Título: Prevalência de enxaqueca entre adolescente de 10 a 14

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Título:
Prevalência de enxaqueca entre adolescente de 10 a 14 anos de idade provenientes de
escolas particulares do município de Tubarão-SC
Autores e Orientadores:
Elisa Casanova dos Reis; Dr. Jaime Lin (orientador).
Introdução:
A cefaleia é uma experiência praticamente universal, sendo raras as pessoas que nunca se
queixaram de uma dor de cabeça. Existem mais de 150 tipos diferentes de cefaleias. Dessas, a
enxaqueca é a principal, tanto por sua frequência na população quanto pelo impacto na vida
dos acometidos.
Estudos apontam que a prevalência da enxaqueca na população geral é de cerca de 20%,
podendo atingir até 30% das mulheres em sua fase mais produtiva, entre 20 e 50 anos de
idade.
(1)
Existe consenso de que em mais da metade das crianças e dos adolescentes com
enxaqueca, a cefaleia tem seu início antes dos sete anos de idade.
(2)
A prevalência aumenta
progressivamente com a idade, chegando próximo dos 30% no final da adolescência.(3)Tão
impactante na infância e adolescência, a enxaqueca representa uma das principais causas de
absenteísmo escolar, sendo responsável pela perda de mais de um dia completo de aula a
cada três meses.(4) Além disso, a qualidade de vida dos adolescentes portadores de enxaqueca
chega a ser pior do que a qualidade de vida de portadores de asma, diabetes ou mesmo
câncer na mesma faixa etária.(4)Apesar da enorme importância, são poucos os estudos em
nosso meio acerca da prevalência populacional de enxaqueca na faixa etária entre 10 e 14
anos de idade.
Palavras-chave:
Enxaqueca, Cefaleia; Adolescentes.
Métodos:
Estudo transversal populacional realizado entre os meses de setembro de 2010 e junho de
2011. Foram enviados questionários detalhados contendo questões acerca de dados
sociodemográficos (idade, gênero), dados clínicos (idade de início das dores de cabeça,
localização, duração das crises, frequência das crises, presença de aura) a todos os alunos
regularmente matriculados nos colégios particulares do município de Tubarão-Santa Catarina,
com faixa etária entre 10 e 14 anos de idade. O diagnóstico de enxaqueca foi realizado a partir
dos critérios clínicos preconizados pela International Classification of Headache Disorders
diagnostic criteria, Second Edition (ICHD-2) O estudo obteve aprovação prévia da Comissão de
Ética e Pesquisa Médica da Universidade do Sul de Santa Catarina (processo número 690). Foi
apresentado a cada aluno, juntamento com o questionário, um termo de consentimento. A
pesquisa foi conduzida segundo os termos da “Declaração de Helsinque” (1964). A análise
estatística foi feita utilizando-se o programa SPSS versão 15.0 para Windows. Foram descritas
as porcentagens, as médias conforme apropriado.
Resultados e Discussão:
Cento e vinte e nove alunos preencheram adequadamente os questionários sendo 44 (34,10%)
do sexo masculino e 85 (65,90%) do sexo feminino. A média de idade encontrada foi de 12,13
anos de idade. Em relação à cefaleia, dos 129 alunos, 91 (70,5%) referiram apresentar
episódios de cefaléia, sendo 65 (76,47%) do sexo feminino e 26 (59%) do sexo masculino. Dos
alunos que referiram cefaléia, 44 (58,35%) preenchiam critérios clínicos para o diagnóstico de
enxaqueca. Entre os alunos do sexo masculino que referiam episódios de cefaléia, 10 (22,72%)
preenchiam critérios clínicos para enxaqueca enquanto que entre os alunos do sexo feminino,
34 (77,28%) preenchiam critérios clínicos para enxaqueca.
No início da adolescência, Laurell et al., avaliando mais de 1300 crianças e adolescentes entre
7 e 15 anos de idade, reportou uma prevalência de enxaqueca de cerca de 14% em
adolescentes entre 10 e 12 anos de idade.(5) A prevalência de enxaqueca em nosso estudo,
apresentou resultados muito maiores que as da literatura, muito provavelmente devido ao fato
de apenas os adolescentes que apresentavam cefaléias recorrentes terem se preocupado em
preencher o questionário enviado a escola, sendo este considerado um fator limitante do nosso
estudo. Em relação ao gênero, encontramos uma prevalência de enxaqueca quase três vezes
maior em meninas. Por interferência de fatores hormonais, o predomínio da enxaqueca ocorre
nos meninos antes da puberdade e passa a ser das meninas a partir daí até atingir a idade
adulta. (6)
Conclusões:
O resultado da pesquisa consistirá na publicação de um artigo destinado a estudantes e
profissionais da área da saúde, bem como pais e educadores, demonstrando a elevada
prevalência de cefaléia entre adolescentes, tendo como sua principal causa a enxaqueca. A
prevalência de enxaqueca entre adolescentes é um tema ainda escasso nos bancos de dados,
e sendo assim, a pesquisa estará contribuindo com informações relevantes para futuros
projetos. Também será confeccionado um pôster para exposição da pesquisa e de seus
resultados, na VI Jornada Unisul de Iniciação Científica - JUNIC e VI Seminário de Pesquisa.
A cefaléia é uma das queixas mais freqüentes do ponto de vista neurológico entre estudantes
adolescentes, sendo a enxaqueca uma das suas principais causas. Tratando-se de uma
condição crônica e debilitante, cujo tratamento médico adequado proporciona melhora na
qualidade de vida, é de suma importância a publicação de dados referentes a esse assunto.
REFERÊNCIAS:
1.
Rasmussen BK. Epidemiology of headache. Cephalalgia 2001 ;21:774-7.
2.
Queiroz LP, Rapoport A, Sheftell F. Clinical characteristics of migraine without aura. Arq
Neuropsiquiatr 1998;56:78-82.
3.
Brna P, Gordon K, Dooley J. Canadian adolescents with migraine: impaired health-
related quality of life. J Child Neurol 2008 ;23:39-43.
4.
Kernick D, Reinhold D, Campbell J. Impact of headache on young people in a school
population. Br J Gen Pract 2009;59:678-81.
5.
Laurell K, Larsson B, Eeg-Olofsson O. Prevalence of headache in Swedish
schoolchildren, with a focus on tension-type headache. Cephalalgia 2004 ;24:380-8.
6.
Sillanpaa M. Changes in the prevalence of migraine and other headaches during the first
seven school years. Headache 1983;23:15-9.
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