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CAMILA CALEGARI VECKY
OTÁVIO EMMEL BECKER
RELAÇÕES INTERMAXILARES
Florianópolis, 16 de novembro de 2006
CAMILA CALEGARI VECKY
OTÁVIO EMMEL BECKER
RELAÇÕES INTERMAXILARES
Trabalho realizado na disciplina de Prótese
Parcial Removível, solicitado pelo professor Izo
Milton Zani, no 8º semestre do Curso de
Odontologia.
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis, 16 de novembro de 2006
Introdução
Relações maxilomandibulares são todas as posições que a mandíbula assume com a
maxila objetivando através de sua obtenção uma reabilitação por meio de próteses dentárias.
O registro correto de uma relação intermaxilar propicia o estabelecimento de um novo
padrão oclusal, permitindo a confecção de uma PPR eficaz, confortável, estética e que
distribui as forças mastigatórias adequadamente dos dentes remanescentes.
Relações Intermaxilares
Oclusão
A palavra oclusão significa, Oc = para cima; Cludire = fechar.
A palavra oclusão são as posições de fechamento da mandíbula. São posições entre as
superfícies oclusais dos dentes inferiores e superiores, quando em contato. Na PPR,
observamos uma correta oclusão, quando ocorre harmoniosa distribuição de forças durante o
contato dentário.
Determinantes Fixos da Oclusão
* Relação Cêntrica
* Distancia Intercondilar
* Guia Condilar (separação dos dentes posteriores)
* Ângulo de Bennett
* Ângulo de Fischer
Relação Cêntrica
É a posição de referência mais importante existente entre os maxilares, a partir da qual
se obtém os registros para a montagem em articulador e então realizar restaurações protéticas.
É uma posição fisiológica reproduzível, que independe do contato dental e é de
extrema importância no diagnóstico dos problemas oclusais. A localização dos côndilos deve
estar situada no seu eixo de rotação terminal. Ela acaba sendo secundária dada a importância
que se tem não só no diagnóstico dos problemas oclusais como também no planejamento dos
trabalhos restauradores.
É uma relação exclusivamente articular quando os côndilos se encontrarem
centralizados na fossa articular, numa direção supero-anterior. Em casos em que o paciente
esteja com deslocamento total ou parcial anterior do disco, é possível que o paciente não
possua RC reproduzível. Nenhum procedimento restaurador reabilitador definitivo (metal ou
porcelana) deverá ocorrer antes de resolução dos problemas articulares.
Requisitos imprescindíveis para obter um registro correto de relação cêntrica:
- o paciente deve aprender e reproduzir o movimento, pelo que se ensaiará várias vezes a
manobra até obter sua colaboração.
- o paciente estará em posição ligeiramente supina, relaxado e com a cabeça hiperestendida.
- não se deve forçar a mandíbula. O eixo terminal de bisagra localizar-se-á em uma posição de
abertura a base de arcos corretos de 2 ou 3 milímetros, sem contato dentário algum que altere
o registro. A pressão será sem dor. Se há dor, o côndilo doloroso é empurrado para frente pela
musculatura. Quando o côndilo e o disco são adaptados contra o osso de ligamento, a pressão
sobre o côndilo não causara dor, nem sensibilidade.
Técnica de Registro da Relação Cêntrica:
Basicamente existem três técnicas:
1 Técnica de Lucia
2 Técnica de Ramfjord
3 Técnica de Dawson
Estas técnicas baseiam-se mais nas teorias que cada uma delas preconiza do que nos
materiais que se utilizam. Existem outras técnicas que se baseiam nessas ou derivam delas.
1 Técnica de Lucia:
Confecção de um guia anterior de resina que se ajusta de uma maneira progressiva até
obter a um contato central sobre o plano inclinado que possibilita a posição de Relação
Cêntrica. A Relação Cêntrica é registrada conservando este guia anterior e intercalando
material de registro nas zonas laterais dos pré-molares e molares. Esta resistência anterior
serve de ponto de apoio para obter uma posição póstero-superior e mesial dos côndilos e
suprime o reflexo de fechamento que está guiado pelos mecanismos propioceptivos não
mandibulares.
2 Técnica de Ramfjord:
A relação cêntrica é uma posição ligamentosa, determinada pelos ligamentos e demais
estruturas da ATM. O principal requisito para determiná-la é que os côndilos estejam
colocados dentro da cavidade glenóidea e na posição de bisagra terminal de RC. Outro fator
importante é o relaxamento da musculatura. Em geral há três fatores a controlar:
- a tensão psíquica e emocional,
- a dor da ATM,
-
a ação reflexa protetora.
