CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ PAOLA GIOVANNA FALASCA GALUTTI HENRIQUE TAKAAKI TAMOTO PROLIFERAÇÃO BACTERIANA E CONTROLE MICROBIOLÓGICO EM PLÁSTICOS UTILIZADOS EM LABORATÓRIO Santo André 2011 PAOLA GIOVANNA FALASCA GALUTTI HENRIQUE TAKAAKI TAMOTO PROLIFERAÇÃO BACTERIANA E CONTROLE MICROBIOLÓGICO EM PLÁSTICOS UTILIZADOS EM LABORATÓRIO Relatório Final apresentado ao Programa de Incentivo à Iniciação Científica do Centro Universitário Fundação Santo André. Orientadora: Profa. Dra. Priscila Reina Siliano da Silva SANTO ANDRÉ 2011 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 6 3. OBJETIVO............................................................................................................... 7 4. METODOLOGIA...................................................................................................... 8 4.1. CEPAS .............................................................................................................. 8 4.2. POLÍMEROS TESTADOS ................................................................................ 8 4.3. TESTE DE ADESÃO EM PLÁSTICO................................................................ 8 4.4. TESTE DE ESTERELIDADE ............................................................................ 9 4.5. CONTROLE MICROBIOLÓGICO ..................................................................... 9 5. RESULTADOS ...................................................................................................... 10 6. CONCLUSÃO........................................................................................................ 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12 APÊNDICE ................................................................................................................ 13 1. INTRODUÇÃO Polímeros são compostos tanto orgânicos quanto inorgânicos, naturais ou sintéticos de alta massa molar (da ordem de 104 a 106 g/mol (AKCELRUD, L), compostas por unidades menores, os monômeros, e se formam a partir da polimerização. Caracterizam-se por seu tamanho, estrutura química e interações intra- e intermoleculares. Possuem unidades químicas ligadas por covalência, repetidas regularmente ao longo da cadeia denominadas meros. As unidades repetitivas dos polímeros unem-se, de modo a formar uma estrutura linear, ou ramificada. As ramificações podem, ainda, interligar-se e formar uma rede tridimensional reticulada. (VISSER, HERGENROTHER, COOPER). Os plásticos, borrachas e fibras formam os três grandes grupos de polímeros sintéticos, diferenciando-se pelo modo como respondem quando submetidos à força ou tensão, entre outras características, conferindo-lhes suas propriedades mecânicas (LOPES, 2007). Por serem leves e resistentes, práticos e versáteis, duráveis e relativamente baratos, os polímeros se tornaram parte do nosso dia-a-dia, sendo utilizados desde recipientes para alimentos, CDs, garrafas, remédios, canos de PVC e panelas antiaderentes, até estofamento de veículos e autopeças. Cada polímero é mais ou menos indicado para certas aplicações dependendo de propriedades físicas, mecânicas, óticas e/ou elétricas (MANO, 1999). Em determinados setores, como na indústria alimentícia ou farmacêutica, por exemplo, falhas nos procedimentos de higienização podem fazer com que resíduos aderidos aos equipamentos e superfícies transformem-se em potencial fonte de contaminação. Sob determinadas condições, os microrganismos se aderem, interagem com as superfícies e iniciam crescimento celular. Essa multiplicação dá origem a colônias e quando a massa celular é suficiente para agregar nutrientes, resíduos e outros microrganismos, está