1 INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA PARAÍBA - IESP DIREÇÃO ACADÊMICA COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO VANESSA MARIA BRONZEADO KLYTTA Identificar os fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo na cidade de João Pessoa. João Pessoa 2010 1 VANESSA MARIA BRONZEADO KLYTTA Identificar os fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo na cidade de João Pessoa. Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração do Instituto de Educação Superior da Paraíba – IESP como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Administração Área de Concentração: Marketing Orientador: Prof. Carlos Leite Filho JOÃO PESSOA 2010 2 VANESSA MARIA BRONZEADO KLYTTA Identificar os fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo na cidade de João Pessoa. Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração do Instituto de Educação Superior da Paraíba – IESP como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Administração. Área de Concentração: Marketing Resultado: ____________ João Pessoa, ___de ___________ de 2010 BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Orientadora ______________________________________________ Membro da Banca ______________________________________________ Membro da Banca 3 Dedico este trabalho a minha querida mãe e ao meu falecido pai que sempre me ensinaram que o conhecimento é á base de tudo. 4 AGRADECIMENTO A minha querida mãe Eleonora Klytta e ao meu namorado Herbert Claudino pela ajuda e paciência nas longas jornadas de estudo. A minha querida amiga Patrícia Ettridge pela gentileza tradução do resumo e principalmente ao meu orientador Carlos Leite pela sua grande dedicação. 5 RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo identificar os fatores que influenciam o consumo de luxo na cidade de João pessoa. Para a sua realização foram definidos os seguintes objetivos específicos: Revisão Bibliográfica acerca dos fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo, traçar o perfil sócio demográfico da população amostral, identificar quais são os produtos de luxo que são mais consumidos na cidade de João Pessoa e identificar o nível de satisfação quanto aos produtos de luxo. Através de questionários aplicados a um grupo de 35 pessoas, nos resultados obtidos constatamos que a maioria dos consumidores de luxo são mulheres solteiras, de idade entre 21 e 30 anos com renda superior a R$6.000 (seis mil reais). Os itens de luxo mais consumidos são roupas e acessórios das marcas tais como Diesel, Lacost e Luiz Vuitton entre outras. Foi demonstrado um grande nível de satisfação em relação aos produtos consumidos, motivados pela busca de qualidade e exclusividade. Palavras Chave: Marketing de luxo 6 ABSTRACT The ojective of this market research was to identify which factors directly influence consumer behaviour patterns with regard to the purchase of luxury items in the city of Joao Pessoa. In order to do this research, specific objectives were determined as follows: Compile a precise targetted analysis to define those factors which influence consumers of luxury items; draw up a social demographic profile of the target group; identify which specific luxury items are purchased in the city of Joao Pessoa and define the level of satisfaction these items provide. Following a questionnaire carried out with a group of 35 individuals the results obtained have established that the majority of consumers who purchase luxury items are single females aged between 21 and 30 with a high monthly income of R$ 6,000 (six thousand reais). Those luxury goods with the highest preference were items of clothing and accessories, specifically brand names such as Diesel, Lacoste and Louis Vuitton, amongst others. A very high level of consumer satisfaction was noted in relation to those items purchased, driven especially by a strong demand for excellent quality and exclusiveness. Key-word: Marketing of luxury 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Pirâmide de Hierarquia das Necessidades de Maslow ........................... 15 8 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Perfil sócio demográfico................................................................... 32 Tabela 02: Tipo de luxo consumido.................................................................. 33 Tabela 03: Artigos de luxo consumido.............................................................. 34 Tabela 04: Lugares onde costuma comprar os produtos................................ 34 Tabela 05: Classificação do tipo de consumidor de luxo................................ 35 Tabela 06: Motivações do consumo de luxo................................................... 35 Tabela 07: A procura em produtos de luxo..................................................... 36 Tabela 08: Nível de satisfação quanto á propaganda..................................... 37 Tabela 09: Nível de satisfação quanto ao preço dos produtos de luxo........... 37 Tabela 10: Nível de satisfação quanto aos pontos de vendas dos produtos de luxo.............................................................................................................. Tabela 11: Principais marcas consumidas...................................................... 38 38 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 10 1.1 OBJETIVOS................................................................................................... 12 1.1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 12 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 13 2.1 MARKETING.................................................................................................. 13 2.2 TIPOS DE MARKETING................................................................................ 17 2.3 MARKETING DE LUXO................................................................................ 21 2.3.1 OS 4P´S DO LUXO..................................................................................... 22 2.3.1.1 PREÇO.................................................................................................... 22 2.3.1.2 DISTRIBUIÇÃO (PRAÇA)....................................................................... 23 2.3.1.3 COMUNICAÇÃO (PROMOÇÃO.............................................................. 23 2.4 MERCADO DE CONSUMO........................................................................... 24 3.5 CONSUMO DE BENS DE LUXO................................................................... 26 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 30 3.1 TIPO DE PESQUISA..................................................................................... 31 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA.............................................................................. 31 3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS............................................................ 31 4. ANALISE DOS DADOS................................................................................... 32 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 39 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 41 10 1 INTRODUÇÃO O Mercado de consumo é um dos fatores mais importantes da sociedade moderna, pois o consumo e a cultura, atualmente, não só se encontram fortemente interligados como podemos dizer que o primeiro tornou-se a forma pela qual a sociedade ocidental passou a assimilar á segunda e por conseqüência o consumo, é cultural, pois envolve significados partilhados socialmente e porque tudo o que consumimos possui um significado cultural específico, através do qual reproduzimos nosso sistema de relações sociais (SLATER, 2002). O consumo vai hoje muito além do processo de selecionar, adquirir e servir-se dos benefícios de um bem ou serviço. A atividade pode também ser vista como uma combinação de elementos tangíveis e intangíveis em que a individualidade dos participantes está inserida em um conjunto de relações sociais e culturais, devendo ser compreendida, antes de tudo, como um fato social (BARROS, 2004). O Brasil está entre os cinco maiores mercados mundiais em quase todas as categorias de consumo e deve- se valer de seu forte mercado interno. Dentro as diversas categorias de consumo, o mercado de luxo vem surgindo como um dos mais promissores, pois nos últimos sete anos, o consumo de bens de luxo, no Brasil, cresceu 35% movimentando 2,5 bilhões de dólares anuais, sendo responsável por 70% do consumo de luxo da América Latina e deve crescer 8% neste ano de 2009, o que representará um faturamento