1. o paciente sentado confortavelmente com encosto inclinado mais ou menos 60-70 graus.
Um travesseiro debaixo da parte posterior inferior da cabeça para que não haja tensão nos
músculos da nuca. Pede-se ao paciente o relaxamento dos braços e pernas.
2. pedimos para que fixe o olhar em um objeto circular de 30 a 40 centímetros e que respire
lentamente pelo nariz.
3. pedimos ao paciente que abra a boca tanto quanto seja possível e a mantenha nessa posição
o maior tempo possível (máximo de 1 minuto).
4. Colocamos o polegar direito sobre os incisivos centrais inferiores e o indicador debaixo do
queixo. O polegar devera estar bem junto aos incisivos inferiores, evitando todo contato com
os antagonistas ao estar entre ambas às arcadas.
5. pedimos ao paciente para relaxar, com voz suave e para respirar lentamente pelo nariz.
6. deve haver tranqüilidade e nossas manobras não deverão provocar nenhuma dor.
7. guiaremos a mandíbula, primeiro a uma abertura máxima e logo a seguir a várias aberturas
de menor grau, para ir acomodando-a a nossa manobra. Estas duas posições são feitas porque
os reflexos protetores que se associam aos contatos defeituosos fazem-se menos ativos.
8. quando temos a mandíbula situada em RC vamos fechando-a progressivamente, até que o
centro superior de nosso polegar toque a borda dos incisivos centrais superiores em plano
inclinado.
3 Técnica de Dawson:
É a posição mais elevada e posterior que possam ocupar os côndilos dentro de suas
cavidades glenóideas. É uma posição forçada por contração dos músculos elevadores e não
será a posição mais retraída, já que é possível levar os côndilos mais distalmente da RC. Para
que estes côndilos possam deslocar-se para adiante ou para trás, primeiramente deverão
descer e isto tem uma grande importância no momento do tratamento oclusal, isto é, se a RC
não está corrigida com toda a exatidão, a oclusão estará relacionada com os côndilos
deslocados para baixo. Ao contraírem-se os músculos elevadores que estão situados
distalmente aos dentes posteriores, elevam-se os côndilos e toda a força dirige-se aos molares
distais, para dar um ponto de apoio para a rotação dos côndilos, dado que essa força cobre um
plano inclinado. Se desejamos localizar esse contato prematuro, montamos o modelo em uma
posição em que os côndilos estejam numa posição mais elevada para logo ir fechando até o
primeiro contato, mantendo os côndilos colocados em seus eixos mais superiores.
Técnica:
1. Colocar a cadeira de tal maneira que o paciente esteja com sua cabeça em
hiperextensão e possa estar na altura e presa em nosso tórax e antebraço. A cabeça não
poderá mover durante a manobra.
2. Colocar a cabeça em hiperextensão.
3. Colocar suavemente quatro dedos de cada na mão na borda inferior da mandíbula. O
mínimo situar-se-á a nível do ângulo da mandíbula. Colocaremos as polpas dos dedos
sobre a borda do osso com suavidade. Não exerceremos pressão até estarem colocados
todos os dedos na posição correta em ambos os ramos horizontais da mandíbula.
4. Os polegares de ambas as mãos na pele localizada acima da sínfise mentoniana
exercendo pressão para baixo e para trás. Deveremos fazer que toquem as pontas de
polegares.
5. Nesta posição e tendo a mandíbula segura, fazemos movimentos bem suaves, abrindo
e fechando a boca em um trajeto de 2 a 3 milímetros. Repetiremos a operação várias
vezes para treinar o paciente. Não permite que o paciente abra e feche a boca
totalmente. Em caso de fazer pressão para cima e para trás, forçando a posição,
provocaremos um reflexo de estiramento dos músculos pterigóideos externos que se
contrairão e levarão os côndilos para frente da RC.
6. Seguidamente repetiremos essa posição. Toma-se com a mão direita o queixo do
paciente, apoiando-se sobre o dedo indicador e pegando-o entre este e o polegar, e
aplica-se uma pressão para baixo e para trás mediante os polegares e para cima com os
dedos. É a mesma força e a mesma direção que produz contração no músculo
elevador.
Esta posição é aceitável como RC se apesar da pressão aplicada não provoque dor por tensão
em ambas a zonas articulares. Se há dor, deve-se determinar a causa que a produz.
