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INSTUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA E CONSTRUÇÃO DA HEGEMONIA:
SOBRE A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS FILOSOFIA E DAS CIÊNCIAS
HUMANAS NO RIO DE JANEIRO E EM SÃO PAULO
História das instituições escolares
Pedro Leão da Costa Neto (UTP)
[email protected]
RESUMO:
O objetivo da presente comunicação é reconstruir duas distintas trajetórias de
institucionalização da Filosofia e das Ciências Humanas no Brasil e suas relações com a
tentativa de construção de diferentes projetos de hegemonia política; a primeira, no
estado de São Paulo, constituída a partir da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo (FFCL – USP), criada em 1934, e a segunda, na cidade do
Rio de Janeiro, representada por diferentes instituições de ensino e transmissão da
cultura, a Escola de Filosofia e Letras da Universidade do Distrito Federal (UDF),
criada em 1935 e substituída em 1937, pela Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da
Universidade do Brasil, e pelo Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB),
organicamente ligado ao Ministério da Educação e Cultura, e criado em julho de 1955 e
fechado em abril de 1964. Partindo da investigação do processo de criação e
desenvolvimento destas diferentes instituições, inserindo-as no interior da história social
e política brasileira entre 1930 e 1964, tentaremos identificar algumas das principais
diferenças entre as duas vias de institucionalização das Ciências Humanas em São Paulo
e no Rio de Janeiro: enquanto em São Paulo a reflexão teórica beneficiou-se de uma
certa autonomia em relação ao poder político, no Rio de Janeiro, em função da
proximidade com os órgãos da administração federal e do poder central, que intervieram
constantemente na vida universitária, o ritmo da especialização e institucionalização do
ensino superior decorreram bem mais lentamente. É igualmente importante sublinhar
que no Rio de Janeiro numerosos professores dividiam suas atividades acadêmicas com
o trabalho no aparelho de Estado e até mesmo em empresas privadas. Cabe, igualmente,
destacar que a presença de professores estrangeiros na UDF e FNFi foi bem menos
intensa e determinantes que a dos professores franceses na USP. Por fim é importante
sublinhar, que estas diferenças se manifestaram igualmente entre a FFCL-USP e o
projeto de criação de uma ideologia nacional-desenvolvimentista elaborada pelo
(ISEB).
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