Energia Magnética - Um circuito indutivo sempre gera um campo induzido E quando excitado por qualquer agente externo. Este campo realiza trabalho sobre as cargas livres, e se desejarmos gerar algum tipo suave de dinâmica de cargas, precisamos a cada instante do tempo compensar o efeito do campo induzido. Como então calcular o trabalho dispendido na geração de qualquer eletrodinâmica?. - Comecemos com o cálculo da potência dispendida pelo agente externo: P ext = F ext⋅v = q E ext⋅v . (1) Eext é o campo externo (não interessa qual sua origem – ele é definido como E ext ≡ F ext /q , onde Fext designa qualquer tipo de força externa que acelera as partículas, de carga q, a uma velocidade v) que deve então satisfazer E ext =−E . Consideremos também um meio contínuo para o qual q d 3 r , para chegar então à expressão final da potência: P ext =−∫ j⋅E d 3 r , (2) onde reconhecemos o produto de densidade de carga e velocidade como densidade de corrente. - A seguir nos lembremos que e da j =∇ × H ∇⋅ A× B = B⋅∇ × A − A⋅ ∇ × B para reescrever (2) na forma ∂B 3 P ext =∫ H⋅ d r , ∂t identidade vetorial (3) onde usamos o argumento de que os campos se cancelam no infinito para cancelar a integral de superfície associada ao termo do divergente. - Suponhamos a seguir que B = µ H para finalmente concluir que P ext = d 1 H⋅B d 3 r . ∫ dt 2 (4) - Finalmente, escrevendo a potência como a derivada temporal do trabalho, P = dτ/dt , concluímos que a energia de formação do sistema, que nada mais é do que o trabalho externo total usado para trazer o sistema a uma configuração ativa, pode ser escrita como U mag = 1 ∫ H⋅B d 3 r . (5) 2 - Agora que conhecemos a energia, podemos nos perguntar questões mais compexas. A de maior interesse tecnológico é qual a força mecânica necessária para mover um circuito com corrente controlada por baterias externas. Já que neste caso as correntes são mantidas constantes pelas baterias, é de interesse re-expressar (5) em termos delas. Para tanto, usemos B =∇ × A , onde A é o potencial vetor, j =∇ × H , e a identidade acima da Eq. 3, para chegarmos a expressão equivalente de (5): U mag = 1 j⋅A d 3 r . ∫ 2 (6) - A seguir executemos uma ação externa constituída por um trabalho mecânico d mecânico=F mecânica⋅dr combinado com o trabalho dispendido pela bateria em um intervalo dt, 3 3 d bateria=−dt ∫ j⋅E d r=∫ j⋅d A d r . Aqui usamos fato da corrente ser constante para que o dt comute com a corrente, e B=∇ × A com ∇× E=− Ḃ para concluir que E=− Ȧ . 3 - Com tudo isto, e com dU mag =½ ∫ j⋅d A d r , chegamos à expressão F mec⋅dr =−d U mag , de onde finalmente concluímos que para sistemas com corrente controlada, F mecânica=−∇ U magnética . (7) - A partir disto vimos aplicações a solenóides e eletroimãs. O campo do solenóide é apenas interno, e para o cálculo de campos em eletroimãs, vimos que no ferro doce os campos são muito mais intensos do que em regiões externas. Pode-se então considerar que para todos os efeitos práticos, as linhas de campo estão aprisionadas dentro do ferro-doce. Problema: Com exercício, suponham o circuito magnético da figura abaixo, com um solenóide de N voltas transportando uma corrente I. Supondo um material “azul” com permeabilidade µ, calculem a força de atração (ou repulsão) entre as partes verticalmente “móveis” A e B. Desconsiderem os campos nas partes excedentes verticais. A Δx B l1 l2