IMPROVEMENTS IN QUALITY OF CARE IN A SPECIALIZED PUBLIC HOSPITAL, AFTER THE IMPLEMANTATION OF REGULATORY SCHEDULING SYSTEM Danielle Cristina Campos de Souza (Universidade Nove de Julho, São Paulo-SP) email: [email protected] Mario Ivo Serinolli (Universidade Nove de Julho, São Paulo-SP) email: [email protected] Abstract One of the advances of the Unified Health System, is the development of users access to outpatient care and hospital. The National Regulatory policy defines the process of regulating stations for better resolution in accordance with the standards and guidelines of SUS, and in order to further develop these processes and serve the population satisfactorily, is created CROSS - Regulation Center Deals in Health Services, which is a regulatory system. In this article the aim is to evaluate the implementation of this system in a tertiary care public hospital in cardiac care service, where it is scanned indicators preceding and following the system. Such as waste offerings, and user satisfaction, which changed framework considerably. Here will be treated as they were made to control for the hospital before the system, faced difficulties and problems without a process of regulation. And after its implementation, which the improvements brought to the hospital in reference and access issues. With all, it can be concluded that the system contributes not only benefiting the hospital itself but also the entire network with a referenced flow easier, more practical and more satisfied schedules patients. Keywords: Access Regulation, High Complexity, CROSS system. MELHORIAS NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO MÉDICO EM UM HOSPITAL PÚBLICO ESPECIALIZADO, APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO REGULADOR Resumo Um dos avanços do Sistema único de saúde, é o desenvolvimento do acesso aos usuários para assistência ambulatorial e hospitalar. A política Nacional de Regulação define os processos das centrais de regulação para melhor resolutividade de acordo com as Normas e diretrizes do SUS, e com o intuito de melhor desenvolver esses processos e atender a população de forma satisfatória, é criada a CROSS – Central de Regulação de Ofertas em Serviços de Saúde, que é um sistema regulador. Neste Artigo o objetivo é avaliar a implantação desse sistema em um Hospital Público Terciário de atendimento assistencial cardiológico, onde serão verificados indicadores que antecedem e sucedem o sistema. Como por exemplo, os desperdícios de ofertas, e satisfação dos usuários, que mudaram de quadro consideravelmente. Aqui será tratado como eram feitas a regulação para esse hospital antes do sistema, as dificuldades e problemas enfrentados sem um processo de regulação. E após sua implantação, quais as melhorias trouxe para o hospital em questões de referência e acesso. Com tudo, pode-se concluir que esse sistema contribuiu beneficiando não somente o próprio hospital, mas também toda rede referenciada com um fluxo mais fácil, agendamentos mais práticos e os pacientes mais satisfeitos. Palavras-chave: Regulação do Acesso à Assistência, Alta Complexidade, Sistema CROSS. 1. INTRODUÇÃO O Sistema Único de Saúde (SUS) foi aprovado no ano de 1986, pela 8ª Conferência Nacional de Saúde, onde foi definido o conceito de saúde como um direito do cidadão e dever do Estado, e criados seus fundamentos. Sua reforma teve início com a Constituição Federal de 1988, mas somente a partir de 1990 foi implantado, e desde então várias estratégias de gestão foram criadas para que esse sistema garantisse a assistência integral, gratuita e igualitária para a população em sua totalidade. Os princípios do SUS definem que a rede de saúde pública deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo assim ações de vigilância e controle sanitários, atenção nos diferentes níveis de complexidade e educação em saúde. A gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) encontrou durante seu desenvolvimento desafios para consolidar suas ações. Mesmo com a ampliação dos serviços ofertados, a rede de cuidados integrais ainda necessitava de progresso contínuo, e aperfeiçoar sua aplicação junto aos usuários. Destaca-se também como desafio, a mudança dos perfis demográficos, epidemiológicos e sociais da população, que agravam ainda mais os desafios já existentes no sistema, e aumenta a necessidade de projetos que favoreçam população, caso contrário torna-se indispensável uma maior convivência dos usuários com os profissionais da área de saúde. Não somente no sistema de saúde do Brasil como também em sistemas de outros países existem problemas decorrentes dos mesmos motivos, e considerando o fato dos diversos níveis de atenção estarem organizados e financiados separadamente, verifica-se implicações na resolubilidade, descontinuidade, retrabalho e perda de qualidade dos serviços prestados aos usuários. Em meados dos anos 90, os sistemas de saúde tinham maior foco na redução de questões financeiras, ao invés do foco na população. Onde segundo Baduy, Feuerwerker, (Zucoli, & Borian, 2011), é nessa lógica que se opera a regulação. A Regulação no Brasil foi muito discutida referente a sua fragmentação do cuidado e a dificuldade de acesso à terapias e procedimentos. Essas discussões ficaram mais profundas em meados de 2001, e por esse motivo foi publicada a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS – SUS 2001/2002), baseada no reconhecimento da regionalização que é fundamental para a consolidação dos princípios da universalidade. A implantação da NOAS – SUS 2001/2002, é justificada pela descentralização que transferiu aos Estados e