ATUAÇÃO DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA NO HOSPITAL MUNICIPAL Lisiane Lieberknecht Siqueira(1), Carlos Eduardo Sartori Fernandes(2), Ronan Mattos Mezzalira(3). Introdução A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição. Busca prevenir, avaliar, diagnosticar e tratar as alterações. Sendo o Hospital Municipal uma instituição de fácil e intenso acesso pela comunidade, vimos uma forma de poder chegar à comunidade podendo assim, efetuar a detecção precoce das alterações fonoaudiológicas, encaminhar para o tratamento o mais breve possível e realizar o gerenciamento em disfagia orofarígea, promovendo uma alimentação eficiente e segura, minimizando os riscos de complicação pulmonares. Para os acadêmicos este projeto proporciona maior vivencias e aprendizagem pela diversidade de problemas e pelo contato com outras especialidades presentes no ambiente hospitalar. Desenvolvimento O projeto será desenvolvido no pronto atendimento do Hospital Beneficente Dr. Cezar Santos (HBCS) na cidade de Passo Fundo, estado Rio Grande do Sul - Brasil, pelos alunos e professores do Curso de Fonoaudiologia - UPF. A população pode agendar triagem fonoaudiológica oromiofuncional, de voz, fala, linguagem, audição, gerenciamento da Disfagia, Teste da Linguinha e da Orelhinha no ambulatório. Caso alguma alteração fonoaudiológica oromiofuncional ou na voz, fala, linguagem, audição for encontrada o indivíduo será encaminhado para atendimento na Clínica de Fonoaudiologia da Universidade de Passo Fundo (UPF), ou encaminhada para especialidades como otorrinolaringologia, psicologia, nutrição, fisioterapia ou odontologia. Além disso, será feito orientações sobre o desenvolvimento e estimulação da fala e da linguagem, cuidados com a voz, manejo da gagueira, cuidados com a alimentação do paciente disfágico e retirada de hábitos bucais viciosos. O paciente poderá agendar por procura espontânea ou ser encaminhado por profissionais da área da saúde. As triagens serão realizadas em um turno por semana, pelos acadêmicos, com orientação do professor. A atividade de extensão ocorre concomitante a algumas disciplinas ou somente no horário de atividade de extensão conforme oferta de disciplina do semestre. Os atendimentos serão realizados pelos acadêmicos, onde é realizado uma breve anamnese a fim de evidenciar se há algo além da queixa principal que deva receber uma atenção, e posterior encaminhamento. Após a entrevista, é aplicado é realizada alguma avaliação conforme a queixa que levou o paciente a buscar o atendimento fonoaudiológico, e então conforme os achados o paciente é orientado quanto a conduta a ser seguida, podendo ser encaminhado para o atendimento na Clínica de Fonoaudiologia da UPF, ou para alguma especialidade, como no caso do Teste da Linguinha, que quando há alteração do frênulo de língua o paciente é encaminhado para o buco-maxilofacial. Considerações finais Deste modo, pode-se destacar que após o início deste projeto foram atendidos no ambulatório do HBCS aproximadamente 30 pacientes, no período de 4 semanas, com as mais diversas alterações fonoaudiológicas, incluindo Teste da Orelhinha, Teste da Linguinha, pacientes disfágicos e traqueostomizados. Este trabalho tem proporcionado aos acadêmicos uma vivência profissional e social diferenciada, além da troca de experiências com outros profissionais da área da saúde, fortalecendo assim, a importância do trabalho interdisciplinar dentro do ambiente hospitalar e a busca através deste, por uma evolução efetiva na terapêutica do paciente e proporcionando-o uma melhora na qualidade de vida. Referências 1. Pereira LD. Avaliação do processamento auditivo central. In: Filho, O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo, Roca, 1997 2. Gimenez TN et. al. Estudos das funções auditivas centrais- duração e frequencia- nas alterações vocais. Rev. CEFAC, São Paulo, vol 6, 2004 . 3. Aquino, AMSM. Processamento auditivo eletrofisiologia e psicoacustica. São Paulo: Lovise, 2002 4. Musiek FE, Chermak GD, Weihing J. Auditory Training. In: Musiek FE, Chermak GD. Handbook of central auditory processing disorder. Plural publishing. 2007. 5. Kozlowiski L, Wiemes GMR, Magni C, Silva ALG. A efetividade do treinamento auditivo na desordem do processamento auditivo central: estudo de caso. Rev. Bras. De Otorrinolaringologia, São Paulo, vol.70, 2004. 6. Jerger, James, and F. Musiek. "Report of the consensus conference on the diagnosis of auditory processing." Journalofthe American AcademyofAudiology 11.9 (2000): 467-474. 7. Veras RP, Mattos LC. Audiologia do envelhecimento: revisão de literatura e perspectivas atuais. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Rio de Janeiro, v. 73, n. 1, 2007. p. 128-34 8. Pereira, L.D.; Schochat, E. Processamento Auditivo Central - manual de avaliação.São Paulo, Louvise, 1997. 9. Russo ICP, Almeida K, Freire CGM. Seleção e adaptação da prótese auditiva para oidoso. In: Almeida K, Iório MCM. Próteses auditivas. 2. ed. São Paulo: Lovise; 2003. p. 385-407. 10. Buss, Leonardo Henrique, Lílian SeligmanGraciolli, andAngela Garcia Rossi. "Processamento auditivo em idosos: implicações e soluções." Rev. CEFAC 12.1 (2010): 146-51. 11. Gonzáles T, Zambrana N. Fonoaudiologia e Ortopedia Maxilar na Reabilitação Orofacial. In:Gonzáles T, Zambrana. Funções orofaciais. 1. Ed. São Paulo: Santos 2000. 12. Marchesan IQ, Junqueira P. Atípica ou adaptada: como considerar os problemas da deglutição? In: Junqueira P. Aspectos atuais em terapias Fonoaudiológicas. 1. Ed. São Paulo: Pancast; 1998.p 12-23. 13. Andrade FV, Andrade DV, Araújo AS, Ribeiro ACC, Deccax LDG, Nemr K. Alterações estruturais de órgãos fonoarticulatórios e más oclusões dentárias em respiradores orais de 6 a 10 anos. Ver CEFAC 2005; 7(3):318-25. 14. Filho DL, Bertolini MM, Lopes ML. Contribuição multidisciplinar no diagnóstico e no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Ver Clin Ortodont Dental Press 2006; 4(6):21-9 15. BUGALLO, G.D.- Evaluación clínica da la fisiologia neuromuscular al término del tratamiento de ortodoncia. Buenos Aires, Ortodoncia, 1987. pp. 7-17. 16. BIANCHINI, E.M.G. - Mastigação e ATM. In: MARCHESAN, I. Q. Fundamentos em fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. São Paulo, Guanabara Koogan, 1998. pp. 37-49. 17. FURKIM, A.M.; SILVA, R.G. Programa de reabilitação em disfagia neurogênica. São Paulo, Frôntis Editorial, 1999, 53p. 18. MARCHESAN, I.Q. Deglutição ¿ Diagnóstico e Possibilidades Terapêuticas. In: MARCHESAN, I.Q. ¿ Fundamentos em Fonoaudiologia ¿ Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio