Relatório Facilitador VERSUS 2015.1 - Rede

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MINISTÉRIO DA SAÚDE
VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
JOÃO ÁLVARO DOS PASSOS SOUTO JÚNIOR
GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
RELATÓRIO DE VIVÊNCIA
VER-SUS – EDIÇÃO 2015.1
JARDIM DO SERIDÓ-RN
JARDIM DO SERIDÓ, RIO GRANDE DO NORTE
2015
RELATÓRIO FINAL / PROJETO VIVÊNCIA E ESTAGIO NA
REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAUDE (VER-SUS)
O projeto deu-se início no dia 12 de janeiro, onde o primeiro dia foi destinado
apenas ao deslocamento as cidades, sendo elas: Afonso Bezerra; Apodi;
Rodolfo Fernandes e Jardim do Seridó assim respectivamente conforme
chegada dos grupos em suas localidades.
No dia 13 o grupo iniciou os trabalhos deslocando-se a Secretária de Saúde do
município, onde a mesma aguardava para conversar com o grupo a respeito da
saúde e demais visitas que se iniciariam naquele mesmo dia. Na reunião foi
abordado como quantidade de habitantes, 12.560; habitantes esses que contam
com cinco unidades básicas de saúde (UBS), onde o município foi comtemplado
com o programa Mais Médicos, atuando assim dois médicos pelo programa,
contando também com auxílio de 30 agentes comunitários de saúde. O município
também possui um setor de endemias bastante ativo, contando com 17 agentes
de endemias; possui também ativos programas como: Núcleo de Apoio a Saúde
da Família (NASF); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), e Centro
de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). A gestora ainda
informou os maiores problemas enfrentados pela saúde no município, são eles,
o alto índice de usuários fazendo uso de psicotrópicos, o crescimento também
em relação a DST’s, dentre elas tem número crescente em casos de Sífilis, e um
crescimento elevado também de casos de Câncer. A mesma também informou
sobre os problemas enfrentados pela atual gestão com relação a distribuição de
medicamentos para a população, onde o repasse atual não consegue suprir a
demanda gerada, tendo também em vista problemas herdados ainda da gestão
passada.
A tarde foi realizada visita ao Centro de Referência em Assistência Social
(CRAS), localizada no bairro “Baixa da Beleza”, um bairro periférico e com alto
índice de vulnerabilidade social. A função do CRAS é o fortalecimento de
vínculos entre famílias onde os laços não foram rompidos, trabalhando assim
dentro da proteção social básica da política de assistência no Programa de
Atenção Integral a Família (PAIF).
A instituição conta com a rede de profissionais composto por uma psicóloga; uma
assistente social; 1 coordenadora; uma orientadora social; uma educadora
social; uma auxiliar de serviços gerais; uma estagiaria de serviço social e um
vigia. Na questão de estrutura, trata-se de um prédio precário por ser um pouco
antigo, porem o mesmo comporta a realização do serviço. A equipe atual
trabalha com alguns grupos ativos, dando mais ênfase ao grupo criado para
sexualidade na adolescência, onde o município sofre bastante da prostituição
infantil e casos de DST’s.
No dia 14 pela manhã, foi realizada visita a Unidade Básica de Saúde Dr. Manoel
Brandão (UBS I), conhecida como UBS “Modelo” do município por ser a primeira
a finalizar a reformar no novo modelo, a mesma atende no Programa de Saúde
da Família, a unidade tem todo um aparato na questão de equipamento e
estrutura, composta por uma equipe de uma enfermeira, dois técnicos de
enfermagem, um dentista, um técnico de saúde bucal, um médico, dois auxiliares
de serviços gerais (ASG) e cinco agentes comunitários de saúde (ACS). Uma
equipe comprometida, ainda com alguns problemas relacionados a distribuição
de medicamentos, mesmo um assim um belo trabalho apresentado sustentado
por uma bela estrutura.
Ainda pela manhã foi o encontro com profissionais da saúde, para que os mesmo
pudessem relatar a situação de saúde e todo o envolvimento estrutural e
econômico do município.
Onde os mesmos relataram que os principais problemas enfrentados são os de
não valorização profissional, os problemas relacionados aos medicamentos,
falaram também um pouco dos médicos do Programa Mais Médicos e das UBS
onde os mesmo atendem. Os ACS presentes informaram alguns problemas em
ralação ao não conhecimento da população acerca da função destes
profissionais, o problema da falta de medicamentos nas UBS e alta procura por
determinados medicamentos por parte da população, e sobre o atendimento dos
médicos do programa.
A tarde foi realizada a visita ao Centro Clinico Dr. Maurino Silva, onde estão em
funcionamento também as UBS III e IV devido as mesmas estarem passando
por reforma. O centro conta com serviços de odontologia, medicina, nutrição,
fonoaudiologia, psicologia, farmácia, serviços laboratoriais, enfermaria e o
funcionamento da Vigilância Sanitária do município (COVISA).
Na localidade foram encontrados como pontos positivos a questão de
acessibilidade, mesmo com estrutura um pouco antiga, o controle da sala de
vacinas e a conservação de alguns locais, e como negativos a falta de alguns
equipamentos, falta de conscientização por parte de alguns profissionais
relacionados ao laboratório e a farmácia ao uso e EPI, a falta de medicamentos,
e os mesmos que seriam necessários para distribuição, encontrados vencidos.
No dia 15 pela manhã foi a visita ao CREAS, onde deve-se destacar sua
localização, que deveria ser assim como o CRAS, em áreas de vulnerabilidade
social, os profissionais relataram a dificuldade de trabalho em relação a estrutura
em que se localiza o programa, foi também relatado a dificuldade de trabalho
também pelo não conhecimento da população acerca do trabalho do CREAS
junto a sociedade, e a parceria com o conselho tutelar, que na maioria das vezes
torna os casos como sendo problema a ser abordado pelo CREAS, sendo que
cabe ao próprio conselho a resolução destes.
Logo após o grupo seguiu ao matadouro público, onde foi tido como surpresa,
ao encontrar toda umas sinalização por parte da equipe e mesmo em toda a
estrutura, a atenção de todos os profissionais ali presentes e também a
padronização dos mesmos, todos com seus devidos equipamentos para melhora
da condição de trabalho e também higiene deles e do local.
Só que o não consta como agradável é a localização do mesmo, por ser bem
próximo a zona urbana, também foi mostrado que o matadouro não conta com
alguns padrões exigidos em relação ao abate e a estrutura em ainda ser de
cerâmica e madeira.
Na parte da tarde foi realizada visita ao setor de endemias e controle vetorial,
localizado no centro da cidade, assim tendo problemas em relação a estrutura
por não ser prédio próprio, trazendo dificuldades e fazendo com que a equipe
trabalhe ainda mais em relação as adaptações que são necessárias para
utilização e o recolhimento de matérias como inseticidas e outros equipamentos
de trabalho da equipe.
A equipe comporta três coordenadores vetoriais, sendo um dengue, um calazar
e um doença de chagas, contando ainda com apoio de 17 agentes de endemias.
A equipe trabalha focando sempre na conscientização da população, através de
folhetos e ações desenvolvidas pelos mesmos, uma equipe bem posta e muito
bem organizada, apesar de entraves burocráticos, realizam um belo trabalho,
trabalho esse divulgado e conhecido até mesmo por municípios localizados bem
mais distantes e que tem como linha de segmento o trabalho da equipe de Jardim
do Seridó.
No dia 16 pela manhã foi realizada divisão da equipe, onde parte do grupo foi
acompanhar como era realizado o abate no matadouro e outro grupo visitou as
UBS II e V, das quais encontravam-se os entraves do médicos do programa
federal Mais Médicos, onde a médica da UBS II tinha um metodologia de trabalho
para atender somente 15 paciente durante turno, nada mais que isso, sendo
urgência e emergência negada a população, assim levando o problema a UBS
V onde o médico atendia todo e qualquer paciente mesmo fora do expediente,
fazendo assim com que não só ele, mais toda a equipe de trabalho fosse
sobrecarregada, acarretando problemas para ambas as áreas com as quais as
UBS’s tratavam. Assim devendo haver todo um acompanhamento do trabalho
de ambos os profissionais médicos, para que haja conscientização de ambas as
partes, para não acarretar problemas para a equipe e população.
A tarde o grupo segui para os aterros sanitários, sendo o primeiro o aterro de lixo
domiciliar, nos foi explicado que não é realizada coleta seletiva, pois o mesmo
deveria ser realizada pelos moradores, a coleta do lixo urbano é realizada
diariamente, em dias e bairros alternados.
