PLANEJAMENTO DE FILOSOFIA. Prezado Professor de Filosofia, a grande dificuldade que os novos professores de filosofia tem, é a elaboração de tópicos para a ministração das aulas, de Filosofia, visto que esta disciplina é “nova”, disse nova entre aspas, porque na verdade ela é antiga, pois foi reintroduzida nas grades curriculares recentemente, pois até a década de 60, mais precisamente até a revolução de 64, era disciplina dos currículos Escolares, mas após a revolução de 64, o objetivo dos militares era formar uma massa não pensante, então ela foi abolida dos currículos, pelo fato de ensinar o jovem a pensar. Os tópicos que estou enviando, é uma sugestão para que você meu caro professor (a) possa transmitir aos nossos educandos uma visão sintética de todo o contexto filosófico de nossa querida e amada disciplina HISTÓRIA DA FILOSOFIA, fundamentando-se na DCE de Filosofia. O CONHECIMENTO EM FILOSOFIA. A presença da Filosofia no currículo do Ensino Médio justifica-se pelo seu valor, historicamente consagrado, de formação. Cumpre, entretanto, esclarecer qual é a formação a que se refere quando pensada como uma disciplina educativa, ou seja, qual a sua contribuição especififca para a efetivação dos objetivos gerais da educação de nível médio. Considera-se, sem dificuldade, que a Filosofia é requisito indispensável para a elaboração de referencias que permitam a articulação entre os conhecimentos, a cultura, as linguagens e a experiência dos alunos. Entretanto, face à multiplicidade de orientações em Filosofia não se pode tratá-la simplesmente como um corpo de saber já à disposição para ser transmitido. A proliferação de teorias e discursos, a diversidade e dispersão da atividade filosófica atual, exigem que se fale em filosofias e não em Filosofia. Assim, a primeira tarefa do professor de Filosofia é a de definir-se por uma determinada concepção de Filosofia que seja adequada para cumprir os objetivos educacionais da disciplina. Situar a Filosofia enquanto disciplina escolar no horizonte dos problemas contemporâneos – científicos, tecnológicos, ético-políticos, artísticos ou os decorrentes das transformações das linguagens e das modalidades e sistemas de comunicação - , implica uma tomada de posição para que a sua contribuição seja significativa, quanto aos conteúdos e processos cognitivos. Se em Filosofia é difícil estabelecerem-se conteúdos programáticos e mesmo métodos gerais, deve-se. Contudo, garantir as condições mínimas da especificidade do trabalho filosófico. Isto requer do professor a determinação da orientação filosófica que seja estratégia para levar os alunos a apropriarem-se dos conteúdos curriculares, modos discursivos e procedimentos indispensáveis para abordarem problemas de natureza diversa. Portanto, a opção por um determinado conteúdo programático – seja ele diretamente situado ou não no conjunto dos temas e problemas da História da Filosofia – é simultânea à definição dos procedimentos que facultam a familiaridade dos alunos com conceitos, linguagens, técnicas de leitura e processos argumentativos, possibilitando-lhes o desenvolvimento do pensamento reflexivo. Um trabalho especifico da Filosofia no Ensino Médio resulta da conjugação de um repertório de conhecimentos, que funcionam como um sistema de referências para discussões, julgamentos, justificações e valorações, e de procedimentos básicos de análise, leitura e produção de textos. Tomando posse desse repertório de conhecimentos e constituindo uma retórica, isto é, desenvolvendo um sistema discursivo, o aluno pode passar da variedade dos fatos, acontecimentos, opiniões e idéias para o estado reflexivo do pensamento, para a atitude de discernimento que produz configurações de pensamento. É importante que ele compreenda como funcionam tais configurações, como elas supõem sempre uma lei interna, uma ordem constitutiva. Esta é uma via produtiva para se entender com mais precisão o que genericamente é designado como o objetivo do ensino de Filosofia no Ensino Médio: desenvolvimento do pensamento crítico através da vinculação entre os conhecimentos filosóficos, a cultura e as vivências. Uma educação para a inteligibilidade supõe a constituição de um conjunto de referencias, que pela articulação sistemática de conteúdos programáticos, linguagem e processos específicos