Municípios, atribuições e responsabilidade de operacionalização do SUS, ocorridas com o surgimento das Normas Operacionais Básica s do Sistema Único de Saúde (NOB 01/93 e NOB01/96). O objetivo da NOAS-SUS é promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção (Saúde M. d., 2001). Com o avanço da descentralização surgiram demandas para enfrentar os problemas surgidos, que foram identificadas como: Divisão de Responsabilidade entre Estados e Municípios; Processo de Habilitação; Financiamento do Sistema; Planejamento e Organização Funcional dos Sistema; Resolutividade e Acesso aos Serviços; Monitoramento e Avaliação contínua de Desempenho; Processo de habilitação das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) e transferências fundo a fundo. O sistema de atenção à saúde deve ser organizado também pelo desenvolvimento e aplicação de protocolos assistenciais que claramente definam as indicações terapêuticas, os exames complementares e as tecnologias disponíveis, o local de sua execução e quais pacientes podem se beneficiar. Esses protocolos, se amplamente divulgados, se disponíveis em toda a rede de atenção à saúde, se corretamente empregados pelos profissionais do sistema de saúde, aumentaria a taxa de resolubilidade, aumentaria a produtividade, colaborando para o aumento da eficiência. Quanto ao paciente, estes protocolos aumentam sua segurança uma vez que otimizam o tempo necessário para alcançar os serviços de saúde assistenciais requisitados. Com o pacto da saúde no ano de 2006, também inovam-se as ideias sobre regulação, frente a necessidade de ampliar o contato do Sistema com a realidade social, política e administrativa do país. Assim foi pactuado entre os três gestores do SUS, a responsabilidade de qualificar o acesso da população a atenção Integral à saúde, e redefinir os instrumentos de regulação. O Pacto de Gestão, (inserido dentro do pacto da saúde) conceitua as três dimensões da Programação Pactuada que são: Regulação de Sistemas de Saúde, Regulação de Atenção à Saúde, e a Regulação do Acesso à Assistência. A instituição da Política Nacional de Regulação pela Portaria Nº 1.559, de 1º de agosto de 2008 estabelece a Regulação de Acesso à Assistência Médica efetivada pela disponibilidade da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão por meio de ferramentas que possibilitem acesso ao atendimento pré-hospitalar e hospitalar de urgências, controle de leitos disponíveis e agendas de consultas e procedimentos especializados, incluindo a oferta de consultas e exames especializados (Novaretti, M., Serinolli, M., & Aquino, S. 2015).O fluxo de referência e contra-referência entre unidades de diferentes níveis de complexidade deve ser perseguido e com o decorrer do desenvolvimento das diversas macrodiretrizes da regulação de acesso, foi amplamente facilitado pelo uso da tecnologia de informação e implantação de um sistema de agendamento eletrônico operado por centrais de regulação que realizam a integração dos serviços de atenção médica em todos os níveis e em todas as direções. Incluindo a regulação em cardiologia, objeto deste trabalho. Este artigo irá abordar a implantação da ferramenta eletrônica de regulação de acesso, em um hospital público referência em cardiologia localizado na cidade de São Paulo e subordinado diretamente pela Secretária de Estado da Saúde. Esse hospital tem em sua história destaque nacional pelas inovações que tem introduzido na sua área de atuação, e tem como missão prioritária a assistência oferecendo serviços especializados com qualidade e humanização ao paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). As inovações introduzidas na especialidade cardiológica por essa instituição são produtos de intensa atividade de pesquisa desenvolvida no hospital. Além do mais desenvolve atividades de ensino em nível de graduação e de pós-graduação com residência médica nas áreas de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular. O objetivo desse artigo é avaliar o impacto do Sistema de Agendamento eletrônico na qualidade e produtividade de um ambulatório de um Hospital Público Especializado. A implantação dessa ferramenta de gerenciamento eletrônico dos pacientes foi um marco com mudanças na operação do ambulatório de cardiologia, merecendo análise e avaliação, as quais foram objetos deste trabalho. Como esse sistema é uma recente ferramenta na gestão do SUS, faremos uma análise sobre avanços, melhorias e desafios trazidos pela sua criação, implantação e utilização na unidade pesquisada verificando sua atuação como mecanismo de relacionamento na organização de fluxos de referência e contra referência e implantação de estratégias de regulação visando à garantia do acesso da população aos serviços ambulatoriais do hospital participante deste trabalho. O sistema CROSS permite, referenciar pacientes de doenças mais complexas para que os mesmos tenham acesso a toda tecnologia existente neste hospital que é de alta complexidade. Este sistema passou a fazer o agendamento dos pacientes cardiológicos e os resultados esperados da implantação deste sistema são a otimização dos agendamentos de consultas, exames de apoio diagnósticos, acesso a terapias especializadas e a integração com centrais de urgências e internações. O Hospital em que será realizado esse estudo foi criado em 1954, oferece atendimento Assistencial Cardiológico, Clínico e Cirúrgico, e tem destaques pelas inovações que introduziu na sociedade dentro da especialidade que atua. É caracterizado como hospital especializado e de ensino, de grande porte, para tratamento das Especialidades Cardiovasculares de Alta