de 4,1 bilhões de dólares (LACERDA, 2009). O luxo tem algumas características que são muito tênues, mas marcantes: ele é para poucos, são produtos direcionados para um grupo restrito de pessoas. Ele, em função dessas características, se torna objeto do desejo. E ele só é objeto do desejo porque é reconhecido pela comunidade. No Brasil este mercado está começando a se profissionalizar. A FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), localizada em São Paulo, criou o primeiro MBA em “Gestão de Luxo”, na América Latina. O Marketing de luxo oferece produtos e serviços que atendem as necessidades e desejos de uma classe de consumo de poder aquisitivo mais elevado. No caso, o luxo atua na esfera do desejo, principalmente, pois o desejo diz respeito à obtenção de prazer, enquanto a necessidade refere-se a estados de carência que precisam ser supridos, em nome da sobrevivência. Segundo Faggiani 11 (2007), especialista em produtos de luxo, o brasileiro possui perfil de compra neste segmento, haja vista, que consome produtos por impulso e se deixa levar pela emoção, além disso, sua decisão de compra é movida pelo desejo de conquista, pelo sonho de reconhecimento e de posicionamento social. E o marketing que torna a marca em uma marca de desejo, ele é que a transforma em uma referência de elegância e de sofisticação. Esse é o grande desafio que as empresas do mercado de luxo têm, e quem faz o papel mais importante nesse mercado é o marketing. Como em todo o país, o mercado de luxo vem crescendo na cidade de João Pessoa com o surgimento de produtos e serviço destinado a um publica exigente e sofisticado, tais como restaurantes, lojas de carros importados, embarcações e lojas de grifes internacionais. Com a iniciativa de alguns empresários, pode-se perceber que os pessoenses estão realmente interessados em consumir artigos distintos e dispostos a pagar muito caro até mesmo por um jeans. O ponto forte desse mercado é a exclusividade. O cliente que procura um produto sem se importar primeiramente com o seu valor, está em busca na verdade de artigos de bom gosto e exclusivos. Diante do exposto, se faz necessário um estudo com maior rigor científico que venha a responder à seguinte questão central: Baseado nesse mercado, quais os fatores que influenciam consumo de luxo na cidade de João Pessoa? Os fatores que influenciaram esta pesquisa foi despertado através da mídia nacional e internacional, que cada vez mais destaca este segmento, ressaltando o seu crescimento que mesmo nos momentos de crise não sofrem significativas alterações.Percebe-se que vem surgindo um mercado voltado para artigos e serviços de luxo na cidade de João Pessoa, uma constatação de que é crescente o poder aquisitivo de grupo social denominado “Classe A”. O que vem influenciando este grupo de consumidores são os meios sociais em que eles transitam, seus amigos e conhecidos, os lugares que freqüentam, as pessoas e os ambientes com os quais tem afinidades. O contato com pessoas que consomem e valorizam os produtos de Luxo, certamente será influenciado no sentido de consumi-los também. Uma segunda grande fonte de influência é o ambiente profissional. É importante destacar, com a carga elevada de trabalho e a extensão das obrigações profissionais para além do horário de expediente, às vezes os ambientes social e profissional se misturam, tornando-se um só. “O Luxo pode ser um pré-requisito para atuar em determinadas áreas profissionais; consumi-lo - e até ostentá-lo - pode sinalizar a ambição de ascender na carreira ou, simplesmente, de adequar-se ao 12 meio em que se trabalha“ (D'ANGELO, 2004). Claro, não se pode esquecer que existem outras - como a mídia, por exemplo. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Identificar os fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo na cidade de João Pessoa. E, para garantir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos serão traçados. 1.1.2 Objetivos Específicos Realizar uma revisão Bibliográfica a cerca dos fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo. Traçar o perfil sócio demográfico da população amostral Identificar quais são os produtos de luxo mais consumidos em João Pessoa Identificar o nível de satisfação quanto aos produtos de luxo 13 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 MARKETING Marketing tem muitas definições técnicas e até tentativas de tradução para o português como "Mercadologia" (RICHERS, 1986) ou "Mercância" (GRACIOSO, 1971). Seguem algumas consideradas mais significativas. Idiomaticamente, no uso diário, significa: "comercialização", mas também realização. Engloba todo o conjunto de atividades de planejamento, concepção e concretização, que visam a satisfação das necessidades dos clientes, presentes e futuras, através de produtos/serviços existentes ou novos. Marketing é a parte do processo de produção e de troca que está relacionado com o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor. É popularmente definida como a distribuição e venda de mercadorias. Todas as organizações precisam criar utilidade para que possam sobreviver (TEIXEIRA, 2009). O projeto e o marketing de bens, serviços e idéias que satisfaçam necessidades constituem o fundamento para a criação de utilidade. O papel do marketing no sucesso de uma organização, contudo, só foi reconhecido há bem pouco tempo. Isto ficou particularmente evidente em países da Europa oriental cujas economias recentemente deixaram de ser controladas pelo Estado para se transformar em empreendimentos comerciais voltados para o mercado. Peter F. Drucker, um especialista em administração, enfatiza a importância do marketing em seu livro A Prática da Administração de Empresas: Se desejamos saber o que é um negócio, devemos começar pela sua finalidade. E a finalidade deve situar-se fora do negócio. Na verdade, deve ficar na sociedade, visto que uma empresa de negócios é um órgão da sociedade. Só há uma definição válida para a finalidade de uma organização: criar um cliente. (Boone & Kurtz, 1998, p.5). A AMA – American Marketing Association, uma associação profissional de marketing internacional tentou padronizar a terminologia do marketing ao defini-lo como “o desempenho de atividades comerciais que direcionam o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário”. Esta definição, entretanto, mostrouse limitada porque falhava em reconhecer o papel crucial do marketing em analisar as necessidades do cliente e assegurar o fluxo de informações necessárias para 14 adequar as mercadorias e serviços criados pela produção da empresa às expectativas do comprador. Em 1985, a American Marketing Association substituiu a definição antiga por outra mais abrangente: Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais. (Boone & Kurtz, 1998, p.6). A sociedade moderna é influenciada pelo Marketing no seu cotidiano. Desde que acordamos até o momento em que dormimos, todas as nossas ações são permeadas pelo processo mercadológico. O que consumimos ou usamos tem a ver com o nosso meio ambiente familiar, social, cultural e profissional. Assim o Marketing acaba tendo influência sobre o padrão de consumo e a vida das pessoas. O papel de Marketing é então identificar necessidades não satisfeitas de forma a colocar no mercado produtos ou serviços que proporcionem satisfação aos consumidores, gerando resultados positivos para a empresa, obtendo assim um melhor posicionamento no mercado. (ANA, 2007). Os conceitos centrais de marketing (necessidades, desejos, demandas, produtos, troca, transações e mercados) estão interligados numa relação causal direta. Esta relação tem como princípio a base da construção da própria fundamentação teórica do marketing. A seguir, vamos às definições dos elementos que compõem a sua estrutura conceitual. Para ilustrar sua formulação, podemos recorrer ao olhar do psicólogo, da linha humanista, Abraham Maslow, através do modelo da pirâmide das necessidades. Segundo Peter e Churchil, (2005) a Pirâmide de Maslow hierarquiza as necessidades humanas numa escala ascendente com o objetivo de compreender as motivações das pessoas, conforme ilustrado na figura 1 abaixo: 15 Figura 1 – Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow FONTE: Tavares 2007 A figura 1 mostra a prioridade do processo de satisfação destas necessidades, onde surgem preferências e interesses diversos que levam os indivíduos a se posicionarem de uma determinada forma frente às possibilidades de satisfação. Segundo Tavares, (2007) eles definem cada necessidade da pirâmide, como: Necessidades É o conceito mais básico e inerente ao marketing, pois está relacionado ao entendimento das necessidades humanas. Trata-se de um estado de privação do indivíduo, que inclui as necessidades físicas básicas, sociais e individuais de conhecimento e auto-realização. Desejos São as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Os desejos são mutáveis e se modificam conforme as transformações ocorridas na sociedade. Como lacunas que jamais são preenchidas, o marketing deve se dirigir para criar novos desejos (produtos) com o objetivo de assegurar a sua própria existência. Demandas As pessoas têm desejos infinitos, mas recursos limitados. Sendo assim, elas desejam produtos que proporcionam o máximo de satisfação possível em troca de seu dinheiro. Através da capacidade de compra de cada indivíduo, os desejos se tornam demandas. 