Praticar exercício reduz quedas em idosos

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Praticar exercício reduz quedas em idosos
Organismo tende, nessa faixa etária, a substituir músculos por gordura; essa perda de
massa muscular compromete o equilíbrio.
A prática de atividade física reduz as chances e os índices de queda de idosos. Uma
meta-análise da Cochrane Collaboration (rede global dedicada à revisão e análise de
pesquisas na área da saúde), que analisou 111 artigos científicos e dados de mais de 55 mil
pessoas, constatou que um programa de exercícios realizados em casa ou em grupo e tai chi
chuan são mais eficazes para prevenir tombos do que mudanças na casa e uso de
suplementos de vitamina D.
Quedas são freqüentes nessa faixa etária. Em geral, 30% das pessoas saudáveis com
mais de 60 anos caem durante um ano. Acima dos 80 anos, a taxa sobe para 40%. "As quedas
são mais perigosas porque os ossos estão mais frágeis. O reflexo é menor na terceira idade, e
há mais tendência a fraturas. Além disso, a cicatrização é mais lenta e complicada", diz o
ortopedista Moisés Cohen, professor e chefe da residência de medicina esportiva da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo).
"Levantamentos mostram que 11% das quedas geram uma lesão muito importante. Os
outros 89% têm muitas seqüelas: as pessoas ficam com medo de cair de novo e isso restringe
as atividades. A família fica em cima, superprotege; com isso, o idoso se movimenta menos,
perdem-se tônus muscular e a pessoa cai de novo, criando um círculo vicioso", afirma o
geriatra Sérgio Pachoal, coordenador da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa da
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
A partir dos 40 anos, o organismo tende a trocar massa muscular por tecido adiposo
(gordura), e esse processo é intensificado após os 60, sendo pior entre idosos sedentários.
A perda de musculatura compromete o equilíbrio nessa faixa etária, pois um dos
fatores de risco mais importantes para queda é a fraqueza das pernas. "Quando o aperto de
mão é fraco, é possível ter noção de que a capacidade muscular de todo o corpo está
prejudicada", compara Paschoal.
A falta de exercícios e de flexibilidade faz com que o idoso passe a andar com os
joelhos levemente flexionados, e isso altera seu centro de equilíbrio.
Atividades
Exercícios são altamente recomendados, mas o idoso deve ter autorização médica
para praticá-los.
Como marcha lenta, passos muito curtos e dificuldade de equilíbrio contribuem para os
idosos caírem mais, atividades que trabalhem a musculatura das pernas e dos quadris devem
compor o programa de atividades nessa faixa etária.
Exercícios de resistência são eficazes para aumentar o tônus muscular, e séries que
ajudem a fortalecer a musculatura da coluna favorecem uma postura mais ereta.
O tai chi chuan, mencionado na meta-análise, ajuda a melhorar o equilíbrio e o tônus
muscular. "A pessoa se condiciona, porque as posturas exigem muito das pernas ao mesmo
tempo em que é treinado o equilíbrio", diz Paschoal.
Para melhorar a flexibilidade, exercícios de alongamento e pilates também são
indicados. Se joelhos e tornozelos são flexíveis, a chance de queda diminui, pois o idoso
consegue dar passos mais firmes e longos.
Outras intervenções
Considerados menos importantes na pesquisa da Cochrane, algumas mudanças
também ajudam o idoso a cair menos.
Uma delas, que atinge principalmente as mulheres, é abolir o uso de chinelos de tiras
(como pantufas e tamancos), que levam a um passo mais arrastado e acostuma mal o idoso.
Em casa, é indicado sinalizar escadas e degraus e instalar barras de apoio nos
banheiros. Os vasos sanitários e a cama não devem ser muito baixos, para que o idoso
consiga se sentar e se levantar mais facilmente. Deve-se manter um ponto de iluminação
durante a noite, caso o idoso precise se levantar.
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