complexidade, e oferece em média 2.800.000 atendimentos/ano a população do SUS (Sistema Único de Saúde). É qualificado e reconhecido em nível nacional e internacional, como se pode observar em publicações científicas e em congressos nacionais e internacionais. Realiza atendimento de urgência e emergência em seu pronto socorro tipo porta aberta, isto é, recebe demanda espontânea, e pacientes referenciados pela Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, também denominada CROSS. Este Hospital oferece serviços Especializados com Qualidade e Humanização ao paciente do SUS, e ensino das Especialidades Clínica, Cirurgia Cardiovascular e Cardiopediatria, em níveis superiores (Pós-graduação, Doutorado...) aprofundando os residentes e os médicos no conhecimento científico. Possui 378 leitos, onde 114 são de cardiologia clínica, 112 de cardiologia cirúrgica, 29 de cardiologia pediátrica, 73 UTI especializada, 09 de UTI pediátrica, 11 de observação, e 39 complementares, distribuídos em três enfermarias adultas, uma enfermaria pediátrica, três UTI´s adulto, uma UTI pediátrica, enfermaria de Retaguarda, Pronto Socorro, Hemodinâmica, RPA (recuperação pós-anestésica) e Hospital Dia. Sua produção é: atendimento ambulatorial em média 18.000 consultas/mês; exames/ procedimentos 204.131 médias/meses; cirurgias 331 médias/meses, atendimento multiprofissional 13.872 médias/meses. O atendimento multiprofissional envolve os profissionais das áreas de Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Nutrição Assistencial e Fonoaudiologia. Os principais equipamentos que o hospital dispões são: tomógrafo computadorizado, equipamentos de Raio X, câmara de ressonância magnética e aparelhos de ultrassom. Sua estrutura física compreende 5 cinco prédios, com oito seções de serviço médico hospitalar, 17 seções de diagnósticos e terapêuticas (nove seções de Cardiologia Invasiva, três seções de Cardiologia Não Invasiva, 2 seções de diagnósticos complementares e duas seções de reabilitação) e no total são 40 consultórios para atendimento. São atendidos na maioria pacientes que residem em São Paulo, mas também atende pacientes de outros Estados, desde que sejam referenciados pela CNRAC (Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade) / TFD (Tratamento Fora de Domicílio), sendo que em ambos os casos são encaminhados pela complexidade de seu diagnóstico. 2. REFERENCIAL TEÓRICO A ampliação do acesso as ações e serviços de saúde teve início em 1996 com a implementação da Norma Operacional Básica (NOB) – SUS 01/96, e considerando a precisão de continuidade ao processo de descentralização, em 2001 o Ministério da Saúde Publicou a Portaria 95/2001, que aprova a NOAS – SUS 2001/2002, ampliando a responsabilidade dos municípios na atenção básica, e define o processo de regionalização da assistência. Regulamentando a assistência, com foco nos desafios a serem superados e considerando os avanços já obtidos, essa portaria define a regionalização, estipula o fortalecimento da capacidade de gestão no SUS, os critérios de Habilitação e Desabilitação de Municípios e Estados. Ficaram então, sobre responsabilidade do Ministério Público, a política de atenção de alta complexidade no SUS, que compreende a definição de normas nacionais e diversas outras ações e têm como objetivo garantir o acesso dos usuários aos procedimentos. Seu financiamento é dividido em duas partes: parte das ações de alta complexidade, financiada com recursos do Teto Financeiro da Assistência das unidades da federação; e parte das ações de alta complexidade, financiada com recursos oriundos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC A atenção terciária (alta complexidade) no SUS, envolve procedimentos de alto custo realizados principalmente por hospitais públicos de ensino e prestadores privados, pagos com recursos públicos a preços mais aproximadamente possível dos valores disponíveis no mercado (Paim, Travassos, Almeida, Bahia, & Macinko, 2011). A Política Nacional de Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade, foi implantada em 2004, com o intuito de garantir o atendimento integral aos portadores de patologias cardiovasculares (Saúde M. d., Portaria nº 1169, 2004), por meio da instituição de Redes Estaduais e Regionais de Atenção de Alta Complexidade, com planejamentos regionais hierarquizados, elaborados pelas Secretárias de Estado da Saúde. Sua finalidade é permitir que portadores de doenças cardiovasculares tenham acesso a assistência médica. Com a introdução da Portaria GM/MS 1.559/2008, resulta a definição das ações de regulação e ficam organizadas em três dimensões de atuação, integradas entre si, que são: Regulação de Sistemas de Saúde, Regulação da Atenção à Saúde, e Regulação do Acesso à Assistência. Na Regulação de Sistemas de Saúde, os gestores definem a partir dos princípios e diretrizes do SUS, macrodiretrizes para promover o monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância dos sistemas municipais, estaduais e nacionais de saúde. Na Regulação da Atenção à Saúde, conforme O Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde, as secretarias Municipais e Estaduais de Saúde devem garantir a prestação de serviços adequada a população, por meio de ações diretas e finais com prestadores públicos e privados, ficando os gestores destas responsáveis pela definição de macrodiretrizes para Regulação do Acesso à Assistência e Controle da Atenção à Saúde, controle das ofertas, monitoramento, controle, avaliação e vigilância da atenção e da assistência. E na Regulação do Acesso à Assistência, o objetivo é priorizar o acesso e o fluxo assistencial, além do controle e do gerenciamento, com gestores estabelecidos pelo complexo regulador e unidades operacionais, envolvendo a regulação médica garantindo acesso baseado em protocolos, classificação de risco e outros critérios de priorização. No ano de 2009, com a Portaria nº 2.907/GM/MS, de 23 de novembro de 2009, são estabelecidos os critérios para financiar a implantação de Complexos de Regulação, e implementação de recursos informatizados nas unidades participantes desse complexo Posteriormente revogada pela PRT GM/MS n° 2.923 de 28.11.2013, institui incentivos financeiros para aquisição de materiais e equipamentos destinados a implantação e implementação de centrais de Regulação. Em seguida para redefinir o cadastramento das Centrais de Regulação do Acesso no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), a secretária de atenção à saúde pública a Portaria nº 1.268/2013. Nela são também definidos os Serviços de Regulação, sendo: regulação ambulatorial de média complexidade; regulação ambulatorial de alta complexidade; regulação de internação hospitalar; regulação nacional de alta complexidade; e regulação estadual de alta complexidade. Em 02 de Agosto de 2010, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, cria na Coordenadoria de Serviços de Saúde, a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde - CROSS com o Decreto 56.061/2010. Sua finalidade é a regulação da oferta assistencial, de acordo com as necessidades emergentes dos usuários do SUS, e promoção da equidade do acesso, assegurando a totalidade da assistência dos usuários do sistema de saúde no Estado de São Paulo. (Paulo, 2010). A Central CROSS é administrada pelo SECONCI-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo), para concentrar as atividades direcionadas à regulação do acesso hospitalar e ambulatorial, distribuindo as vagas adequadamente. Com criação da Central CROSS, foram unificados os sistemas de regulação ativos na época: Conexa, Regnet Leitos, Regnet Urgência, Hospnet e Resgate, ficando assim o apoio a regulação em um mesmo local. Esse Sistema é on line, ou seja, via Internet e tem foco no ajuste da oferta assistencial disponível à população. Essa ferramenta ao ser implantada nesse hospital facilitou o acesso de diversas formas, como por exemplo, no módulo de agendamento ambulatorial as Unidades componentes ao receberem solicitações ou encaminhamentos para a especialidade de cardiologia, acessam o sistema e verificam as vagas disponíveis. Ao realizar o agendamento é emitido um comprovante para o paciente, e este já sai com informações como endereço do hospital, data e horário da consulta, nome do profissional que irá atende-lo e quando em caso de exames ou procedimentos, vem descrito o preparo para sua realização. Os desenvolvedores do CROSS estão sempre acompanhando sua utilização e é possível interação com os mesmos em caso de dúvidas ou necessidade de auxílio. Cada Unidade tem um coordenador dentro da sede da Central CROSS, e estes são responsáveis por tudo que as Unidades de saúde devem fazer no sistema, como manter as informações sempre atualizadas, a cada nova modificação no sistema devem enviar um informativo às Unidades sob sua responsabilidade, etc. O sistema CROSS possui atualmente cinco módulos de regulação, sendo: Regulação Pré-Hospitalar: para cadastro dos recursos e equipamentos, de atendimento de urgências, status e atualização dos mesmos. Os recursos das unidades são acompanhados por meio desse módulo. Regulação de Leitos: nesse módulo são disponibilizadas as informações sobre os leitos do hospital (se estão ocupados, vagos, bloqueados por reformas ou isolamentos), para acompanhamento da Coordenadoria de Serviços de Saúde, onde ela possa coordenar e acompanhar o fluxo de internações das unidades de atendimento à saúde. Regulação de Urgências: referenciar e encaminhar solicitações de urgências entre as unidades componentes do sistema (Figura 1). As solicitações são recebidas e verificadas quanto a sua pertinência, e seu grau de risco. Se considerado pertinente a solicitação é direcionada para a unidade de referência e são analisadas as disponibilidades de recursos para executar a transferência. Figura 1. Fluxo de Urgência no Módulo de Regulação de Urgências. - Fonte: Apresentação SISREG-Sonia Regulação Ambulatorial: realiza agendamentos de consultas e exames para tratamentos e apoio diagnósticos, e procedimentos ambulatoriais (Figura 2). Figura 2. Fluxo de Agendamento no Módulo Ambulatorial - Fonte: Apresentação SISREG-Sonia 3. METODOLOGIA O SUS também teve grandes desafios para implantar a regulação do acesso, e o principal foi a informatização dos serviços, para se obter uma rede que facilite a execução dos fluxos operacionais e que atenda às expectativas . Daí iniciou-se a aplicação de protocolos que norteariam as melhores alternativas diagnósticas e terapêuticas, para os usuários do sistema (Vilarins, Regulação do Acesso à Assistência: conceitos e desafios., 2010), considerando também ser de grande importância à segurança dos dados decorrentes da elaboração dos processos do sistema informatizado. A Central CROSS regula os pacientes e acordo com a região de referência, onde está localizada a unidade solicitante e residência do paciente, e suas referências (de cada unidade solicitante) são definidas para determinadas unidades executantes. São diversos serviços oferecidos, como consultas em várias especialidades, e exames de todos os tipos de complexidade. No Hospital de que trata esse artigo, o sistema é utilizado com bastante frequência para o agendamento de exames externos, não disponíveis