16 Produtos Necessidades, demandas e desejos humanos sugerem que existem produtos disponíveis para atendê-los. Um produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para satisfazer parcialmente uma necessidade ou desejo. O conceito de produto inclui bens duráveis e não-duráveis (tangíveis), serviços (intangíveis), pessoas, lugares, organizações, atividades e idéias. Nessa perspectiva deve-se destacar que a abordagem de produto implica na oferta de algo que tenha valor para alguém. Troca: marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer suas necessidades e desejos por meio de trocas. Troca é o ato de se obter um objeto desejado oferecendo algo como retorno. Troca é o conceito central de marketing, pois implica na relação de comunhão entre duas partes (produto e comprador) com interesses que, em um dado momento, estão em convergência. Transações: se troca é o conceito central de marketing, uma transação é a unidade de medida do marketing. Uma transação é composta de uma troca de valores entre duas partes. Podemos incluir nessa modalidade as transações do tipo monetária, de escambo e de cunho ideológico, como o voto, por exemplo. Mercados: o conceito de transações leva ao conceito de mercado. Um mercado é o grupo de compradores reais e potenciais de um produto. Um mercado pode ser identificado de duas formas estruturais: o físico (marketplace) e o virtual. Na mesma perspectiva, podemos destacar também diversos tipos de mercado como o financeiro, o de trabalho, o da filantropia, entre outros. O sistema de marketing engloba diferentes stakeholders - organizações com fins lucrativos e não-lucrativos, compradores e vendedores - com interesses e objetivos distintos. Cada um deles utiliza-se do marketing com propósitos específicos para atingir resultados mercadológicos. Contudo Tavares(2008), diz que pode-se sistematizar objetivos fundamentais que atendam às mais variadas formas de atuação. 17 Destacamos quatro deles: a) Maximizar o lucro b) Maximizar a satisfação do consumidor c) Maximizar a escolha (personalização) d) Maximizar a qualidade de vida O que existe em comum, entre eles, é a busca da satisfação da demanda através de uma oferta / valor que promova e atenda às expectativas de um dado mercado. 2.2 TIPOS DE MARKETING Descobrir e satisfazer necessidades é constante no trabalho do marketing. Fazer marketing é pensar no cliente o tempo todo. Portanto, toda a empresa deve estar orientada para esse pensamento, e não apenas o departamento do marketing, já que o conceito de business está focalizado nessa máxima. Sendo assim, Kotler (1993) achou necessário distinguir os tipos de marketing, as suas características e os seus desempenhos para concluir de que maneira o marketing pode ser útil às organizações.São eles: marketing de resposta, de previsão e de criação de necessidades. a) Marketing de resposta. É o marketing que responde a uma demanda, descobrindo e satisfazendo necessidades. É o chamado marketing ativo. Grande parte do marketing atual trabalha com essa formulação. b) Marketing de previsão. É uma tarefa difícil reconhecer uma necessidade latente ou emergente. Para se aplicar esse tipo é fundamental analisar o mercado através de estudos de cenário, projetando futuros quadros de consumo. É o chamado marketing antecipativo. É considerado arriscado pois as empresas podem errar a estratégia em caso de enfrentarem uma forte influência de variáveis macro ambientais.c) Marketing de criação de necessidades. É o nível mais agressivo de marketing, pois é o esforço que leva a empresa a lançar um produto jamais solicitado e, muitas vezes, inimaginável. É o conceito que se parte da idéia de que ao invés da empresa ser dirigida pelo mercado é a empresa que dirige o mercado. É o chamado 18 marketing pró-ativo, pois trabalha com a abordagem da inovação radical em sua estratégia. Entende-se que os tipos Marketing acima citados, tem por si cada um sua peculiaridade de acordo com as necessidades dos mercados a serem atingidos. Segundo Ricardo Almeida(2009) o Marketing se classifica em diversas áreas como: a) Marketing Business-To-Busines: refere-se ao Marketing de produtos e serviços para a oraganização; b) Marketing de Consumo: produto ou serviços para uso pessoal ou domestico; c) Marketing de Relacionamento: descreve uma abordagem estratégica com visão de longo prazo e envolve o cliente interno, o importante é criar relacionamentos; d) Marketing de conquista: visa á aquisição de empresa concorrentes ou complementares, objetivando assumir o monopólio e o controle do setor e) Marketing de Serviços: evoluiu pelo crescimento do setor, baseado na troca de mercado entre compradores e vendedores inclui as organizações de setor público, privado e as que não visam lucro; f) Marketing de Sistemas: principalmente nos mercados organizacionais, as empresas desenvolvem a capacidade de fornecer o que pode ser denominado ”soluções totais”; g) Marketing Direto: sistema interativo que usa mais de uma mídia para a comunicação (mala direta, impressos, internet, telefone, telemarketing, radio e televisão) h) Marketing Estratégico: em essência é assegurar que as atividades de marketing adaptem-se as mudanças do ambiente; i) Marketing Industrial: surgiu nos anos 60 e evoluiu para o mesmo marketing de organizacional; j) Trade Marketing: gerenciar o ponto de venda garantindo agilidade nas industrias nas suas decisões. É o marketing ao consumidor que acontece nas gôndolas e interfere na ambientação nos supermercados; 19 k) Endomarketing: interno, a filosofia do marketing somada as técnicas de Recursos Humanos; l) Marketing Social: não orientado para o lucro; m) Marketing Organizacional: atividade de marketing entre as organizações; n) Marketing Societal: focar interesses a longo prazo dos consumidores e da sociedade; o) Marketing internacional. Internacional: reflete as mudanças do setor Com a globalização fica difícil definir o marketing domestico do internacional; p) Marketing Rural: compreende todas as ações desenvolvidas para a venda de produtos e serviços agropecuários e para a fixação de uma imagem positiva das empresas que atuam no Setor. q) Marketing de Varejo: é a relação balconista consumidor e entre eles infinitos produtos de consumo que podem ser vendidos unitariamente ou em quantidades variadas. r) Marketing Hospitalar: exerce na detecção das necessidades não satisfeitas dos consumidores de saúde, procurando supri-las como serviços adequados, para melhor aproveitar as oportunidades de mercado, considerando que os hospitais estão se tornando definitivamente orientados para o cliente. s) Marketing Bancário; é um serviço especializado não só por pertencer ao setor terciário, mas também por apresentar características peculiares não encontradas em outras categorias de serviços. t) Marketing Pessoal: uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista pessoal e profissional. u) Marketing Religioso: um poderoso instrumento de unificação dos cristãos. Olhando para o marketing, como uma ferramenta de promoção e venda de bens e serviços, um marketing religioso para a promoção e valorização do Cristianismo partilhado por todas as Igrejas cristãs. v) Marketing Ambiental: é a estratégia voltada direto para ações ligadas ao meio ambiente. 