peyronie - projeto brasil

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DOENÇA DE PEYRONIE – DRAUZIO VARELA
A principal característica da doença de Peyronie é o desenvolvimento de uma placa fibrótica ou de um nódulo
que se instalam na túnica albugínea — estrutura que envolve os corpos cavernosos –, comprometem sua
elasticidade e impedem que eles se expandam normalmente, o que dificulta a ereção, pois esses distúrbios
provocam distorções na forma e inclinação do pênis.
A doença de Peyronie se manifesta, em geral, depois dos 50 anos, mas eventualmente acomete homens
jovens. Alguns meninos podem apresentar uma alteração da curvatura peniana chamada pênis curvo
congênito, provocada pela desproporção entre o tamanho maior dos corpos cavernosos e menor da uretra,
mas que só requer tratamento se prejudicar o desempenho sexual no futuro.
Causas
Não estão bem definidas as causas da doença, mas pequenos traumatismos ocorridos durante a relação
sexual podem resultar em cicatrizes que interferem na ereção.
Estudos estão mostrando que existe uma associação dessa enfermidade com doenças reumatológicas,
diabetes e uso de betabloqueadores para controlar a hipertensão arterial.
Embora não se possa dizer que seja uma doença de caráter hereditário, parece que a incidência é maior em
homens da mesma família.
Sintomas
Presença de nódulo, palpável ou não, associado à dor e à curvatura do pênis durante a ereção. Essa
curvatura faz com que ele se posicione para baixo, para cima ou para o lado.
Muitos pacientes ficam tão abalados, quando os sintomas se instalam, que perdem a capacidade erétil por
causa da ansiedade.
Diagnóstico
O diagnóstico é basicamente clínico e, quanto antes seja feito, melhor para o resultado do tratamento.
Raramente se faz necessário recorrer ao exame de ressonância magnética para visualizar a placa fibrótica e
estabelecer o diagnóstico.
Tratamento
Em 20% dos casos, as placas desaparecem espontaneamente, sem tratamento algum, em um ano e meio,
dois anos. Quando o problema persiste, alguns medicamentos que agem no metabolismo das células
produtoras da fibrose apresentam bons resultados.
Esgotadas essas possibilidades, só depois de dois anos de evolução da doença e apenas quando a alteração
prejudica a atividade sexual, o que ocorre em menos da metade dos casos, o paciente é encaminhado para
cirurgia. A anestesia é geral ou de bloqueio peridural ou raquidiano.
Existem duas técnicas cirúrgicas que podem ser usadas para corrigir a curvatura do pênis. A primeira tenta
compensar o desvio, fazendo uma prega no corpo cavernoso do lado oposto àquele em que se situa a placa.
O inconveniente dessa técnica é interferir no tamanho do pênis, que fica menor. A outra consiste em fazer
uma incisão em forma de H para liberar na placa. Em seguida, coloca-se um enxerto (um fragmento da veia
safena ou de pericárdio bovino) no local da lesão. Em 90% dos casos os resultados são satisfatórios: retificase o pênis sem comprometer a capacidade de ereção.
Recomendações
* Não se aflija com a presença de uma placa ou um nódulo característicos da doença de Peyronie, se eles não
interferem na atividade sexual. Nesses casos, não há sequer necessidade de tratamento clínico ou cirúrgico;
* Procure manter a calma e controlar a ansiedade. Esta, sim, pode ser responsável pela perda da capacidade
erétil;
* Lembre-se de que o uso de aparelhos para aumentar o tamanho do pênis agrava o trauma responsável pela
formação da placa e piora o quadro;
* Saiba que a doença de Peyronie é benigna e, mesmo sem tratamento, não representa nenhum risco para a
saúde de seus portadores.
DOENÇA DE PEYRONIE
A doença de Peyronie, mundialmente assim conhecida, foi descrita pela primeira vez, em 1743, por François Gigot de La
Peyronie (1678-1747), médico do Rei Luiz XV, da França. Peyronie era ministro da saúde e portador do mal. A doença
de Peyronie se caracteriza pelo desenvolvimento de uma placa de fibrose, em qualquer lugar do pênis. Os pacientes se
referem a ela como um caroço que aparece na túnica albugínea que reveste o corpo cavernoso. O problema pode estar
associado à curvatura peniana ou à dor durante a ereção. Geralmente, essa curvatura faz com que o pênis se posicione
para cima, mas ele pode curvar-se também para o lado ou para baixo.
A túnica albugínea é constituída por um tecido elástico que envolve os corpos cavernosos, estruturas parecidas com
esponjas que se enchem de sangue para produzir a ereção. Se existir algum tipo de fibrose nessa região, a túnica
albugínea não consegue se distender e como ela costuma atingir um dos cilindros, o outro, sem esta limitação arqueia o
pênis durante a fase de ereção. Não podemos confundir esta situação clínica com o pênis torto congênito, onde uma
assimetria destes cilindros existe desde o nascimento. Antes de falarmos mais sobre a doença de Peyronie é preciso
esclarecer que quando ereto, o pênis não tem de formar um ângulo de 90º com o corpo. O pênis não é reto como uma
régua, ele precisa ter curvaturas leves e eixo adequado para facilitar a penetração.
Entenda o problema
Inicialmente, a doença foi descrita em homens idosos (sua incidência é de 3% a 4% nos homens acima de 50 anos),
mas, hoje, se sabe que pode acometer também os jovens. Além da doença de Peyronie, a curvatura do pênis pode surgir
por outras razões: tumores (tumor de reto e de próstata) podem provocar metástases no pênis e doenças congênitas. Há
meninos que nascem com uma anomalia, o pênis curvo congênito, provocada pela desproporção entre o tamanho maior
dos corpos cavernosos e o tamanho menor da uretra.
