Como definir uma clínica escola enfocando o pagamento? (Comissão de Estudos) A clínica de psicologia é uma instituição vinculada à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e tem por função atender a comunidade em geral. As pessoas que realizam o atendimento são estagiários de psicologia cursando a partir do 8º semestre. Sendo estagiários(as), questionamo-nos muito sobre essa prática que iniciamos recentemente e que, de certa forma, é o princípio de nossa prática profissional. A clínica de psicologia da Unijuí possui algumas características que diferem de uma clínica particular. Uma delas é a característica de clínica-escola e talvez essa seja a característica principal, a qual subdivide-se em grupos, sendo eles: o atendimento é feito por estagiários(as) de psicologia; possui vínculo com a universidade; não deve-se cobrar o valor de uma clínica particular; todo estagiário possui um professor supervisor, etc. Devido a tais características particulares, a questão do pagamento é fator que obstaculiza, por vezes, a experiência da prática clínica. Primeiro por que, sendo uma instituição vinculada à universidade e atendida por estagiários, faz circular no imaginário social ser uma clínica com atendimento gratuito. Segundo, por parte dos alunos, categoria a qual me incluo, que pensamos o pagamento ser a experiência proporcionada pelo paciente, o qual contribui para o “crescimento” do nosso saber. A palavra estagiário parece barrar algo que autorizaria a prática profissional, como se a insegurança nesta hora, fosse aplacada por um diploma outorgando a função. Após algumas reuniões de estudo, enfocando o tema “pagamento”, pudemos perceber que aquilo que mais nos questiona não é o que realmente importa para o tratamento analítico, digo, a posição de estagiário é de defrontar-se com este momento de questionamentos como: o que cobrar, quando, quanto, mas no tratamento analítico importará de que forma o paciente trabalhará suas questões subjetivas referentes ao pagamento, em última instância, à dívida simbólica com o pai. E as questões que assombram a prática clínica de profissionais ou estagiários, deve ser tratada na análise de cada um. Tal discussão, organizada sob forma de reuniões de estudo, me auxiliou no entendimento do “famoso enunciado” que é o tripé necessário à formação do profissional que trabalha seguindo a teoria psicanalítica, ou seja, a clínica, supervisão e análise própria. Laís Sartor