FIL 0977 - Seminário de Ontologia e Linguagem II A disciplina abordará a concepção de consciência do importante filósofo norte americano John R. Searle (1932- ), procurando, por um lado, evidenciar a relação dessa concepção com o debate a respeito da consciência fenomenológica (phenomenal consciousness), e procurando, por outro lado, interpretar a visão de Searle sobre a consciência a partir do ponto de vista das teorias da consciência como monitoramento de segunda ordem. Primeiramente, será discutida (1) a altamente influente perspectiva de Thomas Nagel (1974) acerca da subjetividade da experiência consciente, e seu impacto sobre a perspectiva de Searle, bem como (2) a visão de Searle sobre a consciência como um fenômeno qualitativo, subjetivo e unificado, que será comparada a teoria da consciência como monitoramento de segunda ordem. Essa discussão conduzirá, em seguida, a (3) uma discussão a respeito do papel da consciência no domínio dos fenômenos mentais, o que exige (4) um exame da concepção de Searle sobre os fenômenos mentais inconscientes e o chamado “Princípio da conexão” entre consciência e intencionalidade, defendido por ele. Esse percurso deve permitir uma avaliação crítica da contribuição de Searle para o debate sobre a consciência na filosofia contemporânea. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: Nagel, T. “What is it like to be a bat” Philosophical Review 4, Vol. 83, pp. 435-50, 1974. [“Como é ser um morcego?” Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Campinas, Série 3, Vol 15, no 1, pp. 245-262, jan-jun, 2005] Searle, J. R. The Rediscovery of the Mind. Cambridge Mass., London: MIT Press, 1992. [A Redescoberta da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1997]. Searle, J. R. Mind, Language and Society: Philosophy in the Real World. New York: Basic Books, 1999. [Mente, Linguagem e Sociedade: filosofia no mundo real. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2000] Searle, J. R. Consciousness and Language. Cambridge (UK): Cambridge University Press, 2002a. [Consciência e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2010.]. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: Armstrong. A. “What is Consciousness?”. In: Block, N. (Org.); Flanagan, O. (Org.); Güzeldere, G. (Org.). The Nature of Consciousness: Philosophical Debates. Cambridge (Massachusetts): MIT Press, pp. 721-728, 1997. Fodor, J.; Lepore, E. “What Is The Connection Principle?” In: Philosophy and Phenomenological Research, Vol. LIV, No 4, pp. 837-45, December, 1994. Maslin, K. T. An Introduction to the Philosophy of Mind. Cambridge (UK): Polity Press, 2001. [Filosofia da mente. Porto Alegre: Artmed, 2009]. Prata, T. A. “Subjetividade ontológica na Filosofia da Mente de John Searle”. Philósophos, Vol. 12, No 2, pp. 171-204, jul-dez, 2007. Prata, T. A. “Pode-se explicar a consciência através de processos cerebrais? A argumentação de John Searle contra a concepção de Thomas Nagel”. Kalagatos – Revista de Filosofia, Vol. 6, No. 11, p. 137-172, inverno de 2009. Rosenthal, D. “A Theory of Consciousness”. In: Block, N. (Org.); Flanagan, O. (Org.); Güzeldere, G. (Org.). The Nature of Consciousness: Philosophical Debates. Cambridge (Massachusetts): MIT Press, pp. 729-753, 1997. Searle. J. R. “The Connection Principle and the Ontology of the Unconcious: A Reply to Fodor and Lepore” In: Philosophy and Phenomenological Research, Vol. LIV, No 4, pp. 847-55, December, 1994.