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Avaliação de História da Filosofia
Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho
Campus de Assis
História da Filosofia (Avaliação)
Professor Carlos Eduardo Jordão Machado
Aluno Dalmo Alexsander Fernandes
1º Semestre - 2010
Avaliação de História da Filosofia
1.Como Kant distingue o uso publico e privado da razão?
Para o filósofo alemão Immanuel Kant, o uso público da razão é o único meio
para se concretizar o esclarecimento na humanidade e deve ser de uso livre, ou
seja, a saída do homem de sua inferioridade, que é o uso do seu conhecimento
sem a intervenção de outro individuo, ou seja, possui conhecimento, mas é
manipulado por outro a usá-lo inutilmente ou não usá-lo. Por outro lado, Kant
define o uso privado da razão como limitado, ou seja, um sábio uso do
conhecimento em um cargo ou função, sendo que muitas profissões exigem isso
para que membros de uma comunidade se comportem mediante um governo,
uma unanimidade artificial, um déspota. Sendo o uso público da razão aquele que
um sábio faz da razão diante de um público letrado, trazendo mudanças e nada
mais se exige senão a liberdade.
2.Segundo Kant quais são os obstáculos do esclarecimento?
Segundo Kant, o homem é culpado da sua menoridade, não por possuir pouco
entendimento, mas por ter medo de usá-lo sem o direcionamento do outro, e o
único meio do homem se libertar é fazer uso do seu próprio entendimento. Logo,
a preguiça, o comodismo e a covardia, que se tornaram hábitos no homem, são
as causas para que o dever de liberdade não se concretize. Com isso
percebemos que o homem considera cômodo ser menor, não sendo preciso se
esforçar, pois é fácil ser “picareta”. Ensinando-nos desde cedo a não andarmos
sozinhos, e aos que caminham pela primeira vez caem e logo são atemorizados
em não fazer novas tentativas. A menoridade passa a ser quase nossa natureza,
sendo cômodo ser “idiota”, pois nunca nos deixaram usar nosso próprio
entendimento, nos regulando e controlando. Por isso, são poucos que
conseguiram sair da menoridade e começar uma marcha segura, transformando
seu próprio espírito. Essa transformação, caso fosse generalizada, seria diferente
de uma revolução intelectual, já que derrubaria somente a unanimidade artificial e
não causaria uma reforma no modo de pensar.
3.Qual é a significação segundo Kant da “insociável sociabilidade”?
O meio pelo qual a natureza se faz realizar seu desenvolvimento é o antagonismo
das mesmas na sociedade. Tal antagonismo, que Immanuel Kant entende por
insociável sociabilidade dos homens, ou seja, a tendência de entrar em sociedade
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em oposição de uma ameaça de acabar com essa sociedade. Tal disposição é
evidente na natureza humana, pois o homem tem inclinação para associar-se
porque se sente mais como homem, mas também possui tendência a isolar-se,
pois encontra em si uma qualidade insociável que leva a pensar somente em si
mesmo, fazendo oposição aos outros. Oposição que o leva a superar sua
tendência a preguiça e a ânsia pela dominação ou pela cobiça. Dando então os
primeiros passos que levarão da rudeza à cultura, tendo início de uma
progressiva iluminação, transformando as toscas disposições naturais em
discernimento moral. Logo percebemos que sem a insociabilidade, não existiria
oposição, todos os talentos estariam escondidos. Com isso, Kant nos pede que
agradeçamos a natureza pela vaidade e a inveja competitiva, de modo que
consiga os meios que o livrem inteligentemente dos outros. Pois o homem quer a
concórdia, mas a natureza sabe o que é melhor, e quer a discórdia; ele quer uma
vida cômoda e prazerosa, mas a natureza quer que ele tenha trabalho e fadiga,
para que consiga o esclarecimento.
5.Segundo Cassirer, pode-se aceitar a visão do século XVIII como a-histórico?