no Hospital. Antes de sua implantação era utilizado o sistema CONEXA (Agendamento de Consultas e Exames) mas era utilizado somente para exames que o Hospital não realizava, onde o paciente apresentava o pedido médico, coletavam-se os dados do paciente para agendamento posterior, pois não era realizado o agendamento de imediato, e orientava eles para aguardarem o telefonema do hospital que ligaria para informar o local onde o exame seria realizado. Com o tempo e aperfeiçoamento na utilização dessa ferramenta, a demanda aumentou muito pois o sistema facilitou os encaminhamentos externos, gerando maior interesse dos médicos em solicitar os exames que o hospital não ofertava. E depois foi progredindo, passando também a serrem agendadas as consultas de primeiro atendimento para esse hospital por meio do sistema (agendamento feito por outras unidades), e para outras especialidades não atendidas no hospital. A Central CROSS facilita a regulação de acesso dirigindo e ajustando os processos de regulação. É um sistema regulador com normas, padrões e regulamentos, o que o torna um poderoso instrumento de intervenção às necessidades da população. A regulação do acesso dispõe o serviço mais adequado ao usuário, quando se trata da visão pela demanda. Já na visão sob a oferta, busca disponibilizar recursos e sistemas assistenciais mais adequados (Vilarins, Shimizu, & Gutierrez, 2012). Ao ser implantado o Sistema CROSS, houve a necessidade de treinar os colaboradores de cada Instituição (que acessariam o sistema), com orientações e explicações para que não houvesse dúvidas de como utiliza-lo. Realizaram treinamentos e palestras com os funcionários das unidades executantes e solicitantes em locais determinados pela própria central CROSS, fora das unidades, onde cada passo para utilização do sistema foi explicado e treinado. Os funcionários receberam usuários e senhas de acessos e a eles ficou atrelada a responsabilidade de transmitir o treinamento aos demais colaboradores que também utilizariam o sistema dentro de suas unidades e que realizam agendamentos ou até mesmo a recepção de pacientes encaminhados (regulados) por outras Unidades Posteriormente deslocaram se até cada uma delas para fazer um treinamento prático para maior entendimento dos colaboradores, e orientarem detalhadamente a utilização e manuseio desse sistema que é feito por meio da rede de internet. Essa é uma das facilidades do sistema, cada unidade acessa o sistema sem ter dificuldades. Por ser uma ferramenta nova, esse sistema no início de sua aplicação trouxe algumas dificuldades aos funcionários que o utilizavam, devido à falta de prática, como por exemplo, ao acessar o sistema para agendar consultas ou exames para o paciente, era realizado um novo cadastro sem antes pesquisar se o paciente já tinha sido cadastrado por outra unidade, o que ocasionava em cadastro ou registro duplicado (muitas vezes também gerados por detalhes como erros de digitação), ficando o paciente com dois registros no sistema. Com a implantação da CROSS, considera-se que essa ferramenta foi um instrumento que facilitou e que agilizou todos os fluxos referente a regulação de acesso assistencial, como a distribuição das ofertas mais rápida e com referência pela região de residência do paciente, os agendamentos podem ser realizados de imediato ou em casos que não há vagas disponíveis para aquele exato momento é possível inserir o paciente em uma lista de espera para agendamento posterior. No momento do agendamento o próprio sistema indica qual a unidade que atende ao exame ou consulta solicitadas, as datas disponíveis, e os diagnósticos atendidos. A frequência de seu uso foi aumentando diariamente, e os usuários da plataforma também foram adquirindo mais prática, não apenas para realizar agendamentos, mas também para utilizar as demais ferramentas disponíveis, como relatórios de cotas, relatórios de demandas e ofertas, distribuição de vagas, controle diário da recepção (presença ou ausência dos pacientes), entre outras diversas ferramentas que auxiliam para que esse sistema eletrônico, forneça maior transparência das vagas ofertadas e recebidas pela regulação de acesso. Conforme foram aprimorando a prática e utilização do sistema seus responsáveis, diagnosticando outros detalhes, desenvolveram diversas atualizações em suas funções e implementações de novas ferramentas, equilibrando a oferta e demanda. Há um histórico que registra todas as informações dos pacientes, é possível por meio dele, verificar os agendamentos que o paciente tem independente da unidade solicitante, o que ele já teve agendado, quais dos agendamentos ele compareceu, quais ele esteve ausente, e quais ele ainda espera por uma vaga, ou seja, se está em lista de espera. O foco desse artigo é no módulo ambulatorial disponível nesse sistema para agendamentos de consultas e exames, porém nesse hospital são utilizados também outros módulos que ele dispõe que são o módulo pré-hospitalar (cadastramento dos recursos das unidades), módulo de regulação de leitos (solicitações de transferências e regulação de leitos hospitalares) e módulo de urgências (regulação de urgências), e todos são acompanhados pela Secretaria de Saúde, assim todos os processos de regulação são supervisionados, e de forma mais prática. Na rotina diária para utilizar o módulo ambulatorial, o colaborador recebe o paciente que ao sair do consultório médico dirige-se até a Central de Agendamento, com a guia de referência ou de encaminhamento. Para entrar no sistema é necessário entrar com nome de usuário e senha, e após isso deve fazer a validação de segurança que