SEGUNDA AULA ATIVOS Um ativo é algo que representa valor e que uma pessoa possui. Os ativos líquidos são aqueles que uma pessoa pode trocar por outros ativos de maneira fácil e eficiente. O dinheiro é um exemplo clássico. Para que seja qualificado como líquido, precisa ser possível vender o ativo rapidamente e sem perda de valor. Casas e outros ativos que podem demorar mais tempo a serem vendidos - por um valor justo de mercado - não são líquidos, mas ativos fixos. A liquidez de uma empresa é a medida de até que ponto ela pode cumprir suas obrigações. Caso tenha alta liquidez, isso significa que tem acesso rápido a dinheiro (ou pode vender ativos e fazer caixa) suficiente para satisfazer suas dívidas. Muitos planejadores financeiros sugerem que as pessoas mantenham fundos facilmente acessíveis que permitam que sobrevivam sem grandes cortes de gastos por cerca de três a seis meses. Eis uma lista de coisas que tipicamente constam de uma carteira de ativos líquidos: o dinheiro que você tenha em mãos o o saldo de sua conta corrente o fundos em sua conta de poupança o fundos em sua conta de investimento (imóveis, previdência privada, ações, etc.) o comprovantes de depósito o fundos mútuos o ações o títulos ATIVOS LÍQUIDOS NOS NEGÓCIOS Para manter uma empresa em operação, em geral é necessário assumir diversas obrigações financeiras, entre as quais pagar os salários dos funcionários e amortizar empréstimos e dívidas. Para manter satisfeitos todos os diferentes interessados, uma organização precisa manter um saldo saudável de ativos líquidos. As pessoas se inclinarão mais a investir ou a emprestar dinheiro a uma companhia que disponha de liquidez suficiente para manter em dia os seus pagamentos. No entanto, uma empresa pode ter excesso de liquidez, o que possivelmente indicaria que está retendo fundos que deveria investir. Os exemplos de ativos líquidos de uma empresa: o o o o dinheiro recursos no banco ações títulos Até mesmo tomar dinheiro emprestado representa outra fonte típica de liquidez para uma empresa. Para cumprir suas obrigações, a capacidade de tomar empréstimos será um fator em sua liquidez. As empresas acompanham seu saldo de ativos líquidos, que representa a liquidez que lhes restaria caso pagassem todas as suas dívidas e passivos utilizando os ativos líquidos. Uma empresa presta atenção ao montante de ativos rápidos, ou seja, aqueles que são facilmente conversíveis em dinheiro. Também calcula o quanto dispõe em ativos correntes, que são todos os ativos que poderia vender em prazo de um ano. Dois fatores comumente usados para as quais a liquidez tem papel importante: o razão corrente: o número que você obtém ao dividir ativos correntes por passivos correntes, ou seja, dívidas com vencimento em prazo de um ano; o razão rápida: os ativos rápidos (que são algumas vezes calculados como ativos atuais menos estoques) divididos pelos passivos correntes. Também é conhecida como "razão de teste", e retrata a situação financeira mais imediata da empresa. ATIVOS INTANGÍVEIS Os principais atributos de um ativo são: o controle dos recursos e a capacidade de proporcionar benefícios futuros para a organização. O termo tangível vem do latim "tangere" ou do grego "tango" que significa tocar. Logo, os bens intangíveis são aqueles que não podem ser tocados, porque não possuem corpo físico. Valores de ativos intangíveis: o o surgimento de produtos inovadores, o o conhecimento de processos de produção flexíveis e de alta qualidade, o o talento e a moral dos empregados, o a fidelidade dos clientes, o imagem dos produtos, o fornecedores confiáveis, o rede de distribuição eficiente, o patentes, o direitos autorais, o a marca da empresa. De acordo com Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, ativo intangível são direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Pronunciamentos Técnico n° 04/2008 define que o ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física ou o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Segundo Kaplan e Norton (1997), o valor de um ativo intangível é conseguido com o aperfeiçoamento da capacidade de gerar mais conhecimento, ou seja, da capacidade de gerenciar a intangibilidade dos ativos invisíveis. A capacidade de mobilização e exploração dos ativos intangíveis ou invisíveis torna-se muito mais decisiva que gerenciar e investir em ativos tangíveis. MERCADO DE CAPITAIS Os países em desenvolvimento procuram abrir suas economias para poder receber investimentos externos. Assim, quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais. Por ser um canal fundamental na captação de recursos que permitem o desenvolvimento das empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso do País, o mercado acionário também se constitui em uma importante opção de investimento para pessoas e instituições. O Sistema Financeiro Nacional é composto de Instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros, pela distribuição e circulação de valores e pela regulação deste processo. O Conselho Monetário Nacional - CMN, seu organismo maior, presidido pelo ministro da Fazenda, é quem define as diretrizes de atuação do sistema. Diretamente ligados a ele estão: o O Banco Central do Brasil, que atua como seu órgão executivo, e a o Comissão de Valores Mobiliários - CVM, que responde pela regulamentação e fomento do mercado de valores mobiliários (de bolsa e de balcão). Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: o retorno, o prazo e o proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar: o sua rentabilidade, o liquidez e o grau de risco Investimentos Imobiliários: Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Para a economia como um todo, entretanto, a compra de um imóvel já existente não constitui investimento, mas apenas transferência de propriedade. Investimentos em Títulos: Abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no mercado financeiro (de crédito), que apresentam características básicas com referência a: o renda - variável ou fixa; o prazo - variável ou fixo; o emissão - particular ou pública. O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. o É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos o do capital de empresas — as ações ou o de empréstimos tomados, via mercado, por empresas: debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers”, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de: o empréstimos de terceiros; o reinvestimentos de lucros; o participação de acionistas. PRINCIPAIS ATIVOS o ATIVOS PRIVADOS DE RENDA VARIÁVEL Ações Opções sobre Ações: São direitos de compra ou de venda de um lote de ações, a um preço determinado (preço de exercício), durante um prazo estabelecido (vencimento). Operações em Margem: Modalidade operacional em bolsas de valores, no mercado a vista, pela qual o investidor pode vender ações emprestadas por uma corretora, ou tomar dinheiro emprestado numa corretora para a compra de ações. Banco de Títulos CBLC – BTC: Serviço de empréstimo de títulos, disponível por meio do sistema eletrônico, no qual os participantes da Custódia Fungível da CBLC, atuando como doadores e tomadores, podem registrar suas ofertas, bem como efetuar o fechamento de operações de empréstimo. Clube de Investimento: Instrumento de participação dos pequenos e médios investidores no mercado de ações, que pode ser administrado por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. Clube de Investimento – FGTS: Caracteriza-se pelo condomínio constituído exclusivamente por pessoas físicas, que o utilizem para aplicar parcela de seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na aquisição de cotas de Fundos Mútuos de Privatização - FGTS. Fundos Mútuos de Investimento: Condomínio aberto ou fechado de investidores, para aplicação de recursos em uma carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, em forma de quotas. Fundo de Investimento Financeiro (FIF): Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio aberto, cujo patrimônio destina-se à aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros e demais modalidades operacionais disponíveis no âmbito do mercado financeiro. Fundo de Investimento Financeiro - Curto Prazo: Sua constituição é regida pelas mesmas normas do Fundo de Investimento Financeiro (FIF), com a diferença de que este fundo admite o resgate de quotas a qualquer tempo, com rendimento diário. Fundo de Aplicação em Quotas de Fundos de Investimento Financeiro: Tem por objetivo exclusivo a aplicação de recursos em quotas de fundos de investimento financeiro e demais fundos de investimento que vierem a ser especificados. Fundo Imobiliário: Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio fechado, cujo patrimônio é destinado a aplicações em empreendimentos imobiliários. Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes: Constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma comunhão de recursos destinados a aplicação em carteira diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes. Fundo Mútuo de Privatização – FGTS: Constituído sob a forma de condomínio aberto, é uma comunhão de recursos destinados à aquisição de valores mobiliários no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e de Programas Estaduais de Desestatização. Opções de Compra Não-padronizadas (Warrants): Warrant de compra é um título que dá ao seu possuidor o direito de comprar um ativo financeiro a um preço predeterminado (preço de exercício), em um prazo também predeterminado. Recibo de Carteira