SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE GERÊNCIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AV. Pedro II nº1826 Torre 58040-440 [email protected] Fone: 3218 7473 Fax 3218 7330 NOTA TÉCNICA Nº 01 /07 NVE/GEVS/SES-PB João Pessoa, 10 de abril de 2007 De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, no período de janeiro a março foram registrados 1.963 casos de Dengue, o que representa um aumento de 212% quando comparado com o mesmo período do ano passado, entretanto esses casos estão abaixo do número médio dos últimos 05 anos: 2002 (7.230), 2003 (4.841), 2004 (890), 2005 (1.771) e 2006 (623). Segundo informações do LACEN-PB, na Paraíba, no ano passado houve circulação, de três sorotipos virais (DEN1, DEN2 e DEN3). Este ano, foram enviadas 29 amostras ao laboratório de referência em Pernambuco, para isolamento viral, mas ainda não obtivemos os resultados. Dados do DATASUS mostram que o número de pessoas hospitalizadas com Dengue: 4.035 casos (2002); 2.862 (2003); 762 (2004); 1.442 (2005) e 837 em 2006. E internados nos últimos 05 anos com diagnóstico suspeito de Febre Hemorrágica da Dengue -FHD foram respectivamente 14,09,07,04 e 09. A partir do ano de 2004 o percentual de crianças menores de 15 anos com FHD foi de 57%, em 2005 foi de 75% e em 2006 diminuiu para 33%. A taxa de letalidade por FHD em 2002 foi de 93,75%, em 2003 55,55%, em 2004 57,14%, em 2005 não houve óbitos e em 2006 27,27% sendo observado uma diminuição de aproximadamente 50% (SIM e SINAN). CASO CONFIRMADO DE FHD: é o caso em que TODOS os critérios abaixo estão presentes: Febre ou história de febre recente, com duração de 07 dias ou menos; Trombocitopenia (< = 100mil/mm3); Tendências hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos seguintes sinais: prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou púrpuras e sangramento de mucosas, do trato gastrointestinal e outros; Extravasamento de plasma, devido ao aumento de permeabilidade capilar, manifestado por: hematócrito apresentando um aumento de 20% do valor basal (valor do hematócrito anterior à doença) ou valores superiores a: 45% em crianças; 48% em mulheres e 54% em homens; queda do hematócrito em 20%, após o tratamento; ou presença de derrame pleural, ascite e hipoproteinemia; Confirmação laboratorial específica. CLASSIFICAÇÃO DE FHD, de acordo com o grau de gravidade (OMS): Grau I – febre acompanhada de sintomas inespecíficos, em que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva; Grau II – além das manifestações constantes no Grau I, somam-se hemorragias espontâneas (sangramento de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia e outras); Grau III – colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação; Grau IV – choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis (síndrome do choque da Dengue). Face ao exposto a Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba recomenda as Secretarias Municipais de Saúde a adoção das seguintes estratégias para enfrentamento do problema: Notificação IMEDIATA, pelo meio de comunicação mais rápido, a respectiva Regional de Saúde e esta a Unidade de Resposta Rápida da SES/PB (3218 7473); Comunicação à equipe de controle vetorial local para a adoção de medidas necessárias de combate ao vetor e planejamento integrado; Organização da atenção da rede de saúde local: Na Atenção Básica realizar pelo menos duas consultas ao paciente de Dengue, sendo uma inicial e outra com 48 ou 72 horas para acompanhamento da evolução dos sintomas e avaliar a necessidade ou não de internação; Na Atenção Hospitalar avaliar a infra-estrutura para realizar hematócrito, contagem de plaquetas e hidratação venosa; Disponibilizar o protocolo de atendimento padronizado para todos os Serviços de Saúde do município (cartaz anexo); Analisar a distribuição espacial dos casos e também taxa de ataque, índices de mortalidade e de letalidade, para conhecer a magnitude do problema; Realizar busca ativa de casos graves na área de abrangência; Acompanhar os níveis de infestação vetorial (não permitir passar de 1%); Intensificar o combate ao Aedes aegypti, fazendo bloqueio na área com transmissão (casos de FHD ou Dengue) visando à diminuição da população adulta de mosquito; Desenvolver atividades de educação em saúde, comunicação e mobilização social para a eliminação de criadouros. Dionéia Garcia Coordenação de Vigilância Epidemiológica SES/PB