corresponde a documentos pessoais, o que garante que o acesso seja de uso pessoal. Ao entrar no sistema deve primeiramente pesquisar no banco de dados, se o paciente já tem cadastro, para poder agendar e atender sua solicitação, caso o paciente não tenha cadastro deve ser realizado um novo. Confirmado o cadastro o colaborador entra na opção de agendamento, nessa opção são separados as especialidades (consultas) e os exames, cada uma dessa abas ao ser selecionada apresenta o tipo de cada uma delas, que pode ser agendado pelo hospital, e isso é definido pela CROSS. Em seguida seleciona-se a consulta ou exame solicitado pelo paciente, e ao fazer essa etapa na mesma tela aparece a informação se há vaga disponível ou se não há vaga e o paciente deverá ser inserido em lista de espera. Quando afirmativo, parece uma nova aba com as opções de agendas de unidades externas, e as datas que a mesma ofertou para o exame ou consulta selecionado, clica-se em cima da data e aparece as opções a serem agendadas, que são: a unidade que irá realizar o atendimento, o nome do profissional, horários disponíveis, quais CID 10, podem ser agendados, entre outras características. Ao escolher a unidade, data e horário, basta selecionar a opção “marcar” e aparecerá uma caixa de mensagem pedindo para confirmar o agendamento e clicando em “sim” gera uma papeleta que é o comprovante do agendamento. A papeleta vem com as informações de data, hora, endereço da unidade executante, nome do profissional, orientações de acordo com cada unidade, preparos para procedimentos, e informações gerais, como em alguns casos itinerários para a unidade. O paciente recebe a papeleta e anexa ao pedido médico, que devem ser apresentados juntos no dia em que foi agendado sua consulta ou exame. No caso em que os pacientes são inseridos em lista de espera, a rotina é a mesma, mas o paciente aguarda o hospital entrar em contato informando que o agendamento foi realizado, então voltam apenas para retirar a filipeta. Outra função no módulo ambulatorial é a oferta de consultas e exames de primeira vez, o hospital atendendo a pactuação deve ofertar mensalmente uma cota definida de consultas e de exames como (ecocardiogramas, testes ergométricos, holter, e outros), e é nesse módulo que são feitas as configurações das vagas de cada um deles. São feitas as agendas de acordo com as já existentes no hospital, definindo quais os dias da semana, quantas vagas por dia, e horários para atendimento, no caso das consultas são definidos também os CID 10 atendidos pela instituição, e no caso dos exames alguns são definidas idades permitidas para agendamento. Ao concluir as configurações há uma opção que permite o encaminhamento direto das vagas para a Secretária de Saúde, para assim a mesma distribuir e regular de acordo com as diretrizes do SUS. Este é um relato de experiência de cunho descritivo-reflexivo, não experimental ex post facto referente a implantação da plataforma de gerenciamento eletrônico CROSS em um serviço ambulatorial de cardiologia de um Hospital Público Cardiológico de Alta Complexidade existente, na cidade de São Paulo, sendo referência municipal e estadual. Foram avaliados indicadores antes e após a implantação do sistema. Indicadores de produção, percentual de consultas de 1º atendimento, e Indicadores de satisfação dos usuários. 4. RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISE O sistema CROSS começou a ser utilizado no hospital alvo desse artigo em março de 2010, então serão feitas análises dos indicadores que antecedem 12 meses antes e 12 meses depois de sua implantação. Os indicadores coletados fazem parte de relatórios já desenvolvidos dentro de uma das seções desse hospital. Depois de implantada a plataforma eletrônica de regulação, os exames externos passaram a ter maior demanda devido à grande facilidade de encaminhar pacientes, os profissionais médicos se sentiram mais confortáveis em indicar ao paciente um exame não oferecido pela instituição, já que o sistema permitiu que esse fluxo se tornasse mais fácil, mais prático e mais ágil. Com o crescimento dessa demanda foi possível verificar a eficiência do sistema com relação aos agendamentos efetuados e atendidos pelo hospital. O paciente por sua vez, passou a ter grande facilidade de acesso a exames de apoio diagnósticos, e terapias especializadas, que pode ser considerado benefícios da otimização dos fluxos de referência e contra-referência. Antes da implantação do sistema, alguns indicadores não eram acompanhados, como no caso do Absenteísmo, devido ao curto tempo disponível para as UBS’s, não foi possível identificar se foram realmente absenteísmo, ou se o paciente não foi informado de seu agendamento. Encaminhamentos incorretos, eram apenas encaminhados de volta para sua unidade, não havia um registro desses casos. Já com o sistema CROSS, essas informações são lançadas e registradas podendo ser emitidos relatórios com esses indicadores, e identificar também quais os pacientes estão envolvidos nesses indicadores. O agendamento pode ser feito de imediato, ou seja, no mesmo momento em que o paciente encontra-se presente no hospital, não havendo mais o cenário de anos anteriores, em que o paciente aguardava um longo período para ter a confirmação de que haveria a vaga disponível, e se foi agendado ou não. Atualmente ele já sai com o comprovante de agendamentos com todas as informações importantes. Ainda quando não é possível o agendamento de imediato, ele é inserido na fila de espera dentro do próprio sistema para que seja acompanhada as disponibilidades de vagas e posterior agendamento. Para paciente que