20 w) Marketing de Lugar: é uma forma de promover uma cidade ou país. x) Marketing Cultural: é uma ferramenta de comunicação que, se aplicada com critério e seriedade, só oferece vantagens para os patrocinadores, artistas, produtores y) .Marketing Esportivo: é uma ferramenta utilizada para comunicar-se com clientes, colaboradores e comunidade. Tem o esporte, como forma de contato com a tarjeta e, portanto, é ligado diretamente à emoção, à paixão. z) Marketing Educacional: é uma disciplina emergente da área de Marketing, que utiliza estratégias e táticas mercadológicas e de comunicação para captação, retenção e fidelização de clientes (no caso, alunos) de Instituições de Ensino. aa) Marketing Político: é o segmento específico dentro da comunicação mercadológica voltada para o ambiente político que visa estreitar a relação de expectativa de um determinado grupo de pessoas em relação às questões que envolvem seu cotidiano e a materialização da mesma em um candidato a um cargo público no período eleitoral através de suas propostas e projetos. bb) Marketing Publico: é revestido de uma grande importância estratégica, fundamental no desempenho dos Governos e da Administração Pública em geral. cc) Marketing Turístico: é aplicado dos conceitos de marketing no setor de turismo buscando o desenvolvimento mercadológico das empresas, instituições e todos os profissionais desse seguimento. dd) Marketing de Luxo: é destinado a um público exigente, sofistica do e de alto poder aquisitivo que prima pela exclusividade. Percebe-se que atualmente a diversidade do Marketing é uma realidade aplicada para o lançamento de idéias e produtos, direcionadas de forma especifica para cada mercado. Entre os demais o Marketing de Luxo teve um destaque especial pelo crescimento no mercado. 21 2.3 MARKETING DE LUXO Luxo, segundo definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é maneira de viver caracterizada pela ostentação, por despesas excessivas, pela procura de comodidades caras e supérfluas, pelo gosto do fausto e desejo de ostentação. Portanto, Marketing de luxo é a relação de troca entre grandes grifes e seus consumidores, produtos caríssimos que proporcionam além de status social, outros prazeres na área emocional de seu consumidor, como a valorização pessoal, sensação de recompensa, como sou visto, poder, entre outros. É um erro pensar que o marketing de luxo é só moda, apesar da comum relação entre grifes de moda e luxo existem outros setores que se enquadram nessa categoria, tais como: Cosméticos/perfumes; Moda/Acessórios; Vinhos/Bebidas; Transporte Luxo; Turismo/Lazer; Couro/Bagagem; Relógios/Jóias; Arte; Gastronomia; Artigos de Decoração; Esportes (CASTARÈDE , 2006). O marketing de luxo nasce com a nobre missão de dissecar os desejos (Kotler, 1993). Muitas vezes subversivos de um público específico (abastados financeiramente) para transformar este desejo em procura, ofertando-lhe o produto correto, e, posteriormente, transformando-o em demanda, concretizando o consumo, garantindo a satisfação e todos os elementos pós-consumo envolvidos na transação. D´Angelo (2004) considera que o maior feito dos produtos luxuosos são que eles promovem experiências únicas e dão prazer a quem compra – dois dos atributos mais desejados por todos os negócios. De acordo com o Diretor da Think! Marketing & Cultura de Consumo, os consumidores buscam objetos e serviços que provoquem sensações positivas e que rompam com a rotina. A classificação de produtos de Allérès (2000) está baseada na forma como os produtos são elaborados, fabricados, acondicionados, distribuídos, além de seu preço e da comunicação. Quanto mais se usa comunicação de massa, distribuição relativamente menos seletiva, mais descontos, menor será o prestígio do produto. A autora denomina produtos de referência aqueles que são elaborados por um criador – artista, um luxo inacessível; produtos de moda aqueles semi-industriais, que começaram a utilizar as ferramentas de marketing para consumidores que desejam imitar o estilo da classe dominante; e por fim, produtos sucedâneos feitos em série, que partem da análise da concorrência e público-alvo para elaboração de um composto de marketing adequado. Nesta classificação, produtos de luxo 22 correspondem a produtos de referência, enquanto produtos não de luxo podem ser de moda e sucedâneos. 2.3.1 OS 4P´S DO LUXO a) Luxo inacessível: distingue-se principalmente pela qualidade, raridade e métodos de fabrico muitas vezes artesanais de seus produtos. Grande originalidade de formas e cores. São os “produtosnorma”, por servirem de referência para as pessoas e outras marcas. b) Luxo intermediário: produtos de excelente qualidade, mas menos exclusivos e sofisticados, com materiais limitados e cores e estampas menos elaboradas. São os “produtos-moda”, mais modernos e de marcas menos estabelecidas no mercado. c) Luxo acessível: produtos e objetos fabricados em série, a custos menores e de menor qualidade. É um mercado muito competitivo. As classificações de luxo citadas se diferenciam pelo potencial de aquisição e exigências de cada grupo de consumidor deste mercado. 2.3.1.1 PREÇO O preço de mercado de um produto é determinante para sua vinculação no mercado de luxo. É uma forma de segmentação de mercado, já que os preços altos restringem o consumo de bens de luxo às classes mais privilegiadas. São refletidos no preço os valores e benefícios associados à marca e ao produto, ou seja, além dos componentes racionais, são também considerados os irracionais. O preço de um produto de luxo é diretamente proporcional à raridade dos materiais empregados na sua fabricação, ao nível de habilidade requerida na sua produção, à qualificação do profissional, à complexidade da elaboração da peça, ao tempo gasto na sua confecção, aos gastos em distribuição e comunicação, à sua exclusividade e ao prestígio da marca. Nos produtos e objetos de luxo inacessível e luxo intermediário, o preço final muitas vezes não é importante, já que o consumidor desses setores geralmente está disposto a pagá-lo à vista que esses produtos lhes conferem status. Já no mercado do luxo acessível, a fixação do preço demanda muito cuidado, por quanto sua clientela enxerga a relação custo-benefício com atenção e tem hábitos de compra diferentes daquelas dos níveis mais altos (ALLÉRÈS, 2000). 23 2.3.1.2 DISTRIBUIÇÃO (PRAÇA) Ao contrário dos demais segmentos, a proximidade do mercado consumidor não é um fator de importância primária para o setor do luxo, pois seus clientes não têm empecilhos financeiros que os privem de se deslocarem - muitas vezes a qualquer lugar do país ou do mundo. Os objetos e produtos de luxo estão nas lojas próprias das marcas, nos ateliês, nas franquias, nas butiques multi-marcas e nos espaços reservados nas lojas seletivas (ALLÉRÈS, 2000). 2.3.1.3 COMUNICAÇÃO (PROMOÇÃO) Os consumidores do luxo – como consumidores - não são tão diferentes na maior parte do mundo. Muitos deles têm os mesmos hábitos e cultivam as mesmas noções. Sendo assim, não há necessidade de um plano de marketing diferenciado. É comum ver o nome de uma grande marca vinculado a algum evento cultural ou esportivo. Esse tipo de campanha faz com que o acontecimento “empreste” sua elegância à marca e vice-versa. Quanto ao luxo inacessível, a comunicação é extremamente fechada, voltada especificamente às classes mais altas. Ela busca “manter a notoriedade da marca, situá-la permanentemente entre as mais prestigiosas, as mais elegantes. Não existe publicidade, apenas merchandising. O luxo intermediário faz uso da publicidade, porém muito pouca e seletiva. Procura manter a marca em destaque. No luxo acessível, a publicidade é essencial, já que sua clientela é extremamente sensível a esse tipo de apelo. São elaboradas campanhas completas, através de diversas mídias: mídia impressa, televisão, cartazes, etc. Habitualmente são feitas vendas promocionais, com o objetivo de alavancar as vendas, para conquistar novos clientes e manterá fidelidade dos antigos. Além disso, é comum se ver celebridades nas campanhas das marcas, como, por exemplo, a atriz Scarlett Johansson, estrela da Louis Vuitton e o piloto finlandês Kimi Raikonnen, da Tag Heuer.