Específica de História 7

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Específica de História,Geo-Política e
Atualidades
Professores Jeová e Sabbath
Aula 07
América Latina (03)
1- Nicarágua
A Nicarágua tem sua história marcada por incidentes que abalaram o quadro político do país.
A Nicarágua foi uma região da América Central na qual houve o desenvolvimento de uma
antiga civilização que desapareceu sem deixar muitos vestígios de sua existência. As
populações que ocupavam a região no momento em que os espanhóis chegaram ao continente,
provavelmente surgiram a partir de ondas migratórias oriundas do território mexicano. Ao
longo de sua trajetória colonial, a Nicarágua teve sua economia voltada à agroexportação e
um rápido surto minerador.
Por volta do século XIX, vivenciando as diversas transformações que atingiam o ambiente
colonial hispânico, os nicaraguenses engendraram o seu processo de independência. Após
atingir sua autonomia, em 1821, a Nicarágua foi inicialmente conglomerada ao território das
Províncias Unidas da Centroamérica. No entanto, o conflito intermitente entre liberais e
conservadores acabou transformando a região nicaraguense em um Estado independente.
A disputa entre liberais e conservadores transformaram a Nicarágua em um típico exemplo da
fragilidade das instituições políticas concebidas após os processos de independência da
América Colonial. Entre 1856 e 1857, o desgaste provocado pelos vários conflitos civis
permitiu que o aventureiro britânico Willian Walker comandasse rapidamente aquela nação.
Após o incidente, as disputas políticas continuaram e foram visivelmente marcadas pela
intervenção política britânica e norte-americana.
Após o predomínio político durante quase todo o século XIX, os liberais nicaraguenses
conseguiram chegar ao poder com a proposta de modernizar as práticas e instituições políticas
do país. No ano de 1893, durante o governo de José Santos Zelaya, uma nova constituição foi
assinada com o intuito de superar os entraves que impediam a superação dos problemas
nacionais. Sentindo-se ameaçados com essa situação, os Estados Unidos intervieram no país
passando a controlar suas ferrovias, o Banco Central e a alfândega.
A ação norte-americana incitou uma revolução popular que conseguiu retirar Adolfo Diaz,
candidato apoiado pelos EUA, do posto presidencial. Até a década de 1920, os vários
incidentes políticos da Nicarágua foram acompanhados de perto pelas autoridades políticas
norte-americanas. Quando julgava necessário, os EUA enviavam tropas de mariners para
anular o resultado de uma eleição e legitimar a ascensão de um líder comprometido com seus
interesses econômicos.
Nesse período, um movimento guerrilheiro liderado por Juan Baptista Sacasa, José María
Moncada e César Augusto Sandino lutou contra a ação estrangeira em seu país. Após a
retirada das forças norte-americanas do país, Sandino e outros líderes liberais resolveram
abandonar o movimento armado. Entretanto, Anastasio Somoza García, chefe da Guarda
Nacional, armou um golpe governamental e Augusto Sandino fora assassinado.
A partir desse momento, entre os anos de 1936 e 1978, Somoza se preservou no poder através
da ação política direta ou por meio de parentes visivelmente atrelados à sua influência. Essa
verdadeira “dinastia política” se conservou no poder graças ao controle da Guarda Nacional e
a utilização de diversos instrumentos de natureza autoritária. Tal situação só se modificou
quando a Frente Sandinista de Libertação Nacional conduziu uma revolução que derrubou a
Guarda Nacional.
Assumindo o controle político do país, os revolucionários sandinistas tiveram que contornar
uma profunda crise econômica em um país terrivelmente devastado pela guerra civil.
Estatizando o setor industrial e viabilizando uma reforma agrária, o novo regime tentou
implementar medidas de traço socialista. Insatisfeitos com essa situação, os EUA passaram a
fomentar um movimento guerrilheiro contra revolucionário conhecido como “Os Contras”.
Ao longo de toda a década de 1980, o governo revolucionário teve que enfrentar a oposição
armada dos “Contras”. Visando superar a caótica situação política da Nicarágua, os
sandinistas permitiram a realização de uma nova eleição presidencial e a formação de uma
nova assembleia constituinte. No final daquela década, o conflito entre os sandinistas e os
contras chegou ao seu fim quando os grupos políticos conservadores retomaram o controle da
nação.