Segundo Cassirer, a idéia de que o século XVIII é um século especificamente “ahistórico” constitui uma idéia desprovida de qualquer fundamento histórico,
alegando que não é nada mais do que uma palavra de ordem divulgada pelo
Romantismo, que Cassirer o define como campanha contra a filosofia do
Iluminismo, porém se examinadas essas campanhas descobriremos que foi
próprio do século das luzes que auxiliou o Romantismo. Sendo que se não
obtivesse esse auxílio, nunca o Romantismo poderia estabelecer e sustentar as
suas posições. Mesmo se afastando da filosofia iluminista, em sua filosofia da
historia “substancial”, permanece-lhe ligado ao seu método, do qual é devedor. O
Romantismo que ultrapassa o século XVIII pela amplitude de seu horizonte
histórico e por sua capacidade de penetração histórica, perde o privilegio a partir
do instante em que se trata de colocar esse século numa pequena perspectiva
histórica. Logo, aquele que se entrega ao passado, com o intuito de aprender em
sua realidade pura, fracassa diante desse passado próximo com o qual ainda
tem relação direta. Os princípios para vencer o recuo do tempo, revelam-se
inúteis à vizinhança histórica, sendo vitima da “cegueira histórica”. Definindo a
questão do século XVIII como menos a de um edifício acabado de contornos
bem delimitados, do que de uma força agindo em todos os sentidos.
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7.Interprete a figura do gigante como metáfora de idéia do progresso.
O Progresso pode ser freado devido à figura do gigante como metáfora, pois o
gigante é o mal, o destruidor, e logo é o que impede do progresso. Simbolizando
o capitalismo, que mesmo alegando produzir o desenvolvimento econômico,
político e social; o capitalismo - representado pelo gigante - destrói (natureza e
progresso) e acaba com as esperanças para que o progresso aconteça e torna
completa a idéia de esclarecimento, logo, a idéia de liberdade.
8.Como Kracauer relaciona o movimento das mãos nas fabricas e o movimento das
pernas das Tillergirls?
Segundo Siegrified Kracauer, no domínio da cultura do corpo ocorreu uma
mudança que se iniciou com as “tillergirls”. O filósofo define-as como produto das
fábricas americanas de distração, não considerando mais a tillergirl como apenas
uma garota, mas muitas, cujos movimentos são demonstrações matemáticas,
estando sempre no plural já que estando sozinha, uma tillergirl não faz sentido.
Logo que no capitalismo a comunidade popular e personalidade se dissolvem na
calculabilidade, na exatidão, sendo semelhante ao ornamento da massa. Sendo
que os produtos que o sistema produz não servem para serem possuídos, mas
sim para aumentar os lucros de uma empresa, deixando de lado a idéia de
produzir para consumir. Sendo que esses lucros são utilizados para que no futuro
o capitalismo ainda gere lucros, investindo em bibliotecas, universidades e etc.
Com isso cada um executa sua ação num sistema ornamentado, cujo criador
desse sistema subtrai o campo de visão dos que executam as tarefas então
determinadas para o funcionamento do sistema, ou seja, na fábrica as pernas
das tillergirls correspondem às mãos. Porém muito alem do trabalho manual
procura-se obter o desempenho psíquico por meio de testes de aptidões. Sendo
o ornamento da massa o reflexo estético da racionalidade aspirada pelo sistema
econômico dominante, o então chamado capitalismo.
9.Segundo Kracauer, porque o capitalismo racionaliza muito pouco?
A época capitalista é uma etapa no processo de desmitificação como define
Siegrified Kracauer, cujo pensamento se fez devido à dominação da natureza,
fechada em si mesma, que Kracauer alega ser dos contos de fadas, que provém
de revoluções burguesas e que se ajustaram contas da Igreja, da monarquia e do
sistema feudal. Sendo que com a queda destas e outras ligações de natureza
mitológica ser a chance da razão, pois o conto de fadas se realiza onde a
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natureza de dissolve. Claro que é turva a razão do capitalismo, que em certo
ponto abandona a verdade que ela mesma participa. Nem o processo de
produção é feito pelas mesmas necessidades, nem serve como estrutura
econômica ou social e nem constitui o fundamento do homem. Muitos defensores
do sistema capitalista afirmam que seu racionalismo viola o homem e almejam
uma sociedade que seja capaz de preservar melhor que a sociedade capitalista o
elemento supostamente humano. Pensamento pelo qual o portador se opõe à
razão que falta a partir do fundamento do homem. Logo percebemos que o
capitalismo não racionaliza muito, mas muito pouco.
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