DANOS CAUSADOS POR Solanum Viarum (Dunal)

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DANOS CAUSADOS POR Solanum Viarum (Dunal) COMO PLANTA
INVASORA DANINHA NO ESTADO DA FLÓRIDA - EUA
Mateus Marochi (LPF-UNICENTRO/FAU), Ronan Felipe de Souza (LPFUNICENTRO/FAU), Charles Wikler (orientador – Depto. Engenharia
Florestal/ UNICENTRO), E-mail: [email protected]
Palavras Chave: Solanum viarum, Joá Amarelo, Tropical Soda Apple
Resumo
Solanum viarum Dunal é um arbusto nativo do sul do Brasil, Uruguai e
Argentina, pertencente à família Solanaceae, conhecido comumente como Joá,
joá-bravo, Joá Amarelo, Arrebenta-Cavalo e Mata-Cavalo. É uma planta
invasora em 9 estados dos EUA, encontrada pela primeira vez na Flórida no
ano de 1980 (Langeland and Burks, 1998). Também já foram detectadas áreas
de infestação na África e India (Mullahey 1996), Índias ocidentais, Honduras e
México (Mullahey e Colvin 1996).
Introdução
Solanum viarum vem causando grandes prejuízos na Flórida ao infestar
pastagens impedindo a alimentação do gado e também diversos ecossistemas
nativos como o Parque dos Everglades. Essa planta daninha é uma ameaça
também para os agricultores, pois é um competidor e hospedeiro de patógenos
que causam diversas doenças nas plantas da família Solanaceae como
pimentas, batatas, tomates, berinjela, etc. (Bryson et al. 2003).
O Joá é uma planta lucífera, desenvolve-se em áreas descobertas ou
degradadas, possui características herbáceas, pode atingir até dois metros de
altura, porém, em geral não ultrapassa um metro. Suas flores são brancas e
possuem cinco pétalas. A floração e os frutos surgem nos meses do verão, a
coloração do fruto varia de verde até o amarelo sendo o ponto que atinge o
amadurecimento. O ciclo completo da planta é de aproximadamente de 105
dias. (Mullahey, 1996)
A sua capacidade de dispersão é muito alta, cada fruto possui em média 400
sementes das quais 70% germinam. Uma única planta madura pode dar
origem à até 30.000 novas plantas. O fruto maduro exala um cheiro muito
atraente para os animais, passáros e roedores que fazem à dispersão das
sementes através das fezes. (Mullahey, 1996)
Área total infestada por S. Viarum, na Flórida, em 1990 era aproximadamente
10.000 ha, em 1993, 162.000 ha, e em 1995, a área infestada aumentou a
aproximadamente 0.5 milhão ha (Mullahey, 1996; Mullahey et al., 1998).
Depois que o estabelecimento foi confirmado, a planta espalhou-se
rapidamente para os estados de Alabama, Geórgia, Louisiana, Mississippi,
Carolina do Norte, Pensilvânia, Carolina do Sul, Tennessee e Puerto Rico
(Bryson et al., 1995; Akanda et al., 1996; Westbrooks e Eplee, 1996; Mullahey
et al., 1998).
Em 1994, as perdas da produção pecuária da Florida atribuídas a infestação de
Joá-Amarelo foram estimadas em $11 milhões (Cooke, 1997), ou em
aproximadamente 1% de vendas totais da carne na Florida.
As vendas anuais da produção vegetal no estado da Flórida é de
aproximadamente $1.7 bilhões. A transmissão dos vírus identificados na erva
daninha pode representar uma perda significativa nos rendimentos (Mullahey et
al., 1996).
Métodos variados de controle são utilizados na tentativa de conter a
disseminação da planta, entre eles o métodos químicos através de herbicidas e
o mecânico, com a roçada das plantas,
porém nenhum destes tem
apresentado resultados satisfatórios. O uso herbicidas apresenta um alto custo
e alguns indivíduos vem apresentando resistência a determinados produtos, a
planta ocorre em locais como beiras de rios, parques e unidades de
conservação onde sua aplicação é desaconselhada. S. viarum possui uma
grande capacidade de regeneração o que inviabiliza quase que totalmente a
roçada, este método também apresenta alto custo e é inacessível em locais
acidentados e de vegetação densa.
O controle biológico é considerado a alternativa que pode conter o avanço e
dispersão de Joá-amarelo, para isso, vários estudos estão sendo efetuados,
entre eles está o trabalho realizado no Laboratório de Proteção Florestal da
Universidade Estadual do Centro do Paraná. Essa pesquisa tem objetivo de
conhecer as características morfológicas e biológicas do besouro Platyphora
sp., inseto selecionado como agente potencial controlador de S. viarum.
Materiais e Métodos
Quatro parcelas foram instaladas na UNICENTRO - Campus de Irati e em
áreas próximas, as quais têm por objetivo acompanhar e avaliar o
desenvolvimento da planta, seus impactos no ambiente e o potencial
controlador de Platyphora sp.
As áreas não possuem perímetro definido, são compostas de aglomerados
naturais de Joá-amarelo e outras espécies nativas. São realizadas
observações a cada quatorze durante o ciclo biológico da planta.
Resultados e Discussões
Na avaliação das parcelas estão sendo obtidos resultados preliminares, pois as
plantas estão no meio do seu ciclo vegetativo, mas já pode-se comprovar o seu
grande potencial como causadora de prejuízos. Notou-se alto grau de
infestação principalmente próximos a corpos hídricos, em locais com essa
característica há um maior crescimento em altura e área foliar.
Platyphora sp. apresenta um alto consumo, seus danos causam a diminuição
da capacidade fotossintética, o que ocasiona a estagnação do crescimento da
planta, diminuindo sua capacidade de dispersão. Somente Platyphora sp não é
capaz de controlar uma infestação de S. viarum, porém sua contribuição é
considerável se utilizado em conjunto com outros agentes potenciais.
Conclusões
O controle biológico tem apresentado considerável eficiência, pois, além de
conter o desenvolvimento da planta seus impactos ao meio ambiente são
mínimos e atinge S. viarum em todas as condições em que esta se apresenta.
O custo para realização das pesquisas e liberação dos agentes controladores
são muito menores se comparados com outras medidas de controle. resultados
ajudaram a melhorar o desenvolvimento da pesquisa, pois um bom
conhecimento sobre o ciclo e as características de S. viarum permitirá uma
maior eficiência das suas medidas de controle.
Referências Bibliográficas:
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Solanum viarum, in Florida; Botany Circular No. 36; FI. Dept. of Agriculture &
Cons. Svcs., Division of Plant Industry; September/October 2002.
J. P. Cuda; D. Gandolfo; J. C. Medal; R. Charudattan; J. J. Mullahey; In: Van
Driesche, R., et al., 2002, Biological Control of Invasive Plants in the Eastern
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Julio C. Medal, Nancy C. Coile, Daniel Gandolfo, James P. Cuda.
September/October 2002 . Status of Biological Control of Tropical Soda Apple,
Solanum viarum, in Florida;, Fl. Dept. of Agriculture & Cons. Svcs. Botany
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soda apple seed in the gastrointestinal tract of cattle, pp. 35-39. In Mullahey, J.
J. (ed.). Proceedings of the Tropical Soda
Medal, J. C., R. Charudatan, J. Mullahey, and R. A. Pitelli. 1996. An exploratory
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Entomologist 79: 70-73.
Medal, J. C., R. A. Pitelli, A. Santana, D. Gandolfo, R. Gravena, and D. H.
Habeck. 1999b. Host specificity of Metriona elatior, a potential biological control
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