( ALLÉRÈS, 2000) 24 2.4 MERCADO DE CONSUMO A expressão Mercado de Consumo designa uma sociedade característica do mundo desenvolvido em que a oferta excede geralmente a procura, os produtos são normalizados e os padrões de consumo estão massificados. O surgimento da sociedade de consumo decorre diretamente do desenvolvimento industrial que a partir de certa altura, e pela primeira vez em milênios de história, levou a que se tornasse mais difícil vender os produtos e serviços do que fabricá-los. Este excesso de oferta, aliado a uma enorme profusão de bens colocados no mercado, levou ao desenvolvimento de estratégias de marketing extremamente agressivas e sedutoras (NUNES, 2008). Para entender a lógica do consumo na sociedade contemporânea torna-se necessário compreender os fenômenos que provocaram densas alterações sociais e culturais e, conseqüentemente, no comportamento do consumidor. (COPETTI, 2004) Temos então, o consumo moderno como resultado de vários séculos de mudanças sociais, econômicas e culturais. Para Twitchell (2004), o consumo é um dos fenômenos mais importantes das sociedades modernas. O autor afirma que o materialismo nos preenche e possuir e gastar é as mais apaixonantes e geralmente as mais imaginativas tarefas da vida moderna. Segundo Baudrillard (2006), o consumo não é simples modo de comunicação com os objetos, mas uma forma de comunicação com o mundo. Seu valor funcional, somado ao simbólico, reflete as mudanças estruturais advindas na sociedade, e define a percepção desta sobre o indivíduo. Para o autor, são exatamente nestas relações – de compra, venda, apropriação e descarte – que se estabelece e a forma de comunicação de nossa sociedade: os objetos-signo são os veículos de comunicação e socialização do indivíduo. É fácil verificar que os nossos papéis sociais são acompanhados por uma série de produtos e atividades, que nos ajudam a defini-los: roupas, hábitos de higiene pessoal, jóias, carros, mobiliário, atividades de lazer, consumo de alimentos e bebidas, tudo isso ajuda na percepção que temos de nosso eu (tanto por nós como os outros). Ao ponto de podermos afirmar que: “você é o que você consome” (SOLOMON, 2002). Ou seja, o consumo é uma forma de refletir os nossos próprios desejos diante da sociedade. 25 O consumo nas sociedades capitalistas constitui uma imagem cultural deveras poderosa e uma força de motivação muito significativa. Dentro destas sociedades e, levando em consideração as noções de valor econômico, os indivíduos buscam a superação da escassez em consonância com o atendimento de suas necessidades e prazeres de consumo (FEATHERSTONE, 1995) Portanto, ao expressar ou exibir um comportamento ou preferência, os indivíduos dão indícios de sua posição social. O gosto das pessoas e aquilo que valorizam estão estratificados e estruturados socialmente, não só em relação às diferenças, mas também quanto à hierarquia. (BOURDIER, 1998). Para Featherstone (1995): A sociedade de consumo torna-se essencialmente cultural, a medida em que a vida social fica desregulada e as relações sociais tornamse mais variáveis e menos estruturadas por normas estáveis. A superprodução de signos e a reprodução de imagens e simulações resultam numa perda do significado estável e numa estetização da realidade, na qual as massas ficam fascinadas pelo fluxo infinito de justaposições bizarras, que levam o espectador para além do sentido estável. (FEATHERSTONE, 1995). Baudrillard (2003), afirma que nunca se consome o objeto em si, pois os objetos manipulam-se sempre como signos que distinguem o indivíduo, quer filiando-o no próprio grupo tomado como referência ideal quer demarcando-o do respectivo grupo por referência a um grupo de estatuto superior. Essa manipulação de valores simbólicos cria os referenciais de preferências de consumo, gosto, estilo de vida e bem-estar. Já Freud, segundo sua teoria psicanalítica, acredita que as pessoas não compreendem realmente o quê as levam a consumir. Ele diz que os consumidores procuram motivos racionais para comprarem, quando, na verdade, buscam alimentar o próprio ego. Leopoldi e Souza (2007), afirmam que a pessoa quando consome se identifica e se diferencia na busca da sua individualidade por meio dos símbolos. O ato de consumo é característico de grupos sociais que procuram se destacar e estão em busca de status. Segundo Copetti (2004), estes atos reforçam critérios de hierarquização social, regulando a apropriação dos símbolos e fornecendo as regras e a materialização. 26 Nesta perspectiva, a lógica do consumo demonstra modos socialmente estruturados de uso de bens, como forma de demarcação das relações sociais (FEATHERSTONE, 1999) Embora possamos definir o consumo como o ato de utilizar um bem ou serviço para satisfazer uma necessidade, verificamos que existem diversos tipos de consumo. Assim Featherstone(1999), propõe as seguintes distinções: a) Consumo final: quando a utilização do bem permite a satisfação direta e imediata da necessidade, implicando a sua destruição imediata (alimentos) ou progressiva (vestuário). b) Consumo intermédio: quando o bem é utilizado para produzir outros bens, quer desaparecendo no ciclo produtivo (energia), quer sendo incorporado noutros bens (matérias-primas). c) Consumo individual: quando o uso de um bem ou serviço por uma pessoa exclui o seu uso por outras pessoas simultaneamente. É o caso da roupa ou dos alimentos. d) Consumo coletivo: quando o uso de um bem (ou serviço) por uma pessoa não exclui a sua utilização por outras. A utilização das estradas, dos serviços de televisão, da polícia ou de justiça, são exemplos de consumos coletivos. 2.5 CONSUMO DE BENS DE LUXO Em um país de tantas adversidades sociais, onde a maior parte da economia é gerada por indivíduos de baixa renda de tantos outros sensos comuns afirmados dia-a-dia pela mídia, há de se verificar, com certa desconfiança, a existência e perpetuação de tantas estruturas instrumentalizadas e denominadas varejo de luxo. São estruturas complexas de um segmento alvo que parece inexistente em tantas regiões do Brasil. Entretanto, em estudo realizado entre setembro de 2006 e janeiro de 2007, a MCF Consultoria e Conhecimento divulgou informações sobre o mercado de luxo. Apenas em 2006, o segmento cresceu 17%, enquanto o país amargou 3,7%. No mesmo ano, o faturamento declarado do mercado de luxo foi de US$ 3,9 bilhões apenas no Brasil, o que representa 1% do mercado equivalente global. Comparado ao ano anterior, houve um crescimento de 32%. Em termos de investimento houve injeção de US$ 680 milhões, 62% mais que em 2005: 24% 27 aplicados em comunicação, 20% em expansão do negócio (MSF CONSULTORIA, 2007). O conceito do luxo é dinâmico e histórico, e pertence a uma sociedade em determinado momento e lugar. Na medida que seu consumo é divulgado, deixa de representar uma distinção social. O luxo não está no objeto, mas no julgamento de um sujeito sobre o seu valor. O conhecimento sobre marcas de luxo é sofisticado e requer competências específicas.Nem todos produtos de prestígio são necessariamente de luxo e dentro da categoria de luxo existe uma gradação de prestígio. O gosto, embora tenha uma parcela de origem individual, é moldado pelo meio, e isso vai influenciar as atitudes e os comportamentos de consumo e socialização. A teoria de Hábitos de Bourdieu fornece uma explicação baseada no espaço de posições sociais organizadas em torno de três dimensões: o volume total de capital social, cultural e econômico, sua composição e trajetória no tempo. A forma cultural do capital incorporada, o hábitos, implica na assimilação de disposições culturais (STREHLAU, 2004). Nos artigos de luxo a compra não é feita somente pela funcionalidade, mas principalmente pelos valores sociais e simbólicos. O significado dos bens é adquirido durante o processo de socialização e, por vezes, os produtos têm interdependência simbólica, ou seja, transmitem, em conjunto, uma mensagem que sozinhos não conseguiriam. Geralmente, produtos altamente visíveis (roupas, carros, casas, mobília e férias) formam um “pacote” de significado, podendo ser os apelos emocionais mais adequados. Assim, a mercadoria pode assumir um valor secundário fora do de troca derivado do valor de uso original, adquirindo uma série de associações e ilusões culturais, exploradas amplamente pela propaganda. ”O produto de luxo geralmente está abrigado sob uma marca bem estabelecida como Boucheron, Cartier, Hermés, Kenzo, Vuitton, Chanel, Baccarat e Hôtel Crillon de Paris” (ALLÉRÈS, 2000). O luxo fica cada vez menos presente no objeto e mais presente na marca com a simbologia. Símbolo é um termo genérico para qualquer coisa que designe algo fora de si mesmo, que declare algo em virtude de acordo entre membros da mesma cultura que a utilizam. Os símbolos são enviados em uma comunicação, mas o que as pessoas recebem é um significado. 