As causas para o aparecimento da doença ainda não são muito conhecidas. Sabe-se, porém, que podem estar
relacionadas com um traumatismo repetitivo ocorrido durante a relação sexual ou por um processo infeccioso
inflamatório que acomete esta túnica. Em casos de traumas mais graves, nos quais ocorre um estalo e o pênis incha
imediatamente devido ao rompimento da túnica albugínea, popularmente chamado de fratura peniana, o paciente deve
procurar um pronto-socorro imediatamente. Em casos de trauma sem inchaço e hematoma imediato, porém com dor
durante as ereções após o trauma, o acompanhamento urológico é importante, pois é nesta fase da inflamação que se
conseguem os melhores resultados, utilizando-se apenas de tratamento clínico.
A experiência clínica mostra que, muitas vezes, o nódulo não desaparece, mas o paciente se
adapta à situação, porque a curvatura não é muito grande e não atrapalha a atividade sexual
No entanto, muitos pacientes desenvolvem o problema sem ter sofrido nenhum trauma que o justifique. Não há registro
de predisposição hereditária da doença, apesar de alguns trabalhos levantarem essa hipótese. Na verdade, a doença de
Peyronie é classificada como uma doença auto-imune, ou seja, aquela em que o organismo produz substâncias contra
seus próprios tecidos. A única evidência científica que temos, no momento, é que são mais vulneráveis os portadores de
doenças reumatológicas, da doença de Paget, os diabéticos e os indivíduos que fazem uso de betabloqueadores para
controlar a hipertensão.
Tratando o mal
A doença de Peyronie não acarreta em nenhum problema para a saúde do paciente. Ela traz consigo problemas para a
sexualidade masculina. Portanto, se o paciente conseguir manter a atividade sexual normal, não há necessidade de
tratamento. Muitas vezes, ao examinar um indivíduo que procurou atendimento por outro motivo qualquer, o urologista
percebe o nódulo endurecido no pênis. Se o paciente disser que ela está ali há mais de vinte anos e que nunca o
incomodou, não é preciso tomar nenhuma providência.
O diagnóstico da doença é basicamente clínico. Na maioria das vezes, o nódulo é palpável e o paciente refere-se à
curvatura do pênis e à dor durante a ereção. O exame de ultrassom ou a ressonância magnética permitem a visualização
perfeita da placa endurecida. Após o diagnóstico, a primeira etapa do tratamento é explicar ao paciente que aquele
nódulo no pênis não é nem vai virar um tumor maligno câncer e que raramente o levará à um quadro de impotência
sexual. Aliás, se a disfunção erétil não se manifestou no início da doença, dificilmente irá se manifestar mais tarde.
Vinte por cento dos nódulos desaparecem sozinhos, sem nenhum tipo de tratamento em um ano e meio ou dois anos.
Embora não exista nenhuma droga que funcione adequadamente no tratamento do nódulo, existem algumas evidências
de que associar vitamina E à colchicina, faz com que esse medicamento atue sobre o metabolismo das células que
produzem a fibrose. Entretanto, o paciente precisa ser avisado de que a fibrose pode não regredir com o uso de
medicamentos. E mesmo que a curvatura continue aumentando é necessário esperar dois anos para acompanhar a
evolução do quadro clínico, antes que o urologista proponha a realização de uma cirurgia para resolver o problema. É
preciso ter certeza que este nódulo não desaparecerá espontaneamente, antes de realizar uma intervenção cirúrgica
desnecessária.
A experiência clínica mostra que, muitas vezes, o nódulo não desaparece, mas o paciente se adapta à situação, porque
a curvatura não é muito grande e não atrapalha a atividade sexual. Hoje, a cirurgia é realizada em menos da metade dos
casos diagnosticados. Durante este período de observação da progressão da doença, é muito importante informar o
paciente que ele não deve usar extensores ou aparelhos a vácuo, aqueles mesmo que se propõem a aumentar o
tamanho do pênis e a curar a doença de Peyronie. Infelizmente, existem muitos aparelhos desse tipo no mercado. Não
faz sentido usá-los porque eles agravam o trauma sobre a placa, agravando o problema.
Quando a cirurgia é necessária
Por vezes, uma tentativa de cura antes da realização da cirurgia é a aplicação de ondas de choque extracorpóreas iguais
as que são utilizadas para a fragmentação de cálculos renais. Se o procedimento não resolver o problema, existem,
ainda, dois tipos de cirurgia para corrigir a curvatura do pênis.
O procedimento mais simples, utilizado também nos casos de pênis curvo congênito, tenta compensar o desvio
provocado pela placa e retificar o pênis, fazendo do outro lado uma plicatura, ou seja, uma prega no corpo cavernoso. O
inconveniente dessa técnica cirúrgica é a diminuição do tamanho do pênis. Por isso, não é aconselhada para indivíduos
com pênis um pouco menor ou muito preocupados com as dimensões do pênis.
O outro procedimento cirúrgico consiste em fazer uma incisão, retirar a placa, colocar um enxerto de outro tecido para
cobrir o defeito e retificá-la. A veia safena e as aponeuroses musculares são muito utilizadas como enxerto.
Esterilidade e potência sexual
A doença de Peyronie não provoca a esterilidade masculina. Em alguns casos, a doença está associada à impotência
sexual. Numa minoria de casos, uma forma muito agressiva da doença, sem causa conhecida, faz com que a placa
estrangule de tal forma o corpo cavernoso, que é constituído por um tecido nobre, parecido com uma esponja, que o
indivíduo não consegue mais ter ereções. Para os indivíduos com curvatura peniana muito complexa, em forma de S, por
exemplo, que impede a relação sexual, o tratamento extremo é a colocação de uma prótese que retifica o pênis e facilita
a penetração.
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