 
                                Introdução a Macroeconomia 1° Semestre de 2011 Monitor: Leonardo Gonzaga Faveret Professora: Margarida Gutierrez Gabarito da Lista 4 1. Investimento, também chamado taxa de acumulação de capital, é a aquisição de bens de produção ou bens de capital que visam aumentar a capacidade produtiva da economia e, portanto, a oferta de produtos no período seguinte. Os componentes do investimento são a formação bruta de capital (FBK) fixo e a variação de estoques. Poupança agregada é a parcela da renda agregada não consumida ou despendida num dado período de tempo. 2. Na teoria clássica o consumo, a poupança e o investimento agregados dependem fundamentalmente da taxa real de juros. Nessa teoria o indivíduo só poupará se puder consumir mais no futuro do que consumiria hoje. Assim, a poupança depende do tamanho do “prêmio pela espera”, isto é, da taxa de juros, que remunerará a poupança do indivíduo. Portanto podemos afirmar que a poupança varia positivamente com a taxa real de juros, enquanto o consumo agregado apresenta uma relação inversa com a taxa real de juros. S  S (r ) e C  C (r ) Como as pessoas poupam visando um maior consumo futuro, ninguém guarda a poupança na forma de moeda, uma vez que esta não rende juros, canalizando-a totalmente para a aquisição de títulos. Assim, o volume de poupança corresponde à oferta de fundos no mercado financeiro. Quanto maior a taxa de juros, maior será a quantidade ofertada de recursos. Já a demanda por fundos é realizada basicamente por aqueles que desejam investir. O investimento corresponde ao acréscimo do estoque de capital na economia com o objetivo de ampliar a produção futura. O custo do investimento é a taxa de juros que se paga para obter o empréstimo para a aquisição do bem de capital; ou o custo de oportunidade (taxa de juros) em que o detentor de recursos incorre por não aplicar sua poupança em títulos e imobilizar esses recursos na produção. Outro ponto importante é que a produtividade marginal do capital é decrescente, ou seja, investimentos adicionais trazem um retorno cada vez menor em termos de produto. Dessa forma, para que o investimento se amplie, isto é, para que as empresas utilizem mais capital, a taxa real de juros deve se reduzir. Portanto, a função investimento no modelo clássico é inversamente relacionada com a taxa real de juros. I  I (r ) Na teoria de Keynes, o consumo agregado e a poupança agregada são funções estáveis da renda. O consumo e a poupança se ampliam conforme cresce a renda, mas não na mesma magnitude. S  S (R ) e C  C (R ) No modelo keynesiano, a decisão de investir é tomada a partir do confronto entre o valor presente do fluxo de receita esperada do investimento, o qual Keynes denomina preço de demanda do bem de capital, frente ao custo de realizá-lo, denominado preço de oferta do bem de capital. Com base nessas duas definições, o autor define a chamada Eficiência Marginal do Capital como sendo a taxa de desconto que iguala o fluxo de receitas esperado ao custo do investimento. Se essa taxa for superior à taxa de juros, que corresponde ao custo de se obter empréstimos para realizar o investimento ou o custo de oportunidade de se imobilizar os recursos, o empresário investe; se for inferior, não investe. Portanto, nesse modelo, o investimento é função da Eficiência Marginal do Capital e da taxa de juros. I  I ( EMC , i ) 3. a. Numa economia fechada e sem governo temos que o Produto Interno Bruto é igual à soma do consumo das unidades familiares com o investimento das empresas e unidades familiares (compra de novos imóveis residenciais). PIB  CUFs  I UFs  I Empresas Temos também que a Renda Interna Bruta (RIB) é igual à soma da renda das unidades familiares (salários; lucros distribuídos pelas empresas; juros; e