INTRODUÇÃO Segundo Masunari e Forneris (1981), o termo fital vem sendo utilizado para designar um biótopo marinho particular, onde há interrelações entre populações animais e macrófitas que podem ser algas marinhas ou liquens. Para estas populações animais, a vegetação pode servir como moradia, abrigo ou alimentação (Dutra, 1988). As algas presentes no Costão Rochoso, fixam-se no substrato duro por meio de apressórios e através de raízes. Esses vegetais retiram nutrientes da água circundante e, trata-se de um suprimento de nutrientes, virtualmente inesgotável, uma vez que a água do mar está em constante movimento, graças às marés e aos ventos. Mesmo que as algas e o plâncton esgotem os nutrientes das águas superficiais, a mistura estuarina ou a ressurgência de águas profundas, induzida pelo vento renovam o suprimento (Masunari & Forneris, 1981). As algas apresentam formas e dimensões bastante variadas; muitas são microscópicas, enquanto outras são extremamente desenvolvidas, atingindo centenas de metros. A maioria das algas são de vida aquática, distribuindo-se em ambientes de água doce e de água salgada, vivendo associadas ao plâncton (flutuantes) e no bentos (fixas a um substrato) (Ferri, 1986). As algas ramificadas, mostram uma tendência a correlação positiva entre a quantidade de sedimento e o grau de ramificação dos talos. Assim, pode-se dizer que as características microambientais em cada fital, estão relacionadas com a forma do talo das algas- substrato. Esse fator (forma do talo) é muito importante na distribuição de alguns grupos taxonômicos, como os anfípodas, onde a ramificação do talo sobrepõe outros fatores como temperatura, pluviosidade, salinidade, altura da maré e quantidade de sedimento retido nas algas- substrato. De um modo geral, as algas ramificadas abrigam maior número de anfípodas do que as algas foliáceas (Dubiask- Silva & Masunari, 1995). APÊNDICE - ALGAS Gêneros de algas estudados Briocladia sp Algas de talo ereto filamentoso, bastante ramificado e com porção rastejante. Fixa-se ao substrato por meio de rizóides unicelulares. Possuem ramos que seguem em todas as direções ou, apresentam forma trística (Joly, 1967). Pterocladia sp Algas de talo ereto, mais ou menos achatado, sólido e com crescimento por meio de células apicais. Apresenta organização uniaxial, com eixo principal e ramos laterais curtos. Estes, por sua vez, são muito ramificados, repetindo a ramificação do eixo principal e, conferindo à todo o vegetal, âmbito triangular (Joly, 1967). Ulva sp Essas algas possuem talo membranoso foliáceo ou tubular oco, fixando-se ao substrato por meio de um pequeno apressório, constituído por duas camadas celulares. Algumas células apresentam contorno poligonal, cutícula espessa e um cromatóforo parietal (com um pirenóide), enquanto outras, são bastante alongadas e o cromatóforo está voltado para a parede livre (Joly, 1967). Sargassum sp Algas de tamanho moderado, crescem geralmente em tufos, com várias frondes nascendo de um só apressório. O talo é ramificado e fixa-se ao substrato por um apressório, que encontra-se diferenciado em: eixo central ramificado e cilíndrico, do qual partem ramos curtos, achatados e expandidos em forma de folhas, geralmente elípticas e dispostas alternadamente. As folhas são pedunculadas, apresentam distintas nervuras centrais e bordas crenadas ou denteadas. Outros ramos, também pedunculados, transportam no ápice pequenas vesículas ocas denominadas flutuadores. Na superfície das folhas, encontram-se cavidades com tufos de pêlos pluricelulares (Joly, 1967). Fauna observada Classe Malcostraca Ordem Amphipoda Contém uma grande diversidade de espécies, onde a maioria é marinha. Estes animais apresentam olhos ´sesseis, sem carapaça, embora o primeiro segmento torácico e ás vezes o segundo (Caprellidea), esteja fundido coma acbeça. Em contraste aos isópodos, entretanto, o cotrpo dos anfípodos tende a ser lateralmente comprimido, dando ao animal um aspecto de camarão. Os gamarídeos são essencialmente habitantes do fundo, mas a maioria dos seus membros pode nadar mesmo que infrequentemente. A propulsão para nadar é proporcionada pelos pleópodos e, em alguns grupos, pelos urópodos. A natação ocorre, geralmente, intermitentemente entre as atividades de rastejar e cavar. Alguns anfípodos, especialmente os caprelídeos, estão adaptados para trepar. As extremidades das pernas estão providas de garras para segurar-se a hidróides, briozoários e algas, e até mesmo viver sobre estrelas-do-mar e caranguejosaranha. Os anfípodos também podem ser cavadores e alguns constróem tubos de lodo ou de material secretado. Ordem Isopoda È uma das maiores ordens de crustáceos. A maioria das espécies vive no mar, onde estão amplamente distribuídos, ocupando todos os tipos de habitat, compreendendo um dos mais abundantes componentes da fauna bentônica. A carapaça neste animais está ausente embora o primeiro e/ ou segundo segmentos estejam fundidos com a cabeça Ordem Tanidacea Apresentam semelhanças com os isópodos, São quase que exclusivamente marinhos e muito pequenos (1 a 2 mm de comprimento). A maioria é habitante do fundo da zona litoral, onde vivem enterrados no lodo, constróem tubos ou vivem em pequenos buracos e fendas de rochas. São totalmente predadores, mas alguns, de mares profundos, alimentam-se de detritos orgânicos. Classe Bivalvia Todos são lateralmente comprimidos e possuem uma concha com duas valvas, dorsalmente articuladas, que envolvem completamente o corpo. A cavidade do manto é a mais espaçosa dentre todas as classes de moluscos e brânquias muito grandes, com função coletora de alimentos além de exercer trocas gasosas. Estas características representam modificações que capacitaram os bivalves a se tornarem cavadores de substratos moles, pois a compressão lateral do corpo constitui um vantagem. Classe Polychaeta Referências Bibliográficas Barnes, R. D. 1990. Zoologia dos Invertebrados Ed. Roca. 4ª edição. São Paulo. Dubiaski-Silva, J. &Masunari, S.1995 Ecologia populacional dos Amphipodas (crustácea) dos fitais de Cuiabá, Matinhos, Paraná, Brasil. Ver. Bras. Zoo. 12(2): 373-396. Dutra, R.R.C. 1998. A fauna vágil do fital Pterocladia capillacea (Rhodophyta, Gelidiaceae) da Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Janeiro. Rev. Bras. Biol. 48 (3): 589-605. Rio de Ferri, M.G.1986. Botânica – Morfologia externa das plantas (organografia). Ed. Nobel. PP 127 – 136. Joly, A.B. 1967. Gêneros de algas marinhas da Costa Atlântica LatinoAmericana. EDUSP. 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