de pensamento, permita aos alunos descobrir encadeamentos, estruturas nos discursos de proveniência diversa, inclusive nos produzidos por eles mesmos. Evita-se, assim, que as aulas sejam preenchidas por discursos vazios, sem reflexão, ou então que se tornem lugares apenas para discussões e”criticas” vagas, indeterminadas. Educar para a inteligibilidade significa reafirmar que a critica não vem antes das condições que a tornam possível. Portanto, se o desenvolvimento do pensamento crítico não provém de genéricas discussões de temas e problemas, não provém também de uma coleção de conceitos, doutrinas, que supõe o domínio e a posse dos procedimentos reflexivos e não apenas de conteúdos programáticos. Qualquer que seja o assunto tratado, não se pode esquecer que a leitura filosófica retém o essencial da atividade filosófica. Uma leitura não é filosófica apenas porque os textos são filosóficos; pode-se ler textos filosóficos sem filosofar e ler filosoficamente textos jornalísticos, artísticos, políticos, etc. Esta leitura não se caracteriza pela simples aplicação de metodologias de leitura e análise de texto, mas pela atenção aos pressupostos e subentendidos do texto, pela reconstrução de um imaginário oculto que ultrapassa a literalidade. A apreensão daquilo que o texto enuncia exige que se compreenda como se produzem os enunciados, os processos de enunciação. A Filosofia, como disciplina de Ensino, é um conjunto particular de conhecimentos com características próprias no que se refere a formação. Não é, entretanto, como diz o sentido latino da palavra disciplina, a instrução que o aluno recebe do mestre, nem guarda mais o sentido pedagógico de “ginástica intelectual”, de disciplinamento da inteligência. Exercita, é certo, capacidades intelectuais, requerendo algumas habilidades; mas é, antes de tudo, uma disciplina cultural, pois a formação que propicia diz respeito à significação dos processos culturais e históricos. Na aula, na leitura de textos e nos exercícios operatórios de construção de conceitos e técnicas argumentativas; nas discussões e elaboração de textos, é preciso levar em conta a significação dos temas e assuntos em relação às situações de aprendizagem. Tais práticas visam o desenvolvimento de habilidades para construir e avaliar proposições, construir unidades de significação, produzir conjuntos sistematizados de conhecimentos que funcionem como produção teórica, isto é, como articulação entre concepções da realidade e experiência vivencial. Portanto, o pensamento crítico não surge apenas das discussões sobre questões atinentes aos problemas culturais, históricos e vivenciais, pela simples confrontação de posições divergentes, nem da reprodução das soluções apresentadas pelo professor. A crítica surge da capacidade dos alunos em formular questões e objeções de maneira organizada, e o quanto possível rigorosa conceitualmente. A prática de intrigar os alunos, provocando-os para a dúvida, a produção de inferências e articulação de teoria e experiência, é um procedimento pedagógico sempre necessário – tanto quanto o de gerar as condições de constituição da retórica, do discurso necessário para falar sobre algum assunto. A crítica não se estabelece como organização e sistematização imediata da realidade, como se houvesse uma passagem contínua da experiência, dos fatos, acontecimentos e idéias ao saber. A crítica, como processo reflexivo, não é um conhecimento expositivo, um saber positivo sobre o mundo e muito menos uma percepção: é uma interpretação, que exige perspectiva de análise, sistemas de referência e práticas discursivas adequadas, que também pode ser apoiada em atividades de pesquisa elaboradas especialmente para tal finalidade PLANEJAMENTO DE FILOSOFIA. 1. Justificativa A Filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de tudo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a religião; pode pensar a arte; pode pensar o próprio homem em sua vida cotidiana. Diz-se que a Filosofia incomoda certos indivíduos e instituições porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Isto é, questiona a prática política, científica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Desse modo, compreender a importância do ensino da Filosofia no Ensino Médio é entendê-Ia como um conhecimento que contribui para a formação do aluno. Cabe a ela indagar a realidade, refletir sobre as questões que são fundamentais para os homens, em cada época. A reflexão filosófica não é, pois, qualquer reflexão, mas rigorosa, sistemática e deve sempre pensar o problema em relação à totalidade, para alcançar a radicalidade do problema, isto é, ir à sua raiz. Esta é a preocupação do Colégio ao instituir a disciplina de Filosofia no Ensino Médio; a busca pelo ensino da reflexão filosófica, instrumentalizando os alunos para estarem aptos a compreender e atuar em sua realidade. 