ALTERAÇÕES NO PADRÃO AFETIVO-SEXUAL DOS PORTADORES DE HIV/AIDS, ATENDIDOS NUM SAE NO INTERIOR DE RONDÔNIA Naianne Machado Cavalcanti1 Giselle Cristina Andrade Pereira2 PESQUISA – CURSO DE ENFERMAGEM A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) representa um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. Em 2009, foram notificados 38.538 casos e a taxa de incidência no Brasil foi de 20,1 casos por 100 mil habitantes. Em 2002, cerca de 20 milhões haviam morrido dessa enfermidade, porém devido ao amplo acesso aos antiretrovirais, constatou-se um decréscimo nas taxas de mortalidade e os portadores passaram a viver mais e com saúde, o que lhes proporcionou a manutenção da sua vida afetivo-sexual após diagnóstico. Constitui-se objetivo do presente estudo descrever e analisar as alterações no padrão afetivo-sexual dos portadores de HIV/AIDS, atendidos num Serviço de Atendimento Especializado no interior de Rondônia. Os dados foram obtidos através de entrevista individual, realizada no mês de agosto de 2011, nos dias de atendimento médico, às segundas e sextas-feiras, com os pacientes que consentiram participar da pesquisa, totalizando 14 participantes. Para analisar os dados referentes à caracterização da amostra, utilizou-se análise quantitativa e o conteúdo das respostas abertas foi analisado pelo método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Frente aos resultados observou-se prevalência de sexo feminino n=10 (72%), faixa etária de 30 anos n=6 (43%), solteiros n=7 (50 %) e heterossexuais n=11 (78 %). Dentre os participantes, oito (57%) possuíam relacionamento atual e todos foram investigados quanto aos relacionamentos que tiveram após diagnóstico da doença. O estado sorológico do parceiro predominou soropositivo para o HIV (65%). Quando indagados quanto à adaptação a nova situação sorológica e modificações na vida sexual, referiram a abstinência sexual e separação conjugal após o diagnóstico. Com relação à revelação do diagnóstico, nota-se o medo da rejeição evidente pelos portadores. A utilização do preservativo foi referida pela metade n=7 (50%) como um dispositivo que reduz a satisfação sexual, interferindo no prazer. Entre os casais soropositivos, relataram utilizar preservativo em todas as relações sexuais, devido ao aumento da carga viral e conseqüente agravamento imunológico. Quanto ao medo de contaminar o parceiro, muitos referiram à inexistência do risco. Pode-se concluir que existem inúmeras dificuldades a serem enfrentadas pelos portadores de HIV, na manutenção de relacionamentos afetivo-sexuais, tais como medo da transmissão sexual ao parceiro, o que interfere diretamente no prazer sexual, tornando-se indispensável no atendimento desses pacientes a abordagem de questões referentes à sexualidade, ajudando-os a enfrentar, adaptar-se à nova condição sorológica e realizar orientações acerca da prevenção sexual do HIV. Palavras-chave: HIV. Sexualidade. Parceiros sexuais. 1 Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná (Ceulji/Ulbra). E-mail: [email protected] 2 Professora orientadora do Curso de Enfermagem do Ceulji/Ubra. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. E-mail: [email protected]