aluguéis) com a renda das empresas. RIB  RUFs  REmpresas A renda das unidades familiares tem dois destinos: consumo e poupança. RUFs  CUFs  SUFs A renda das empresas, constituída por lucros retidos e reservas de depreciação, tem como destino a poupança das empresas. REmpresas  S Empresas Como já foi visto antes, o Produto Interno Bruto é igual à Renda Interna Bruta. PIB  RIB Portanto, CUFs  I UFs  I Empresas  CUFs  SUFs  S Empresas Subtraindo o consumo das unidades familiares dos dois lados da equação temos: IUFs  I Empresas  SUFs  S Empresas Provando a identidade macroeconômica: I S b. Numa economia fechada e com governo o Produto Interno Bruto é igual à soma do consumo das unidades familiares com o investimento das unidades familiares, empresas e o governo, mais os gastos do governo. PIB  CUFs  I UFs  I Empresas  I Governo  G A Renda Interna Bruta é igual à soma da renda das unidades familiares com a renda das empresas e a renda do governo. RIB  RUFs  REmpresas  RGoverno A renda do governo, composta por impostos diretos mais impostos indiretos mais outras receitas correntes do governo menos transferências, possui dois destinos: gastos do governo e poupança do governo. RGoverno  G  SGoverno Igualando o Produto Interno Bruto à Renda Interna Bruta, temos: PIB  RIB CUFs  I UFs  I Empresas  I Governo  G  CUFs  SUFs  S Empresas  G  S Governo Cortando os termos iguais dos dois lados, temos: IUFs  I Empresas  I Governo  SUFs  S Empresas  SGoverno Provando a identidade macroeconômica: I S c. Numa economia aberta e com governo o PIB é igual à soma do consumo das unidades familiares com o investimento mais os gastos do governo, mais as exportações de bens e serviços, menos as importações de bens e serviços. PIB  CUFs  I  G  X  M A RIB é igual à soma da renda das unidades familiares com a renda das empresas e a renda do governo, mais a renda enviada ao exterior, menos a renda recebida do exterior, mais as transferências enviadas ao exterior, menos as transferências recebidas do exterior. RIB  RUFs  REmpresas  RGoverno  ( REnv . Ext .  RRe c. Ext . )  (TransfEnv . Ext .  TransfRe c. Ext . ) Igualando o Produto Interno Bruto à Renda Interna Bruta, temos: CUFs  I  G  X  M  CUFs  SUFs  S Empresas  G  SGoverno  ( REnv. Ext .  RRe c. Ext . )  (Transf Env. Ext .  Transf Re c. Ext . ) Cortando os termos iguais dos dois lados, temos: I  X  M  SUFs  S Empresas  S Governo  ( R Env. Ext .  R Re c. Ext . )  (Transf Env. Ext .  Transf Re c. Ext . ) Passando X e M para o outro lado da equação temos: I  SUFs  S Empresas  S Governo  X  M  ( R Env. Ext .  R Re c. Ext . )  (Transf Env. Ext .  Transf Re c. Ext . ) Definindo o conceito de poupança externa como sendo o saldo do Balanço de Transações Correntes, temos: S Externa  M  X  ( REnv. Ext.  RRe c. Ext. )  (Transf Env. Ext.  Transf Re c. Ext. ) Substituindo na equação anterior, chegamos ao seguinte resultado: I  SUFs  S Empresas  S Governo  S Externa Provando, mais uma vez, a identidade macroeconômica: I S 4. a. Renda Interna Bruta (RIB) é a soma de todos os rendimentos gerados na economia no período. b. Produto Interno Líquido (PIL) é igual ao Produto Interno Bruto menos a depreciação. c. Formação Líquida de Capital fixo (FLKfixo) é igual à Formação Bruta de Capital fixo (FBKfixo) menos a depreciação. d. Formação Bruta de Capital fixo (FBKfixo) é a aquisição de bens de capital ou bens de produção (máquinas, equipamentos e edifícios). e. Poupança Externa é o saldo do Balanço de Transações Correntes. Um déficit nesse saldo representa uma poupança externa positiva, ou seja, o país está absorvendo recursos do resto do mundo. Um superávit no saldo do Balanço de Transações Correntes representa uma poupança externa negativa, ou seja, o resto do mundo está absorvendo recursos do país.