2. Objetivos Gerais: Contribuir para a compreensão dos elementos que interferem no processo social através da busca do esclarecimento dos universos que tecem a existência humana: trabalho, relações sociais e cultura simbólica Formar o hábito da reflexão sobre a própria experiência possibilitando a formação de juízos de valor que subsidiem a conduta do sujeito dentro da escola e fora dela. Estimular a atitude de respeito mútuo e o senso de liberdade e responsabilidade na sociedade em que vive considerando a escola como parte da vida do aluno. Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico: apreensão de conceitos, argumentação e problematização. Objetivos Específicos: • Oportunizar momentos que facilitem. o pensar e o pensar sobre o pensar; Trabalhar com textos que incluam termos e conceitos cotidianos que facilitem a interação no contexto social; Debater questões contemporâneas que facilitem a compreensão da realidade a partir dos problemas filosóficos destacados; Realizar atividades que levem o aluno a perceber a multiplicidade de pontos de vista e articulações possíveis entre os mesmos; • Ler textos filosóficos de modo significativo; • Ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros; Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo, de forma a reconstruir os conceitos aprendidos; Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição em face de argumentos mais consistentes. Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos das diversas áreas do conhecimento, e em outras produções culturais através da produção de conceitos. Articular teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas científicos, tecnológicos éticos e políticos, sócio-culturais com as vivências pessoais. Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica quanto em outros planos: o pessoal, o entorno sócio-político, histórico e cultural; a sociedade científico-tecnológica 2. CONTEÚDOS DE FILOSOFIA Os conteúdos apresentados nesse planejamento segue as orientações da DCE de Filosofia, o qual organizou-se também o livro didático público de Filosofia, a partir de conteúdos denominados conteúdos estruturantes, ou seja, conteúdos que se constituíram historicamente e são basilares para o ensino de filosofia. MITO E FILOSOFIA, TEORIA DO CONHECIMENTO, ÉTICA, FILOSOFIA POLÍTICA, ESTÉTICAE FILOSOFIA DA CIÊNCIA. A partir dos conteúdos estruturantes, adaptamos os conteúdos específicos e complementares que irão ser trabalhados com os alunos no decorrer do ano letivo. I – MITO E FILOSOFIA 1. O que é mito; 2. Passagem do mito à Filosofia/Razão; 3. Filosofia, Mito e senso comum 4. Nascimento da Filosofia ou surgimento da Filosofia; 5. Ironia e Maiêtica; 6. O que é Filosofia; 7. Mitos contemporâneos; 8. Mitologia grega/deuses da Mitologia; 9. O mito da Filosofia, continuidade e roptura; 10. As funções do Mito; 11. A contradição do Mito 12. A Filosofia na História. 13. Contra ideologia. 14. Mito e Filosofia. 15. Trajetória da Filosofia; 16. Campos e reflexões filosófica. II – TEORIA DO CONHECIMENTO 1. O problema do conhecimento 2. Filosofia e método 3. Perspectiva do conhecimento 4. A Filosofia e o conhecimento em si 5. Trabalho e realização 6. Trabalho alienado 7. O mundo do trabalho e as formas de alienação 8. Conseqüências de alienação na vida social e individual 9. Trabalho realizador e ócio na sociedade contemporânea 10. Os diversos tipos de conhecimentos nos diversos períodos da Filosofia (Antiga, Patrística, Medieval, moderna, contemporânea) III - ÉTICA 1. 2. 3. 4. 5. 6. Concepções éticas; Liberdade; Liberdade em Sartre Autonomia e Liberdade Objeto da Ética; Ética e moral; 7. O que é valor a) valores universais 8. Determinismo; 9. virtude em Aristóteles e Sêneca 10. Amizade 11. Poder e força / Estado e Poder 12. As relações étnicas: autonomia, heteronomia e anomia; 13. Constituinte do campo ético. 