formado o que se denomina biofilme (COSTERTON, MARRIE, 1985; ZOTTOLA, 1994). Os biofilmes contêm partículas de proteínas, lipídeos, fosfolipídeos, carboidratos, sais minerais e vitaminas, entre outros, que formam uma espécie de crosta, debaixo da qual, os microrganismos continuam a crescer. No biofilme, as bactérias estão fortemente aderidas a uma superfície por meio de filamentos de natureza proteica ou polissacarídica, denominada glicocálix (MOSTELLER e BISHOP, 1993). Os microrganismos estão mais resistentes à ação de agentes químicos e físicos, como aqueles utilizados no procedimento de higienização, quando estão no biofilme. (PARIZI, 1998; MOSTELER e BISHOP, 1993). O trabalho vai procurar analisar se diferentes materiais poliméricos utilizados no laboratório apresentam comportamento diferente em relação a adesão microbiana e a formação de biofilme. 2. JUSTIFICATIVA Pesquisas em laboratório, por vezes, são realizadas em tubos e placas de plástico. Já foi demonstrado que polietileno e o polivinil favorecem a adesão de microrganismos a superfície do material (DONLAN & COSTERTON, 2002). É importante que a pesquisa seja realizada com os instrumentos corretos para que não haja interferência nos resultados devido ao material utilizado. É possível que o polipropileno e/ou o poliestireno, polímeros dos tubos e placas utilizadas em laboratório, favoreçam a adesão de bactérias à sua superfície. 3. OBJETIVO Verificar se diferentes polímeros favorecem a adesão de Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli a superfície de materiais poliméricos utilizados em laboratório. 4. METODOLOGIA 4.1. CEPAS Foram utilizadas culturas bacterianas, encontradas na bacterioteca do Laboratório de Biologia do Centro Universitário Fundação Santo André: - Escherichia coli - Staphylococcus aureus - Klebsiella pneumonia - Pseudomonas aeruginosa 4.2. POLÍMEROS TESTADOS Serão utilizadas amostras plásticos de diferentes origens usados em laboratório: - Pipeta Sorológica - Pipeta Pasteur - Poliestireno de alta e baixa densidade (Placa de Petri) - Polipropileno (Tubo Falcon, Ponteira de Micropipeta) - Polietileno (Tampa de Tubo Falcon, Pipeta Pasteur) 4.3. TESTE DE ADESÃO EM PLÁSTICO Amostras de aproximadamente 1ml3 de plásticos previamente testados quanto à esterilidade antes de se iniciar qualquer teste de contaminação e desinfecção (item 4.4). As amostras de plásticos foram introduzidas em meio de cultura de caldo nutriente (Merck) já crescido com a cepa bacteriana por 24h a 37°C. O plástico ficará em inoculação no caldo bacteriano por mais 24h à 37º. Após este período, o plástico foi retirado e seco ao ar livre. Posteriormente, o mesmo foi novamente inoculado em caldo nutriente estéril a 37°C por 24h. A turvação do meio de cultura apresentada após este período indicará a contaminação bacteriana do plástico. 4.4. TESTE DE ESTERELIDADE Antes da inoculação bacteriana, o plástico foi testado quanto à sua esterilidade, agitando-o em um tubo de ensaio estéril com soro fisiológico e mergulhando-o em caldo nutriente estéril por 24h a 37ºC. Estimando que após este período não houvesse turvação do meio, indicando a ausência de contaminação. 4.5. CONTROLE MICROBIOLÓGICO Os plásticos contaminados foram introduzidos em soluções de desinfetantes para testes de controle microbiológico. Foi utilizado apenas o Hipoclorito de Sódio (1%), dos 5 desinfetantes estimados, com sua total concentração e com um terço, meio e um quarto de sua concentração inicial.: - Álcool Absoluto - Álcool 70% - H2O2 10 volumes - Quaternário de amônio (1%) - Hipoclorito de Sódio (1%) A amostra de plástico contaminada foi mergulhada em desinfetante por 1 hora. Após este período o plástico foi novamente inoculado em caldo nutriente por 24h a 37°C para verificar o crescimento. O esperado foi que para o agente químico pudesse considerado eficaz, não indicando turvação que deveria aparecer no meio de cultura após o período, assim como nenhum dano na estrutura do plástico deveria ser notado. 