Nome: Thâmirys Kostecki Nº USP: 9004762 Período: Matutino Disciplina: CBD0282 – Formas, Estados e Processos da Cultura na Atualidade Universidade de São Paulo Relato crítico sobre os filmes Playtime (1967) e Medianeras (2011), com relação ao texto “A corrida para o século XXI. No loop da montanha-russa”. A Modernidade dialoga em diversos períodos Arranha-céus por todos os lados, fios de telecomunicação ao redor do mundo, os mais sofisticados produtos e serviços ao alcance de um simples clique em seu computador, celulares e notebooks aos quais se pode levar a qualquer lugar com você, sistemas operacionais artificiais inteligentes para organizar suas tarefas e obrigações; à isso devo o nome de Modernidade. Modernidade esta, na qual vemos dia a dia na grande selva de pedra. Filmes datados a partir do século XX (ou principalmente durante, ou, pós-Revolução Industrial) possuem um tema no qual continua a ser abordado nos tempos atuais, que é a Modernidade. De acordo com Nicolau Sevcenko (A corrida para o século XXI. No loop da montanha-russa), “[...]Se somássemos todas as descobertas científicas, invenções e inovações técnicas realizadas pelos seres humanos desde as origens da nossa espécie até hoje, chegaríamos à espantosa conclusão de que mais de oitenta por cento de todas elas se deram nos últimos cem anos. Dessas, mais de dois terços ocorreram concentradamente após a Segunda Guerra. “ De tal modo, o filme Playtime (1967) de Jacques Tati e Medianeras (2011) de Gustavo Taretto, nos trás retratado durante o curta a sociedade moderna, na qual o principal advento é a inovação da tecnologia computacional. Uma das frases mais marcantes por assim dizer do filme de Medianeras dito pelo personagem Martín (Javier Drolas), é de que “o computador o deixa mais próximo de certas tarefas e produtos, entretanto, o afasta da vida social com as pessoas”. Ambos retratam a sociedade de “pedra”, em que prédios, monumentos, e edifícios enormes predominam no cenário (o primeiro em um cenário de Paris e o segundo em Buenos Aires). Um dos momentos mais diretos em que há um “dialogo” entre os dois filmes, ocorre em Medianeras, em que o protagonista ao arrumar sua mochila coloca nela um dvd do filme Playtime. O filme francês analogicamente possui certa variação em seu movimento, no início tudo parece mais devagar e sem cor, e chegando ao fim possui tanto movimento como cor, o que lembra a transformação ocorrida nos fins do século XIX e inicio do século XX, em que grandes inovações tecnológicas e cientificas aconteceram. O que antes era mais pacato começa a sofrer uma eclosão. O filme de Tati relaciona-se diretamente com o Texto de Nicolau, o qual refere-se as três fases da montanha-russa; a primeira é de ascensão contínua, uniforme, onde há um desenvolvimento tecnológico; a segunda é de uma queda vertiginosa, em que há uma incorporação de novas tecnologias e métodos, e, a última fase é a do loop; em que temse uma aceleração precipitada, uma escala de mudanças no quadro tecnológico. Outro ponto interessante entre os dois curtas são os desencontros das personagens, em que diversas situações inusitadas as levam para o mesmo lugar, entretanto, não possuem olhos para ver o que há em torno deles. Outro fator importante em relação ao filme Medianeras, é seu próprio título, que significa “entre paredes; algo atrás de uma parede”, o que nos leva a pensar analogicamente no ser humano por trás do computador, o indivíduo que vive por trás da tela de um sistema operacional que “controla sua vida”. Por fim, todos possuem um ponto de conexão, centrando seu tema na época da modernidade, em que inventos e melhorias são elaborados a um passo cada vez mais exorbitante. Referências Bibliográficas: SEVCENKO, Nicolau. A Corrida para o Século XXI: no Loop da Montanha Russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. TARETTO, Gustavo. Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual. 2011. 95 min. TATI, Jacques. Playtime. 1967. 115 min.