vem referenciado de outra unidade, também há clara percepção de benefícios trazidos pelo sistema, como a identificação de quantos e quais os agendamentos para cada dia. Pode-se diariamente imprimir um relatório onde consta informações dos pacientes agendados e dados pessoais como CNS (Cartão Nacional do SUS), nome completo, telefone, entre outras informações, podendo em casos eventuais, entrar em contato com os mesmos, se necessário, para alterar a data do atendimento (como por exemplo em caso de licença ou afastamento do médico). Os encaminhamentos incorretos antes eram em maior frequência do que atualmente, vinham pacientes de outras especialidades, para serem atendidos com o cardiologista, ou casos em que o paciente já tinha um cardiologista e precisava apenas fazer uma avaliação de risco cirúrgico, porém esse tipo de avaliação deve ser feita pelo médico que o acompanha, e não em uma consulta de primeiro atendimento. Agora com os agendamentos recebidos pela CROSS, esses casos tiveram uma diminuição considerável, pois são especificados os CID’s permitidos para seguimento nesse hospital, no caso os de Alta complexidade. E se não for cardiológico o sistema aponta as unidades que atendarão aquela especialidade solicitada. Seguem abaixo tabelas com os indicadores levantados, onde será possível analisar o impacto no desempenho e atuação desse sistema eletrônico, dentro do período de março de 2009 a fevereiro de 2010 comparados ao período de março de 2010 a fevereiro de 2011. Abaixo apresentamos tabelas com indicadores que demonstram os impactos trazidos pela implantação da plataforma CROSS. Na tabela 1, demonstramos o aproveitamento das vagas antes e depois da implantação, de onde pode-se concluir que eram baixos comparados ao aproveitamento atual. O aproveitamento das vagas ofertadas para consultas de 1º atendimento da uma diferença de 50%, que é um considerável aumento, ou seja, anteriormente eram perdidas muitas vagas e com isso pode-se pensar que os pacientes aguardavam por um tempo longo até que fossem encaminhados para o hospital. Já os exames, notou-se aumento de 38% nas vagas de Teste Ergométrico, 41% nas vagas de Ecocardiograma, e 59% nas vagas de Holter. Com o tempo o sistema foi sendo atualizado e a cada atualização, mais ferramentas facilitadores eram incorporadas: relatórios de agendamentos, transferências de pacientes para outras datas, possibilidade de alterações nas agendas ofertadas, caso necessário, fila de espera, entre outros. Com a atualização do sistema passaram a serem ofertados outros exames também, porém os mesmo não foram comparados aqui devido não serem ofertados antes do sistema CROSS, que são Cateterismo, Tilt Test e Cintilografia, mas são ofertados e agendados da mesma forma dos demais. % de Aproveitamento Consultas de 1ª vez Antes Oferta ambulatorial de 1ª consulta 317 (média mensal) especializada/mês. 49% Depois % de Aproveitamento 643 (média mensal) 99% Exames de 1ª vez Ofertas ambulatorial de 24 (média mensal) 60% 39 (média mensal) 98% vagas de Teste Ergométrico Ofertas ambulatorial de 118 (média mensal) 59% 299 (média mensal) 100% vagas de Ecocardiograma Ofertas ambulatorial de 13 (média mensal) 41% 42 (média mensal) 100% vagas de Holter Tabela 1. Apresentação do percentual de aproveitamento das vagas ofertadas de 1ª consulta e exames. O indicador de absenteísmo anteriormente não era acompanhado para os casos de 1º atendimento, apenas após a implantação do sistema foi possível ter essa informação, pois o próprio sistema já informa em seus relatórios, como apresentado na Tabela 2. No primeiro ano ainda havia um índice alto, devido a adaptação dos usuários a nova forma de regulação mas nos anos seguintes esse índice apresentou quedas, atingindo 22,22% no mês de fevereiro de 2010. Absenteísmo - consultas de 1ªvez Mar Ante s Depo is Abr Mai Jun Jul Agos Set Out Nov Dez Jan Fev Médi a Não eram acompanhados 0,00 32,89 27,48 28,82 18,94 22,57 20,38 30,70 24,06 21,36 26,89 22,22 23,03 % % % % % % % % % % % % % Tabela 2. Dados sobre o absenteísmo acompanhados a partir de março de 2010 Temos ainda outros dados que comprovam a qualidade introduzida pelo sistema CROSS, nesse hospital, como o aumento da Referência e diminuição da contra-referência, ou seja os usuários do SUS tiveram mais facilidade de agendamentos dentro da especialidade, e os casos não terciários ou não pertinentes diminuíram. As ofertas feitas através do sistema (considerando a quantidade) são ainda a mesma de antes de sua implantação, mas os números de consultas efetivamente realizadas tiveram crescimento. Os Exames que a unidade não atende, e são encaminhados para serem realizados em outros serviços também apresentaram um crescimento considerável tanto no agendamento quanto na realização dos mesmos. A Tabela 3, abaixo representa os números de cada um desses dados. Antes Referência (média no período) Contra-Referência (média no período) % de Depois Aproveitamento Referência e Contra Referência % de Aproveitamento 467 71,85% 615 94,62% 5 1,07% 4 0,86% Consultas de 1ª vez Ofertadas (média no período) Realizadas (média no período) 650 - 650 - 323 50% 455 70% Exames encaminhados Agendados (Total período) Realizadas 169 - 424 - 102 60% 293 70% Ofertas ambulatorial de 13 (média mensal) 41% 42 (média mensal) 100% vagas de Holter Tabela 3. Representação quantitativa da Referência e Contra- referência; 1º atendimento e encaminhamentos externos de exames. A satisfação do cliente externo, promove a verificação dos usuários e pacientes do hospital que aprovam os processos e serviços prestados pelo hospital em seu potencial geral. Na tabela 