14. A moral na História; 15. A tolerância como virtude; 16. juízo de fato e de valor; 17. A cultura Afro brasileira e africana / Cotas; 18. Movimento Feminista – Lei Maria da Penha 19. O caso brasileiro 20. Moral e Ética IV – FILOSOFIA POLÍTICA 1. Invenção da Política; 2. Essência da Política; 3. Política e Poder; 4. Política e Violência; 5. Jusnaturalismo / contratualismo e Materialismo; 6. Liberalismo /Neoliberalismo; 7. Estruturas de governo; 8. Os Partidos Políticos; 9. O caso brasileiro; 10. Fundamentalismo religioso e a Política contemporânea; 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. V – FILOSOFIA DA CIÊNCIA Concepções de ciência; Progresso da ciência; Bioética; Senso comum e ciência; Atitude científica. Cientificismo; Caráter provisório da ciência. VI – ESTÉTICA 1. Pensar a Beleza; 2. A beleza da cultura afro e indígena; 3. A Universidade do gosto; 4. Necessidade ou fim da arte; 5. Cinema e uma nova percepção; 6. A arte como forma de conhecer o mundo; 7. Arte e sociedade; 8. Estética e desenvolvimento da sensibilidade e da imaginação 9. Concepções de Estética; 10. Arte e Filosofia; a) valores universais 4. Encaminhamento metodológico Tendo em vista os objetivos propostos na Diretriz Curricular de Filosofia, as aulas serão no sentido de levar o aluno a questionar sua realidade, analisar, comparar, decidir, planejar e expor idéias, bem como ouvir e respeitar as de outrem configurando um sujeito crítico e criativo. Igualmente, as atividades nas aulas ocorrerão conforme o tema a ser tratado exigir: a sensibilização propriamente dita (através de um problema, questionamentos dos próprios alunos, uso de textos e/ou filmes, etc.), aulas expositivas (com abertu'ra ao debate), estudo e reflexão de textos de caráter filosófico - ou que possam dar margem à reflexão de cunho filosófico. Redação e apresentação de trabalhos, em que os alunos demonstrarão ou não a apreensão dos temas e problemas investigados através da criação de conceitos. Dessa forma, cremos estar caminhando em direção ao desenvolvimento de valores importantes para a formação do estudante do ensino médio: solidariedade, responsabilidade e compromisso pessoal. 5. Proposta de Trabalho para o Aluno e Avaliação: A proposta de trabalho para os alunos e a avaliação ocorrerá no sentido de contribuir tanto para o professor, possibilitando avaliar a própria prática, como para o desenvolvimento do aluno; permitindo-lhe perceber seu próprio crescimento e sua contribuição para a coletividade. Será, portanto, de caráter diagnóstico e som ativo (em caráter de zero a dez), conforme o desempenho individual e/ou coletivo. Serão adotados como instrumentos, além da auto-avaliação: • Textos produzidos pelos alunos; • Participação em sala de aula; • Atividades e exercícios realizados em classe ou extra classe; Atividades de pesquisa através do laboratório de informática (Paraná Digital); • Testes escritos; • Apresentação dos temas (oral ou escrita) em estudo; • Registro das aulas, conforme a necessidade; REFERENCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à filosofia. 2a ed. São Paulo: Moderna, 1993. ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ____ .,. História da Filosofia. Lisboa: Editorial Presença, 1970. BUZZI, Arcângelo. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. 6a ed. Petrópolis: Vozes, 1997. CHÂTELET, F. História da Filosofia, idéias e doutrinas - o século XX. Rio de Janeiro: Zahar, s/d, 8 vol. CHAUí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. CORO I, Cassiano et alI. Para Filosofar. São Paulo: Scipione, 2000. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: Historia e Grandes Temas. São Paulo:Saraiva, 2005. DIRETRIZ CURRICUlAR DE FilOSOFIA. Secretaria de Estado da Educação. Departamento do Ensino Moderno. Paraná, Curitiba: junho, 2006. FOLSCHEID, Dominique; WUNEMBURGER, Jean-Jacques. Metodologia Filosófica. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Livro Didático Público de Filosofia. DEM. Paraná: 2006. NOVA CULTURAL. Coleção Os Pensadores. São Paulo, 1999. Sugestão de Planejamento elaborado pelo Professor Luiz Antonio Burim Coordenador da Disciplina de Filosofia no Nucleo Regional de Educação de Apucarana