Em relação ao tratamento dado ao lixo depositado, é feita a cobertura com o
próprio material do terreno, assim, abrindo valas para futuros depósitos. Ainda
sobre o aterro e vasculhamento, é utilizado maquinário pesado, tais como:
Retroescavadeira, Caçamba, Enxedeira e Tratores. Porém, como relatado, a
maior dificuldade para o melhor desempenho do trabalho no local, é o déficit
financeiro para a manutenção dessas máquinas.
Em seguida nos deslocamos ao deposito de resíduos, chegando ao local, a
equipe se deparou com uma área extensa, desmatada e que não contava com
nenhum agente de proteção do local, assim, facilitando a entrada de terceiros ao
local. Foi percebido que o local apresentava forte odor. Vimos que no local são
abertas valas para o deposito de dejetos vindos do matadouro.
Em relação ao tratamento dos dejetos do matadouro, existem valas especificas
que, quando depositados, os dejetos recebem uma camada de cal virgem para
a diminuição do odor fétido e na ajuda da decomposição desse material.
No dia 17 pela manhã foi realizada a visita a feira livre do município, onde foi
verificado como encontrava-se o açougue municipal, na qual acabará de receber
reformar e conta com uma equipe bem organizada e em conjunto com os
usuários fazem um belo trabalho, apesar de os usuários não utilizaram os EPI’s
necessários, em seguida o grupo deslocou-se a feira para conversar com
feirantes e população acerca da situação da saúde do município, onde muitos
reclamaram exatamente do problema encontrado com os medicamentos, a falta
e o problema com a solicitação e realização de exames, a demora e a burocracia.
A tarde o grupo seguiu para a visita aos equipamentos de lazer, onde foram
encontradas praças com e sem academias ao ar livre, e também com ginásios
poliesportivos onde um encontrava-se usado todas as noites devido um torneio
em benefício aos blocos carnavalescos.
No dia 19 pela manhã foi realizada visita ao Núcleo de Apoio a Saúde da Família
(NASF); o mesmo composto por: educador físico, fisioterapeuta, nutricionista,
assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo e que em breve comportará mais dois
profissionais, são eles: terapeuta ocupacional e psiquiatra, passando assim para
modalidade um. Os profissionais relataram que trabalham diretamente com as
UBS (Unidades Básica de Saúde) através de acompanhamentos individuais ou
coletivos cuja função maior é desenvolver atividades educativas, sendo os casos
individuais requisitados pelos agentes de saúde ou enfermeiros. Para as ações
coletivas, há os grupos para gestantes, mães, adolescentes e crianças, além de
outros grupos em planejamento e o trabalho em conjunto com o PSE (Programa
de Saúde na Escola) que é pactuado anualmente com o município.
O maior problema relatado pelos profissionais é em relação a estrutura para
trabalho e o transporte, a locomoção quando necessário. Os problemas mais
recorrentes na população são de violência, negligência paterna e drogadição.
Sendo o alcoolismo o mais difícil de ser trabalhado por falta de projetos que
consigam alcançar a faixa etária de risco, que atualmente é a de adultos.
A tarde a equipe visitou o distrito, localizado na zona rural, de nome Catuturé,
onde na mesma encontra-se uma UBS, onde há atendimento médico e
odontológico.
O grupo foi dividido para fazer visitas as famílias, para que assim pudesse ouvir
mais relatos a respeito da saúde na comunidade, na cidade quando necessário
o deslocamento e o trabalho do ACS, sendo que algumas famílias falaram que
não tinham dificuldades em relação aos atendimentos, o problema acontecia
quando necessitavam de algum medicamento que muitas vezes encontrava-se
em falta e o mesmo teria de compra-lo, também reclamaram bastante quando
precisavam de locomoção a cidade e procuravam a realização de exames e
cirurgias, a demora, mesmo em casos de urgência, toda uma burocracia e até
mesmo uma falta de comunicação por parte dos gestores chegava a travar essa
necessidade.
No dia 20 foi realizada pela manhã a última visita, a mesma acontecendo ao
hospital, que funciona no formato de Associação de Proteção a Maternidade e
Infância (APAMI), onde a equipe averiguou que se tratava de uma estrutura
muito antiga, o hospital atende também a associados, foi informado pela diretora
que todos são atendidos, sendo que os associados tem uma preferência por
parte da instituição, o hospital apesar de contar com estrutura bastante antiga,
contava com todos os aparatos e equipamentos para atendimentos de urgência
e emergência, e também de pequenas cirurgias realizadas ali, além dos quartos
para paciente após cirurgias, em bom estado e bem cuidados.
ANEXOS
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