XI Jornada de Pedagogia da FAFIPA – 2012 “Formação de professores: os desafios da inclusão” Universidade Estadual do Paraná – Campus de Paranavaí – UNESPAR- FAFIPA Colegiado do Curso de Pedagogia O DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA SEGUNDO NEIL POSTMAN Adriana Aparecida Rodrigues (PIBIC/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-FAFIPA), e-mail: [email protected]; Adão Aparecido Molina (Orientador), e-mail: [email protected] Pintura do século XVII. Disponível em: http://www.pedagogiaaopedaletra.com/2011/02/ 26/concepçao-de-infancia-e-educaçao-infantil. Imagem de leitura. Disponível em: http://peregrinacultural.wordpress.com/tag/secul o-xix/page/2/.html. Moda infantil, 2011. Disponível em: http://criancabemvestida.blogspot.com/2010/09/zar a-kids-look-book-inv-2011.html PALAVRAS-CHAVE: História, Infância, Educação. CONCLUSÃO INTRODUÇÃO Atualmente, se olharmos para as discussões sobre a infância percebemos que, em geral, elas dão mais ênfase às questões microssociais, sem levar em consideração que a criança é um ser histórico e social, e é totalmente influenciada pelas transformações socioeconômicas, políticas e culturais de seu momento histórico. MATERIAIS E MÉTODOS Por intermédio de um estudo bibliográfico, este trabalho buscou conhecer as discussões acerca da infância, voltadas para questões históricas, centrando a reflexão na obra do escritor Neil Postman, articulando seus escritos com as modificações no contexto socioeconômico, político e cultural na sociedade capitalista do final do século XX. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante das transformações socioeconômicas, culturais e políticas ocorridas historicamente, o aparecimento do sentimento de infância surgiu no inicio da modernidade, segundo Áries (2006). Embora detalhadamente descrita, a obra desse autor segue na perspectiva da história das mentalidades descrevendo apenas, os costumes e o comportamento das famílias, não fazendo uma leitura das transformações históricas do período estudado. Entretanto, o escritor norte americano Neil Postman, escreve que o aparecimento da infância se deu a partir da invenção da prensa tipográfica separando o leitor adulto da criança. Em contrapartida ele atribui o desaparecimento da infância à criação do telégrafo e à mídia eletrônica que provocaram uma revolução nas formas de comunicação aproximando o comportamento das crianças, hoje leitoras, cada vez mais ao mundo dos adultos. Além desses fatores culturais estão as transformações na economia e na política do final do século XX, que também contribuíram para uma mudança e para a construção de uma nova ordem na sociedade globalizada. A infância é uma construção social e não uma necessidade biológica, já que o fato de ser criança é um estágio biológico, e a idéia de infância é estabelecida por meio das relações sociais ao longo da história. Percebemos, portanto, a existência de uma nova concepção de infância, pois ao entendermos a infância como construção social é que entendemos, também, que não podemos falar no seu desaparecimento, mas em uma nova significação, ou seja, a infância muda, mas não desaparece. Dessa forma, firma-se a necessidade de incentivar novos estudos sobre essa temática, pois é fundamental conhecermos os fatores históricos, socioeconômicos e políticos que cercam a criança, porque é a partir desses fatores que compreendemos a infância. REFERÊNCIAS ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Tradução de: L’enfant et la vie familiale sous I’Ancien Régime. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. IANNI, Octavio. A política mudou de lugar. São Paulo em perspectiva, São Paulo: 1997. p. 03-07. MORAES, Reginaldo. Neoliberalismo: de onde vem, para onde vai? São Paulo: SENAC, 2001. (Série Ponto Futuro). NOGUEIRA, Marco Aurélio. A dimensão política da descentralização participativa. São Paulo em perspectiva, São Paulo: 1997. p. 08-19. POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Tradução de Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio de Janeiro: Graphia Editorial, 1999.