Oclusão Central (OC)
Posição exclusivamente dentária com máxima intercuspidação e independente da
relação condilar.
Embora difícil de quantificar, é importante considerar que a maioria dos pacientes
apresentam diferenças entre a RC e a MIH, e estas variam em média de 0,5 a 1,5 mm.
Relação entre RC e OC
A relação entre RC e OC pode ser d 3 tipos:
1 RC = OC, 2 RC # OC, sem sintomatologia, e 3 RC # OC, com sintomatologia.
Quando houver sintomatologia, essa deve ser sempre solucionada antes da confecção
da prótese. Nos casos sem sintomatologia devemos cuidar para não produzir interferências
com a prótese.
Movimentos de Lateralidade
* Lado de trabalho:
É o lado para qual a mandíbula se movimenta até que as cúspides de mesmo nome se
alinhem. Movimento de Bennet é o movimento realizado pelo corpo mandibular
* Lado de Balanceio:
É o lado oposto ao de trabalho. O côndilo movimenta-se para frente, para baixo e em
direção à linha mediana, sobre a eminência articular.
* Ângulo de Bennett:
O deslocamento resultante do côndilo do lado de balanceio para dentro forma, com o
plano sagital, um ângulo denominado ângulo de Bennett.
* Ângulo de Fischer:
O deslocamento resultante do côndilo do lado de balanceio para baixo da forma com o
plano horizontal o ângulo de Fischer. Determina a altura da cúspide dos dentes posteriores.
Determinantes Variáveis da Oclusão
* Altura das cúspides
* Profundidade das fossas
* Dimensão vertical
* Direção dos sulcos de escape
Guias de Desoclusão
* Guia incisal:
A guia incisal associada à trajetória condílica são os fatores responsáveis pela
desoclusão dos dentes posteriores durante os movimentos protrusivos. Nem todos pacientes
com ausência de guia anterior desenvolvem disfunções, sendo que o seu restabelecimento
torna-se uma conseqüência do diagnóstico ou do plano de tratamento. Alguns métodos de
restabelecimento da guia incisal envolvem próteses, ortodontia, uso de placas, etc.
* Guia de desoclusão lateral:
Ideal com contatos apenas no lado de trabalho, pois contatos no lado de balanceio
podem tornar-se prejudiciais. O ajuste oclusal pode ser uma opção para eliminar o contato
indesejado. No caso de interferências que permanecem no lado de balanceio após a
reabilitação da guia de desoclusão do lado de trabalho, o ajuste por desgaste seletivo pode
estar indicado.
Desoclusões em grupo são indicadas apenas na ausência do canino ou na presença de
condição periodontal desfavorável.
Deve-se evitar a desoclusão apenas sobre dentes artificiais de uma PPR. Além disso a
PPR quando oclui contra uma prótese total deve apresentar desoclusão balanceada.
* Plano Oclusal:
Deve ser corrigido quando apresentar extrusões ou migrações dentais através de
acréscimo ou desgastes no esmalte e ás vezes em dentina (utilizar flúor a 8% nesse último
caso para diminuir a sensibilidade). Caso sensibilidade permaneça, restaurações metálicas
fundidas podem ser indicadas.
* Interferências oclusais:
Devem ser removidas apenas na presença de sintomatologia ou quando
impossibilitarem a confecção da prótese na sua condição adequada.
Análise Funcional da Oclusão
Casos simples que não apresentam alterações no plano oclusal ou grandes
discrepâncias entre RC e OC ou contatos no lado de balanceio podem ser avaliados
diretamente na boca. Os casos mais complexos devem ser montados em articuladores semiajustáveis e um enceramento de diagnóstico é indicado de ser realizado.
Lei Diagonal de Thilemann
Geralmente um problema periodontal ocorre entre o incisivo lateral e o canino do lado
oposto ao da interferência conforme a lei de Thilemann que preconiza o seguinte:
“Interferências nos dentes posteriores podem restringir os movimentos funcionais da
mandíbula, provocando alterações periodontais na região anterior, diagonalmente oposta à
interferência.”
Dimensão Vertical
É o espaço intermaxilar para uma determinada posição da mandíbula. Pode ser
entendida ainda como qualquer medida vertical de uma posição fixa da mandíbula em relação
à face.
Dimensão Vertical de Repouso
Mandíbula em posição postural (repouso).
Dimensão Vertical de Oclusão
Superfícies oclusais dos dentes em MIH.
