Roteiro para estudo de Psicofisiologia - 1ª verificação Conceito: Pode ser compreendida como campo da neurociência que estuda as bases fisiológicas do comportamento, estabelecendo uma relação entre a atividade fisiológica e os processos psicológicos. A psicofisiologia é uma área de pesquisa dirigida ao estudo da fisiologia do comportamento, em especial sobre o papel do sistema nervoso nas interações com o resto do corpo (principalmente em relação ao sistema endócrino - liberação hormonal) no controle do comportamento, que podem ser observados em várias espécies animais, incluindo o homem. No que se refere ao comportamento humano, são objetos de estudo, por exemplo, os processos sensoriais, mecanismos emocionais, comportamento motivacional, sono, atenção, aprendizagem, processamento de informações de uma maneira geral e os transtornos psíquicos, como fobias, pânico, depressão, dentre outros. Substratos neuroantômicos envolvidos nas respostas psicofisiológicas: As principais estruturas envolvidas nas respostas psicofisiológicas são: núcleos da base, tronco encefálico, mesencéfalo, bulbo, ponte, tálamo, hipotálamo, amígdala e regiões corticais como o lobo frontal, córtex cingulado e ínsula. A modulação de padrões neuroendócrinos, musculares e glandulares se estabelece mediante a interação do cérebro com a medula espinhal. O Sistema Nervoso Periférico transmite informações sensoriais ao sistema nervoso central, e estas informações então são enviadas para os músculos e glândulas, ativando então respostas motoras e viscerais. O Sistema Nervoso Periférico (SNP) divide-se me sistema nervoso somático (controla o movimento dos músculos esqueléticos) e sistema nervoso autônomo (regulação dos músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas). SNP autônomo simpático: controla as atividades que ocorrem durante um estado de excitação ou exercício. De modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Maior envolvimento com as atividades associadas ao gasto das reservas de energia que estão armazenadas no corpo. Responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. SNP autônomo parassimpático: controla as atividades que ocorrem durante um estado de relaxamento. Maior envolvimento com o aumento do suprimento de energia armazenada no nosso corpo. Responsável pela redução do ritmo cardíaco e aumento da atividade do sistema digestório (aumento do fluxo sanguíneo para o sistema gastrintestinal, por exemplo). Mecanismo do comportamento humano: Existem padrões oriundos da genética, somados á atividade encefálica e fatores ambientais. Um fator determinante á carga genética (DNA), pois é a mesma que constitui a formação encefálica. Ou seja, fisicamente o seu cérebro, assim como as digitais, é diferente de todos os outros. No entanto, o comportamento não é produto apenas das bases neurológicas. O outro fator que o diferencia nossas respostas comportamentais são as experiências pessoais, nossa relação com o meio em que vivemos e o que aprendemos com essas experiências. São essas variações genéticas e de experiência que levam a uma enorme variedade de comportamentos exibidos pelo homem. Relação mente x corpo: Evolução Genes + Experiência Organismo atual + Situação atual Comportamento atual A evolução influencia o banco de genes, que afetam o comportamento. Os genes iniciam um programa único de desenvolvimento neural e a experiência influencia o desenvolvimento do Sistema Nervoso, pois este também depende de suas interações com o meio. Organismo atual e situação atual refletem as capacidades e tendências comportamentais, que são determinadas por seus padrões únicos de atividade neural e pelas experiências, como pensamentos, sentimentos, memória, etc. O comportamento atual surge de interações entre os padrões neurais e a sua percepção da situação atual, surgindo assim uma resposta comportamental á um determinado contexto. Métodos de pesquisa utilizados no campo da psicofisiologia: Existem dois métodos básicos: os experimentais e os comportamentais. Dentre os métodos experimentais temos os instrumentos para visualização do cérebro: Tomografia computadorizada (TC), Imagens por Ressonância Magnética (IRM), Imagens Funcionais do Encéfalo. E temos ainda os que visam o Registro da Atividade Psicofisiológica: Eletroencefalograma (EEG), Polissonografia, Eletromiografia, Eletrooculografia, Eletrocardiograma. Os métodos comportamentais mais usados são: Testes Neuropsicológicos, Métodos da Neurociência Cognitiva, Experiências laboratoriais sobre comportamento animal. Bases neurais das emoções: O Sistema límbico é o principal modulador das respostas emocionais, e podemos conceituar o mesmo como conjunto de estruturas do Sistema Nervoso Central que participam da coordenação subjetiva e comportamental das emoções. Duas outras estruturas exercem papel importante nesse processo: o tálamo – fundamental á “filtragem” e transmissão das informações sobre o ambiente à amígdala – e o córtex – fundamental para o reconhecimento, discriminação e/ou categorização dos estímulos. Dentre as principais regiões encefálicas para percepção e organização das respostas diante da experiência emocional, estão: Amígdala: Integra informações sensoriais às respostas comportamentais e fisiológicas, especialmente para estímulos que sinalizam perigo. Está envolvida na aprendizagem do medo e no armazenamento de memórias emocionais (memória implícita), em especial quanto a situações perigosas, servindo de alerta, de “disparo” para reações emocionais tais como mudanças autonômicas, endócrinas e somáticas, bem como mudanças neuromodulatórias da função cortical (padrões cognitivos e comportamentais). Hipotálamo: Estrutura central na geração e elaboração de respostas motoras, autonômicas e endócrinas (através de suas ligações com a hipófise), que compõem o comportamento emocional apropriado para cada estímulo. Córtex pré-frontal: Associada á capacidade de planejamento de ações e previsão das suas conseqüências no futuro, tem como uma das principais funções a regulação do comportamento. Aspectos individuais e padrões de personalidade também são modulados por esta região. Inclui estratégias para aumentar, manter ou diminuir um ou mais componentes da resposta emocional, componentes são os sentimentos, os comportamentos e as respostas fisiológicas que constroem os estados emocionais. A participação do córtex frontal diz respeito á escolha e utilização de estratégias de regulação emocional com o intuito de diminuir o impacto da resposta/comportamento emocional. Córtex cingulado e Insula: O córtex cingulado foi relacionado recentemente a uma espécie de sistema de alarme, principalmente no que se refere a dor (tanto física quanto afetivosocial). Esses mecanismos servem como detectadores de pistas para recursos atentivos ou de enfrentamento para minimizar o “perigo”, já que a dor configura um estado de sofrimento. O córtex insular exerce um papel importante na atenção voltada para os estados corporais internos e as conseqüentes sensações subjetivas dos estados emocionais. A ínsula é considerada o “córtex sensorial emocional”, incluindo dor, percepção de temperatura, coceira, sensações musculares e viscerais, fome , sede e propriocepção.