gênese e estrutura do cosmo sensível

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Estudos Filosóficos e Antropológicos Aplicados à Psicologia
PLATÃO
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Nasceu em Atena, em 428/427 a.C. Seu verdadeiro nome era
Aristócles.
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Seu pai Aristão (tinha como ancestral o rei Codros) e sua mãe,
Perictione (tinha como ancestral Sólon).
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Foi discípulo de Crátilo, Heráclito e Sócrates.
Fundou a Academia
Escreveu 36 livros, entre eles: Menon; Eutífron, Apologia de
Sócrates, A Política, O Banquete, A República.
A FUNDAÇÃO DA METAFÍSICA
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A pergunta: será que as causas de caráter físico ou mecânico
representam as “verdadeiras causas”? Ou terá uma causa mais
elevada?
Aquilo que é físico ou mecânico, não terá uma causa não-física ou
não-mecânica?
Exemplo: Desejamos explicar por que uma certa coisa é bela?
Os naturalistas explicariam os porquês invocando os elementos
físicos: cor, a figura, etc.
Platão diz que isto não são as verdadeiras causas, mas são concausas. Para ele, a verdadeira causa deverá ser algo não
sensível, mas inteligível.
Essa causa é a Idéia ou forma pura do Belo em si, a qual, através
da participação ou presença faz com que as coisas empíricas
sejam belas.
“Toda e qualquer coisa física existente supõe uma causa suprema
e última, que não é de caráter físico, mas sim, de caráter
metafísico.
REALE, Giovanni. Platão e o Horizonte da Metafísica. In___História da Filosofia: Antiguidade e
Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990, (Col. Filosofia), p.123-150.
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O HIPERURÂNIO OU O MUNDO DAS IDEIAS
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Platão denominou essas causas de natureza não-física, essas
realidades inteligíveis, recorrendo aos termos Idéia ou Eidos, que
significam forma.
Essas Idéias não são simples conceitos ou representações
mentais, mas representam entidades, substâncias. É aquilo que o
pensamento pensa quando liberto do sensível: constituem o
verdadeiro ser, o ser por excelência.
As Idéias de Platão são as essências das coisas, ou seja, aquilo
que faz cada coisa seja aquilo que é. Ele usou o termo paradigma
ou modelo.
O conjunto das Idéias, com as características acima mencionadas,
passou à História sob a denominação de Hiperurânio.
Hiperurânio (lugar supraceleste). O que ocupa esse lugar é a
substância (a realidade, o ser, ou seja, as Idéias) que existe
privada de cor, sem figura e intangível e que só pode ser
contemplada pela alma, pelo intelecto.
Hiperurânio significa lugar acima do céu ou acima do cosmos
físico. Indica um lugar que não é absolutamente um lugar. Esta
além do mundo sensível, é o mundo supra-sensível.
GÊNESE E ESTRUTURA DO COSMO SENSÍVEL
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Do mundo sensível ascendemos ao mundo inteligível. Este mundo
é a verdadeira causa do mundo sensível.
Como é possível que as Idéias inteligíveis possam agir sobre o
receptáculo sensível para que, do caos, surja o cosmo sensível?
Platão diz: existe um Demiurgo, um Deus-artífice, um Deus que
REALE, Giovanni. Platão e o Horizonte da Metafísica. In___História da Filosofia: Antiguidade e
Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990, (Col. Filosofia), p.123-150.
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pensa e quer (Deus pessoal), o qual, assumindo como “modelo” o
mundo das Idéias, plasmou a “chora”, ou seja, o receptáculo
sensível, segundo esse modelo, gerando dessa forma o cosmos
físico.
Resumindo: há um modelo (o mundo ideal), existe uma cópia (o
mundo sensível) e existe um Artífice, que produziu a cópia
servindo-se de modelo.
O mundo inteligível (o modelo) é eterno, assim como, o Artífice (a
inteligência). O mundo sensível, ao contrário, construído pelo
Artífice foi gerado.
Por que o Demiurgo quis gerar o mundo?
Platão responde o seguinte: o Artífice divino gerou o mundo por
“bondade” e por amor ao bem.
O Demiurgo dotou o mundo, além de um corpo perfeito, também
de uma alma e de uma inteligência perfeita.
OS GRAUS DE CONHECIMENTOS: A OPINIÃO E A CIÊNCIA
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A opinião (Doxa).
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A pistis corresponde às coisas e aos próprios objetos sensíveis.
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A ciência (epistéme).
Realiza-se em dois graus:
Simples imaginação (eikasía);
A crença (pistis).
A eikasía e a pistis se referem a dois graus do sensível.
A eikasía corresponde às sombras e às imagens sensíveis das
coisas.
Realiza-se em dois graus:
Ciência intermediária (diánoia);
REALE, Giovanni. Platão e o Horizonte da Metafísica. In___História da Filosofia: Antiguidade e
Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990, (Col. Filosofia), p.123-150.
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Inteleção pura (noesis).
A diánoia e a noesis se referem a dois graus do inteligível.
A diánoia consiste no conhecimento matemático-geométrico.
A noesis se identifica com o conhecimento dialético das idéias.
A DIALÉTICA
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Os homens comuns se detêm nos dois primeiros graus do
conhecimento, não ultrapassam o nível da opinião.
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Os matemáticos ascendem ao nível da diánoia; entretanto
somente o filósofo tem acesso às noesis e à ciência suprema.
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O intelecto e a inteleção supera as sensações e os elementos do
sensível, com um processo discursivo e intuitivo, ascende de Idéia
em Idéia até a captação da Idéia suprema, ou seja, do
Incondicionado. Este processo constitui a “dialética”.
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Existe uma dialética ascendente que liberta dos sentidos e do
sensível, conduz às Idéias e, ascendendo de Idéia em Idéia,
alcança a Idéia suprema.
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Existe uma dialética descendente que percorre o caminho inverso,
parte da Idéia suprema ou de Idéias gerais e, por um processo de
divisão ou diairético, isto é, mediante a distinção progressiva das
Idéias particulares contidas nas Idéias gerais, consegue
estabelecer a posição que uma Idéia ocupa na estrutura
hierárquica do mundo das Idéias.
REALE, Giovanni. Platão e o Horizonte da Metafísica. In___História da Filosofia: Antiguidade e
Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990, (Col. Filosofia), p.123-150.
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