Tese sobre transferência de renda do agronegócio - Cepea

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
Piracicaba, 03 de agosto de 2011.
TESE SOBRE TRANSFERÊNCIA DE RENDA DO AGRONEGÓCIO
PARA A SOCIEDADE É A MELHOR NA CATEGORIA ECONOMIA RURAL
A autora, Adriana Ferreira Silva, e seu orientador, Geraldo Barros, são pesquisadores do
Cepea/Esalq/USP, responsáveis pelos cálculos mensais do PIB do Agronegócio CEPEA/CNA
 Tese completa: http://www.cepea.esalq.usp.br/pdf/Adriana_Silva.pdf
Cepea, 03 – A tese de doutorado intitulada “Transferências interna e externa de renda do
agronegócio brasileiro”, de autoria de Adriana Ferreira Silva, pesquisadora do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, ganhou o Prêmio Edson Potsch
Magalhães de melhor tese em economia rural. A premiação foi entregue durante o 49º Congresso da
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), realizado na última
semana de julho, em Belo Horizonte (MG). A tese foi desenvolvida no programa de Pós-Graduação
em Economia Aplicada, da Esalq/USP com orientação do professor titular Geraldo Sant’Ana de
Camargo Barros, coordenador do Cepea. Geraldo Barros e Adriana Ferreira Silva são os
responsáveis pelos cálculos mensais do PIB do Agronegócio CEPEA/CNA.
O objetivo geral da tese foi calcular quanto o agronegócio brasileiro transferiu para os demais
setores da economia nacional e ao exterior ao longo de 1995 e 2008. Este período é caracterizado
por controle da inflação no País, expansão de programas de transferência de renda e também
crescimento do comércio internacional. As ações de caráter doméstico tiveram o efeito de reduzir da
concentração de renda e da pobreza no Brasil e os ganhos de produtividade do agronegócio tiveram
importante contribuição nesse processo, conforme comprovado na tese premiada.
A pesquisadora explica que os beneficiários do controle da inflação e dos programas de
transferência de renda gastam grande parte de sua renda em bens de origem agropecuária, em
especial alimentos. Nesse sentido, para que a distribuição da renda fosse efetiva e proporcionasse o
aumento do consumo tanto de alimentos quanto de bens de outros setores, era importante que os
preços do agronegócio aumentassem menos que a elevação da renda ou tivessem mesmo redução.
Para isso, os ganhos de produtividade do agronegócio foram fundamentais.
A pesquisa de Adriana Ferreira Silva e Geraldo Barros constatou que, entre 1995 e 2008, o
agronegócio transferiu o total de R$ 837 bilhões (a valores de 2008). No entanto, diretamente à
sociedade brasileira, a transferência foi ainda maior, de R$ 854 bilhões. Isso porque a relação com o
mercado externo teve saldo positivo para o agronegócio nacional, ou seja, houve recebimento de
renda na ordem de R$ 17 bilhões - o que atenuou a perda acumulada pelo setor.
A maior parte dessas transferências, estimada em 47%, veio do segmento primário do agronegócio,
ou seja, saíram do bolso do produtor rural - dos quais 46% vieram do segmento primário da
agricultura e 54% do segmento primário da pecuária. Outros 38% foram provenientes do segmento
de distribuição (transporte e comércio) e 20% saíram da agroindústria (62% da indústria de base
vegetal e 38% da indústria de processamento animal). O segmento de insumos, ao contrário, foi
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ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
Piracicaba, 03 de agosto de 2011.
receptor líquido de renda (R$ 41 bilhões). Tendo em vista que grande parte das compras deste
segmento (como matérias-primas usadas em fertilizantes) é realizada no exterior, infere-se que o
resultado positivo de Insumos do agronegócio brasileiro veio do mercado externo – neste caso,
transferência de renda do exterior para o segmento nacional.
“O benefício de quedas reais de preço obtido pela sociedade, quedas estas comparáveis ou superiores
às observadas aos produtores rurais, indicou que os segmentos agroindustrial e de distribuição
também colaboraram no processo de aumento do produto, ou seja, da oferta a preços decrescentes”,
explica a pesquisadora.
O trabalho conclui que a redução dos preços reais dos produtos agropecuários foi fator primordial na
melhoria do poder aquisitivo dos consumidores, em especial, para as famílias de baixa renda – para
as quais grande parcela da renda é despendida em alimentos. “Por outro lado, há que se garantir que
os preços pagos aos produtores remunerem seus esforços, para que desestímulos à produção de
alimentos não surjam, o que, em períodos futuros, poderia refletir em redução da oferta e
conseqüente elevação dos preços”, adverte a pesquisadora.
Outras informações podem ser obtidas com a pesquisadora Dra. Adriana Ferreira da Silva e com o professor
Dr. Geraldo Barros, através do Laboratório de Informação do Cepea:
(19) 3429 8836 / 8837 [email protected]
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