
FREITAS I.B., SOUZA A. M. & SANTOS R. M. B. 2009. Técnica anatômica aplicada na
conservação de cortes segmentares em Canis familiaris e Decapterus macarellus. IX Jornada de
Ensino, Pesquisa e Extensão, UFRPE, Recife 2011.
CARVALHO, K. S. 2009. Influência do formol utilizado para conservação de cadáveres. Dissertação
de Mestrado em Odontologia Legal e Deontologia, Faculdade de Odontologia de Piracicaba,
Universidade de Campinas, Piracicaba, 2011.
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