RELATÓRIO – 16/02/16. Na visita e conversa com alguns usuários

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RELATÓRIO – 16/02/16.
Na visita e conversa com alguns usuários do serviço da policlínica de Uruguaiana,
notamos insatisfação as demoradas filas para atendimento (sendo de até 2 horas). Na
oportunidade conversei com um usuário de 70 anos, onde relatou indignação ter que
esperar horas para ser atendido, um descaso com a população. Também nos contou que
trabalhou a vida inteira no serviço pesado e puxado, e hoje se diz arrependido de não ter
se cuidado (saúde) mais jovem, como consequência disso hoje apresenta diversos
problemas de saúde.
Em outro momento tivemos uma conversa acerca da implantação das ESFs em
Uruguaiana com a enfermeira Bruna Furtado, sendo que contamos com 21 equipes ESFs,
abrangendo 61%, onde conta com processo de educação permanente em um turno, para
discussão de casos e organização do serviço. As linhas de cuidado vão desde criança
(bebe) até adulto justamente para desenvolver um vínculo usuário x profissional e
acompanhar a sua evolução. As atividades assistenciais vão desde consultas a domicilio,
procedimentos, grupos em saúde e etc.. Foi destacado a falta na composição da equipe,
Fisioterapeutas e Educador Físico, já que a estratégia trabalha na prevenção, promoção,
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnósticos, tratamentos, reabilitação e
manutenção da saúde, onde esses profissionais podem atuar juntos com a equipe,
fortalecendo ainda mais o serviço. Também foi apontado a importância de conhecer o
usuário integralmente (alimentação, cultura, crenças...) para não acabar implantando
regras e cuidados que o usuário não possa desenvolver e tentar fazer o usuário ter
consciência do seu tratamento, a importância de fazê-lo corretamente. Salientamos
também a forma de como “olhar” o paciente, pois temos a função de acolher o paciente e
isso está sendo uma dificuldade dos profissionais em entender esse acolher, o real sentido
da palavra, pois se olharmos o significado de acolhimento no dicionário nos deparamos,
com abrigo, refúgio, proteção, e é isso que devemos oferecer a essas pessoas, escuta-las
sem julga-las e toda pessoa que vai até a unidade é porque precisa do atendimento.
Depois da conversa sobre as ESFs, sua estrutura, composição, dificuldades e
conquistas, fomos a campo conhecer a ESF 17 Nova Esperança e a ESF João Paulo II que
por sinal são duas estratégias bem extremas, uma realidade muito diferente da outra, onde
a primeira citada contém uma boa estrutura, composição de profissionais, várias
estratégias (grupos de gestantes, idosos, hipertensos, diabéticos- capacitação da equipe
com apoio do SENAC e UNIPAMPA- Capacitação sobre PCR – planejamento de ações
para a comunidade na reunião de equipe- participação do membro da comunidade na
reunião de equipe com sugestões para melhorias- apoio da equipe para os desabrigados
das cheias – educação sexual para adolescentes- saúde bucal nas escolas para crianças e
adolescentes entre outras) e a outra estratégia com uma estrutura mínima, onde não possui
local nem para “abrigar” os próprios usuários e profissionais, tanto que no momento da
visita o grupo ficou para o lado de fora da estrutura, praticamente na rua. Esta ESFs é
dividida em 3 módulos segundo o que nos foi passado pela enfermeira, até então possui
apenas o primeiro, a indícios que esse ano será construído o outro modulo, assim
esperamos. Sabemos que estrutura não significa qualidade no serviço, mas sabemos
também que trabalhar num local com pouco espaço, ventilação e contendo o mínimo de
materiais e equipamento, é um tanto desanimador tanto para o profissional que vai
trabalhar na unidade, quando para o usuário que muitas vezes não vai ter seu problema
solucionado por falta de algum requisito. O local também é alvo de muitos assaltos, dos
próprios moradores da comunidade e não possui nenhum guarda para segurança dos
mesmos, acho que não deve ser fácil trabalhar num local assim, mas mesmo com esses
entraves percebemos que a força de vontade e luta provém das duas unidades, e isso nos
deixa tranquilos, não o suficiente, porém nos faz acreditar que essa realidade um dia irá
ser diferente.
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