Escola Superior de Educação de Setúbal

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Escola Superior de Educação de Setúbal
Unidade Curricular: Didáctica do Português
Mestrado em 1ºe 2º ciclo do ensino básico
1ºano IISemestre
Material escolhido:

SIM-SIM, Inês (2008). O Ensino da Leitura – a decifração Editorial. Lisboa:
Ministério da Educação – DGIDC
Destaca-se a importância do ensino da decifração da palavra
escrita, a pérola da leitura. Para uma melhor aprendizagem é fulcral
expor a criança, tendo em conta as suas necessidades, em contacto
diário com a linguagem escrita fomentando nesta o desejo de ler e
ouvir.
Palavras-chave
Ensino e aprendizagem, decifração, léxico, fonologia
A brochura em foco tem como temática o processo de ensino e
aprendizagem da leitura. Considera-se a decifração o núcleo de todo o
processo de leitura. Ao saber decifrar o futuro leitor está preparado
para
entrar
numa
nova
etapa.
A
abordagem
do
ensino
e
aprendizagem da leitura considera como factores relevantes os
percursos de vida e o léxico da criança. Quanto mais amplo for o
campo lexical do leitor mais eficaz será a decifração. O conhecimento
lexical está relacionado com o sucesso na compreensão de leitura e
com o sucesso escolar (Chall, Jacobs & Baldwin 1990, Graves 2000, e.o.).
Para se dominar uma língua é necessário ser sensível à sua fonologia.
Desenvolvendo
assim
a
consciência
fonológica.
O
ensino
da
correspondência som/grafema deve ter sempre como alicerces a
consciência
fonológica
particularmente
(Thompson & Nicholson,1999)
a
consciência
fonémica
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Mestrado em 1ºe 2º ciclo do ensino básico
1ºano IISemestre
Resumo
Ler é entender aquilo que está escrito. Na língua o uso primário
corresponde à compreensão e produção do oral e o uso secundário à
leitura e expressão escrita. Deste modo, o conhecimento da oralidade
irá condicionar o domínio da leitura e da escrita. Quando a criança não
tem como língua materna a língua da escola terá uma maior
predisposição para apresentar dificuldades de aprendizagem, neste
domínio. A par com as dificuldades na oralidade, as dificuldades de
aprendizagem da segunda língua têm por base factores como o facto
de existirem sistemas de alfabeto distintos. Existe a silábica, símbolos
representam conceitos e a alfabética, uma letra representa um som. Ao
reconhecer a palavra escrita ocorre a decifração. Consoante o leitor e
o seu conhecimento lexical este processo pode ocorrer de maneiras
diferentes. Quanto mais familiar é uma palavra mais rápida irá ser a sua
identificação e a sua compreensão. A aprendizagem da leitura é um
processo de apropriação de estratégias que requer um ensino explícito
e que poderá ocorrer de uma forma fónica, ou global. Todavia, um
leitor fluente escolhe as estratégias que considera mais apropriadas
para a sua leitura.
Antes mesmo de iniciarem todo o caminho de aprendizagem da
leitura as crianças já têm um contacto com a linguagem escrita. Linnea
Ehri (1997) divide este caminho em três fases. Fase da leitura préalfabética, devido ao contacto diário com certas palavras a criança
reconhece-as; a fase da leitura parcialmente alfabética, identifica a
palavra pela letra inicial e a fase de leitura totalmente alfabética, onde
se consolidam os aspectos de reconhecimento de palavras: rapidez,
fluência
e
eficácia.
No
passado,
o
ensino
da
leitura
estava
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condicionado a factores cognitivos e de controlo motor. Contudo, a
investigação mostrou a existência de uma literacia emergente. A
criança tem vontade de ler e descobre cedo alguns aspectos
importantes na linguagem escrita, a partir do contacto diário com esta.
É neste momento que se inicia a aprendizagem da decifração, que
estará sempre a acontecer. O adulto deverá assim promover o
contacto da criança com as palavras, a leitura e a escrita (em variados
suportes) implantando nesta o desejo e a vontade de ler. Por volta da
entrada no 1ºciclo (5/6anos) as crianças já apresentam aquisições
fonológicas e estruturas sintácticas básicas consolidadas. Porém,
factores sociais podem influenciar no léxico e em regras pragmáticas.
Quanto mais alargado for o campo lexical da criança mais fácil se
torna o processo de decifração.
Um dos princípios a ter em conta é o alfabético. Quando este se
apresenta consolidado a criança já consegue manipular as unidades
mínimas do som, consciência fonológica (produzir e detectar rimas,
segmentar frases em palavras, segmentar palavras em sílabas …). O
desenvolvimento da consciência fonológica é muito significativo na
formação de novos leitores. O reconhecimento de palavras é o núcleo
do ensino no inicio da escolaridade. A escolha de estratégias para
ensinar
deverá
ser
feita
tendo
em
conta
as
características,
necessidades educativas específicas e percursos de vida de cada
indivíduo. Todos estes factores, acima referidos, são importantes na
formação de novos leitores e devendo testar sempre na planificação e
operacionalização
das
situações
de
ensino
e
aprendizagem.
Considerando os percursos individuais deve ser promovido o contacto
da criança com a leitura e a escrita de forma lúdica, significativa activa
e integradora, contemplando as suas vivências pessoais. Nesta
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brochura são apresentadas sugestões de actividades com a finalidade
de desenvolverem variados aspectos importantes na aprendizagem da
decifração.
A ideia que considero fundamental é a importância da
consciência fonológica no processo de decifração. Para aprender a ler
e a escrever é importante que o aluno tenha a percepção que a língua
é constituída por unidades mínimas, que são os caracteres do alfabeto,
e que a cada uma delas corresponde um som. Segundo Ana Cristina
Silva ,” a capacidade para analisar as palavras em unidades sonoras
mais pequenas é uma competência critica para a aprendizagem da
leitura” (Análise Psicológica (1997), 2 (XV):283-303 ). Esta capacidade
surge na criança quando esta consegue prestar atenção aos sons e
manipulá-los. A investigação mostrou vários aspectos importantes
decorrentes desta consciência,”um dos primeiros passos para que a
criança aceda à leitura é que compreenda o principio alfabético, isto
é, que compreenda de que as letras transcrevem os sons da
fala”(Viana,
2006,Estratégias
Eficazes
para
o
ensino
da
língua
portuguesa,pp48)
Elaborado por: Diana Medeiro – Mestrado 1e2
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