28 O ato de compreender ou interpretar o símbolo ocorre somente quando uma pessoa tem afinidade com o repertório de símbolos da outra, por exemplo, palavras, imagens e música. Allérès(2000) divide o mercado de luxo em três níveis : a) Classe dominante, que procura sempre se diferenciar das demais classes sociais.Busca produtos novos e seletivos para afirmar sua “superioridade”. b) “Classe dirigente”. Pertencem a ela pessoas de alto poder aquisitivo, que cultivam o consumismo e buscam no luxo o mesmo status da primeira camada. São mais voltadas para as tendências. São os chamados “novos ricos”. c) “Classe prospectiva”. Pessoas da classe média que seguem as tendências ditadas pelas grifes de luxo e buscam copiar as classes de maior poder aquisitivo e os formadores de opinião, como celebridades e pessoas socialmente conhecidas. Ou seja, o mercado de luxo não só se divido pelo poder aquisitivo, mas também pelo nível de cultura de cada um. Vários autores Vigneron, Johnson, Nyeck e Schweriner(2004) estabeleceram motivações para o consumo dos bens de luxo. Um pequeno resumo de suas teorias listaria: a) O desejo de ser único, de exclusividade e diferenciação b) O desejo de melhorar o auto-conceito, projetando sucesso e poder c) O desejo de exteriorizar a própria personalidade d) Necessidade de marcar a filiação a um grupo social almejado e) Hedonismo, desejo de estímulos aos sentimentos e estados afetivos, busca do próprio prazer, deleite ao excitar positivamente os órgãos dos sentidos. f) Perfeccionismo, busca da melhor qualidade e de um desempenho superior g) O desejo de ostentação, de exibição da riqueza ou da conquista de uma ascensão social h) Motivação emocional ou a busca de uma experiência excepcional como compensação ou auto-indulgência i) Desejo de marcar-se como elite, old money, símbolo de status hereditário 29 De acordo com os autores citados acima existem vários motivos que levam o consumo do luxo, mas o principal é a procura de se sentir exclusivo e ter sempre o melhor. Em recente estudo realizado com consumidores e profissionais da área, D’Angelo (2004) identificou valores e significados do consumo de produtos de luxo. Segundo os resultados obtidos em seu estudo, o autor descreve quatro valores relacionados aos consumidores de luxo: a) Qualidade intrínseca dos produtos: consumidores e profissionais do setor valorizam os produtos de luxo e justificam sua aquisição devido às características de qualidade superior, como conforto, durabilidade, design e alta qualidade da matéria-prima b) Aparência: consumidores procuram as marcas de luxo, e em especial de vestuário, porque se preocupam com sua aparência e imagem. A aparência é tida como um reflexo das qualidades da pessoa, um sinal de cuidado pessoal e um instrumento importante para alcançar reconhecimento no ambiente profissional. c) Hedonismo: produtos de luxo são considerados fontes de prazer, pois apelam aos sentidos, à fantasia e à emoção das pessoas. d) Distinção: o termo caracteriza, na pesquisa de D’Angelo (2004), não a diferenciação entre consumidores de luxo e não consumidores, mas a diferença dentre segmentos de consumidores de luxo. O estudo permitiu identificar dois tipos de consumo de luxo: o denominado “inadequado”, orientado pelo status da marca, modismos e vontade de aparecer e ostentar; e o “adequado”, orientado pela qualidade dos produtos, pela intenção de ter uma boa aparência e de extrair prazer da experiência de consumo. A motivação para o consumo de luxo, no entanto, pode variar também de acordo com as características demográficas, a personalidade e mesmo o estado de espírito do consumidor. Além dos valores anteriormente abordados, D’Angelo (2004) identificou dois significados do consumo de luxo: a) Prazer: consumidores e profissionais rotulam suas experiências de consumo de luxo como prazerosas e entendem a busca pelo prazer como uma motivação legítima para o consumo. Essa idéia está de acordo com a “visão experiencial” proposta por Holbrook e Hirschman(1982) que enfatiza aspectos 30 simbólicos, hedônicos e estéticos do consumo. Esses autores assumem ainda que o consumo possa ser um fenômeno direcionado à busca de fantasias,sentimentos e divertimento, fatores explicitados pelos consumidores que D’Angelo (2004) entrevistou. b) Impulsividade/Compensação: consumir luxo aparece aqui como uma atividade orientada por impulsos irresistíveis, sendo os consumidores incapazes de negar seus desejos de compra. A esse caráter irresistível do consumo de luxo associa-se a utilização das compras como forma de compensação de frustrações diversas e de preenchimento de “sentimentos de vazio”. O mercado de Luxo em João Pessoa – PB esta em constante crescimento, a cada dia são inauguradas novas lojas desse seguimento. Pois é um mercado que não passa por crise. No Manaíra Shopping e na Av. Edson Ramalho é onde localizamos as principais lojas que vendem produtos de luxo. Os pessoenses estão cada vez mais exigentes, sempre procurando produtos exclusivos e de boa qualidade. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A palavra método, que vem do grego méthodos, que por sua vez, deriva da composição das palavras meta (através de) e hodós (caminho), quer dizer “através do caminho” (APOLINÁRIO, 2006). A Metodologia tem a função de estabelecer as etapas a seguir num determinado processo. Tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos disponíveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização(SOUZA,2008). Assim, entende-se que a Metodologia é a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. 31 3.1 TIPO DE PESQUISA Essa pesquisa concretiza-se como descritiva e exploratoria. Descritiva porque visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática (GOBBO, 2002). Assume, em geral, a forma de Levantamento. Exploratória porque visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses (GOBBO, 2002). Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Foi realizada uma pesquisa de campo, que consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente (MARCONI e LACATOS, 2005). O interesse da pesquisa de campo está voltado para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, entre outros campos. Com o objetivo, compreender os diversos aspectos da sociedade, conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, descobrir novos fenômenos e suas relações. 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA O universo de pesquisa será representado pela população consumidora do Mercado de Luxo na cidade João Pessoa – PB . Segundo Gil (2002), população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. Comumente fala-se de população como referência ao total de habitantes de determinado lugar. Todavia, em termos estatísticos pode se entender como amostra de determinado grupo. 3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS Nesta pesquisa foi utilizado um questionário para a coleta de dados. Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um numero mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito as pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas (GIL,2002). Construir um questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos da pesquisa em questões especificas. 32 3.4 ESTRATEGIA DE TRATAMENTOS DOS DADOS A tabulação dos dados quantitativos foi feita por meio de software do Microsoft Excel e o que permitira consolidar todas as respostas dos questionários, de forma a organizá-las de acordo com as ocorrências dos diferentes resultados observados. Os dados qualitativos foram ordenados a partir de técnicas de analise conteúdo de Bordin(1977) Para o levantamento da amostra do presente estudo, foi feito pelo método de amostragem Bola-de-neve que segundo Naresh (2006) é um tipo de amostragem não probabilística em que o grupo inicial é escolhido aleatoriamente. Selecionam-se entrevistados subseqüentes com base em informações fornecidas pelos entrevistados iniciais. Foi realizada uma análise quantitativa e qualitativa. Segundo Castro (2006), a análise quantitativa traduz em números opiniões e informações para classificá-los e organizá-los. Utiliza métodos estatísticos. Já a analise qualitativa considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito. É descritiva e utiliza o método indutivo. O processo é o foco principal. 4. ANALISE DOS DADOS Nesta etapa do trabalho serão analisados os dados da pesquisa realizada do dia 02 de dezembro de 2009, foram entrevistados um total de 35 consumidores. A tabela 01 a seguir mostra o perfil sócio demográfico dos entrevistados. Tabela 01: Perfil sócio demográfico Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) Separado(a) Viúvo(a) Idade 15 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 41 a 50 anos mais de 51 anos Renda Familiar 3.000 a 5.000 5.000 a 7.000 Mais de 7.000 Fonte: Dados da pesquisa Homens Perc% Mulheres Perc%2 10 3 1 0 28,6% 8,6% 2,85% 0% 12 6 2 1 34,3% 17,1% 5,7% 2,85% 0 9 4 1 0 0% 25,7% 11,4% 2,85% 0% 1 14 4 0 2 2,85% 40% 11,4% 0% 5,7% 0 0% 2 5,7% 12 34,3% 0 0% 4 11,4% 17 48,8% 33 Do conjunto dos questionários coletados, a maioria das pessoas é do sexo feminino (60%) e apenas (40%) do sexo masculino. Em se tratando do estado civil dos respondentes, o maior grupo é formado pelos solteiros (62,9%) sendo que os casados compreendem (25,7%) da amostra e os separados apenas (8,55%). A maioria dos entrevistados tem de 21 a 30 anos e uma renda superior a R$ 6.000,00. A Tabela 02 corresponde com a questão número 2.1 do questionário referente a que tipo de luxo os entrevistados consomem. Tabela 02: Tipo de luxo consumido Tipo de luxo consumido Número Perc.