5. RESULTADOS Apenas as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus cresceram no caldo. A semeação das bactérias Klebsiella pneumonia e Pseudomonas aeruginosa, falhou. Não houve crescimento das mesmas no caldo nutriente. A tabela abaixo mostra a formação de biofilme de bactérias em relação às amostras de polímeros, que é o primeiro passo para iniciar os testes com desinfetantes. Turvou Staphylococcus aureus Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Turvou Escherichia coli Polipropileno Poliestireno Polietileno AD Polietileno BD Tabela que indica o crescimento bacteriano nas amostras. De acordo com a tabela abaixo, não houve turvação nas concentrações utilizadas. O que comprova a inexistência dos microrganismos semeados. O tempo em que as amostras foram mantidas na estufa, foi de 24h. Após mais 24h não houve nenhuma alteração nos dados obtidos. 100% Polipropileno Poliestireno Polietileno AD Polietileno BD 75% 50% 25% Escherichia coli NT NT NT NT Staphylococcus aureus NT NT NT NT Escherichia coli NT NT NT NT Staphylococcus aureus NT NT NT NT Escherichia coli NT NT NT NT Staphylococcus aureus NT NT NT NT Escherichia coli NT NT NT NT Staphylococcus aureus NT NT NT NT Tabela de turvação da relação entre os polímeros, bactérias e uso de Água Sanitária (solução de hipoclorito de sódio) diluída. *NT = não turvou 6. CONCLUSÃO Os resultados mostram que não há diferença visível entre o crescimento das bactérias, Escherichia coli e Staphylococcus aureus, nos tipos de polímeros utilizados. Durante o trabalho percebeu-se que o ideal para trabalhar com a proliferação bacteriana é utilizar de materiais planos para que sejam ou pouco côncavos junto de um equipamento que possa medir o crescimento espacial dos micróbios. Quanto ao controle, todas as concentrações se fizeram eficientes, porém, sabemos que a água sanitária é um desinfetante muito forte, e para descobrir o ponto em que ela não se torna mais eficiente em função de suas diluições é preciso fazer diluições maiores do que as feitas nos procedimentos. REFERÊNCIAS AKCELRUD, L. Fundamentos da ciência dos polímeros, Barueri, S.P. Manole, 2007. ALTERTHUM, Flávio; TRABULSI, Luiz Rachid. Microbiologia. COSTERTON, J.W., MARRIE, T.J., CHENG, K. J., Phenomena of bacterial adhesion. In: Bacterial Adhesion. (Ed.) London: Plenum Press, p.3-43, 1985. DONLAN, R.M. & COSTERTON, J.W. Biofilms: survival mechanisms of clinically relevant microorganisms. Clinical Microbiology Reviews, v. 15, n.2, p. 167-193, 2002. MANO, E.; Introdução a polímero, Ed. Edgard Blucher, 2a Ed. (1999). MOSTELLER, T. M., BISHOP, J.R., Sanitizer efficacy against attached bacteria in a milk biofilm. Journal of Food Protection, v.56, n.1, p.34-41, 1993; TORTORA, G,J. FUNKE, B.R. CASE, C, L. Microbiologia - 8. Ed. VISSER, S. A.; HERGENROTHER, W.; COOPER, S. Polymers. In: Biomaterials Science: An introduction to materials in medicine, Academic Press (1996) 50-60. Na Internet: LOPES, Léa: Texto elaborado para a 1ª Semana de Polímeros do IMA, 2007. Acesso em 20 de Outubro de 2011. Disponível em: <http://www.ima.ufrj.br/uploads/2010/01/30/o-que-sao-polimeros-sinteticos.pdf>. APÊNDICE QUANTIDADE DE MOLÉCULAS DE HIPOCLORITO DE SÓDIO UTILIZADAS. 100% 1,68x10-3 mol de NaClO 75% 1,68x10-3 x 0,75 = 1,26x10-3 50% 1,68x10-3 x 0,5 = 6,3x10-4 25% 1,68x10-3 x 0,25 = 1,575x10-4