Espaço Funcional Livre (EFL)
Espaço que varia entre 1 e 4 mm entre dentes antagonistas quando a mandíbula estiver
em posição repouso. Esta relação deve ser sempre respeitada quando modificamos a DVO e
devemos levá-la em consideração quando queremos determinar a DV perdida.
O equilíbrio entre os músculos elevadores e abaixadores determina o ELF. Sendo
assim, torna-se extremamente difícil determinar o ELF pois é uma relação que se modifica de
acordo com postura da cabeça, hiperatividade muscular, tensão emocional e medicação.
Como não existe método preciso para determiná-la empregamos o bom senso.
Determinação da DVO
DVO = DVR – ELF (aprox. 3mm)
Determinação da DVR
Nenhum método tem extrema e absoluta precisão.
No caso de haver prótese total, esta deve ser mantida na boca para posicionar a língua
fisiologicamente.
Método do Compasso de Willis: terço médio da face (canto do olho à comissura
labial) possui dimensão semelhante ao terço inferior da face (base do nariz à base do mento).
Método do Repouso Muscular: associado ao método de Willis. Pede-se para o paciente
pronunciar o som da letra “M” bem longo e então se mede a distância entre dois pontos, um
na maxila e outro na mandíbula.
Outros métodos:
Relaxamento realizado pelo dentista nos músculos bucinadores.
Paciente umedece os lábios.
Contagem rápida dos números de 60 a 69.
Aspectos da DVO
Se o paciente possuir uma DVO satisfatória esta deve ser mantida. A DVO só deve ser
restituída quando não houver espaço para a prótese ou quando a DVO foi perdida e deve ser
feito através de placas oclusais e/ou provisórios para se avaliar a manutenção do sistema
estomatognático uma vez que este é um método reversível.
Reabilitação com PPR
1. Arco antagonista com dentes naturais ou PPF
2. Arco antagonista edêntulo ou com prótese total.
1a- Número de dentes naturais suficientes capazes de determinar o padrão oclusal que será
seguido. Relação oclusal corrigida apenas se necessário.
1b- Sinal ou sintoma de disfunção crânio mandibular. Diagnosticar e tratar musculatura e
articulação antes da reabilitação oclusal.
Requisitos para a estabilidade maxilo-mandibular: cargas axiais direcionadas para o
longo eixo do dente, contatos bilaterais simultâneos e estáveis em MIH, não haver
interferência no lado de trabalho, ausência de contato no lado de balanceio e dos dentes
posteriores durante protrusão, guia incisal adequada aos movimentos da mandíbula.
2a- Utilizar RC para determinar a MIH em pacientes edêntulos uma vez que a RC propicia
centricidade condilar e equilíbrio da musculatura da mastigação.
Perda da DV em pacientes com disfunção crânio mandibular
1- pacientes dentados com perda da DV
2- pacientes desdentados com perda da DV
1a- perda da DV devido à ausência de molares com conseqüente vestibularização dos dentes
anteriores e extrusão dos posteriores sem antagonistas. Podem apresentar dores musculares
e/ou articulares, ruídos articulares, desvios na abertura e fechamento da boca, mastigação
unilateral. A PPR pode recuperar a DV com uma contenção na palatal dos incisivos
superiores, onde estarão as guias de desoclusão obtendo também espaço na região posterior
para os dentes artificiais.
1b- perda da DV devido a desgaste dos dentes artificiais de uma PPR. Devemos acrescentar
resina acrílica sobre os dentes artificiais da PPR.
Quando não houver uma PPR ou ela for insatisfatória realizamos uma placa de mordida que
restabelece a DV e o suporte molar. Essa placa possui a RC igual à OC, contatos bilaterais
simultâneos, liberdade durante os movimentos protrusivo e em lateralidade com contato
respectivamente do lado de trabalho e dos dentes anteriores para o restabelecimento da DV.
2a- quando houver uma prótese total superior contra uma PPR inferior e apresentar perda da
DV com dores musculares e/ou articulares, deve-se realizar uma placa de mordida sobre a
prótese total de forma semelhante às placas totais de relaxamento realizadas para pacientes
desdentados e que dessa maneira restabeleça a DV perdida, ou acrescentar nos dentes da
prótese.
2b- quando não houver uma PPR inferior, realiza-se uma placa de mordida inferior com
suporte molar reproduzido e que estabelece a DV perdida ou uma ppr provisória.