Selecionada de Ações – RCSA: O RCSA é um recibo que representa uma carteira preestabelecida de ações, cujas quantidades são fixadas e perfeitamente conhecidas antes de sua constituição. o ATIVOS PRIVADOS DE RENDA FIXA Debêntures e Debêntures Conversíveis em Ações: Títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de empréstimo contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa. Commercial Papers: Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias). Letras de Câmbio: Emitidas por sociedades de crédito, financiamento e investimento, para captação de recursos para financiamento da compra de bens de consumo durável ou do capital de giro das empresas. Bônus: Título emitido por uma sociedade anônima de capital aberto, dentro do limite do capital autorizado, que confere a seu titular, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações, que será exercido contra apresentação do bônus à companhia e pagamento do preço de emissão. Letras Imobiliárias: Títulos emitidos por sociedade de crédito imobiliário, com garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de poupança destinada ao Sistema Financeiro da Habitação. Cadernetas de Poupança: Emitidas nominativamente por sociedade de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais e federal, com o objetivo de captar recursos para o financiamento de construtores e adquirentes de imóveis. Certificados de Depósito Bancário – CDB: Títulos representativos de depósitos a prazo determinado, emitidos por bancos de investimentos e comerciais, negociáveis antes de seu vencimento, por meio de endosso. Recibos de Depósito Bancário – RDB: Têm as mesmas características do CDB, com a diferença de não serem negociados em mercado. o ATIVOS PÚBLICOS DE RENDA FIXA Bônus do Banco Central (BBC), Notas do Tesouro Nacional (NTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Banco Central (NBC): Atualmente, a execução da política monetária é feita pela colocação desses títulos nas instituições financeiras, por intermédio de leilões que podem ter periodicidade semanal. Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais – LFTE: Também denominadas Títulos da Dívida Pública Estadual. São emitidas para atender às necessidades de caixa e aos desequilíbrios orçamentários dos governos estaduais. Letras Financeiras dos Tesouros Municipais – LFTM: Representam empréstimos municipais. São emitidas para que seja possível o financiamento de obras públicas. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS A análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com prazos longos (maiores que um ano), com o objetivo de propiciar retorno adequado aos proprietários desse capital. Orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de investimento e a quantificação dos recursos a serem empregados e busca responder a questões como: 1. O projeto vai se pagar? 2. O projeto vai aumentar a riqueza dos acionistas ou vai diminuí-la? 3. Esta é a melhor alternativa de investimentos? O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que serão obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de vendas, também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma mais realista a acurada possível. De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capital é elevada, pois envolve cenários econômicos e políticos de longo prazo. Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de investimento são: Payback; Payback descontado; Valor presente líquido – VPL; Taxa interna de retorno – TIR. Payback é o período de tempo necessário para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o tempo de recuperação do investimento realizado. Se levarmos em consideração que quanto maior o horizonte temporal, maiores são as incertezas, é natural que as empresas procurem diminuir seus riscos optando por projetos que tenham um retorno do capital dentro de um período de tempo razoável. Payback Descontado é o período de tempo necessário para recuperar o investimento, avaliando-se os fluxos de caixa descontados, ou seja, considerando-se o valor do dinheiro no tempo. O cálculo do Valor Presente Líquido – VPL, leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL de um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido do projeto em análise, descontado pelo custo médio ponderado de capital. A Taxa Interna de Retorno – TIR é a taxa “i” que se iguala as entradas de caixa ao valor a ser investido em um projeto. Em outras palavras, é a taxa que iguala o VPL de um projeto a zero. Um aspecto que deve ser considerado é que a utilização exclusiva da TIR como ferramenta de análise pode levar ao equívoco de se aceitar projetos que não remuneram adequadamente o capital investido, por isso deve ser uma ferramenta complementar à análise.