4. Apresentamos duas informações: a satisfação do cliente externo (1ª vez) e a satisfação dos usuários em geral (paciente que já realizam tratamento há algum tempo no hospital). Para os dois casos o cenário é semelhante onde o critério “muito bom” tem um decréscimo no percentual, mas não muito distante do anterior, considerando que os pacientes não têm apenas a visão do atendimento mas também de uma solução para seu quadro (doença). Os demais mostram resultados satisfatórios, pois houve crescimento no critério “Bom” e quedas nos critérios “Regular e Ruim”. Cliente Externo (1ª vez) Satisfação Antes Depois Muito Bom ou Ótimo 47% 43% Bom 37% 53% Regular 11% 1% Ruim 5% 3% Satisfação do Usuário - Geral Satisfação Antes Depois Muito Bom ou Ótimo 51% 50% Bom 34% 37% Regular 10% 9% Ruim 5% 4% Tabela 4. Comparação da satisfação para pacientes de 1ª vez e pacientes já acompanhados pelo Instituto. 5. CONCLUSÕES Para concluir, afirmamos que a implantação do sistema CROSS no hospital alvo desse estudo, foi essencial para melhorias, que conforme apresentados são reais, e efetivas. Ainda há, além das apresentadas aqui, benefícios percebidos pelos próprios usuários do SUS. Pode-se dizer que ainda há possibilidades de se ocorrerem mais melhorias decorrentes do aperfeiçoamento do sistema, que serão decorrentes de sua frequente utilização. A avaliação do impacto da implantação dessa ferramenta comparando os indicadores antes e depois, bem como resultados de pesquisa de satisfação dos pacientes são objetos deste estudo que pretende contribuir para a incorporação de melhorias ao acesso e maiores benefícios aos usuários do Sistema Único de Saúde. A plataforma CROSS, contribuiu de forma a facilitar o fluxo de referência e contrareferência, coordenando os encaminhamentos e o acesso dos usuários com maior agilidade e praticidade na distribuição das ofertas e no agendamento, também organizando a demanda de pacientes. O número de atendimentos aumentou consideravelmente, pois não tem mais o desperdício que era frequente anteriormente à sua implantação. Pois como dito antes o paciente por vezes não era informado de sua consulta por falta de tempo hábil para isso, o que faziam com que as vagas fossem perdidas, e o paciente continuava aguardando pela sua consulta por um longo período de espera. Mesmo com todos os benefícios trazidos pelo sistema CROSS, Há ainda pontos que podem ser mais desenvolvidos, como evitar inserir o paciente em filas de espera e fazer o agendamento no mesmo momento em que o paciente se encontra no hospital, mas isso é uma das soluções que podem vir a longo prazo, devido a quantidades de vagas oferecias atualmente, mas ainda assim atende uma parcela bem grande dos usuários. Referências Alves, S. A. (13 de Agosto de 2013). A Política Estadual de Regulação e a CROSS. São Paulo, Brasil. Baduy, R. S., Feuerwerker, L. C., Zucoli, M., & Borian, J. T. (2011). A regulação assistencial e a produção do cuidado: um arranjo potente para qualificar a atenção. Carvalho, M. C. (2013). Implantação da Central de Regulação de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no período de 2008 a 2009. Gawryszewski, A. R., Oliveira, D. C., & Gomes, A. M. (2010). Acesso ao SUS: representações e práticas de profisisonais desenvolvidas nas Centrais de Regulação. BR433.1 - CB/C - Biblioteca Biomédica C. Giannotti, E. M. (2013). A organização de processos regulatórios na gestão municipal de saúde e suas implicações no acesso aos serviços: um estudo de caso do município de Guarulhos. São paulo. Navaretti, M., Serinolli, M., & Aquino, S. (2015). FUNCIONALIDADE DAS PLATAFORMAS SIGA E CROSS NA REGULAÇÃO EM ONCOLOGIA: EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. São Paulo: Gestão e Saúde. Paim, J., Travassos, C., Almeida, C., Bahia, L., & Macinko, J. (2011). Saúde no Brasil 1. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios, pp. 11-31. Paulo, A. L. (02 de Agosto de 2010). Decreto nº 56.061. Cria, na Coordenadoria de Serviços de Saúde, da Secretaria da Saúde, a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde-CROSS e dá providências correlatas. São Paulo, Brasil. Saúde, M. d. (1990). ABC do SUS - Doutrinas e Princípios. Brasília: Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Brasília. Saúde, M. d. (26 de Janeiro de 2001). Portaria nº 95. Brasil. Saúde, M. d. (2001). REGIONALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE: Aprofundando a Descentralização com equidade no acesso. Bradília, DF. Saúde, M. d. (15 de Junho de 2004). Portaria nº 1169. Institui a Política Nacional da Atenção Cardio Vascular de Alta Complexidade. Brasil. Saúde, M. d. (22 de Fevereiro de 2006). Portaria nº 399/GM. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Brasil. Saúde, M. d. (01 de Agosto de 2008). Portaria nº 1.559. Institui a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde - SUS. Brasil. Saúde, M. d. (23 de Novembro de 2009). Portaria 2.907. Dispõe sobre o financiamento para implantação e/ou implementação de Complexos Reguladores e informatização das Unidades de Saúde. Brasil. Saúde, M. d. (28 de Novembro de 2013). Portaria 2.923. Intitui incentivos financeiros de investimento para a aquisição de equipamentos e materiais permanentes e de custeio para re-forma, destinados à implantação e/ou implementação de Centrais de Regulação de Consultas e Exames e Centrais de Regulação de Inter. Brasil. Vilarins, G. C. (2010). Regulação do Acesso à Assistência: conceitos e desafios. Com. Ciências Saúde, 81-84. Vilarins, G. C., Shimizu, H. E., & Gutierrez, M. M. (2012). A regulação em saúde: aspectos conceituais e operacionais. Saúde em Debate.