Registro das relações intermaxilares em PPR
As PPRs devem restabelecer as relações oclusais e respeitar os tecidos de suporte.
1 – Dentossuportadas. A relação maxilo-mandibular é obtida com um rodete de cera
colocado no espaço desdentado sobre uma placa de resina acrílica.
2. – Dentomucosossuportadas.
1 – Classe IV não extensa e III de Kennedy. Os dentes artificiais podem ou não participar das
guias de desoclusão. A extensão da área desdentada, qualidade do suporte periodontal dos
dentes remanescentes e os determinantes fixos da oclusão determinarão se a guia de
desoclusão será em grupo ou canina.
Para minimizar sobre os dentes de suporte das forças não axiais a desoclusão deve
ocorrer exclusivamente sobre dentes naturais. Caso a desoclusão em grupo ou com
participação dos dentes artificiais da PPR se tornar necessária algumas condições especiais
deverão ser seguidas: braços de reciprocidade, conectores maiores e menores devem ser
reforçados e um número maior de dentes deve ser utilizado para o suporte da PPR. Dentes
artificiais de resina são inadequados se houver uma maior exigência oclusal neles.
Podemos fazer com que a desoclusão ocorra na própria armação, criando superfícies
metálicas com características oclusais ou confeccionando coroas metálicas que fazem parte da
própria armação e que substituem as selas. A estética vestibular é conseguida através de
facetas de resina.
2 – Classes I e II de Kennedy. Quando houver dentes hígidos a melhor opção é que a
desoclusão ocorra nesses dentes.Quando ocorrer desoclusão envolvendo a PPR ocorrerá
transmissão das forças horizontais a todas as estruturas. Quanto mais distal for a aplicação da
força, mais carga será transmitida à fibromucosa. Quanto mais mesial for a aplicação da força,
maior será a participação dos dentes de suporte. O número de dentes envolvidos no processo
de estabilização horizontal tem grande importância nas PPRs. É relativamente freqüente o uso
do grampo contínuo de Kennedy nesses casos e de algumas modificações no planejamento:
a. – Mesialização das forças sobre a sela. Se possível eliminando o segundo molar.
b. – Diminuição da plataforma oclusal – a redução da dimensão vestíbulo-lingual dos
dentes artificiais tende a minimizar as cargas transmitidas pela sela.
c. – Aumento da área chapeável para melhor distribuição das forças.
d. – Melhorar a adaptação da sela (reembasamentos periódicos).
Características do rodete de cera
O rodete deve apresentar forma e volume que não interfiram com a língua e bochecha
do paciente e altura suficiente para registrar apenas as pontas das cúspides dos dentes
antagonistas. Podemos realizar melhorar o registro adicionando uma pequena camada de pasta
zincoeugenólica registrando de leve apenas as pontas das cúspides dos dentes antagonistas.
Conclusão
O registro correto das relações intermaxilares é de extrema importância para a
montagem dos modelos em articulador e posteriormente dos dentes. Esta etapa do tratamento
demanda conhecimento, prática, experiência, paciência e tempo do profissional para atingir o
nível de precisão exigido pelas próteses para que estas possibilitem a adequada reabilitação
dentária do paciente.
Referências Bibliográficas
1 - CARDOSO, A. C. Oclusão e seus Princípios Básicos. In: CARDOSO, A. C. Oclusão
para Você e para Mim. 1a ed. Livraria Santos Editora LTDA, 2003. p. 02-19.
2 - DASTTALS, E. M. Relações Intermaxilares. In: DASTTALS, E. M. Prótese Parcial
Removível na prática diária. Editorial Pancast. P. 273-313.
3 - HENDERSON, D.; STEFFEL, V. L. Relações Oclusais nas Próteses Parciais
Removíveis. In: HENDERSON, D.; STEFFEL, V. L. Prótese Parcial Removível de
McCracken. 5ª ed. Artes Médicas, 1976. p. 295-322.
4 - KLIEMANN, C.; OLIVEIRA, W. Relações Intermaxilares. In: KLIEMANN, C.;
OLIVEIRA, W. Manual de Prótese Parcial Removível. 1a ed. São Paulo: Santos Livraria,
1999. p. 183-197.
5 - MCGIVNEY, G. P.; CASTLEBERRY, D. J. Relações Oclusais nas Próteses Parciais
Removíveis. In: MCGIVNEY, G. P.; CASTLEBERRY, D. J. Prótese Parcial Removível de
McCracken. Artes Médicas, 1994. p. 224-238.
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