Durante a década de 1990, os governos liberais da Nicarágua alcançaram alguns tímidos
sinais de recuperação econômica. Contudo, várias questões sociais históricas do país ainda
aguardavam por uma resolução mais contundente. Nesse contexto, o histórico líder sandinista
Daniel Ortega assumiu o posto presidencial nicaraguense prometendo contornar a lastimável
situação dos menos favorecidos no país.
Fonte:Brasil Escola
2- Haiti
Bandeira do Haiti
O território que atualmente corresponde ao Haiti era ocupado por índios arauaques, quando,
em 1492, Cristóvão Colombo chegou à ilha. Os espanhóis batizaram o lugar de Hispaniola,
ocupando, primeiramente, a porção oriental do território. Escravizaram os índios que ali
vivam, e até o final do século XVI, a população nativa foi reduzida em quase toda sua
totalidade.
Em 1697, através da assinatura do Tratado de Ryswick envolvendo Espanha e França, a parte
ocidental da ilha, onde atualmente fica o Haiti, foi cedida à França, recebendo o nome de Saint
Domingue, sendo a mais importante possessão francesa nas Américas, onde ocorreu o cultivo
de açúcar com a utilização de mão de obra escrava africana. Porém, os escravos africanos,
influenciados pela Revolução Francesa, rebelaram-se em 1791, liderados pelo ex-escravo
Toussaint L’Ouverture.
A abolição da escravidão ocorreu no ano de 1794, Toussaint foi nomeado governador vitalício
em 1801. No entanto, uma expedição francesa encarregada de reconquistar a ilha prendeu
Toussaint, que fora enviado para França, onde morreu em 1803.
Jean-Jacques Dessalines, antigo escravo, deu continuidade ao movimento de resistência, o
resultado foi positivo, pois o país obteve sua independência no dia 1° de janeiro de 1804 e
passou a se chamar Haiti, sendo a primeira República Negra das Américas e o primeiro país
latino-americano a se declarar independente.
A elite, composta por mulatos, ficou insatisfeita com a nova política instalada no país, e, em
1806, tomou o poder após o assassinato de Dessalines. O Haiti teve sua administração
fragmentada, o norte ficou sob domínio de Henri Christophe, o sul foi governado por Alexandre
Pétion. Somente em 1820, sob o governo de Jean-Pierre Boyer, o país foi unificado.
Um dos períodos mais conturbados da história do Haiti teve início em 1957. Naquele ano, o
médico François “Papa Doc” Duvalier foi eleito presidente da nação, instalando um regime
ditatorial baseado na repressão militar que perseguiu muitos opositores – inclusive a Igreja
Católica –, sua guarda pessoal, os tontons macoutes (bichos papões) eram os responsáveis
pelos massacres.
O Papa Doc foi assassinado em 1971, no entanto, seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc,
assumiu a presidência do Haiti, dando continuidade às perseguições. Os protestos populares
contra o regime ditatorial se intensificaram, e Baby Doc fugiu para a França em 1986,
deixando no poder uma junta chefiada pelo general Henri Namphy.
Sob nova Constituição, realizaram eleições presidenciais livres em 1990, a maioria dos
eleitores (67%) optou pelo padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Porém, no mesmo ano,
Aristides foi deposto por um novo golpe militar e a ditadura foi novamente imposta no país. A
Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sanções econômicas ao Haiti para forçar a
volta de Aristides. Somente em 1994, Aristide retornou ao cargo de presidente do Haiti.
Entretanto, os problemas no Haiti persistiram, fazendo com que Aristides fugisse para a África
em fevereiro de 2004 e, atualmente, o país sofre intervenção internacional pela ONU.
Além de todos esses entraves políticos, a população haitiana enfrenta vários problemas de
ordem socioeconômica. O Haiti é o país economicamente mais pobre das Américas, cerca de
60% da população é subnutrida e mais da metade vive com menos de 1 dólar por dia.
Em janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o país,
provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes. Estima-se que mais de 120 mil
pessoas morreram em consequência desse terremoto.
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