13tópicos determinismo

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE PINHEIRO E ROSA
FILOSOFIA -10º ANO
Ano Lectivo: 2005/2006
O Professor: Carlos Pires
Compare os tópicos a seguir apresentados com os tópicos por si
elaborados (a partir da leitura dos textos indicados pelo
professor). Depois, como foi feito na aula, aplique as ideias
a casos concretos e pense: afinal, há ou não liberdade?
A perspectiva determinista acerca da liberdade
Tese determinista: Os seres humanos não são livres.
Porque:
§ Segundo Espinosa, um ser livre seria alguém capaz de agir de modo
autónomo, sem influências exteriores, sem constrangimentos, apenas por
vontade própria.
§ Os seres humanos não são livres, pois tudo aquilo que fazem é influenciado,
é comandado, pelos diversos “factores condicionantes da acção humana”.
§ Os seres humanos (tal como as coisas inanimadas, os animais e as plantas)
estão submetidos às leis da Física: não conseguem pairar no ar nem dar
saltos de 18 metros de altura, por exemplo.
§ Os seres humanos (tal como os outros animais e as plantas) estão
dependentes de diversos mecanismos biológicos que não controlam e que
permitem certas acções e tornam outras impossíveis: Têm de dormir e de
comer – senão morrem; não têm membros que permitam voar; se por
qualquer motivo ingerirem drogas ou álcool podem ficar viciados – o cérebro
fá-los sentir um enorme desejo de voltar a consumir; herdam dos pais genes
que controlam o desenvolvimento do corpo – levando a que tenham 5 dedos
em cada mão, sendo um deles um polegar oponível (dedos capazes de tocar
guitarra e escrever mas incapazes de agarrar um ramo e saltar como fazem
os orangotangos); genes esses que (provavelmente em interacção com outros
factores) também influenciam a inteligência e a personalidade – que por sua
vez vão influenciar as acções e a vida em geral; etc.
§ A cultura em que os seres humanos são educados infiltra-se profundamente
na sua maneira de pensar, levando-os a achar certas coisas certas erradas e
certas coisas certas, certas coisas feias e certas coisas bonitas, etc. Por
exemplo: alguns povos consideram apropriado enterrar os mortos, outros
preferem queimá-los, outros preferem deitá-los a um rio que julgam
sagrado, mas também existem povos que consideram que o seu dever é
comer os entes queridos falecidos.
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§ Ao longo da vida, mas sobretudo na infância, acontecem experiências
(positivas ou negativas) que marcam a pessoa psicologicamente (mesmo que
ela não tenha consciência), levando-a a detestar, adorar ou recear certas
coisas (que noutra pessoa – devido a outras influências – podem não
provocar essa reacção). Por exemplo: uma criança, que ao ser amamentada,
era tratada carinhosamente poderá vir a associar (mesmo que
inconscientemente) o leite ao prazer e ao bem-estar – e preferindo, portanto,
o leite a outras bebidas; uma criança, cuja mãe, durante a amamentação,
gritasse e se mostrasse nervosa, poderá vir a associar (mesmo que
inconscientemente) o leite ao desprazer e ao desconforto.
§ Emoções como o medo, a raiva, a inveja, o amor, o ciúme, etc., por vezes
arrebatam as pessoas, fazem-nas realizar acções que de outro modo não
realizariam.
§ Todos esses condicionalismos (e outros) são exteriores à vontade humana,
são factores que não se consegue controlar, mas que actuam sobre os seres
humanos, por vezes isoladamente, muitas vezes misturados uns aos outros.
§ A sua influência faz-se sentir em toda a vida humana: naquilo que as
pessoas desejam, naquilo que fazem, no modo como avaliam o que fizeram
(sentindo-se
orgulhosas
ou
envergonhadas),
etc.
Todos
esses
condicionalismos são, portanto, as causas das acções humanas – causas
exteriores à vontade de cada ser humano.
§ Se os seres humanos pudessem conhecer todo o conjunto desses
condicionalismos, perceberiam que eles os “empurram” para um certo
caminho, os obrigam a realizar cada uma das acções que realizam.
Perceberiam que cada acção que realizam era inevitável, era a única que
poderiam fazer, pois estava pré-determinada. Perceberiam que – mesmo
quando aparentemente existem várias alternativas – nunca escolhem
verdadeiramente. As suas escolhas são aparentes, ilusórias.
§
Como não conhecem, vivem na ilusão de que são livres. Como disse
Espinosa, “os Homens têm consciência dos seus desejos” mas “ignoram
as causas que os determinam”.
§ A ilusão da liberdade humana é tão forte que resiste a todos os desmentidos
e provas em contrário, trata-se de um preconceito muito enraizado. Por
exemplo: Sucede por vezes que uma pessoa está de tal modo dominada por
um certo desejo (beber álcool, drogar-se, etc.) que, apesar de saber que é
nocivo, o põem em prática – “vêem o melhor e executam o pior” –, mas
mesmo depois disso “continua a acreditar que é livre”.
Reflicta: Concorda com o determinismo? Porquê?
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