% Luxo inacessível 14 40% Luxo intermediário 18 51,4% 3 8,6% Luxo acessível Total Fonte: Dados da pesquisa 35 100% (40%) dos entrevistados consomem o Luxo inacessível que segundo Allérès (2007) distingue-se principalmente pela qualidade, raridade e métodos de fabrico muitas vezes artesanais de seus produtos. Grande originalidade de formas e cores. São os “,6produtos-norma”, por servirem de referência para as pessoas e outras marcas. Já a maioria com (51,4%) consome o Luxo Intermediário que significa produtos de excelente qualidade, mas menos exclusivos e sofisticados, com materiais limitados e cores e estampas menos elaboradas. A minoria com (8,6%) responderam que consomem o Luxo acessível que são produtos e objetos fabricados em serie a custos menores e de menor qualidade. A Tabela 03 é referente questão 2.2 do questionário que pergunta o tipo do produto de luxo os entrevistados costumam consumir. Tabela 03: Artigos de luxo consumido Artigos de luxo consumidos Respostas Número Perc.% Turismo/Lazer; 6 17,1% Artigos de decoração; 0 0% Relógios/ Jóias; 5 14,3% 22 62,8% 2 5,7% Roupas/Acessórios; Transporte Luxo Total Fonte: Dados da pesquisa 35 100% 34 (17,1%) dos entrevistados a maioria homem e com idade de 41 a 50 anos afirmam consumir mais o Turismo/Lazer, pois como trabalham muito querem desfrutar do seu tempo livre de uma forma luxuosa nenhum respondeu ao item de Artigos de decoração, já (14,3%) responderam que costumam gastar com Relógios/ Jóias. A maioria dos entrevistados com (62,8%) consomem Roupas/Acessórios e apenas (5,7%) e apenas (%) responderam ao item Transporte de Luxo. Segundo Castrarède, (2006) é um erro pensar que o Marketing de luxo é só moda, apesar da comum relação entre grifes de moda e luxo existem outros setores que se enquadram nessa categoria A Tabela 04 a seguir é questão 2.4 do questionário referente ao local onde os consumidores costumam comprar seus produtos de luxo Tabela 04: Lugares onde costuma comprar os produtos Lugares onde costuma comprar os produtos Respostas Lojas em João Pessoa Número Perc.% 18 51,4% 6 17,1% No exterior 11 31,4% Total 35 Em outros estados 100% Fonte: Dados da pesquisa Grande parte dos entrevistados com (51,4%) compram seus produtos de luxo em lojas da cidade de João Pessoa, já uma (17,1%) estão dispostos a viajar para outros estados para adquirirem seus produtos de luxo e uma considerável parte com (31,4%) compram seus produtos no exterior. Segundo Allérès, (2007) ao contrário dos demais segmentos, a proximidade do mercado consumidor não é um fator de importância primária para o setor do luxo, pois seus clientes não têm empecilhos financeiros que os privem de se deslocarem - muitas vezes a qualquer lugar do país ou do mundo. Os objetos e produtos de luxo estão nas lojas próprias das marcas, nos ateliês, nas franquias, nas butiques multi-marcas e nos espaços reservados nas lojas seletivas. A Tabela 05 é referente à questão 2.5 do questionário aplicado que classifica o tipo de consumidor de luxo 35 Tabela 05: Classificação do tipo de consumidor de luxo Classificação do tipo de consumidor de luxo Número Perc.% Classe Dominante 13 37,1% Classe Dirigente 18 51,4% 4 11,4% Classe prospectiva Total Fonte: Dados da pesquisa 35 100% (37,1%) dos entrevistados se classificam como Classe Dominante que segundo Allérès, (2004) são pessoas que procura sempre se diferenciar das demais classes sociais. Busca produtos novos e seletivos para afirmar sua “superioridade”. Já a maior parte da pesquisa com (51,4%) se considera como Classe Dirigente que segundo o mesmo autor citado acima pertencem a ela pessoas de alto poder aquisitivo, que cultivam o consumismo e buscam no luxo o mesmo status da primeira camada. São mais voltadas para as tendências. São os chamados “novos ricos”. E com a minoria de apenas (11,4%) se consideram como Classe Prospectiva que são Pessoas da classe média que seguem as tendências ditadas pelas grifes de luxo e buscam copiar as classes de maior poder aquisitivo e os formadores de opinião, como celebridades e pessoas socialmente conhecidas Allérès (2004). A Tabela 06 é a questão 2.6 no questionário referente ás motivações do consumo de luxo. Tabela 06: Motivações do consumo de luxo Motivações do consumo de luxo Perc.% O desejo de ser único, de exclusividade 32 30,5% O desejo de melhorar o auto-conceito, projetando o sucesso 12 11,4% O desejo de exteriorizar a própria personalidade 14 13,3% Necessidade de marcar a filiação a um grupo social almejado 0 0% Hedonismo, desejo de estímulos aos sentimentos 8 7,6% Perfeccionismo, busca da melhor qualidade 30 28,6% O desejo de ostentação, de exibição da riqueza 1 Motivação emocional ou a busca de uma experiência única Desejo de marcar-se como elite, old Money 7 6,7% Total Fonte: Dados da pesquisa 0 0,9% 0% 105 100% 36 Cada entrevistado respondeu três opções que o levam a ter motivos para comprar produtos de luxo. A maioria com (30,5%) dizem que o desejo de ser único, de exclusividade é o maior motivo de consumir o luxo, (11,4%) responderam o desejo de melhorar o auto-conceito, projetando o sucesso e poder outros (13,3%) são motivados pelo desejo de exteriorizar a própria personalidade. Uma pequena quantidade com (7,6%) consomem pelo hedonismo, desejo de estímulos aos sentimentos. A segunda maior parte com (28,6%) responderam perfeccionismo, busca da melhor qualidade, apenas uma pessoa com (0,9%) respondeu o desejo de ostentação, de exibição da riqueza e outra pequena parte com (6,7%) respondeu motivação emocional ou a busca de uma experiência única. A Tabela 07 é referente á questão 2.7 do questionário aplicado que pergunta o que os consumidores procuram em produto de luxo. Tabela 07: A procura em produtos de luxo A procura em produto de luxo Número Qualidade Aparência Hedonismo Distinção Total Fonte: Dados da pesquisa 31 1 0 3 35 Perc.% 88,6% 2,8% 0% 8,6% 100% A maioria dos entrevistados com (88,6%) procuram a Qualidade em um produto de luxo que segundo D’Angelo (2004), justificam sua aquisição devido às características de qualidade superior, como conforto, durabilidade, design e alta qualidade da matéria-prima. Apenas uma pessoa da pesquisa com (2,8%) procura a Aparência na hora de adquirir um produto de luxo que segundo mesmo autor citado acima afirma que consumidores procuram as marcas de luxo, e em especial de vestuário, porque se preocupam com sua aparência e imagem. A aparência é tida como um reflexo das qualidades da pessoa, um sinal de cuidado pessoal e um instrumento importante para alcançar reconhecimento no ambiente profissional. Nenhuma das pessoas respondeu a alternativa Hedonismo e (8,6%) procuram a Distinção o termo caracteriza, na pesquisa de D’Angelo (2004), não a diferenciação entre consumidores de luxo e não consumidores, mas a diferença dentre segmentos de consumidores de luxo. 37 A Tabela 08 é referente á questão 2.8 no questionário que mede o nível de satisfação quanto á propaganda com produtos de luxo. Tabela 08: Nível de satisfação quanto á propaganda Nível de satisfação quanto á propaganda Muito satisfeito Número Perc.% 32 91,4% Satisfeito 3 8,6% Pouco satisfeito 0 0% Nem satisfeito, nem insatisfeito 0 0% Insatisfeito 0 0% Total Fonte: Dados da pesquisa 35 100% A maioria dos entrevistados com (91,4%) estão Muito Satisfeitos com a propaganda dos produtos de luxo, isso porque existe um investimento muito grande desse setor, como propagandas em televisão, rádio, sites e revistas especializadas. Apenas (8,6%) estão Satisfeito. Nenhum dos entrevistados marcou o item Pouco satisfeito, Nem satisfeito nem insatisfeito e Insatisfeito. A Tabela 09 é referente á questão 2.9 no questionário que mede o nível de satisfação dos preços dos produtos de luxo. Tabela 09: Nível de satisfação quanto ao preço dos produtos de luxo Nível de satisfação em relação aos preços dos produtos de luxo Número Perc.% Muito satisfeito 0 0% Satisfeito 31 88,6% Pouco satisfeito 4 11,4% Nem satisfeito, nem insatisfeito 0 0% Insatisfeito 0 0% Total 35 100% Segundo a tabela apresentada que a maioria (88,6%) estão Satisfeitos com o preço dos produtos de luxo, isso porque grande parte dos entrevistados tem uma renda maior que R$6.000 e com um pequeno percentual de (11,4%) estão Pouco satisfeitos. Nenhum marcou a opção Muito satisfeito, Nem satisfeito nem insatisfeito e insatisfeito. 38 A Tabela 10 é referente á questão 2.11 que mede o nível de satisfação com os pontos de venda dos produtos de luxo Tabela 10: Nível de satisfação quanto aos pontos de vendas dos produtos de luxo Nível de satisfação em relação aos pontos de venda Número Perc% Muito satisfeito 32 91,4% Satisfeito 3 8,6% Pouco satisfeito 0 0% Nem satisfeito, nem insatisfeito 0 0% Insatisfeito 0 0% Total Fonte: Dados da pesquisa 35 100% A maioria dos entrevistados com (91,4%) estão Muito Satisfeitos com os pontos de venda dos produtos de luxo, pois a maioria das lojas que vendem estes produtos costumam ser requintadas ter um atendimento especializado que conquista os consumidores mais exigentes. Apensas (8,6%) estão Satisfeitos e nenhum marcou a alternativa Pouco satisfeito, Nem satisfeito nem insatisfeito e Insatisfeito. A Tabela 11 é referente ás principais marcas de luxo consumidas Tabela 11: Principais marcas consumidas Principais marcas consumidas Número Per.% Diesel 15 42,8% Cartier 3 8,6% Louis Vuitton 5 14,3% Burberry 1 2,8% Lacost 6 17,1% Calvin Klein 3 8,6% Armani 2 5,7% Total Fonte: dados da pesquisa 35 100% A maior parte dos entrevistados com (42,8%) consomem a marca Diesel, ate pela a facilidade de existir uma loja em João Pessoa. Outra parte respondeu (8,6%) Cartier uma marca muito conhecida pelos seus óculos e relógios entre outros itens que são vendidos em algumas lojas pessoenses. Já a marca Luiz Vuitton é consumido por (14,3%) de apenas mulheres, que costumam viajar para o exterior e outros estados brasileiros para adquiriram os produtos desta marca, já que nenhuma loja na capital paraibana vende esta marca. Apenas um entrevistado diz consumir a marca 39 Burberry. Outras (17,1%) costumam consumir a marca Lacost, (8,6%) a marca Calvin klein e (5,7%) a marca Armani. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa contribuiu para motivar os investidores neste seguimento fazendo o conhecer o perfil do público consumidor do referido mercado. E que teve o objetivo de identificar os fatores que influenciam o consumo de luxo na cidade de João pessoa. Porem para isso foram definidos os objetivos específicos que foi: Realizar uma revisão Bibliográfica acerca dos fatores que influenciam os consumidores de produtos de luxo, traçar o perfil sócio demográfico da população amostral, identificar quais são os produtos de luxo que são mais consumidos em João Pessoa e identificar o nível de satisfação quanto aos produtos de luxo. O primeiro passo da pesquisa foi realizar uma revisão Bibliográfica onde Boone & Kurtz (1998) deram uma contribuição sobre marketing e Kotler (1991) sobre os tipos de marketing existentes. Já Baudrillard (2006) e Featherstone (1995) nos explicaram o conceito do consumo. As informações mais significativas foram obtidas através dos autores D´Angelo (2004) e Allérès(2007) considerados especialidade no mercado de luxo atual. O segundo passo foi traçar o perfil sócio demográfico da população amostral através de questionários que foi feito pelo método de amostragem Bola-de-neve que é um tipo de amostragem não probabilística em que o grupo inicial é escolhido aleatoriamente. Selecionam-se entrevistados subseqüentes com base em informações fornecidas pelos entrevistados iniciais onde constatamos que a maioria dos consumidores de luxo são mulheres solteiras, de idade entre 21 e 30 anos com renda superior a R$6.000 (seis mil reais). Através da nossa pesquisa constatamos que os itens de luxo mais consumidos pelos pessoenses são as roupas e acessórios de marcas conhecidos internacionalmente tais como: Diesel, Lacost, Luiz Vuitton entre outros. Tendo como segundo item o turismo e o lazer que são apreciados pelos homens empresários na faixa etária de 41 e 50 anos. Foi demonstrado um elevado nível de satisfação entre estes consumidores em relação aos produtos de luxo adquiridos por apresentarem boa qualidade, durabilidade, design diferenciado e campanhas publicitárias de alto nível, onde são 40 mostradas elegância e sofisticação, valorizando o produto e o colocando em evidencia social. A conclusão final é que através do estudo realizado podemos identificar os fatores que influenciam o consumo de luxo na cidade de João pessoa que são: o desejo de exclusividade e diferenciação. O segundo fator é o perfeccionismo em busca da melhor qualidade e um despenho superior. O terceiro fator é uma forma de exteriorizar a própria personalidade através dos produtos consumidos. Dificuldades encontradas Dentre as limitações deste estudo pode-se destacar a dificuldade conseguir chegar a esse público tão seleto. E que através do método utilizado chamado Bolade-Neve, acabamos obtendo respostadas muito semelhantes dificultando a pesquisa com mais detalhes. Trabalhos Futuros A sugestão para os trabalhos futuros é fazer uma pesquisa qualitativa para alcançar uma compreensão mais ampla e detalhada sobre os motivam que levam os consumidores a consumir os produtos de luxo 41 Referências ALLÉRÈS, D. Paradoxo das estratégias de marketing das marcas de luxo. Revistada ESPM, v.6, n.4, jul/ago, 1999 ALMEIDA, R Marketing e as suas áreas. Ricardo Almeida. 2009. Disponível em: http://www.ricardoalmeida.adm.br/mkteleitoral.pdf. Acesso em :08/11/2009 ALLÉRÈS, D. Luxo e Estratégias . Marketing. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. ANA, Conceito de Marketing. Ciências sociais. 02/12/2007. http://pt.shvoong.com/social-sciences/1680695-conceito-marketing/. Disponível em: Acesso em: 04/11/2007 APOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da Ciência: filosofia e pratica da pesquisa. Rio de Janeiro: Thomson Learning, 2006. BARROS, M. E. B. (Orgs.) Mundo e sujeito: aspectos subjetivos da globalização. São Paulo: Paulus, 2004. BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo. 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Qual o tipo de Luxo que você consome? (A) Luxo inacessível (produtos exclusivos, principalmente pela qualidade e raridade e métodos de fabricação muitas vezes artesanais.) (b) Luxo intermediário (são “produtos-moda” de excelente qualidade, mas menos exclusivos e sofisticados.) (c) Luxo acessível (produtos fabricados em série, de menor qualidade) 2.2. O que você costuma consumir? (a)Turismo/Lazer; (b) Artigos de decoração; (c) Relógios/ Jóias; (d) Roupas/Acessórios; (e) Carros/Embarcações 2.3. Onde você costuma comprar esses produtos de Luxo? (a) Lojas em João Pessoa; (b) Em outros estados; (c) No exterior; 2.4. Quais são as principais marcas de luxo que você consome? 2.5. Você se classifica com que tipo consumidor de luxo? (a) Classe dominante (que procura se diferenciar das demais classes sociais, produtos novos e seletivos) (b) Classe Dirigente (pessoas de alto poder aquisitivo, mas que são mais voltadas para tendências) 45 (c) Classe prospectiva (pessoas de classe média que seguem as tendências ditadas pelas grifes de luxo) 2.6. Os motivos que o levam a consumir produtos de luxo? (Escolha três itens) (a) O desejo de ser único, de exclusividade e diferenciação (b) O desejo de melhorar o auto-conceito, projetando o sucesso e poder (c) O desejo de exteriorizar a própria personalidade (d) Necessidade de marcar a filiação a um grupo social almejado (e) Hedonismo, desejo de estímulos aos sentimentos e estados afetivos, busca do próprio prazer, deleite ao excitar positivamente os órgãos dos sentidos. (f) Perfeccionismo, busca da melhor qualidade e de um desempenho superior (g) O desejo de ostentação, de exibição da riqueza ou da conquista de uma ascensão social1 (h) Motivação emocional ou a busca de uma experiência excepcional como compensação ou auto-indulgência (i) Desejo de marcar-se como elite, old money, símbolo de status hereditário. 2.7. O que você procura em um produto de luxo? (a) Qualidade (b) Aparência (c) Hedonismo (d) Distinção 2.8. Qual o seu nível de satisfação quanto á propaganda com produtos de luxo? (a) Muito satisfeito (a) Satisfeito (c) Nem satisfeito, nem insatisfeito (d) Insatisfeito (e) Muito insatisfeito 2.9. Qual o seu nível de satisfação quanto ao preço dos produtos de luxo? (a) Muito satisfeito (d) Insatisfeito (a) Satisfeito (c) Nem satisfeito, nem insatisfeito (e) Muito insatisfeito 2.10. Qual o seu nível de satisfação quanto aos pontos de vendas dos produtos de luxo? (a) Muito satisfeito (a) Satisfeito (c) Nem satisfeito, nem insatisfeito (d) Insatisfeito (e) Muito insatisfeito 2.11. Qual a marca de luxo que você mais consome?